Criminal escrita por izaias


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

No capítulo de hoje:
- Quem não deve, não teme. Roberto a pegou pelo braço. Essa vagabunda aqui é a pior mulher que essa rua já viu! Durante anos eu sustentei, dei os céus e a Terra para ela fazer o que bem quisesse, e sabem como ela me retribuiu? Armando um plano para roubar a presidência de minhas empresas e me deixar na rua, com uma mão na frente e outra atrás. ele olhou para Verônica Cachorra! De pensar que eu te tirei da rua. Você hoje poderia estar rodando bolsinha nas rodovias para receber um trocado dos caminhoneiros e comprar pão dormido. Mas não, você tem uma mansão, filhos maravilhosos, é a esposa de um dos cinco homens mais ricos do Brasil. Cadela!



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Aquela era a minha chance. Estava parada em frente a casa daqueles que, por tantos anos, me fizeram sofrer. Mas eu consegui me libertar, não me acuei. Lutei por meus direitos e hoje, depois de dezenove anos e muitas mudanças – físicas e espirituais -, preciso dar um ponto final a essa história.

17 de Janeiro de 1993

“Mãezinha, eu não consigo mais viver sob as rédeas dessa família. Aqui sou como uma empregada, ou melhor, escrava. Lavo, passo, cozinho, limpo e não recebo nem um centavo, nem um ‘obrigado’ por esse serviço prestado. Mas isso vai acabar, eu te prometo. Mesmo que eu não tenha para onde ir, eu vou dar um fim nessa história.”

Saí do meu pequeno quarto, que na verdade era um cubículo no fim daquela enorme mansão. Roberto Aragão estava espojado no sofá, tomando um drink milagrosamente feito por ele mesmo. Passei por ele e subi as escadas, comumente ele nem me notou. Já no alto da escada, ouvi um barulho vindo do quarto de hóspedes. Me aproximei, olhei pela greta da porta. Verônica estava sentada na cama, virada de costas, falando ao celular.

- Eu não admito que você falhe nesta operação. Sabe o quanto eu lutei para receber essa herança e não vou deixar aquele verme usurpar tudo que é meu e depois não receber nenhum tostão. Isso é inadmissível! – estava irritada.

Aquele era o momento da vingança. Não podia deixar aquela chance escapar, simplesmente sumir. A Verônica me humilhou desde criança. Somente a felicidade de sua filha importava. Desci as escadas, com cara de desesperada.

- Seu Roberto! – ele pulou do sofá – A dona Verônica está no quarto... Alguém entrou aqui... Ela está desesperada.

- Ligue para a polícia. – ele havia caído.

Saí da sala. Ele foi até um dos quadros, o retirou. Um cofre. Pegou uma arma lá dentro, aparentemente sabia o que “estava acontecendo”. Subiu as escadas, não fez nenhum barulho. Ao chegar lá em cima, parou em frente à porta do quarto de hóspedes.

- Aquele canalha vai devolver tudo o que é meu por direito. Eu não vou aceitar a pobreza só por que ele que expandir as fábricas dele. O que vem a mim? Nada! Vou continuar uma perua vivendo com os cartões de crédito do marido. Não quero essa vida para mim! Já decidi que vou dar esse golpe no Roberto. E isso vai ser hoje! – Verônica estava estressada.

Roberto ficou paralisado com o que acabara de ouvir. Guardou o revólver na calça, desceu as escadas. Eu estava lá, fingindo limpar os móveis.

- Ligou para a polícia? – ele quase gritou?

- Ainda não, senhor.

- Pois ligue agora! – gritou.

Saí da sala correndo. Paralelamente o Leonardo, filho de Roberto, chegou do colégio. Léo, como era chamado, foi a única pessoa que me ajudou naquele antro de cobras. Ele me tratava como um irmão, e eu o tinha como um irmão. Desde que cheguei ali, ele me acolheu e me defendeu sempre que a filhinha preferida queria me agredir – verbalmente ou fisicamente -.

- Pai... – beijou a testa de Roberto.

Ele não disse nada, ficou olhando para o horizonte, como se estivesse morto.

- O que aconteceu? Por que está assim? – Leonardo estava preocupado.

- Sabe quando acreditamos em uma pessoa, damos a ela tudo o que achamos que ela merece e, um tempo depois, ela te passa à perna, te deixa para trás como se você fosse uma coisa insignificante, que não tivesse nenhum valor na vida dela?

- Por que está dizendo isso? – Leonardo indagou.

- Em pouquíssimo tempo você vai estar sabendo. Todos vão saber.

