As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 99
Nesta noite o amor chegou para ficar


Notas iniciais do capítulo

Não sei se é desculpa mas eu me senti em coma esses dias; o calor não me faz bem =/ enfim, um dos motivos de eu atrasar o cap era que eu não queria postá-lo; é isso mesmo! Sabem, minha primeira fanfic, a mais velha, a mais intensa nos meus pensamentos e esta chegando ao fim... queria ter postado no dia 18 (aniversário da fanfic), mas o cap ainda não estava como eu queria.
* tem sexo neste cap, mas NÃO é explicito então eu acho que dá para ler tranquilamente. Achei tudo bem bonitinho. Este cap transborda romantismo.



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LUKE

–O que o fez mudar de ideia, semideus? – Hefesto perguntou enquanto dávamos a volta pelo Olimpo parcialmente destruído.

–Ela. – não conseguia tirar o sorriso do rosto; ela estava linda e era quente como em meus sonhos não era – Verão passado, no Labirinto, eu a encontrei lá – cada um deles prestava muita atenção; ninguém sabia o que acontecera lá embaixo – ela me fez lembrar tudo: quem eu era e quem eu devia ser. Eu desisti dos titãs e da guerra e de tudo ali e ela estava pronta para dizer adeus a Caçada. – contei sobre como fui levado à força e no quanto me esforcei para voltar a ela até ser tarde demais.

–Então ela é tudo para você? – Ares perguntou com rispidez.

–Sempre foi.

Choveram perguntas e ameaças, mas não podia culpá-los. Eu merecia cada uma delas. A cada passo eu via a destruição que meu corpo causara. Os deuses pareceram compreender que eu resistia a Cronos, mas não estavam tão felizes assim. Zeus veio para o meu lado.

–Não posso permitir que a magoe de novo, compreende? – sua voz era grossa, mas baixa; estávamos na frente dos outros deuses – Não suporto ver Thalia chorando e eu sei quantas lágrimas ela chorou por você; preciso que prometa que a protegerá não importa o que aconteça, que nunca a abandonará.

–Prometo, Zeus. Prometo, juro pelo que quiser... Eu não posso deixá-la... Nunca mais.

Eu o via apenas como um pai, um pai preocupado com o futuro da filha. Aquele momento em que o pai percebe que não é mais ele quem cuida e ama sua menininha. Deveria ser algo doloroso.

–Então nesse caso... – parei de andar; ela estava ali do outro lado. Podia ver de longe sua roupa preta e curta diferente das deusas, seus cabelos voando com o vento. Eu não conseguia ver nada além dela – Que vocês tenham uma vida boa e longa.

[...]

Estávamos no templo de meu pai (porque nenhum dos deuses permitiu que ficássemos no templo de Apolo) enquanto o deus do sol e da medicina tentava nos curar das feridas que ainda tínhamos. Thalia estava pálida; Apolo dissera que ela havia perfurado o pulmão fora as múltiplas fraturas. O meu caso era tão grave e perigoso quanto o dela, mas o deus não tinha tanta certeza do que fazer.

O deus montou uma pequena área hospitalar, mas só recordo de adormecer sentindo os dedos dela entrelaçados aos meus. Quando abri os olhos o por do sol se fazia brilhar, meus dedos formigaram então olhei para o lado. Podia ver seu peito subindo e descendo no suave movimento de sua respiração; ela estava naquele estado de semi consciência que nos encontramos quando estamos perto de acordar. Os cabelos espalhados pela maca, emoldurando seu rosto pálido. Suavemente abriu os olhos, virou-se encarando primeiramente nossos dedos juntos e logo então meus olhos; seu sorriso era mínimo, mas tão lindo que cheguei a pensar que poderia parar de respirar apenas para vê-lo.

–Pensei que fosse um sonho – seu sussurro foi sereno; voltou a fechar os olhos, mas o sorriso continuava lá.

–Se fosse eu me negaria acordar. – esfreguei meus dedos nos seus. Sentei-me na maca, ainda sem soltá-la e logo eu estava ali de pé ao seu lado tocando com a ponta dos dedos seu rosto, seus lábios, pescoço e ombro. Ela suspirou e abriu os olhos, aqueles magníficos olhos azuis. Levantou tendo como apoio minha mão; poderia ficar somente olhando-a por um longo tempo, mas não queria cometer o mesmo erro do Labirinto. Encaixei minha mão em seu rosto e aproximei-me beijando-a suavemente nos lábios. Eram movimentos tão delicadamente ingênuos que se eu não a amasse talvez não os sentissem, seus dedos passavam por meus cabelos com leveza enquanto minha mão disponível desenhava em sua coxa, em sua pele exposta.

