As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 31
Thalia esta certa


Notas iniciais do capítulo

E então eu não disse que conseguiria?
Me digam como ficou e desculpem qualquer erro!
Boa leitura...



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LUKE

Você está mesmo disposto a tudo isso? Vai mesmo voltar para aquele lugar hororoso? Ela não precisa desse sacrificio da sua parte! Entenda, deixe-a sofrer. Se distancie dela! Esquece-a. Junte-se a mim!Ajude-me a sair deste abismo! É seu destino filho de Hermes. Está será sua escolha.

As palavras giravam em minha mente em um sonho confuso e amedrontador. Como acontecera antes acordei sobresaltado e suando frio. Thalia ainda estava encolhida em meus braços. Seu short havia subido e mostrava o ferimento sério que as malditas Fúrias deicharam em sua pele delicada.

Embora as duas meninas não soubessem onde estavam, eu sabia. Estavamos em Connecticut, a cidade onde eu cresci. Eu só conhecia a casa da minha mãe para pegar remedios e mantimentos para conseguirmos sair dessa cidade.

Eu não queria voltar. Era a ultima coisa que eu queria: confrontar o passado. Meu passado me assombrava. Mas pior que tudo isso era me perder em pleno presente. Eu não deixaria minha Thalia passar por todo esse sofrimento se eu fosse capaz de evitar.

Quase toda noite eu sentia necessidade de manter a filha de Zeus proxima a mim. Thalia de alguma forma afastava, não por completo, mas o suficiente, aquele ser monstruoso e poderoso do fundo do abismo. Era o seu toque que me trazia de volta.

Como eu desejava que tivesse um lar normal, com pais normais, uma namorada incrivel e uma irmã de consideração como Annie e nada alem de sonhos com carros e outras besteiras do tipo. Eu queria sumir do mundo dos semideuses e me tornar apenas mais um na multidão de simples mortais. Mas isso não era possivel!

Não aguentei ficar mais tempo naquele abrigo. Assim que coloquei a cabeça para fora senti uma brisa fria me renovando as forças. Aquele vento quase gélido me forçava a lembrar que eu não estava no abismo; estava proximo a Thalia.

Passei então a observar  a estrada de terra proxima ao nosso abrigo. Eu reconheci o lugar no mesmo instante. Sempre que minha mãe tinha seus ataques (que eram muito constantes) eu fugia e me escondia o mais longe possivel... E em uma dessas fugas eu havia chegado até essa estradinha.

Senti meu corpo fraquejar e cair na pequena relva. Lagrimais insistiram em se formar em meus olhos, mas fui forte o bastante para impredir que ela caissem. O vento gélido foi redusido a uma brisa quente e agradavel. Como se acarisiasse meu rosto, a brisa me fez lembrar de Thalia. Sempre Thalia.

Eu seria forte por ela. Não deixaria que ela sofresse... Não podia deixar! As palavras ditas de forma confusa e distante pelo ser que habitava o abismo se perderam em minha mente. Elas não tinham valor; não significavam nada.

Passei então a me concentrar no caminho de volta para “casa”. Levariamo uma duas ou três horas para chegarmos a pé. Com Thalia machucada talvez demorasse um pouco mais.

Assim que as meninas acordaram contei a elas o meu plano de entrar e sair sem ser visto.Annie sempre parecia feliz com minhas ideias e propostas, Thalia por outro lado não gostou da ideia de retornar a uma parte do passado.

- Eu não acho uma boa ideia. – ela disse no instante em que disse o que planejava.

-Seremos rapidos e muito cuidadosos. Alem disso temos uma filha de Atena conosco. Podemos bolar um plano infalivel.

-Não Luke. Entenda, isso não é uma boa ideia. – Thalia soou inflexivel. Embora sua voz soase doce havia mais algo que eu não consegui indentificar de imediato.

Eu não aguentei. Eu estava sacrificando parte do meu bem estar para poder vê-la correndo em direção ao vento sem sentir dor. Gritei a ela com raiva:

-Por que não? Me dê apenas um motivo Thalia, para tudo isso! – assim que gritei Annabeth se assustou e se encolheu atras de Thalia.

-Porque isso te faz mal, idiota! – Thalia gritou comigo.

Minha expressão assumiu o choque e Annie se encolheu ainda mais atras de Thalia, segurando-lhe a barra da blusa.

-Você esta muito mais palido de que o comum, esta com olheiras enormes e seus olhos estão vermelhos. Isso sem contar que esta exausto. – Thalia falou em voz baixa de uma maneira que conseguiu me tocar mais do que gritos hitéricos. Annie relaxou um pouquinho.

- Eu não posso vê-la ferida dessa forma. – minha voz seguiu o tom de Thalia, assim como antes ela seguiu o meu. Cheia de pesar e dor, minha voz quase não saiu.

- E eu não posso ver sua alma sofrer uma dor a qual eu não posso curar. – Thalia olhou em meus olhos transmitindo medo e dor.

Um vento frio passou cantando entre os galhos das arvores mais proximas. Com ele vinham pequenas flores e folhas verdes. Saindo do meio de um arbusto, um coelho branco distraiu a menina loira e a fez seguir para dentro da mata deixando os dois outros meios sangues sozinhos.

- Thalia esse seu ferimento... – tentei começar, mas ela cortou-me as palavras.

-Não Luke. Meu ferimento é apenas físico. Se você for até sua casa...

-La não é mais a minha casa.

-... isso vai ferir você de um jeito que não deixara uma marca visivel. E eu não vou poder fazer nada para poder mudar a dor que você vai sentir.

