Sobreviventes escrita por Ventanias internas


Capítulo 3
Dia anor... ops, normal.


Notas iniciais do capítulo

Entãoooo, como estou ainda com pouquíssimos leitores estou postando o capítulo 2 já.
Espero que gostem *-*



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01 de Fevereiro – Um ano atrás.

Acordei assustada, com o despertador velho e enferrujado gritando maluco sobre a cabeceira. “Seis da manhã, hora de acordar sua Maria mole, vamos! Levante, ou vai se atrasar para droga o colégio” Dizia meu ridículo subconsciente, me empurrando cama a fora tentando me incentivar, ou apenas me irritar. Levantei da cama num movimento bem devagar e espreguicei-me, levando uma das mãos ao rosto logo após olhar a janela e me deparar com o sol quente de verão. Andei arrastada até a cômoda e retirei minhas pantufas, as colocando ao lado da cômoda, a abri e retirei todo o pijama e enfiei gaveta a dentro. Arrastei-me de novo, em direção ao banheiro, passando pelo meu grande espelho na parede, ao qual levei um susto imenso.

- Mas que porra é essa?! Eu to horrível!

Parecia que havia levado um bons tapas na cara depois alguém teria bagunçado todo meu cabelo. Corri ao banheiro, lavei bem meu rosto e tomei um banho rápido, vestindo uma roupa aceitável. “Isso garota! Gosto dessa blusa vermelha coladinha, e essa calça, vestem bem em você! Agora, por favor, ajeite esse ninho de rato que você chama de cabelo!” Por sorte meu subconsciente, mas uma vez, reclamou de meu cabelo para que pudesse arrumá-lo em uma grande trança frouxa completamente negra! Coloquei meu tênis predileto e abri a porta. Como de costume Shiva me esperava ao lado de fora do quarto. Shiva é meu pequenino filhote de Malamute, é tão carinhoso e inocente que me sinto bem ao seu lado. 

- Vamos Shiva, Venha cá! É o meu maravilhoso primeiro dia de aula. -Falava ironicamente, revirando os olhos.

Apesar de ter 17 anos ainda morava com meus pais. Ricos e ocupados demais para dar atenção que se preze a sua filha, ou pelo menos passarem algum em tempo em casa. Na verdade, sinto que vivo sozinha. Mas tudo bem, não perderemos tempo com lamentações “banais” segundo minha mãe. Desci o Grande lance de degraus que havia entre o primeiro andar e o térreo de minha casa, onde encontrei a cozinha vazia, alguns pratos sujos e apenas um bilhete:

"Saímos mais cedo, faça seu café e vá para aula, tivemos que viajar… Voltaremos em duas semanas. Cuide-se"

Suspirei aliviada, estaria sozinha, simplesmente sozinha por algumas semanas. Apesar de tudo e de amar a companhia dos meus pais, admito que preferia ficar sozinha, do que ser ignorada por telefonemas e compromissos. Mas não tinha tempo para aproveitar agora, precisava engolir meu café e ir embora! Amassei o papei e o joguei em direção a lixeira rezando para que acertasse o alvo. Preparei um café quente com chantilly e canela. Fiz panquecas e joguei um pouco de mel sobre elas, enquanto lia o jornal. “Nossa, só tem mesmo tragédia?” Joguei o jornal para lá e tomei meu café quente, que desceu queimando pela garganta. Engoli as panquecas, peguei a velha mochila azul e saí pela porta de vidro.

Cheguei ao colégio arfando, e certamente agora, não haveria motivos para suspirar de alívio. Colégio, que leva a professores, que leva a matérias, que leva a provas, que leva respectivamente, a um adeus a minhas férias de verão. Coloquei o pé direito na porta rezando para que aquilo realmente me trouxesse alguma sorte este ano, -Sorri. Dificilmente traria. Entrei na Warlet, e corri com a cabeça um pouco baixa até meu armário. Não estava muito afim ou até mesmo com vontade para ouvir crianças de 17 anos falando de como suas férias haviam sido satisfatórias e cheias de histórias. Não me leve a mal, mas gosto de relacionamentos sérios, de pessoas sérias, que não achem que ainda vivem como adolescentes de 14 anos. Gosto de livros, poetas e rock antigo. O que hoje, e ainda mais neste colégio, é um milagre. Entrei com o pé direito também na sala de história que respectivamente era minha primeira aula semanal. “Aleluia” Meu subconsciente sambava de alegria. Começar a semana com uma aula que venero. Sentei-me em uma das bancas de madeira e apoiei a mochila em um dos pés ao chão. Vi as mesmas pessoas de sempre entrarem pela porta, será possível que não haveria ninguém novo? Não seria possível! Virei-me para o lado e recolhia meus livros, quando derrubei dois deles. “O que é bem comum, já que você é uma perfeita desastrada!”. E num movimento rápido vi um par de mãos brancas os recolherem. 