Ouvi um pigarro, mas parecia tão distante que pensei não ser real.

–É. Pelo visto eu fiz um bom trabalho – Apolo sorria encostado na porta – Parecem em seu melhor estado físico. Thalia, querida, consegue andar? – nós três desviamos os olhos para seu tornozelo enfaixado em tiras de linho.

–Acho que sim – muito devagar, coloquei-a no chão. A menor possibilidade de ela sentir dor me dava náuseas, era algo que eu simplesmente não podia superar. Mas ela aguentou; andou normalmente de mim a Apolo e de Apolo de volta a mim.

–Perfeito. Os deuses os esperam para a despedida. Vocês vão voltar ao Acampamento.

Fiquei tenso. Sabia que não me aceitariam bem, que jogariam meus erros e suas perdas em mim como poderiam atirar pedras, lanças, facas e flechas. Mas ela estava ali, sua mão na minha e os olhos cintilando eram muito mais do que eu precisava e merecia. Ela estava me acalmando exatamente da mesma forma que fizera há tantos anos atrás quando nos encontrávamos na porta de May Castellan.

De onde estávamos podíamos ver as portas do elevador. Abraçava o corpo dela e ela a mim enquanto alguns deuses faziam discursos sobre responsabilidade ou sabe deus o que mais. Não prestei atenção, não conseguia. No fim de um longo tempo nos despedimos formalmente e estávamos na metade da ponte quando Thalia parou apertou meu braço e sorriu. Eu sabia o que ela queria fazer.

Thalia correu de volta gritando por Zeus. Vi o deus se virar surpreso e pegá-la nos braços enquanto ela o abraçava. Eu sabia que dos olhos dela devia haver lágrimas, ela o apertava com força como se tivesse medo de perdê-lo.

–Eu te amo papai – ela falou baixinho o suficiente para chocar a todos. Como era o deus de frente para mim, pude enxergar sua surpresa e sua felicidade; apertou-a nos braços com carinho desajeitado, mas incondicional de pai.

–Eu também minha filha – a resposta soou rouca, possivelmente emocionada. Ele colocou-a no chão, enxugou uma lágrima e ela voltou a mim emocionada. Queria dizer que eu fiz bem mais do que apertar a mão de Hermes e dar um imperceptível aceno, mas não, não passou disso. Já nas ruas era quase nostálgico ver traços da batalha; ainda havia monstros lutando ou resistindo. Um deles parecia uma serpente gigante... Thalia se aproximou dela e o monstro da minha menina.

–Obrigada por ajudar – Thalia abraçou o corpo feminino.

–Eu prometi criança. – os olhos muito verdes não piscavam, mas vi reluzirem. Ela sumiu, correndo, envolvendo monstros e os matando até sumir.

–Quem era? – perguntei enlaçando sua cintura. Ela sorriu.

–Você não é o único que tem amigos monstros, sabia? Era Lâmia.

[...]

A colina Meio-Sangue ainda parecia carregada de vitalidade, o tom mais intenso de verde como da primeira vez em que a vi. Dessa vez não corremos, nem precisávamos correr. De mãos dadas e sem presa chegamos ao topo; a vista do Acampamento e da avenida do outro lado eram tão tranquilizante quanto desesperadora. Tinha muito medo da reação dos meus antigos colegas. De qualquer forma consegui sorrir.

–Da última vez você me jogou colina abaixo – falei em tom risonho; nunca me esqueceria daquele selinho que marcou nossa despedida.

–Eu posso te jogar de novo – ela respondeu; depois inesperadamente socou meu braço, não de forma amigável, mas de uma forma em que fiquei dolorido.

–Mas o que...?

–Tem noção de quantas vezes eu chorei por sua causa? – seus olhos ficaram um pouco mais úmidos do que deveriam; sem pensar abracei-a, apertando seu corpo contra o meu.

–Isso nunca mais vai acontecer, entendeu? – segurei seu rosto com ambas às mãos – Eu nunca, nunca mesmo, vou deixá-la chorar.

–Tem certeza? – seu tom foi meio risonho, meio embargado. Duas lágrimas caíram rápido demais sem que ela evitasse. Sorri.

