Supremos Kings - A Saga escrita por MarryLeão


Capítulo 4
Conhecendo meus novos... amigos?


Notas iniciais do capítulo

Existe vários caminhos. Você pode escolher ficar parado e se entediar vendo sempre a mesma paisagem, ou talvez você pode ser levado pela multidão que passa apressada por você. Amanda escolheu seguir em frente, tentando trilhar seu próprio caminho.

(eu tive problemas com algum sinais, tive que substituí, espero que não atrapalhe a leitura)



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Amanda sentia uma dor irritante na cabeça. Quando abriu vagarosamente os olhos, uma luz muito clara fez com que eles ardessem, aos poucos ela conseguia distinguir formas e cores, era tudo claro demais. Ela estava deitada, não sabia onde exatamente se encontrava, parecia um hospital, mas ela tinha certeza que não era. Só sentia uma dor que latejava em sua cabeça. Amanda tentou levantar a cabeça para ver onde ela estava, gemeu de dor, causada por uma pontada na cabeça.

—Acordou? —Disse uma voz mais ao longe.

Amanda viu um garoto na frente de um computador um pouco distante dela.

—Está doendo muito? —A voz se aproximava.

Amanda não conseguia se concentrar nas perguntas, as coisas giravam ao seu redor.

—Não devia ter se levantado tão depressa, mas não se preocupe, já te dei a medicação necessária, logo vai se sentir melhor.

As coisas pararam de ficar dançando em frente a seus olhos. Ela observou a pessoa que estava ao seu lado. Seu cabelo, liso e castanho claro, caía em uma franja sobre sua testa, quase cobrindo seus olhos verdes. Amanda pensou que aquele cara faria muito sucesso com as garotas do seu antigo colégio.

—Onde estou? —Sua voz saiu um pouco fraca e grave.

—Você tá na enfermaria da nossa base. —Ele tinha uma voz doce, como quem não quer incomodar quem está dormindo.

—O que? —Amanda franzia o cenho.

—Na base secreta.

—O que foi que aconteceu? —Ela tentava lembrar quando foi que ela havia adormecido.

—Você bateu a sua cabeça, ou melhor, bateram ela pra você... —O rapaz respirou fundo.

—Bateram? —Ela unia ainda mais as sobrancelhas.

—Não lembra? —Disse preocupado.

Amanda balançou a cabeça, negando. Péssima ideia, ela fechou os olhos para fazer com que a sua cabeça parasse de martelar novamente.

—Quem é você? —Amanda abriu seus olhos.

—Sou o Einstein.

—Einstein... —Ela repetia para si. —Me falaram de você, foi o... Velox.

—E por falar nele, ele quer falar com você assim que estiver melhor. —Einstein deu um leve sorriso.

—Já tô melhor... —Ela realmente estava mais disposta.

—Tem certeza? —Ele deixou a impressão de que não era uma boa ideia.

Amanda acentiu o mínimo possível, para não ver tudo girando outra vez.

—Tá, vou chamá-lo. —Disse sorrindo.

Ela não pôde ver por onde ele saiu, porém, tinha quase a certeza de que foi por uma porta daquelas automáticas que se vê em filmes, ao menos o ruído metálico que ela fazia era semelhante.

Aos poucos, ela tentava se colocar sentada. A porta abriu. Era o garoto da janela, não que ela havia se lembrado do rosto dele, mas o jeito como andava, lembrava muito o garoto curioso da janela.

—Que bom que você já acordou, Amanda! —O garoto se aproximava da cama. —Quer sentar? Deixa que eu te ajudo. —Ele falava com um enorme sorriso.

Segurou o braço dela delicadamente e tentou erguê-la. “Ele não tem muita força...” pensou Amanda, “... Mas valeu a intenção”, e riu de seu próprio pensamento.

—O que foi? —O garoto achou engraçada a reação da Amanda e riu junto.

Seu sorriso era bem largo, seu cabelo meio bagunçado formava um topete estranho, como se ele tivesse acabado de acordar, ele parecia alto e magro também.

—Obrigada. —Amanda já estava sentada, sorrindo por algum motivo que nem mesmo ela sabia, entretanto, não importava, ela estava bem.

—Você engana com toda essa magreza, é pesadinha, heim... —Ele observava em um tom irônico. —Sua mochila pesava bem menos, ainda bem que foi o Velox quem te carregou!

