In Love ? escrita por Mylena
Notas iniciais do capítulo
Juro que tentei fazer com que esse capítulo não ficasse ridículo. Espero que dê certo.
Novamente, Jade não estava com sono na madrugada. Ela realmente tentou dormir, mas os pensamentos do dia anterior não saíam de sua mente. Não parava de pensar no garoto alto e bonito que fizera um desenho para ela. Tomando uma repentina decisão, levantou-se, calçou os coturnos e foi em direção à praia. Não que esperasse encontrá-lo. Ia até lá apenas por falta do que fazer. Mas, se o encontrasse, seria apenas uma boa coincidência...
Quando chegou, o garoto já estava ali, sentado no mesmo lugar em que estava ontem. Dessa vez, não trazia caderno nem lápis com ele. Jadelyn pensou por um momento em dar meia volta e sair dali, mas queria ficar perto dele. Simplesmente não sabia como puxar conversa com o garoto, como agradecer pelo desenho, e nem ao menos achou um motivo para brigar com ele. Então fez como ele no outro dia: apenas se sentou silenciosamente a seu lado. O garoto olhou Jade nos olhos e deu um sorriso torto encantador.
-Começava a me arrepender de não ter trazido meu caderno, já que você demorou para aparecer.
Sua voz fez a nuca de Jade arrepiar. Era forte, e ao mesmo tempo doce. Tinha algo que tornava impossível não prestar atenção em suas palavras, porque penetrava a alma de Jade. Reparou melhor no menino, já que tentou não prestar muita atenção nele na madrugada anterior. Tinha uma charmosa barba mal-feita. Alguns fios do cabelo arrepiado costumavam cair sobre os olhos, e ele possuía costeletas. Os lábios eram doces e convidativos, diferentemente de seu olhar, que era intenso e impossível de se desviar. Ele trajava uma camisa azul por baixo de uma jaqueta preta de couro com tachas. Usava jeans, presos por um cinto de couro, também preto e com tachas. Calçava as mesmas botas negras do dia anterior. O traje escuro entrava em contraste com a pele clara do garoto.
-Como pôde saber que eu apareceria? - retrucou Jade.
-Não sabia. Apenas tinha esperanças – respondeu o garoto, fazendo Jade corar. Prestando mais atenção no modo como ele falava, percebeu que tinha um lindo sotaque britânico.
-Então... – começou Jade, dando de ombros – você... desenha bem.
-Devo admitir que eu esperava um “ai meu Deus !! Eu amei seu desenho ! Namora comigo?!” – disse o estranho, imitando a voz de uma garotinha. Ao ver o olhar incrédulo de Jade recaindo sobre ele, continuou – Ei, relaxa, foi brincadeira. Nunca pensaria isso de você. Você parece ter atitude suficiente pra não ser igual ao que a sociedade espera das garotas adolescentes – pausou e olhou para a lua – Eu gosto.
Suas palavras fizeram Jade enrubescer novamente, coisa que não costumava acontecer com muita frequência. Para quebrar o silêncio que se seguiu, perguntou:
-Então, quem é você?
-Pensei que não fosse querer saber. Sou Scorpio. E, sim, é porque nasci em novembro, nem pense em rir.
-Não ia rir. Gosto desse nome. Não pergunte o porquê. É britânico, certo?
-Sim, vim de Londres. Recentemente, me mudei para Hollywood para cursar uma faculdade de cinema. O problema é que não consegui uma vaga... Vou ter que esperar até ano que vem, pra ver se liberam minha entrada. Agora me conte sobre você.
-Pode me chamar de Jade.
No silêncio seguinte, Scorpio falou:
-Eu faço uma mini-biografia dos meus últimos meses e você só me conta seu apelido?
-O que quer saber? Me chamo Jadelyn, mas todos me chamam de Jade, e curso o último ano do ensino médio em Hollywood Arts.
-Hollywood Arts... ouvi falar. Na verdade, sempre quis estudar lá, mas meus pais só me deixaram sair de Londres esse ano. Tem namorado, Jadelyn?
-Jade – corrigiu a menina. Sempre que ouvia a palavra “namorado” pensava em Beck. Tinha vontade de dizer que ainda estavam namorando e ainda estavam muito felizes, porque era isso o que ela queria. – Hm... na verdade, não – respondeu, ao invés disso.
-Os caras daqui são loucos, ou alguma coisa? – perguntou Scorpio – Também não tenho namorada. As meninas de Londres costumam dizer que sou arrogante e insensível, mas isso não é verdade. Eu apenas trato as pessoas como elas merecem.
-Não entendo por que te acham arrogante. Você não me tratou mal.
-Como eu disse: do jeito que as pessoas merecem ser tratadas – afirmou Scorpio, piscando e sorrindo para a menina, fazendo-a corar novamente.
-Eu... hum... tenho que ir, agora. Eu tenho... aula, mais tarde.
-Entendo perfeitamente. Eu também tenho que ir, trabalho amanhã. Afinal, preciso de dinheiro para me manter aqui – disse Scorpio, levantando-se junto com Jade – Espero te ver amanhã de novo – completou, e despediu-se da menina com um beijo no rosto, afastando-se em seguida.
Jade caminhou lentamente até sua casa. Não parava de pensar em um garoto que mal conhecia. Quando se deitou, adormeceu quase imediatamente.
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Críticas, elogios ou sugestões, deixem-me saber. Inspirem-me a continuar a história.