O Despertar! escrita por Bárbara Cleawater Black


Capítulo 3
A floresta sombria!




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A floresta sombria!

 

 

 

Victoria se encontrava sentada numa pedra, seu avo andava de um lado para o outro como se estivesse com medo, ela o acompanhava com os olhos verdes esmeraldas  e tentava imaginar o que o deixava tão nervoso.

Eduardo parecia estar com medo, suas mãos tremiam como nunca, seus pensamentos estavam em sua neta com suas “lembranças” e seus poderes despertados, ele não sabia do que ela era capaz de fazer, sempre foi um mistério o poder de um vampiro, mais a cena que presencio de sua neta...

-vovô, tem como parar de andar?-Eduardo ouviu a voz angelical de sua neta, ele parou de andar e deu um giro nos calcanhares e olhou para sua neta que estava sentada abraçando a perna e seus olhos verdes esmeraldas  pareciam brilhar.

-não, você não sabe o que eles seriam capazes de fazerem quando descobrirem que você despertou seus poderes!-falou jogando as mãos para o alto, Victoria olhou para ele com um olhar inocente  com de uma criança.

Olho verde contra olhos verdes, Eduardo já podia ver através de seus olhos o que sua neta queria dizer, Victoria pulou da pedra negra e correu numa velocidade sub humana para dentro da floresta, seu avo não sabia o que dizer.

Eduardo permaneceu ali parado olhando a neta correr entre a imensidão verde, não podia acreditar que sua neta tinha despertado seus poderes e ter tido “imagens” de seu passado, seus olhos viajaram junto com sua mente ate sua neta que ainda corria entre as arvores.

Entre as sombras da imensidão verde, olhos vermelhos observavam os dois ocultando sua presença, um dos pares de olhos vermelhos saiu das sombras e assim que entrou em contato com a luz fechou os olhos e abaixou a cabeça fazendo seus cabelos loiros lisos caírem ao lado de seu rosto emoldurando seu lindo rosto, permaneceu assim por alguns minutos ate que levantou o rosto e seus olhos azuis acompanharam Victoria em sua trajetória.

-você vai ser minha!-falou com uma voz aveludada e parecia voz de anjo, abriu um sorriso que mostrava todos seus dentes brancos que pareciam terem sido esculpidos em diamantes, e voltou para escuridão e desapareceu como apareceu...Do nada.

Victoria andava entre as arvores que passavam ao seu redor como borrões, seus pés não encontravam o chão,seus cabelos pareciam estarem flutuando enquanto ela corria,a saia parecia dançar ao seu redor.

Ela puxou o ar mesmo sabendo que não precisava e sentiu a flagrância de hortelã e bromélia, ela parou bruscamente fazendo seus cabelos chicotearem seu rosto, seus cabelos negro azulados pareciam estarem emoldurando seu rosto e seus olhos verdes, quando ouviu passos rápidos indo a sua direção pulou no chão e usou sua força a fazendo dar um salto e parando em um galho em cima de uma arvore próxima, passou o olhar pelo território e viu borrões passarem rápidos um pouco longe da onde ela se encontrava.

Seus olhos já começavam a arder e seus dentes parecia pinicarem sua boca, ela fechou os olhos e deixou que seu extinto falasse por ela, assim que o invasor chegou perto, ela saltou da arvore com um rosnado que parecia com de um animal enjaulado.

Augustus corria entre as arvores sendo seguido pelo seu irmão Gabriel, ele sentia a fragrância de maças que ele tinha sentido vindo de Victoria e seguiu o rasto do cheiro dela que parecia penetrar em seu intimo trazendo a toa sentimentos já esquecidos, enquanto corria seu corpo parecia ser de outra pessoa.

-Augustus, cuidado!-ele ouviu o irmão gritar, mais não tinha mais tempo, o rosnado o fez parar.

Augustus praticamente por extinto pulou para trás dando um salto mortal e se chocando contra uma arvore, assim que tocou o chão olhou para o ser a sua frente e arregalou os olhos, ali se encontrava Victoria com os olhos vermelhos e os dentes caninos a mostra um pouco maior que os dentes de um vampiro normal.

-Victoria...

-o que ela esta fazendo aqui?-Gabriel perguntou olhando para a versão demoníaca de Victoria, seus olhos percorreram todo o terreno a procura de alguma coisa mais não encontrou.

-Victoria, não queremos machucá-la!-Augustus falou quando viu que Victoria ia dar um passo à frente mais ela só se agachou em posição de defesa e deu um rosnado para os dois.

