As grandes portas do Palácio iam se abrindo à medida que Odin e seu fiel escudeiro, Heimdall, passavam. A grande sala principal de Odin estava silenciosa, porém cheia de seus conselheiros que se levantaram quando o Deus a cruzou para tomar a ponta da mesa de ouro. Heimdall não saiu de seu lado.

- Amigos e sábios conselheiros, o Pai de Todos lhes traz uma informação – Odin disse, batendo seu cetro no chão.  

Do lado de fora do Palácio os príncipes Loki e Thor brincavam com sua mãe, que tentava manter os dois meninos entretidos enquanto seu marido deliberava com o conselho.

Heimdall, com sua voz grave e sábia, colocou ordem e silêncio novamente na grande sala, onde os conselheiros balbuciavam e duvidavam da sanidade de Odin.

- Sim, caros conselheiros, a garota é uma mortal do Reino de Midgard – Odin se levantou e disse novamente. – E será ela, apenas ela, que salvará nossa amada Asgard. Confiem, meus amigos. O Pai de Todos ainda sabe o que faz e fala. – E batendo mais uma vez o cetro no chão, Odin se sentou e acenou com sua mão para que Heimdall continuasse.

- O Pai de Todos tem razão. – O grande homem disse. – Odin esteve na terra dos Elfos a pedido dos mesmos. Lá lhe foi contado que nossa esperança é a garota humana. – Heimdall suspirou, lembrando-se do dia em que Odin foi mandado a Álfheim, um chamado urgente. Heimdall viu e ouviu tudo, como sempre. – Garota que tem fé e acredita que nós, Asgardianos, estamos sempre olhando por ela. Essa garota nos salvará quando a hora chegar. – Heimdall que até então estava em pé, se sentou e bufou.

Odin novamente se levantou e proclamou, pela última vez. – Ela está na idade humana de 10 anos, os Elfos da Luz me informaram que a data para ela vir está prevista para daqui a sete anos, onde sua idade humana se arredondará para 17. Lembrem-se, ela será o que Asgard precisa, por isso não tratem-na como uma mera humana.

O conselho se dissipou, não duvidando da sanidade de Odin porque, afinal, Heimdall via e ouvia tudo. Heimdall não mentiria.

- Olha mamãe, o papai terminou! – Thor, o filho primogênito de Odin, apontou para seu pai que estava da varanda apreciando a vista de Asgard. Loki, seu irmão mais novo sorriu quando Thor pegou sua mão e o puxou para seu pai.

- Papai! Papai! – Loki correu para abraçar Odin e Thor fez o mesmo. – Nos conte o que conversaram papai, por favor. – O menino de cabelos negros pediu dando leves puxões nas vestes de seu pai.

Odin se abaixou e abraçou os dois meninos, e lhes disse no seu habitual tom calmo, apenas uma mera informação do que foi deliberado. Ou melhor, uma pequena pista. – Daqui a sete anos, meus jovens príncipes, vocês irão saber.