- Está me assustando... – Leonardo se afastou, recostou-se no sofá.

- Não há motivos meu filho. Não há nenhum motivo para você se assustar comigo.

Leonardo deu as costas e foi subindo. Roberto correu e o segurou pelo braço.

- Se eu fosse você, não ficaria lá em cima. – Roberto estava sombrio.

Leonardo olhou para o alto da escada, sentiu a falta de alguém.

- Minha mãe... O que você fez com ela? – esbravejou – Assassino! Monstro! – nunca vi o Leonardo daquele jeito.

- Calma Léo. Não fiz nada com sua mãe... Muito pelo contrário.

- O que quis dizer com isso? – Leonardo olhou no fundo dos olhos do pai.

Antes que Roberto abrisse a boca para dizer algo, já se ouvia sirenes de viaturas. Toda a vizinhança saiu para fora de suas casas, tentando ver algo. Verônica desceu as escadas, já assustada.

- O que a polícia esta fazendo na frente de nossa casa, Roberto Aragão?

Roberto sorriu. A campanhia tocou. Eu mesma fiz questão de atender. O delegado acompanhado de dois policiais estavam ali, parados em frente à casa das pessoas que me fizeram sofrer o inferno na Terra. Aquilo era inspirador.

- Recebemos uma ligação de uma mulher desesperada. O que aconteceu? – o Delegado já tentava ver algo.

Verônica já ia caminhando para trás. Coloquei meu pé, ela tropeçou e caiu.

- Tentando fugir, querida? – Roberto era vingativo.

- Você não pode me incriminar de nada! Aliás, o que eu fiz? – ela gritou.

- Quem não deve, não teme. – Roberto a pegou pelo braço. – Essa vagabunda aqui é a pior mulher que essa rua já viu! Durante anos eu sustentei, dei os céus e a Terra para ela fazer o que bem quisesse, e sabem como ela me retribuiu? Armando um plano para roubar a presidência de minhas empresas e me deixar na rua, com uma mão na frente e outra atrás. – ele olhou para Verônica – Cachorra! De pensar que eu te tirei da rua. Você hoje poderia estar rodando bolsinha nas rodovias para receber um trocado dos caminhoneiros e comprar pão dormido. Mas não, você tem uma mansão, filhos maravilhosos, é a esposa de um dos cinco homens mais ricos do Brasil. Cadela!

- O que você está falando, Roberto? Se drogou? – Verônica continuava com uma máscara.

Roberto a arrastou para a fora, foi a puxando até o portão, o abriu e a atirou no chão.

- Fica ai cachorra! A sarjeta é o teu lugar! – Roberto gritou.

- Como tem a cara de pau de dizer que me tirou da rua? – Verônica se levantou, possessa – Se não fosse o dinheiro da minha família, você ainda seria um carregador de frutas em um mercadinho no subúrbio do subúrbio... E quer saber de uma? Eu armei todo um plano para retomar tudo o que é meu sim! Você se apoderou da minha herança e a única coisa que recebi dela foi um cartão de crédito para gastar com roupas! Eu te odeio, Roberto Aragão! Quero te ver morto e enterrado a vinte e um palmos do chão... Te chamar de ladrão é uma ofensa a quem rouba por não ter oportunidades de emprego nesse país tupiniquim, país de quinto mundo. Você e os outros quatro homens mais ricos do país que contribuem para isso! Animal!

- A senhora confessa que queria roubar tudo do seu marido? – o Delegado já estava de algemas prontas.

- Por acaso o senhor é surdo? – Verônica estendeu os braços, já recebendo as algemas. O policial a colocou no camburão e ela partiu, me deixando com um ar de vingada.

Roberto entrou para dentro de sua mansão, cabisbaixo. Leonardo mal acreditava no que acabara de ouvir. Dali para frente, toda a história daquela família seria reformulada a cada vinte e quatro horas.

19 ANOS DEPOIS...

Chegou realmente a hora de concluir minha missão. Totalmente fantasiada, entrei em uma personagem: Helena Prado, a jornalista que criará um caos na vida dessa família.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo:
- Quem é a senhora? perguntou.
- He... Helena Prado, jornalista. Gostaria de falar com o senhor Roberto Aragão. Suava de medo.
- Um minutinho... ela sorriu e encostou a porta. Seu Roberto! Uma moça quer falar com o senhor! ouvi-a falar lá de dentro.
Roberto desceu as escadas devagar, acabara de acordar. Abriu a porta. Fiquei paralisada ao vê-lo. Não sabia o que falar, nem se devia falar algo. Minha vontade era de correr dali e nunca mais voltar.



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