-Augustus...

-essa não é uma boa hora para a gente brigar!

-não é disso que eu queria falar!-Gabriel praticamente falou raivoso e bravo, seu irmão sempre tinha que implicar, porque não esquece que eles irmãos e tente agir como um líder?Essa era sempre a pergunta que atormentava Gabriel.

-então é do que?

-cadê o velhote?

-velhote é o caralho!-todos ali ouviram uma voz rouca falar.

-vovô!-Victoria falou, ela fechou os olhos e depois abriu revelando lindos olhos verdes esmeraldas que pareciam inocentes.

-Victoria, ainda bem que você não matou ninguém.

-o que o senhor esta insinuando?-perguntou com uma carcaça que assustou seu avô que tentou falar alguma coisa mais não conseguiu, o que fez Victoria rir.

-vi, espero que quando chegarmos em casa você ainda tenha tanta alegria!-Edward falou mal-humorado.

-eu não queria acabar com a reunião em família mais temos que ir!

-porque?-Victoria perguntou com uma voz de criança.

-pergunta para eles!-Gabriel falou apontado para um grupo de criaturas esqueléticas e  pálidas, seus rostos pareciam terem sido postos em ácidos e seus olhos pareciam cristal, eles eram rápidos aquilo não se podia negar.

Edward olhou para sua neta e depois para os outros dois jovens vampiros que se encontravam ali, ele sabia que a chegada deles não era por acaso, mais não sabia se era por sua neta ou porque estavam atrás de uma reprodutora  para dar continuidade as raças de vampiros que estava entrando em extinção.

Victoria assim que viu aquelas criaturas arregalou os olhos e deixou que o medo a dominasse, seu corpo tremia e  em sua garganta surgia um bolo de bílis, seu estomago se contorceu em uma cambalhota.

-temos que sair daqui!-ela pode ouvir a voz de alguém mais não dava para reconhecer porque ela estava entregue ao medo.

-Victoria, Victoria...-alguém gritava seu nome, mais ela não ouvia, seus olhos estavam pregados no nada.

-não temos tempo, eu a carrego!-Edward falou enquanto pegava sua neta e a colocava entrelaçada entre seus braços fortes, Victoria se encolheu entre os braços de seu avo colocando a cabeça entre o busto e o peitoral dele.

-vamos!-Augustus tomou a frente se colocando entre eles e as criaturas, ele fechou os olhos e depois os abriu, agora só se podia ver olhos vermelhos sangue, seus dentes caninos cresceram, logo depois foi à vez de seu irmão se transformar.

Edward não podia fazer nada, ao não ser admirar aqueles dois jovens vampiros que com certeza tinham se tornando o desejo sexual e o sonho das meninas da cidade, ele queria tanto voltar a ser jovem mais sabia que era perigoso, mais perigoso que fazer a passagem.

-hei velhote para onde nos estamos indo?-Gabriel perguntou olhando do canto do olho para trás para ver se não estavam sendo seguidos, arregalou os olhos quando viu que não, estranhou mais não falou nada.

-velhote é o cacete!

-calma!Desculpa é força do apito!-Gabriel falou jogando as mãos para cima como se estivesse se rendendo.

-posso te perguntar uma coisa?-Augustus perguntou olhando diretamente para frente, ele tinha a postura de um líder e agia como um, se colocando na frente.

-pode!

-para onde estamos indo?-Gabriel perguntou olhando para trás, outra vez estranhou, porque não os seguiam?

-para a floresta sombria!-Edward falou olhando para frente mais depois desviou os olhos para sua neta que se encontrava entre seus braços encolhida, ela estava gelada, devia estar beirando a graus negativos, aqueles pensamentos foram como adagas afiadas para ele.

-como?

-isso mesmo, floresta sombria!

-porque?

-porque foi lá que Alexandria morreu.

-o que?-agora foi à vez de Augustus falar, ele não podia acreditar naquilo que estava ouvindo.

-isso mesmo, lá esses sangues pratas não podem entrar.

Augustus diminuiu a velocidade se pondo ao lado de Edward que olhava de vez em quando para Victoria que estava entre seus braços, Augustus podia ver nos olhos de Edward a dor, a angustia, a culpa, ele não sabia o porque daquilo.

-ela esta bem?

-sim, ela só esta cansada!-Edward respondeu olhando para Victoria que tinha seus cabelos como escudo.