Ambos tinhamos lágrimas nos olhos. O que ambos estavamos prestes a fazer deixaria grandes marcas em nossos corações. Marcas de saudade, magoa e principalmente dor. O que ambos fizemos foi abrir parte ne nossos corações e ceder as necessidades dos outros mesmo que isso nos doesse no mais fundo da alma.

Andamos durante um bom tempo pela estrada de terra observando os pequenos detalhes da paisagem ao nosso redor: As arvores altas, as pequenas flores se abrindo , algumas frutinhas em arbustos, o céu azul e um forte cheiro de mel... Quando você vive nas ruas aprende a valorisar cada minimo detalhe e coisa que conquista. Como sempre estamos com fome, nossos sentidos as vezes falham pela falta de nutrientes portanto poder admirar cada uma dessas pequenas coisas eu me fazia sentir muito mais vivo.

Annie sempre corria a frente brincando com o vento fazendo Thalia sorrir com a liberdade e felicidade da menina. Thalia andava devagar e as vezes mancando. Insisti em leva-la em meu colo, protegida em meus braços, como a menina independente que era, Thalia recusou todas as vezes que propus.

Depois de umas duas horas andando a respiração de Thalia ficou ofegante e seus olhos se fechavam com força em uma gesto típico para afastar a dor. Eu bufei e a tomei em meus braços tão rapido quanto um raio. Que ironia! Thalia abriu os olhos e olhou profundamente em seus olhos com uma visivel confusão.

-Você não vai escapar de mim! – rosnei para ela.

Thalia riu.

-Ei vocês dois. Vão ficar tão pra traz?

-Não Annie, nós já vamos! – respondi a pequena loira que agora tinha um pequeno lírio em mãos.

Depois de mais uma meia hora, estavamos cansados e com fome. A noite se aproximava deixando tudo escuro e sombrio. Thalia talvez não adimitisse, mas eu sabia que nesse momento ela temia até mesmo os céus.

Tudo estava tranquilo e sossegado... O grito de Annie foi cortante na noite calma. Senti o coração de Thalia disparar. A menina pulou dos meu braços e sacou o escudo tão rapido que achei que tudo fosse apenas um sonho ruim.

Era impossivel ver que fera estava atras de nós dessa vez. Thalia afastou uma Annabeth apavorada das sombras e de mãos dadas as duas correram. Saquei minha espada e Annie a sua faca. Thalia estava apenas com o escudo.

Enquanto corriamos tentei afastar da minha mente o pavor de perder as duas meninas ou de qualquer outra coisa que estava por vir. O que me veio em mente foi tão chocante quanto o monstro escondido nas sombras: Thalia corria na mesma velocidade que Annie e eu! Ela mancava bastante e a cada segundo fechava os olhos com força. Se todos nós parassemos eu tinha certeza de que Thalia estaria tão branca quanto papel.

Ainda correndo meus pensamentos se voltaram para o dia em que conheci a filha de Zeus. Na noite em que fomos para uma pequena caverna e acendemos uma fogueira, nos conhecemos melhor e com os olhos cheios de lágrimas Thalia me disse que nunca soube o que era estar realmente bem. Apesar de toda a dor que sobrecarregava aquele coração puro, Thalia não derramou nenhuma lágrima. Ela sempre seria a menina mais forte!

Sem que me desse conta, chegamos em uma rua habitada. Haviamos corrido por ruas de asfalto e eu nem reparara! Bom, chegamos a uma rua sem saida e com poucas casas. Senti meu estômago se revirar por inteiro. Paramos em uma casa cheia, do que eu suponho que seja, um monte de gnomos de jardim.

-Muito bem- disse respirando com dificuldade – Vou entrar sem ser percebido e pegar comida e remédio. Esperem aqui.

-Luke tem certeza? – Thalia perguntou com a respiração pior do que a minha.

- Não temos escolha! – grunhi – E você precisa tratar desse ferimento na perna.

Os olhos que eu mais amava demostraram algo que eu nunca antes havia visto: Magoa. Eu não tinha a intenção de magoa-la. De jeito algum eu faria isso de propósito... Thalia estava certa. Voltar me trouxe uma dor que não era física e eu não via como fazê-la parar.

- Esta é a sua casa? – Annie perguntou preplexa.

-Era. –murmurrei e antes mesmo de continuar com a resposta Annie fez outras perguntas.

-Sua mãe é mesmo horrivel? Nós vamos vê-la?

-Não – respondi secamente e assim como Thalia Annie ficou bastante magoada.

Uma dor profunda se formou em meu peito. Fora os fantasmas do passado que me magoavam e me perseguiam, eu estava destruindo com magoas e dores o meu presente e futuro... Thalia estava certa, eu não devia ter vindo!

Annie havia recuado para perto de Thalia com medo da minha reação.

Senti o corpo de Thalia fraquejar e a menina caiu no chão duro tentando normalizar sua respiração, com muita dificuldade. Meu mundo desabou junto com a menina. Annie correu para o mais proximo possivel de Thalia.

-Annie, cuide da Thalia. – A meninha colocou a mão sobre o ombro de Thalia e ambas me mostraram olhares levemente magoados – Eu... Me desculpe. Esperem aqui. Prometo que vai ficar tudo bem. Nada vai ferir vocês. Eu vou...

Um forte clarão iluminou toda a floresta. Senti meu corpo, tanto quanto as meninas, estremecerem. Ao ouvir aquela voz senti meu coração parar e lancei um olhar angustiado a Thalia.

-Você não deveria ter voltado para casa.

Hermes era o ultimo ser que eu desejava ver. Por que ele tinha que aparecer justo agora? Sua frase acima me encheu de fúria e a única coisa que consegui pensar foi: É... Thalia estava certa.


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Notas finais do capítulo

E...?
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