–Bom, você vai poder chorar, mas só pelo motivo certo.

E descemos juntos a colina, não tínhamos qualquer contato embora andássemos bem próximos. Aos poucos foram aparecendo, muitos cumprimentavam Thalia de longe e diziam-se feliz em vê-la de novo, chegou ao ponto em que choviam perguntas sobre mim e sobre ela, aquelas do tipo: por que saiu da caçada? Por que se aliou a Cronos? De repente o próprio centauro estava em sua cadeira de rodas de frente para nós.

–Estamos muito felizes em ver dois campistas voltarem, mas devo dar razão a eles, temos curiosidade. O que o motivou a ir tão longe Luke? O que Cronos usou para convencê-lo?

Era uma pergunta bem justa, eu não conseguia ver maldade nela. Eu também podia ver que com os campistas eu não teria problemas em conseguir perdão. O que perturbavam a todos eram meus motivos. A própria Thalia me olhava com atenção. Olhando para ela não havia explicação melhor: minha pequena, minha tão frágil e tão resistente Thalia. Abaixando-me devagar sem desviar meus olhos dos seus deslizei o dedo indicador sobre sua bochecha, então a beijei devagar, um beijo casto, apenas o mover suave de lábios... Ouvi milhares de suspiros dos filhos de Afrodite. Afastei apenas o rosto mantendo próxima a mim.

–Ai deuses! – uma menina exclamou.

–Foi tudo por... – Não deixei que terminassem de concluir.

–Por ela. Sempre por ela.

Ouvi o suspiro do centauro que atraiu tanto minha atenção quanto a de Thalia.

–Só amigos, não? – ele sorria para Thalia, que escondeu seu rosto corado em meu peito. –Sempre soube que devia haver algo entre vocês dois. – ele sorriu de um jeito único e diferente – Me surpreende terem conseguido ocultar esse sentimento por tanto tempo e de todos. Vamos conversar Luke, enquanto damos tempo para Thalia...

Ainda podia ouvir sussurros, suspiros devido ao beijo, aos meus motivos. Enquanto diversas meninas desde as filhas de Afrodite até as filhas de Ares se aglomeraram em volta dela dando risinhos e andando em direção aos chalés.

–É muito bom tê-lo de volta, Luke – Quíron falou enquanto nós íamos em direção a Casa Grande – Ainda mais sabendo que agora nada mais te atormenta a alma.

THALIA

Aquilo era o melhor dos sonhos, era lindo demais para ser verdade. Resumi e ocultei algumas coisas às meninas que davam risinhos. Depois elas me disseram que agora compreendiam Luke e seu comportamento, contaram que mesmo arrasando corações ele nunca se envolvia com as meninas, chegaram a me dizer que ele nunca reagia bem quando citavam meu nome. Quando perguntei por Annabeth Clarisse contou-me que ela e Percy estavam “se divertindo” no lago.

–Já era tempo! – reclamei.

–Eu que o diga – e rimos.

Sei que me livrei delas para tomar um banho rápido. Meu quarto estava do jeito que eu deixara. Roupas, jóias, perfumes. Fui rápida, sai já vestindo um short jeans e uma blusinha larga que cobria quase todo o meu short, e rasteirinha nos pés. Mal sai e pude vê-lo vindo de encontro ao meu chalé, ele praticamente corria.

–Vem. Vou te levar em um lugar legal – ele não esperou resposta e saiu me puxando pela mão; Luke também havia trocado de roupa, agora eu conseguia sentir seu perfume amadeirado.

–Aonde vamos?

–Você vai ver. – seu sorriso era tão lindo e eu não podia desconsiderar o fato de sua mão segurar a minha, seus dedos entrelaçados aos meus e que aquele sorriso era todo e exclusivamente meu. Seguíamos para floresta onde ocorriam os jogos de captura a bandeira, mas nos afastamos bastante da parte conhecida. Estava ficando preocupada, mas Luke tinha tanta confiança que tive que me acalmar. Passaram-se mais dois minutos e chegamos a um cantinho isolado de tudo, parecia uma clareira, mas nela cabiam apenas poucas pessoas, eu supunha não caber mais de cinco. Ali no meio uma toalha grande e xadrez sobre ela um prata com morangos cobertos de chocolate; fiquei pasma – Gostou?