Augustus assim que ouviu a resposta tomou a frente e comando a fuga, a cada passos que  davam se viam distante da floresta, seus olhos viajaram pela floresta verde que não se parecia sombria.

-para que lado?

-por aqui.-Edward falou tomando a frente, eles pulavam de galhos em galhos, ele de vez em quando olhava para Victoria em seus braços, quando chegou em uma arvore os cabelos dela se desgrudaram de seu peitoral caindo ao seu redor, eles pareciam mais longos e cacheados nas pontas.

Quando se deram contas já estavam longe da floresta, a cada passo que davam era como se estivessem andando sobre águas rasas, a lua já estava brilhando lá no alto e a escuridão era iluminada pela lua que dava um ar de mistério para o ambiente na frente deles.

A floresta parecia ter saindo daqueles filmes de terror, possuía neblinas que pareciam dançar ao redor da floresta, as arvores eram pinheiros negros com um pouco de neve em cima, assim que entraram viram que ali era frio e escuro...Sem vida, era uma floresta sem vida, o único barulho que se ouvissem era o vento frio do inicio da noite.

-vamos acampar por aqui!-Edward disse quando viu uma área perto de um riacho com águas cristalinas, pulou da arvore e colocou Victoria deitada na grama molhada, retirou a blusa dela e pode ver inúmeros cortes pelo abdômen dela.

-como ela conseguiu esses cortes?-Gabriel perguntou olhando diretamente para Edward, ele tinha medo do avô de Victoria.

-não sei como!-Edward falou tocando os cortes fazendo Victoria gemer de dor e não abrir os olhos, suas mãos passeavam pelo cortes examinando.

Edward se levantou e andou ate o riacho deixando para trás Victoria desacordada, os dois jovens vampiros viraram o rosto na direção da jovem desacordada e viram sua pele parecer um copo d’leite, seus cabelos negros azulados brilharem com um tom azul, seus cabelos emolduravam seu rosto sereno e lindo.

 Victoria soltou um gemido que não foi despercebido pelos três vampiros que a olharam, ela começou a abrir os olhos revelando lindos olhos negros, aquilo subsultou os três que a olharam assustados.

Ela abriu os olhos e começou a olhar em volta, não reconheceu o lugar a fazendo saltar e se por em posição de defesa, seu instinto falava que ali não tinha perigo mais algo dentro de si falava para tomar cuidado.

-Vi, sou eu seu avô!

-vovô!-Victoria falou em um fio da voz, colocou a mão na testa e desmaiou do nada sendo aparada pelo avô que a deitou na grama.

Edward mandou os meninos procurarem lenhas enquanto pegava um pouco de água no riacho, os jovens vampiros pegaram varias lenha e retornaram ao acampamento, a imagem que viram foi como se estivessem olhando para uma deusa virgem.

Victoria estava sem a camisa de manga longa deixando seu abdômen pálido em contato com a luz da lua, seu rosto possuía curvas magníficas e inocentes, seus cabelos negros se tornaram um tapete cobrindo toda a grama ao redor dela.

-podem por ali!-Edward falou fazendo os jovens vampiros saírem de seus desvios e verem que Victoria não era uma simples vampira, enquanto eles faziam a fogueira, Edward se sentou ao lado do corpo de sua neta e se se encostou a arvore negra e passou a olhar a lua no céu negreiro, sem perceber ele brincava com uma das mechas do cabelo dela.

Victoria se sentia mal, seus pulmões pareciam ter se enchidos de água de uma hora para outra, seu corpo parecia ter se tornada pedra. Lagrimas caiam de seus olhos e corpo do nada começou a ter compulsões tão terríveis que assustou seu avo que se jogou em cima dela, ela se debatia e esperneava, abriu os olhos que pareciam estarem fora da órbita, eles goravam sem direção.

-VI VI acorde!-Edward começou a gritar mais nada adiantava sua neta ainda se debatia e seus olhos pareciam querem sair, o corpo dela começou a flutuar e depois se chocou com tudo no chão, sua respiração voltou ao normal e seus olhos agora estavam fechados.

-o que aconteceu?

-não sei, precisamos ser rápidos!-Edward falava enquanto fazia carinhos no rosto de Victoria, seu rosto estava mais pálido que o normal e possuía olheiras, ele colocou a mão na testa dela e contatou que ela estava gelada.

-o que esta acontecendo?Nos diga Edward!-Augustus falou, ele naquele momento adquiriu a postura de um alfa, o que não passou despercebido por Edward que deu um sorriso de canto, não se podia negar que aquele rapaz seria um ótimo líder e alfa.

