As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 17
Me concede essa dança?




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THALIA




Corremos durante muito tempo, até definitivamente não podermos mais sentir nossas pernas. Já era aproximadamente três horas da tarde. O sol forte brincava de esconde-esconde com as nuvens no céu azul.

Paramos no topo de uma colina apreciando a vista e parando para descansar. Sentamos-nos na sombra de uma grande macieira e ficamos no mínimo uma boa meia hora apenas recuperando o fôlego. Havíamos tirados os sapatos para poder sentir a grama macia.

Luke de repente olhou para mim de um jeito muito diferente. Seus olhos expressavam uma preocupação muito grande. Ele segurou o meu pulso com força e delicadeza ao mesmo tempo. Levantou o meu braço até a altura dos seus olhos e eu pude ver o que tanto o preocupava: meu braço estava todo cortado graças a Hidra.

Sem dizer uma única palavra ele pegou um cantil na minha bolsa, que eu nem lembrava que tinha, e pingou algumas poucas gotinhas do liquido no meu ferimento. Como mágica, minha pele foi voltando ao normal e já não era visível nenhum traço de sangue ou qualquer marquinha que denunciasse um ferimento.

Dei-lhe um sorriso agradecido e como resposta Luke se levantou e estendeu a mão para que eu a pegasse. Eu segurei sua mão e deixei que ele me erguesse.

–Esta com fome? – ele perguntou sem soltar a minha mão e com um sorriso muito meigo no rosto.

– Um pouco. – respondi com o mesmo sorriso que ele.

Nós dois olhamos para cima ao mesmo tempo e devo admitir que gostei muito do que vi. A macieira estava carregada de maçãs.

Lentamente soltei as mãos de Luke e me apressei a subir na arvore. Já estava no terceiro galho quando me pendurei como uma preguiça e perguntei sorrindo:

– Vai ficar parado ai? Vem me ajudar palhaço!

Luke riu e começou a subir na arvore. Quando chegamos ao meio da arvore, nos sentamos em um dos galhos e passamos a colher e comer os frutos. Eu nunca havia provado uma maçã tão suculenta como aquela, ou talvez tenha sido apenas a fome, não sei dizer ao certo.

Depois de comer umas três maçãs, Luke e eu voltamos a ficar em pé nos galhos e começamos uma espécie de pega-pega: Luke tentava me pegar enquanto eu subia em mais galhos. Parei em um galho com muitas (muitas mesmo) flores. A flor da macieira para quem não sabe é linda! É branca com apenas as pontas adquirindo o tom de rosa claro.

Distrai-me tanto admirando as pequenas flores que me esqueci de que estava sendo “caçada” por Luke. Ele pulou de um galho e parou atrás de mim. Ele reparou na minha distração e no que me distraia. Virei-me para ele a tempo de vê-lo pegar uma das flores. Com delicadeza ele colocou a flor nos meus cabelos e sorriu admirado.

– É impressionante o quanto você é linda Thalia.

Eu não tinha resposta então apenas sorri para logo em seguida Luke retribuir o sorriso.

Passamos a conversar sobre vários assuntos e a maioria deles não fazia muito sentido. Luke conseguiu arrancar varias risadas de mim. Depois de certo tempo, quando passou uma brisa um tanto mais forte passou, comentei como era lindo ver as folhas dançando no ar. Para minha surpresa ele perguntou:

– Você sabe dançar? – ele perguntou sem olhar nos meus olhos, mas olhando a paisagem a nossa frente.

– Sei... Por que a pergunta? – assim como ele eu olhava para frente.

– Talvez... Porque eu não saiba nada sobre dança. – ele comentou com um esboço de um sorriso.

– Mesmo?- não pude conter o sorriso – Então eu te ensino. – Luke olhou para mim sem saber o que expressar: surpresa ou alegria.

Pulei do galho até o chão coberto por uma relva bem verdinha e macia. De repente passei a enxergar a bela paisagem com ouros olhos: aquele lugar já era lindo sem ter que se prender a detalhes. Mas era exatamente isso o que eu fazia... Até Luke pular da árvore até o chão.

Eu respirei fundo e me dirigi á um local plano, exatamente no topo da colina. Luke vinha logo atrás de mim e me olhava com certa apreensão. Ao olhar para le não pude conter um sorriso.

– Vem. Não é tão difícil quanto você pensa. – disse a ele com a voz doce. Ele levantou uma sobrancelha como se discordasse totalmente.

Não pude conter o riso.

A essa altura, Luke já estava na minha frente e não parecia nem um pouco seguro do que aconteceria a seguir. Eu estendi a mão.

– Pegue minha mão.

Um pouco nervoso, ele segurou minha mão com uma delicadeza não usada antes.

–Respire fundo.

Ele fechou os olhos e respirou profundamente. Isso com toda certeza o acalmou. Ele abriu os olhos e sorriu para mim. Seu corpo agora já estava mais relaxado.

–Me puxe para perto.

Como se uma brisa leve me empurrasse para mais perto dele, Luke me puxou para frente quebrando a pouca distancia existente entre nós.

– Dê um passo.

Luke deu um passo para frente e eu dei um passo para trás. Ele desviou sua atenção de mim e olhou muito surpreso para os próprios pés. Pelo visto ele não acreditava que podia dançar... Até agora.

Com carinho, ergui seu queixo com um dedo, forçando-o a olhar nos meus olhos.

–Mantenha seus olhos presos aos meus.

Meu coração sabia e me dizia com confiança que nenhum de nós dois desviaria o olhar um do outro por nada.

Ainda de mãos dadas, ergui nossas mãos, guiando a mão dele até a minha cintura, onde ele segurou com firmeza e eu segurei sua outra mão. Luke esperava com toda a paciência do mundo pelo meu próximo comando.

– Agora, deixe este momento te guiar.

Ele sorriu e nós começamos a dançar.

Você deve e com certeza esta pensando que não havia musica alguma. Bom... Não havia mesmo. E como se aquele local soubesse disso, vários rouxinóis começaram a cantar; o som de água corrente, em um pequeno rio a uma certa distancia, se tornou mais claro e para fechar, uma brisa forte passou assoviando para nós. Uma melodia alegre e romântica Ambos paramos para admirar os acontecimentos inesperados.

Mais um acontecimento inesperado por mim: Luke estendeu sua mão para que eu a pegasse. E com um sorriso radiante perguntou:

– Então... Me concede essa dança?

Não me dei o trabalho de responder. Segurei sua mão e ele passou a me conduzir pela colina dando voltas e mais voltas até uma chuva gostosa, daquelas que te faz dormir, começar a cair.

Luke escorregou suas mãos até minha cintura e eu deslizei minhas mãos para o seu pescoço. Luke começou a girar no mesmo local aproveitando a chuva. À medida que ele girava comigo em seus braços, eu deixei meus braços cairem sobre os de Luke, para logo em seguida os meus braços estarem estendidos no ar. Paramos de girar e minhas mãos buscaram as mãos de Luke assim como as dele buscavam as minhas. Ele me vez dar uma, duas, três voltas.

Passei uma das mãos em seu pescoço enquanto a outra pendia ao lado do meu corpo.

Luke segurava minha cintura com uma das mãos enquanto a outra, assim como eu, pendia ao lado do corpo.

Quando enfim paramos, estávamos um de frente para o outro com os corpos separados por mínimos centímetros. Luke passou a segurar minha cintura com as duas mãos. Enquanto a minha mão, que antes pendia ao lado do corpo, agora estava também em seu pescoço.

– Então... Isso é um sim? – ele perguntou um pouco ofegante.

– Sempre foi. - respondi em um sussurro.

Nem preciso dizer que ele me puxou para ainda mais perto e selou seus lábios nos meus para mais um beijo apaixonado.


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Notas finais do capítulo

Capitulo inspirado na musica "can i have this dance"

O que acharam?

Bjs