- Obrigada. -Agradeci boba, corando.

- Não tem de que princesa -Disse o rapaz.

Olhei rapidamente para cima, aquela voz rouca, estranha e doce, acompanhavam o rapaz mais bonito que já vi. Com cabelos negros e lisos, estavam num corte bagunçado. Sua pele clara, e com os olhos esverdeados, o rapaz me olhava sorrindo. Sorri de volta e peguei-me corando neste momento. Me ajustei rápido para que não percebesse que o admirava. “Minha nossa, acho que vou desmaiar, minhas pernas! Estão trêmulas!” Cale a boca subconsciente idiota! Observei-o a aula por completa, admito. E foi a primeira vez na minha vida que não entendi um assunto de história. E ao tocar o sinal o acompanhei discretamente sem acreditar. Suas aulas eram idênticas as minhas! Enquanto andava o observei um pouco mais, tinha um porte elegante mais um pouco desajeitado, deixava a calça meia caída, mostrando sua cueca da Calvin. Seu cabelo não era ajustado. Era um pouco forte, provável que malhasse. E sua voz rouca e doce me fizeram corar ao lembrar-me dela. Mas nem havia perguntado seu nome, ou se era novo na cidade, onde morava ou até mesmo se gostava de moças desorganizadas. -Sorri. O sinal tocou e era a hora do intervalo. Entrei no pátio que estava repleto de gente e discretamente o procurei enquanto organizava minha bandeja. Ele agora sentava sozinho em uma mesa, um lugar perfeito parar conversar.

Vamos sua idiota! Vá lá! Ele está sozinho” –Gritava apontado para ele meu subconsciente irritada por não ir até lá.

Brigava comigo mesma quando percebi que ele me olhava sorrindo, e num gesto com a mão, chamou-me para sentar ao seu lado.

- Ai meu Deus… Tudo bem. Vamos ande sua covarde! Cadê a Lis que agorinha estava querendo ir lá? -Dizia em um sussurro a mim mesma.

Depois de cinco dolorosos e relutantes minutos, estava na cara que estava morrendo loucamente de vergonha. Ele ainda sorria. E eu não podia permanecer que nem uma idiota aqui. Tomei coragem, muita coragem, e caminhei devagar a sua direção.

E se tivesse namorada? E se fosse louco? Chato? Metido? E se…Volte, volte! Não o quero mais!

- Oi - Disse corando.

- Oi. Não vai sentar? -Perguntou sorrindo. Batendo de leve na cadeira que estava ao seu lado.

Então com o coração na boca, e com meu subconsciente gritando desesperadamente, me sentei, coloquei minha bandeja sobre a mesa e pus a mãos do lado. Ele riu rapidamente e pude jurar que ouvia meu coração desenfreado. “Mas que droga é essa? Tu nunca ficou assim com menino algum! Se recomponha!” Me endireitei na cadeira, seguindo o conselho e o olhei corada.

- Então, como se chama? - Perguntou o rapaz.

- Me chame de Lis –Sorria, tentando parecer indiferente mordiscando a maçã.

- Só Lis? –Perguntou com as sobrancelhas franzidas.

- Bem, não curto muito meu nome, então só Lis.

Ele abriu aquele enorme sorriso e eu quase derrubei a maçã, tinha um sorriso branco e perfeito e eu cheguei a pensar que queria beijá-lo. Corei só de pensar na ideia.

- Mas e você… –Mordi a maçã mas desta vez não o olhei.- Como é seu nome mesmo?

- Meu nome é Pietro. Lis… Belo nome. –Sorria remexendo em seu cabelo.

- Pietro… Belo nome- Disse corando, depois de imitá-lo e rimos juntos.

Pietro… Tão bonito quanto o nome. E por incrível que pareça, o único garoto que realmente estava tendo o prazer de conversar. Pietro… Ta aí, vai que dá uma boa história?


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Notas finais do capítulo

Entãoooo? O que acharam? curtiu?
Espero que sim!
Por favor comentem o que acharam! Obrigadinha.
Por hoje é só!



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