-Victoria não esta bem, precisamos esperar pelos primeiros raios de sol para levá-la ate Dominique.

-como assim?Não estou entendendo.-

-Victoria já começou a se transformar, mais temos um problema-falou e parou para suspirar e olhar para os jovens que o olhavam como se pedisse uma explicação-o veneno de um vampiro só começa a circular quando ele já esta pronto para a transformação, mais Victoria ainda só tem 15 anos.

-não estou entendendo, o que tem a idade a ver com a transformação?

-Victoria não é uma simples vampira, é filha de uma vampira com um humano, o que a faz  ser uma meia imortal.

A revelação foi como adagas afiadas para os jovens vampiros, Victoria não era uma simples vampira e sim uma criança imortal, algo raro e perigoso, sabem o que o conselho faria se soubessem sobre a existência de Victoria, aqueles pensamentos era como um gelo em seus estômagos.

Augustus se direcionou na direção da fogueira e se  sentou em um dos grandes troncos que se encontravam ali, seus pensamentos estavam em Victoria e suas crises, ela era diferente e ele sabia disso, não era o único que percebia isso e com certeza ele sentia um carinho especial por Victoria.

“Seria possível ela ser uma Angel? O que o conselho faria se soubesse que ela existe? E essas crises? O que ela tem? Quem ela na verdade?”.

Essas e outras perguntas brincavam na cabeça dos irmãos, os dois se viram numa espiral de pensamentos e sentimentos jamais imagina por eles, quem sabe Victoria tenha feito um coração de imortal bater (literalmente) mais rápido?

Edward se deitou ao lado de sua neta a puxando em sua direção, a abraçando fazendo assim que ela se sentisse aquecida, ele passeava as mãos nos cabelos macios de Victoria enquanto olhava para a lua que era a única testemunha do amor que um avô sentia em relação a sua neta.

“O que vai acontecer agora? Não quero perdê-la, você é a única que me restou, não posso deixar que saibam que você sobreviveu”.

Edward se encontrava pensando em sua família que praticamente entrara para a lista de caça e extinção, ele sabia que não podia negar que com a chegada desses dois jovens vampiros talvez Victoria pudesse dar continuidade ao clã, assim ele poderia descansar em paz, ele adormeceu pensando na vida de sua neta.

O dia seguinte amanheceu frio e com raios de sol tímidos, os vampiros foram acordando meio que preguiçosos, não se podia negar que dormir não era algo tão ruim como parecia ser, era como estar meditando.

Os jovens vampiros se direcionaram ate onde estava Edward que olhava para o rosto de sua neta que dormia deitada em seu colo, Victoria parecia estar a cada vez pior, sua pele parecia ficar cada vez mais pálida o que fazia as olheiras parecerem cada vez mais profundas, ver a linda menina se parecer com uma morta era como se estivessem em frente a uma tela de tv, não podiam acreditar que do nada ela piorasse.

-vamos, preciso levá-la para que Dominique cuide dela!-Edward falou se levantando, não queria perder a neta, se a perdesse era como se estivesse sendo arrancando dele uma parte importante.

-vamos!-Augustus falou concordando, eles apagaram o que tinha restado da fogueira com terra e saíram dali em alta velocidade.

O dia estava claro e belo, mais o vento cortante da manha era um fator contra nossos heróis, a cada estante Victoria dava um gemido de dor e angustia.

Por favor, de tempo, não quero perdê-la, ela é a única que me sobrou... Preciso que você agüente firme Victoria a gente esta quase chegando”.

 

O diário de Alexandria                                      

 

Sei que pode ser de ultima hora, mais acho que eles descobriram que sou a filha de deus, não sei como e nem o porque deles querem me matar mais preciso sair daqui não posso morrer ainda, preciso viver ate que  eles apareçam.

Há dois dias eu recebi a mensagem que fala que eu teria que acolher dois anjos, eu não sabia se eram os meus dois anjos, mais senti que a felicidade voltaria para mim, já que aqui eu me sinto como se fosse um ser anormal, sinto a dor, a luxuria e entre outros pecados desses humanos passarem para mim.

 Viver entre os humanos é uma experiência muito curiosa porque aqui ninguém tem o privilegio de confiar um no outro, sei que confiança é uma coisa valiosa porque hoje em dia, nesses tempos de guerra nem mesmo os mais fortes confiam entre si.


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