Eu não conseguia falar, apenas sorria e isso foi motivo para que o sorriso dele aumentasse. Levantando-me pela cintura até que eu estivesse bem mais alta que ele, Luke foi me abaixando devagar até me deixar deitada sobre a toalha. Tínhamos muito que conversar muitas coisas a serem explicadas e uma infinidade de beijos que tínhamos que por em dia. Estávamos há quase dez anos sem que nossos lábios se encontrassem; era muito tempo perdido e consequentemente muito a ser reposto. Luke me contava sobre seus sonhos comigo, sobre a sua consciência o modo como ele acordava ainda mais disposto a me ter de volta e mesmo assim acabava nos distanciando mais. Contou sobre sua luta contra Cronos, o labirinto e a flor. Claro que eu nunca havia esquecido aquela rosa linda e vermelha. Mal pude acreditar no que ela representava, mas era lindo e romântico de um jeito quase cruel... Eu contava a ele as besteiras que fizemos na escola, as pegadinhas, as escapadas, as brigas. Ele ria junto a mim, e seu riso era tão lindo e melodioso que eu me esquecia do mundo.

–Sabe, eu tive sonhos muito lindos e especiais – ele comentou enquanto colocava mais um morango sobre meus lábios, esperando que eu mordesse sempre a parte mais doce – Eu via duas crianças, pareciam nós dois...

–Mas não eram. – eu sorri. Sabia muito bem quem eram aqueles dois.

–Você também os via? – ele afagou meu ombro, Luke parecia suspeitar da resposta.

–Foram meus maiores motivos de nunca desistir de você.

Chegou o momento que os morangos acabaram, ficamos deitados vendo a surpreendente mudança do céu: não parecia ter passado tanto tempo, mas a realidade era que a noite já estava lá nos abraçando e envolvendo com seu manto escuro. Luke me puxou para seus braços como quando fazia em noites passadas, quando não passávamos de crianças correndo pelo país. Eu descansava minha cabeça em seu peito mantendo a mão em sua cintura, prendendo-o a mim.

–Você consegue ouvir? Consegue escutar meu coração? – seu sussurro era tão envolvente, eu podia ouvi-lo. O bater de seu coração era rápido quase não podia saber quantas batidas por segundo – Sente o quanto ele está agitado?

–Sim – meu murmúrio foi dito quase contra sua pele.

–É assim que eu sempre fiquei quando perto de você.

Levantei os olhos até ver aquele tom claro e límpido de azul. Eu me perguntava se ele sabia o quanto eu amava aquele cor clara e suave; não podia deixar de me ver feliz por ser azul e não dourado.

–Você não tem noção do quanto eu te amo, Luke Castellan. Você não faz ideia – eu sabia que ele iria retrucar com aquele clichê de “eu te amo mais”, mas não permiti. Queria que ele soubesse o quanto eu havia sofrido com sua ausência, sua distância. Coloquei toda a minha carência em um beijo lento e inacreditavelmente profundo. Luke respondia da mesma forma, podia sentir ainda cada uma de suas novas promessas enquanto sua língua dançava com a minha. Ele não me deixaria; nunca mais.

–Eu sei, Lia... Mesmo se não soubesse antes, eu saberia agora e... – ele me olhou profundamente – Eu não devia falar agora, não é mesmo?

–É Castellan. Nada de palavras.

–Só beijos – ele completou com um sorriso malicioso. As carícias se intensificaram, os beijos eram urgentes e estávamos fazendo pouco caso com o oxigênio. Não sei em que instante Luke veio parar sobre mim ou quando eu comecei a deslizar minha unha sobre aqueles músculos tão fortes e definidos de seus braços. Eu podia senti-lo rosnando baixinho contra meus lábios. Levei minha perna a sua, deixando que meu pé o acariciasse, até o momento em que prendi minha perna em sua cintura; ele segurando firmemente minha coxa como se temesse que eu me afastasse de repente. Entrelacei meus dedos em seus fios cor de areia, dedilhando-os, puxando-os sem nunca parar de beijá-lo. Ofeguei quando senti sua mão áspera contra a pele lisa de minha barriga; ele parecia querer me provocar, fazia pequenos círculos com os dedos e então rodeava minha cintura e levava aquela onde de arrepios até minhas costas. Estava totalmente arrepiada e sem fôlego quando mordisquei seu lábio.

–Mas o que é isso?

A voz fez com que soltássemos os lábios muito rápido e de forma repentina. Luke não retirou sua mão de dentro da minha blusa mesmo ouvindo a voz de um intrometido. Eu tinha as costas ligeiramente inclinadas e Luke sustentava essa parte do meu peso sem problemas; sua respiração rápida e falha batendo em meu pescoço me deixando ainda mais ansiosa por senti-lo de novo.

Grover nos olhava abismado. Eu podia ver em seu semblante um tipo de raiva e vergonha que meninas costumam ver em irmãos mais velhos extremamente protetores. Era lindo, mas muito inoportuno. Ao seu lado Júniper tinha as bochechas vermelhas de vergonha.

–Como tem coragem Luke? Mas que pouca vergonha foi essa? Ela era uma Caçadora e vocês estavam quase... – ele continuou falando entre balidos o que tornava tudo indecifrável.

–E eu achando que ninguém nos encontraria aqui – o sussurro de Luke era carregado de um sorriso.

–Júniper! – exclamei; entendemos-nos com um breve olhar – Por favor!

Ele sorriu timidamente, deu um tapa no namorado, daqueles em que o som ecoa por bastante tempo e antes que ele expressasse dor ou sabe-se lá o que, ela beijou-o com uma intensidade que eu não esperava deles. Luke não perdeu tempo e me colocou de pé. Saímos correndo e rindo daquela situação embaraçosa, até que chegamos perto demais de onde qualquer campista podia nos ver; colocando-me contra uma árvore, ainda sem perder o lindo e maroto sorriso:

–Eu te amo – a frase sozinha já era linda quando pronunciada por quem amamos, mas não sei como descrever o impacto que senti. Luke pronunciara as palavras de uma maneira tão intensa, lenta e sofrida que me derreti antes mesmo de sentir a pressão dos seus lábios sobre os meus.

Havia poucos campistas do lado de fora; Quíron havia liberado aquela noite dizendo que podíamos ficar fora do chalé até meia noite, mas eu tinha certeza que o velho centauro só falara aquilo porque estavam todos tão cansados que cairiam na cama antes mesmo das oito. De qualquer forma, a regra sobre meninos no quarto de outras meninas (quando não eram irmãos) era a mesma, sem tirar nem pôr. Por essa razão corremos o mais rápido possível para o chalé número 1. Mal encostamos a porta senti seus lábios em meu pescoço suas mãos em minha cintura me erguendo até ter minhas pernas enroscadas em seu quadril. Ele parou de repente.

–Não me quer? – sussurrei contra seus lábios puxando delicadamente seus cabelos; Luke gemeu.

–Quero. Quero muito...

–Mas...

–O Grover tem razão. Você era uma Caçadora.

–Nunca fui uma Caçadora de verdade. E sinceramente se eu fosse você eliminaria o fato de eu ser virgem logo, assim não teria qualquer risco de eu voltar para junto de Ártemis.

Luke me beijou com tanta violência que pude sentir o medo dele de me perder outra vez. Foi tão intenso que mesmo querendo rir não consegui.

–Não fale isso nem brincando.

–Então me deixe ser sua – na pude deixar de lembrar a nossa breve invasão ao hotel; como daquela vez mal percebi quando Luke começou a me levar em direção a cama, tão pouco percebi quando o excesso de roupas havia ido parar no chão. Castellan se sentou sobre o colchão deixando-me ainda em seu colo, apenas as peças íntimas nos separando verdadeiramente. Se antes estávamos com pressa, agora tínhamos muita calma, eram carinhos mais profundos, mais intensos aos quais teriam acontecido muito antes não fosse o destino cruel. Meu sutiã foi o próximo a parar no chão enquanto ele me deitava delicadamente no colchão. Tendo Luke sobre mim, os músculos de seu peitoral pressionando a pele macia e intocada dos meus seios o mais gostoso dos arrepios me percorreu o corpo. Quando arranhei suas costas, o apertando bem mais contra mim, senti seu sorriso na curva do meu pescoço.

–Pensei que fosse virgem.

–Sou virgem, não inocente.

Não era mentira. Desde muito pequena eu já tinha uma boa noção do que era sexo e desde sempre eu sabia o que queria. De forma alguma eu me arrependia de ter guardado minha virgindade para perdê-la com ele; no fundo eu podia sentir que ele se arrependia do fato de eu não ser a primeira dele, mas eu não podia e nem o culpava por isso. Durante muito tempo eu estivera “morta”.