Amanda corou e não pôde evitar que seus olhos se arregalassem por um instante.

—O que?... —O garoto disse tentando ler as expressões dela. —Ah, não precisa ficar assim não. —Começou a pensar em voz alta. —Se bem que eu nunca vi ele correr tanto como naquela noite, aliás, de qualquer jeito, não é possível ver ele correndo, e ele ainda me deixou pra trás, ele está bem preocupado com você, não que eu não esteja também, mas, sabe do que eu tô falando, né?

Enquanto ele tagarelava, Velox chega com o Einstein.

—Como você está se sentindo, Amanda? —Velox falou quando chegou, mas ficou ao pé da cama, um pouco distante em comparação aos outros dois.

—Já tive pior. — Deu um leve sorriso.

—Você está se sentindo bem mesmo? —Velox insistia.

—Eu não disse?... —O tagarela falou mais baixo.

—Disse o que? —Velox perguntou sério para o garoto ao lado da Amanda.

—Nossa! Como os seus ouvidos são ótimos! —Ele pareceu um pouco surpreso, e começou a rir, mas parou quando percebeu o olhar de Velox.

—O que foi que realmente aconteceu pra eu ficar assim? —Amanda muda de assunto.

Enquanto o Velox contava, de vez em quando o garoto tagarela curioso da janela interrompia acrescentando umas notas do seu ponto de vista. Amanda ouvia tudo aquilo com o olhar distante, era tudo verdade, uma melancolia tomava conta dos seus pensamentos.

—... Por isso, eu refaço a pergunta, —Velox concluía a história. —Você está certa de fazer parte da nossa equipe?

Depois de todas aquelas lembranças ruins virem à tona, ela sentiu um alivio ao recordar da sensação de ter esperanças novamente. Ela sentia que sua vida iria ser melhor se ela aceitasse. Aqueles três ao seu redor pareciam prometer que tudo seria melhor daqui para frente. Ela sabia que já tinha feito a escolha certa.

—Eu não poderia dizer outra coisa, nunca tive tanta certeza disso. —Ela estava eufórica por dentro.

—Então, —O garoto abriu os braços para Amanda. —Seja bem vinda! —Ele não hesitou em laçar, literalmente, a menina. Seus braços deram quase duas voltas em torno da Amanda.

—Cara, você vai sufocar ela... —Einstein riu.

—Ah, desculpa aí, Amanda. —Dramatizou estar sem jeito.

—Acho que vou me divertir muito com vocês. —Amanda ria, fazia tempo que ela não fazia isso.

—Assim que o Einstein te liberar, —Velox disse quando os risos diminuíram. —seu treinamento começa.

Amanda parou de rir, ficou só sorrindo. Velox observou a reação dela e depois saiu da enfermaria. Ela o seguiu com os olhos até lembrar que não estava só.

—Einstein, você é médico? —Amanda perguntou com um brilho no olhar.

—Não, eu só leio muito...

—“Muito” ainda é pouco... —O garoto fazia uma cara de falso assustado.

—Eu gosto de ler, e não me esqueço de nada do que eu já li.

—Meu sonho sempre foi ser médica, poder cuidar dos outros... —Ela se lembrava das conversas que tinha com a enfermeira do seu antigo colégio.

—E eu sempre quis ser ator! —O garoto não se importava em se intrometer na conversa. —Daqueles que têm suas fotos nas paredes do quarto das fãs!

—Só se for para espantar os mosquitos da dengue... —Einstein ria da expressão que o garoto fez.

—Não precisa acabar comigo... —Fingia estar ofendido. —Eu sei que você morre de inveja da minha beleza máscula!

—Não exagera! —Einstein se divertia.

Amanda ficou fascinada vendo como aqueles dois eram, fazia tempo mesmo que ela não ria tanto.

—Meu Deus! —O garoto fala de repente assustando os outros dois.

—O que foi? —Einstein estranhou a mudança de humor do garoto.

—Eu já sei qual será meu nome! —Ele dizia como se tivesse feito a descoberta do século.

—E precisava desse drama todo? —Einstein franzia o cenho.

—A partir de hoje, —Ele ignora a reação do Einstein. —Quero que me chamem de Esticado! —Disse dando ênfase no “Esticado”.

