Criminal escrita por izaias


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

No capítulo de hoje:
- Você? ele estava assustadíssimo Pensei que estava morta!
- Pensou errado!
O puxei para perto de mim, lhe dei uma chave de braço e coloquei o caco em seu pescoço.



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Confesso que me assustei bastante antes de entrar. Aquele lugar me dava calafrios, suspiros de medo. Enfrentar novamente um medo queimava cada parte do meu corpo. Após olhar para aquela enorme mansão, que para mim parecia um castelo mal assombrado repleto de segredos para descobrir, abri o portão e entrei. Caminhei pelo jardim – muito bem cuidado, diga-se de passagem – e cheguei à porta. Toquei a campanhia. Uma mulher clara, de cabelos encaracolados e com um avental me atendeu.

- Quem é a senhora? – perguntou.

- He... Helena Prado, jornalista. Gostaria de falar com o senhor Roberto Aragão. – Suava de medo.

- Um minutinho... – ela sorriu e encostou a porta. – Seu Roberto! Uma moça quer falar com o senhor! – ouvi-a falar lá de dentro.

Roberto desceu as escadas devagar, acabara de acordar. Abriu a porta. Fiquei paralisada ao vê-lo. Não sabia o que falar, nem se devia falar algo. Minha vontade era de correr dali e nunca mais voltar.

- O que deseja? – ele me perguntou.

- Sou... He... – tomei coragem – Helena Prado, jornalista. Não sei se recebeu meu email. Eu fui enviada pela Pegasus Produtora Independente para gravar um documentário sobre a família Aragão.

Ele estendeu a sua mão. A olhei, não queria pegá-la, mas fui contra minha vontade.

- Entre. – ele deu espaço e eu entrei.

A mulher que me atendeu limpava os móveis. Era a empregada. Lúcia. Trabalhava ali desde minha saída misteriosa.

- Sente-se. A casa é sua... Durante quantos meses mesmo? – ele estava com um sorriso estampado no meio de um lado ao outro do rosto.

- Três meses. Vou estudar a genealogia, o início da construtora, ápice, seu casamento... Ou melhor, casamentos. – Sorri envergonhada.

- Existem coisas que eu prefiro que não apareça nesse documentário. – Foi sério.

Coloquei minha mão na bolsa e retirei um envelope. Retirei um papel, o termo de compromisso.

- Assine, por favor. Aliás, leia também. – estendi o papel a ele, junto à caneta.

- Não é preciso ler, já confio em você. Entrei no site da produtora e encontrei ótimas referências... Só não encontrei seu nome entre os funcionários.

- Sou terceirizada. Na verdade, fui contratada pela Pegasus para iniciar a reportagem. Ainda hoje o câmera chegará. – estava com a história na ponta da língua.

Roberto assinou o termo de compromisso e me entregou. Logo após, uma mulher elegante, usando algumas jóias caríssimas desceu as escadas.

- Quem é essa mulher? – estava um tanto irritada.

- Isso não é jeito de recepcionar as pessoas, Paola. – reclamou – Essa é Helena Prado, jornalista que filmará um documentário sobre a nossa família.

- Ah, me desculpe! – me cumprimentou – Briguei com o Roberto ontem à noite... Bem, sabe como são os homens né...

- Sei sim. – sorri – Por isso que durante esses temos me afastei completamente deles. Alguns só servem para nos puxar para baixo. – sorri e olhei para Roberto – Sem ofensas.

Paola sentou-se ao meu lado. Enquanto conversávamos, comecei a examinar a casa. Quase nada mudou, apenas algumas simples reformas: aumentaram a sala e empurraram uma parte da cozinha para o lugar onde era meu quarto, remodelaram a escada, o corrimão não tinha detalhes em ouro e prata. Após alguns minutos de conversa, a porta se abriu com força. A Isadora. Ela estava com sacolas de loja de grife. Bateu a porta com força e me olhou com certa estranheza.

- Quem é ela? – me olhou de cima a baixo.

- Helena Prado. – sorri e estendi a mão – A jornalista que vai montar um documentário sobre a história de sua família.

- Ah... – ela olhou para minha mão e recusou com um gesto de repugnância disfarçado. – Espero que minha entrevista seja o clímax do documentário e apareça nos trailers, vídeos de lançamento...

- Pode deixar. – olhei para o Roberto – Onde é meu quarto? Preciso me acomodar.

- Lúcia! Ô Lúcia! – Paola gritou a empregada até ela chegar – Leve a Helena ao quarto dela.

A Lúcia também me examinou, como se desconfiasse de mim. Subiu as escadas e eu a segui. Me levou até o quarto de hóspedes. Enorme, arejado, arrumado. Sempre quis dormir ali. Um sonho estava concretizado.

- A chave. – tirou do bolso do avental e me entregou, saindo logo após.

Tranquei a porta e me joguei na cama. Pela primeira vez era tratada como gente dentro daquele antro de peçonhentos. Adormeci. Acordei horas depois com batidas na porta. Arrumei o cabelo e abri. Ferraz. Fiquei paralisada. Ele era a pessoa a quem eu mais temia dentro daquele lugar. Sempre manteve uma pose de rico, sendo que ele praticamente morava ali de favor. Sua marca registrada eram seus olhos que pareciam estar delineados com lápis de olho e sua boca avermelhada, bastante sensual.

- Acho que morri e acordei no paraíso. Um anjo em meu quarto. – ele dava em cima de qualquer mulher que aparecesse em sua frente.

- Quem me dera ser um anjo. – tentei sorrir, mas não consegui – Sou a jornalista que montará um filme sobre a história da família.

No fundo sabia que ele havia me reconhecido, ou assimilado as feições da Helena com as minhas. Dei espaço para ele entrar e assim o fez. Sentou-se na cama e eu fechei a porta, já estava com a chave pronta para trancá-la.

- Aqui é o meu quarto. Não sei se sabia... Mas para uma mulher tão bonita quanto você, se possível, daria até o céu. – me olhou feito um lobo.

- Que galanteador. – ajeitei o decote da blusa. Ele olhou quase de boca aberta.

- Posso lhe fazer uma pergunta? – fiz que sim com a cabeça – Está me flertando? – ele levantou-se e foi até a mim, me abraçando – Se estiver, fique sabendo que eu quero. E muito.

- Que é isso, seu tarado! – dei-lhe um tapa no rosto.

- Se fazendo de difícil. – riu – Assim que eu gosto. Se não sabe, já domei leoas. Um pônei é jogo fácil para mim.

- Não se atreva, desgraçado! – elevei o tom de voz – Se encostar um dedo em mim eu te mato!

- Irritadinha é? Adoro!

Olhei pelo quarto. Peguei um frasco de vidro, o quebrei e peguei um caco. Tranquei a porta. Apontei minha “arma” para ele.

- Você sabe quem eu sou? – perguntei e ele negou – Sabe sim! – elevei o tom de voz mais uma vez.

- Já sei! Você é uma psicopata assassina que se alimenta com a desgraça dos outros. – riu.

- Antes fosse.

Dei um sorriso com o canto da boca e retirei a peruca.

- Você? – ele estava assustadíssimo – Pensei que estava morta!

- Pensou errado!

O puxei para perto de mim, lhe dei uma chave de braço e coloquei o caco em seu pescoço.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo:
- Se você não me ajudar, Ferraz, agora mesmo eu desço e conto a todos que você desviou muito dinheiro da empresa do Roberto. Imagina a cara dele quando descobrir isso. o fiz me olhar à força.
- Não tem como provar. Aquele computador já está queimado. deu um sorriso no canto da boca.
- Experimenta não me ajudar. intimidei.



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