Não sei do tempo. O que foi feito dele é algo indescritível para mim; descrever os movimentos seria apenas erótico e eu não ficaria satisfeita por saber que eu não transmiti o que realmente senti. Estava imersa no mais puro amor; meu corpo dançava com o dele, nos chamávamos por gemidos abafados por beijos e singelas mordidas, coberta de beijos, meu corpo estava tão leve quanto pesado. Nossos corpos ainda no encaixe perfeito banhados em suor, abraçados como se a ideia de se afastar causasse dor.

–É quase estranho pensar que essa foi sua primeira vez – Luke brincava com uma mecha do meu cabelo, enquanto seu rosto estava parcialmente enterrado em meu seio; sua respiração batendo contra a minha pele ainda sensível depois dos inúmeros beijos e chupões ficou arrepiada.

–Por quê? – acariciei seus cabelos e sua nuca; minha voz em tom risonho e suave.

–Foi perfeita demais. Você me parecia experiente demais. – comecei a sentir ciúmes brotando de suas palavras – Juro que se qualquer outro homem, garoto, menino ou mesmo deus te tocou desse jeito...

Meu riso foi baixo já que estávamos nos arriscando; eu sabia que logo o próprio Dionísio entraria no meu quarto falando com sua vozinha nojenta que Luke não era bem vindo no meu quarto. Luke ainda estava inquieto.

–Talvez meu corpo sempre soubesse o que queria do seu, lindinho. Não precisa se preocupar: você foi o primeiro.

–E serei o último.

Depois de um longo beijo, levantamos. Não faltava muito para as 23h00min e nós sabíamos que logo algum dos responsáveis viria atrás de nós. Fomos para o chuveiro continuando a nossa noite de amor, afinal havíamos perdido longos anos e estávamos mais do que dispostos a recuperar o que o tempo levara embora. Luke vestiu suas roupas e eu busquei por um pijama confortável; sorri revendo as roupas escolhidas por Afrodite. Encontrei um pijama cinza claro do Batman e voltei para a cama com meu homem. Estávamos apenas apreciando a companhia um do outro, observando nossos dedos ligeiramente entrelaçados quando os dois entraram. Dionísio e Quíron. Ainda me pergunto como o centauro subiu as escadas estando de cadeira de rodas.

–Luke, você devia estar no chalé de seu pai com seus irmãos – Quíron tentou soar de uma forma razoável, mas deu para notar que ele não queria Luke tão perto de mim. Ele temia o que poderia acontecer e que já havia acontecido.

–Você não pode e não vai ficar neste chalé. – senhor D. começou do seu modo grosso de sempre – Melhor ainda: vocês não devem ficar sozinhos neste acampamento.

Não nos incomodamos em discutir; estávamos cansados e agora que tínhamos um ao outro não permitiríamos que um pobre coitado rabugento metido a deus se intrometesse entre nós. Sem se importar com aqueles dois, Luke me deu um beijo nos lábios, sussurrou um “boa noite” e foi embora com os outros dois. Fiquei onde estava na mesma posição me negando a fechar os olhos, com o camafeu em mãos observando a foto de Luke mudar de um garotinho para um homem lindo e maravilhoso. Já eram uma e pouco da manhã, quando ergui os olhos ele estava ali, parado ao lado da janela. Deixei meu colar sobre o criado mudo e indiquei que se deitasse ao meu lado. Meu Luke nos cobriu com um lençol fino.

–Pensei que você tinha uma recepção no seu chalé.

Ele fez cara de desprezo.

–Gostei da intenção, mas você não estava lá – e me apertou contra si – Os gêmeos fizeram bastante drama e encenações sobre nós dois. – seu tom foi divertido.

–É, os gêmeos – parei o que ia falar e me ergui sobre o cotovelo visivelmente animada – Você me ajudaria e pegar uma peça nos seus irmãos?

Ele ergueu a sobrancelha.

–Por que você...?

–Digamos que é uma vingança.

Afinal, eu não havia me esquecido quando eles invadiram meu quarto... Mas antes de aprontar com eles e contar tudo a Luke, nos aconchegamos em um abraço e adormecemos com caricias singelas e ingênuas.


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Notas finais do capítulo

Eu amo esses dois... São perfeitos demais...
Não acho que eu vá demorar para postar o próximo (último ='[ ) cap desta maravilhosa fic... Até!