Einstein e Amanda se entreolham.

—Errr... Bom, você é quem decide. —O rosto do Einstein admitia que ele havia achado a escolha bem estranha.

—Amanda, —O garoto retornou com a euforia. —você também terá que escolher um nome pra você, se quiser eu posso te ajudar, —Ele tagarelava rápido. —Eu posso ajudar escolher um nome tão legal quanto o meu, já que seu poder é de congelar, pode se chamar Gelo, que tal? Não... ou então, Fria? Não, esse é péssimo, e se for Cristal? Tipo cristal de gelo. —Amanda só o escutava, pensando em como ele consegue falar tanto. —Pode ser também Branca de neve! Por que você é tão pálida quanto ela, só faltam os anões, o Einstein já é um, e o Velox é o Zangado!

—Ei, eu não sou baixo! —Einstein tentava parecer ofendido. —Vocês é que são altos! E o nome não é o mais importante agora, Amanda tem que se preocupar com o treinamento. —Logo que acabou de falar, se dirigiu para o lado oposto da sala.

O Esticado olhou para Amanda de um jeito como se estivesse dizendo o quanto sentia por ela, e que ele não queria estar no lugar dela, mas sempre com aquele jeito de palhaço.

—É tão ruim assim? —A garota ficou preocupada.

—Não, na verdade é o máximo, mas só quando não é o Velox que comanda... —Esticado falou de um jeito para deixar Amanda com medo.

—Amanda, —Einstein voltava usando luvas cirúrgicas, segurando uma seringa e um chumaço de algodão. —preciso tirar uma amostra de seu sangue para mais exames. E Esticado, é melhor você ir.

—Mas eu não estou incomodando ninguém, prometo ficar caladinho. —Passou o polegar e o indicador ao mesmo tempo pela boca, simulando estar fechando um zíper.

Amanda estendeu o braço e Einstein colocou um apoio sob o cotovelo dela.

—Você logo vai ficar bem, —Einstein dizia enquanto fazia os procedimentos para colher uma amostra de sangue dela. —se prepare, por que eu acho que é o Velox é quem vai acompanhar seu primeiro treino, ele digamos que... gosta de testar os limites das pessoas, o treino com ele é bem puxado.

—Toda vez eu saio quase morto da sala de treinamento. —Esticado respira fundo como se estivesse cansado só de lembrar.

—Eu pensei ter ouvido você falar que ia ficar calado. —Einstein já havia colocado a amostra de sangue em um pequeno tubo.

—Foi mal... É que não tem mais nada de interessante pra fazer aqui, já zerei todos aqueles jogos que você criou. —A expressão de tédio dele era hilária.

—Tem uma edição limitada de barras de cereais lá na cozinha... —Einstein comentou fingindo despreocupação.


—O que?! —Esticado arregala os olhos. —Por que ninguém me conta nada?! —Saiu apressado da enfermaria dando passos largos.

—Como foi para o Velox te fazer o convite para fazer parte da equipe? —A garota aproveita que o Esticado saiu.

—Na verdade, sempre fomos amigos, nos dois tivemos a ideia juntos. —Ele sorriu de canto.

—E o Esticado? —Amanda queria saber mais sobre cada um.

—Ele morava em um bairro pobre, se envolveu com gangs e as pessoas exploravam as habilidades dele, aceitou na hora o convite do Velox, ele achou o máximo. —Ele tinha um olhar distante enquanto lembrava.

—E o Velox? —Amanda tentava esconder seu interesse falando despreocupada.

—Como assim? —Einstein trazia no rosto uma desconfiança.

—Qual a história dele? —A menina tentava disfarçar o nervosismo que começava surgir.

Einstein fica calado por alguns segundos olhando para Amanda.

—Não é bom falar sobre isso... —Falou balançando a cabeça.

—É tão ruim assim? —Ela só ficava mais curiosa.

—Ele só quer que ninguém saiba.

—Mas você sabe, né? —Amanda tinha o cuidado para não falar bobagens.

—Sim, e quem sabe é por isso que eu o entendo. —Ele baixa olhar. —O Esticado, coitado, leva cada bronca, mas ele não se importa. —Einstein respira fundo e volta olhar para Amanda. —Se deite, e melhor descansar, terá um treino bem puxado logo logo.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado :)