O Canto da Vampira escrita por Gabriela Fortunato


Capítulo 9
Próximo do fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/32053/chapter/9

 

Capitulo 7- Próximo do fim


"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)


A volta para Forks foi silenciosa, Tânia dirigiu em silencio, eu ouvia apenas os soluços dela ao meu lado. Eu a amava tanto, e agora estava condenado a morrer lentamente, o que eu mais temia estava acontecendo.. eu iria deixa-la... O Sr. Butler havia aconselhado a começar o tratamento o mais rápido possível, ele havia me dito que eu não estava em fase terminal, era apenas o tratamento fazer efeito para eu me curar completamente. Eu me apeguei a essa esperança. Eu não queria morrer...

Chegamos em minha casa e entramos, meus pais estavam assistindo TV sentados no sofá, ao nos olharem e verem Tânia chorando e meu rosto arrasado, perguntaram o que havia acontecido. Lembro-me perfeitamente de tudo que foi dito...

-O que aconteceu Edward? Por que vocês estão assim? – ela perguntou aflita

-Mãe... – foi tudo que eu consegui falar... o simples pensamento de perde-los era inconcebível pra mim... Tânia vendo a minha dificuldade falou por mim

-Esme... Carlisle... – ela disse tentando se controlar – hoje o Edward teve um desmaio...

-Isso é serio meu filho? – Esme perguntou preocupada

-Me deixe terminar por favor... – pediu Tânia... eu só confirmei com a cabeça... – hoje ele teve um desmaio... e como não foi a primeira vez... eu o levei ao medico..

O Dr. o examinou e... e...

-E? Por favor digam logo!! – Carlisle interveio...

-E ele me disse que eu estou com leucemia – disse com toda a coragem que eu consegui reunir...

Eu sentia o choque deles perante minhas palavras... seria tão difícil para eles quanto para mim... Esme se levantou e me abraçou... aquele abraço reconfortante que só uma mãe consegue dar... um abraço que queria dizer que tudo ficaria bem de um jeito ou de outro...

Eu decidi que não queria contar para mais ninguém sobre minha doença.. eu não precisava da pena de ninguém... eu não suportaria ver pena estampado nos olhos das pessoas quando olhassem para mim ... e como eu esperava... minha família e Tânia ficaram do meu lado...

 

Seis meses se passaram. Seis meses em que o tratamento não fazia efeito. Seis meses em que eu não havia falado mais com Bella. Seis meses em que cada dia eu ficava pior. Seis meses em que minha morte aproximava-se.

Eu estava ficando cada dia mais pálido, cada dia mais debilitado, fraco, doente,  eram raros os dias que eu ia para a escola. E quando eu ia percebia o olhar de Bella me seguindo, em seu rosto eu via a desconfiança, via a tristeza, via a preocupação, como se ela soubesse que havia algo errado acontecendo. Eu fugia de seu olhar e isso pareceu que só piorou as coisas. Então um dia indo para a aula de literatura, com Bella atrás de mim tudo se escureceu e quando eu abri os olhos estava na enfermaria com Bella ao meu lado... ela me olhava com tristeza, quando viu que eu acordei deu um pequeno sorriso

-Quer dizer que o dorminhoco decidiu acordar?- sua expressão era suave, embora estivesse preocupada.

-Bella? ... Onde... ah não me diga que aconteceu de novo?!- eu virei o rosto para ela não ver as lagrimas que escorriam de minha face. Não a enganei...

-Edward... sei que esta acontecendo alguma coisa muito ruim com você. Esqueça nossos problemas passados e me deixe ajudá-lo, por favor?!

- Não Bella, não esta acontecendo nada, foi apenas cansaço.

-Cansaço? Por favor Edward não minta pra mim. eu vejo em seus olhos que você não esta bem, você esta triste, sofrendo e eu quero muito te ajudar! Estou tão preocupada com você!!! Você cada dia fica pior... pelo amor de Deus, Edward, me deixe fazer alguma coisa por você!

 

Eu já imaginava... pena... Bella estava sentindo pena de mim.

 

-Por favor Bella, da ultima coisa que eu preciso agora é que você sinta pena de mim. Eu não preciso da pena de ninguém, muito menos da sua!! Vá embora... –virei o rosto, doía em mim falar assim com aquela que um dia foi muito importante na minha vida, mais eu não precisava de sua pena. Surpreendi-me quando percebi que ela não havia ido embora, estava parada tão perto de mim. Eu senti seu cheiro, o cheiro dela era estonteante, ela era estonteante, tão linda...

-Edward... eu não sinto pena de você... eu jamais senti pena de você, você é tão importante pra mim... você é TUDO pra mim, será que você nunca percebeu que eu TE AMO?- gelei com suas palavras... percebi que havia esquecido de respirar - Nunca percebeu que tudo o que eu quero é te proteger? Nunca? – ela se aproximou de mim e fez algo estranho, ela parou com a cabeça um pouco acima de meu pescoço, por um momento eu pensei que ela fosse beija-lo, ela respirou fundo, levantou-se, passou a mão fria em meu rosto, hesitou por um momento e tirou-a rápido - É tão difícil ficar perto de você, é tão difícil me CONTROLAR perto de você, você é uma droga pra mim Edward!- ela parou, pareceu-me que estava pensando, depois continuou – Mas você também é a minha vida.. Eu sei que você não esta bem, eu sinto que você esta sofrendo. E já que você não quer me contar, terei que descobrir eu mesma.

 

Eu nada respondi, minha cabeça girava. Bella? Me amando? Não podia ser verdade.

Pena.

Isso sim ela sentia. E devia ser por isso que ela estava falando isso... eu estava confuso e ela não estava me ajudando.. por isso pedi que me deixasse sozinho... muito relutante ela me atendeu...

 

Aquela noite eu só piorei, a febre aumentava e com ela os delírios, onde eu via a morte tão perto de mim, em que ela vinha me buscar, em que ela vinha tirar as coisas mais preciosas que eu tinha... Minha mãe... meu pai... minha irmã... Tânia.. meus amigos... Minha mãe ia de hora em hora em meu quarto ver como eu estava... e sempre se decepcionava ao não ver melhora alguma...

No outro dia eu fui a clinica com meus pais e Tânia. O Dr. Bluter fez alguns exames, e assim que estes ficaram prontos ele veio ao quarto onde eu estava deitado. Sua expressão era pesada. Minha mãe que estava sentada ao meu lado levantou-se mal conseguindo conter o choro. Senti que algo estava errado.

-Edward... eu fiz tudo o possível. Como você já sabe o tratamento não esta fazendo o efeito desejado, e a doença esta avançando cada vez mais rápido. Os remédios já não estão mais adiantando. Sinto dizer...- ele hesitou por um momento-  mas você já esta em estado terminal.

Não podia ser verdade! Eu me negava a acreditar. MORTE. Esse era o meu destino eu já sabia, mas eu ainda tinha esperanças. Mas quando o medico falou aquelas palavras meu mundo desabou.

Eu ia morrer.

O fim estava próximo.

 

Voltamos para casa calados... ninguém tinha coragem de dizer coisa alguma... deixamos Tânia em casa e fomos para a nossa... fui direto para o meu quarto e me deitei... meu dia tinha sido péssimo.. e eu precisava descansar... logo Esme veio me ver e ela já começava a arrumar o colchão onde ela e Tânia dormiam quando ficavam comigo quando eu a parei e disse que ela não precisaria ficar...

Ela insistiu muito para dormir ali, afinal era seu dia no rodízio que ela e Tânia estavam fazendo... mas eu havia discordado categoricamente... ela estava muito cansada e precisava dormir um pouco...

-Não mãe! Você está muito cansada. – eu disse... – se eu precisar de alguma coisa eu chamo...

-Mas Edward...

-Mas nada mãe... vá descansar... se eu precisar eu chamo...

 

Ela saiu relutante... mas acredito que ela sabia que eu falava a verdade... ela precisava descansar.. e se eu precisasse eu chamaria...

Acho que tive febre durante a noite novamente e meus delírios tenebrosos voltaram... mas dessa vez eles estavam diferentes.... eu via morte vindo me buscar... mas ela já não me assustava tanto... pois havia alguém me dizendo que eu iria ficar bem... que existia uma chance pra mim ainda... que meu fim não estava próximo e que eu não ficaria sozinho...

Meu sonho mudou rapidamente... agora eu via Bella... e eu contava pra ela o que eu tinha... via seu semblante ficar triste... mas ela também me dizia que eu iria ficar bem... que eu não iria morrer.... que isso não aconteceria novamente...

Abri meus olhos sobressaltado... olhei ao redor e me vi sozinho em meu quarto... mas incrivelmente aquele sonho meu deu esperança... a esperança de que eu não iria morrer... a esperança de que meu fim não estivesse tão próximo...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Canto da Vampira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.