Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 13
Tempestade




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Mione saiu do Ministério em seu horário normal com a mente perdida em dois problemas que ela teria que solucionar o mais depressa possível. Primeiro convencer os elfos a aceitar as leis que ela tanto defendia e depois, emais difícil ainda, se entender com Ron.

Assim que colocou os pés na rua sentiu pequenas gotas de água molharem sua roupa e seu rosto. Ela sorriu e levantou a face em direção ao céu, permitindo que as gotas afagassem seu rosto.

O movimento de pedestres estava pequeno apesar de a chuva ainda estar bem fraca, e em apenas cinco minutos de uma caminhada rápida ela chegou a um pequeno restaurante frequentado por funcionários do Ministério Americano.

Uma balada lenta preenchia o ar se fundindo as vozes e risos dos frequentadores. A iluminação era parcial aumentando a privacidade de cada um. Caminhou até o balcão, rápida, e pediu duas refeições completas para um atendente um pouco mais novo que ela.

- Aqui está senhorita – disse ele lhe entregando a sacola e sorrindo de uma forma que Ronald desaprovaria – Espero que lhe agrade.

- Obrigada – ela respondeu apenas por educação.

- De nada – ele continuava a sorrir demais –Estamos aqui para isso!

- Ok – ela já estava sem jeito – Boa noite!

Ela não deu tempo para que ele continuasse a lhe oferecer seu sorriso e se encaminhou para a porta, mas antes que estivesse a uns três metros da saída ouviu alguém chamar seu nome.

Ela se virou e se deparou com John, que assim como o atendente lhe sorria demais. Porém desta vez isso não a incomodou.

- Olá John! – ela saudou-o assim que se aproximou da mesa onde ele estava.

- Olá! Não sabia que você andava frequentando este lugar também.

- Eu não resisto. A comida é uma delicia.

- Então me acompanhe – convidou ele.

- Ahn... obrigada pelo convite, mas terei que recusar. Vou comer em casa mesmo.

O loiro olhou para as sacolas na mão dela. As duas embalagens.

- Hum... entendo...

- Bom, preciso ir...

- Claro, então até amanhã!

- Até e boa noite!

Hermione chegou novamente à rua. A chuva estava mais intensa e era acompanhada de um vento frio que a fez se arrepiar dentro do casaco. Acelerou o passo em direção a seu apartamento que assim como o restaurante ficava próximo de seu trabalho, apenas uns vinte minutos quando ela andava tranquila e uns quinze quando ela estava apressada, o que era o caso.

Rony olhava pela vidraça a chuva correndo, nuvens cinza já cobriam todo o céu se espalhando tão rápido quanto surgiram. Naquela noite ninguém poderia ver a lua ou as estrelas, isso era uma certeza.

Foi até a cozinha buscar um copo com água e enquanto voltava para seu posto de observação encontrou Mione na sala, tirando o longo casaco molhado.

- Oi – disse ele meio sem jeito.

- Oi – respondeu ela sem transparecer sentimento algum.

Voltar a presença dele fizera todo o dia que transcorreu desaparecer, a levando de volta a briga de muitas horas antes.

- Trouxe comida – continuou ela – Espero que goste.

- Vou gostar – respondeu ele tentando não criar discórdia – Você sabe que quando se trata de comida eu gosto de tudo.

Deu um leve sorriso esperando pela resposta dela.

- Claro – ela não sorriu.

- Bom... acho que devemos continuar com a conversa de mais cedo – disse ele decidido.

- Você tem certeza? Estou cansada e não quero discutir mais hoje...

- Não! Eu também não – interrompeu ele rápido – Vamos apenas conversar, eu prometo.

- Tudo bem - ela respondeu depois de bufar e se jogar no sofá.

Ele se sentou também e colocou o copo a frente, em cima da mesinha.

- Eu estive pensando...

“Milagre”, pensou Mione.

- ...e acredito que você deve voltar para Londres...

“E ainda disse que não queria discutir”, pensou ela de novo.

- ...eu sei que você tem um bom emprego aqui, ...

“Verdade”

- ...já fez amizades... – ele fez careta por usar o termo amizade para John.

“Verdade de novo”

- ...mas bom... sua família está em Londres... seus ‘outros amigos’ também – ele falava na ordem da sua lista que já havia decorado – Londres é a sua casa e você conseguiria um emprego no Ministério de lá fácil, fácil, agora que você tem experiência e ... bom... eu estarei lá – concluiu ele rápido e corando.

Mione abriu a boca para falar, mas fechou de novo. Tudo bem que ele estava tentando induzi-la a algo, mas ele usara boas justificativas e não apenas um discurso furado cheio de ciúmes. Ela tinha que lhe dar o crédito.

Segurou a primeira resposta que veio a mente, que não era muito agradável e tentou modifica-la para que ficasse educada e não ofensiva.

- Olha Ron, não posso negar que o que você disse tem lógica, mas eu estou bem aqui. Tenho uma boa vida, sou respeitada no que faço e faço o que gosto...

Suas palavras soavam falsas para sí mesma. Sabia que podia fazer o mesmo que fazia na Inglaterra e quanto as pessoas, apesar de gostar de John, seus sentimentos por ele nunca chegariam próximos ao que ela sentia por seus parentes e amigos em Londres.

- Não pretendo desistir de tudo e voltar – continuou.

Ela sabia que quem falava era sua teimosia. Ela lhe dizia que se ele era o culpado de ela ter ido para lá agora ele teria que aguentar as consequências de tê-la longe dele, mesmo que isso a machucasse tanto quanto ele ou até mais. Ela não resistia a agir assim.

- Mas você pode ter tudo isso lá Mione – ele estava determinado e ela se assustava, pois temia que se ele continuasse ela cedesse – Olha, lá tem seus pais, aposto que você sente saudades deles. Também tem o Harry. E minha família, ela também é sua...

- Não posso desistir agora Rony. As coisas não vão bem por aqui. Não posso simplesmente...

- Aceitar que é melhor você voltar? – ele perguntou mantendo a voz no mesmo nível de antes, evitando quebrar sua palavra sobre não discutirem – Você não pode aceitar que você estar aqui é uma tolice?

Tolice?,pensou ela, ele era o tolo e não ela.

- Tolice? – ela deixou o pensamento sair – Isso não é tolice – a voz já começava a se esganiçar.

- Você é esperta Mione – sua voz ainda mantinha o tom – Sabe que estou certo – ele não pensava em desistir.

Mione se levantou de supetão, o assustando.

- Não Ronald Weasley! Você não esta certo! – ela começou a gritar– VOCÊ NUNCA ESTÁ! VOCÊ FEZ TUDO ERRADO! SEMPRE FEZ! DESDE O COMEÇO! – ela parou apenas para recuperar o folego e usar o indicador para apontar para ele – VOCÊ SEMPRE AGIU ASSIM. NO BAILE DO QUARTO ANO. NO SEU NAMORO COM A LILÁ. NAS SUAS ATITUDES EGOISTAS E IDIOTAS! VOCÊ SEMPRE FAZ TUDO ERRADO! – ela começou a chorar, enquanto ele permanecia pasmo.

Ela continuou, com a voz saindo fraca como se os gritos anteriores tivessem tirado suas forças:

– Porque você demorou tanto? Porque você esperou o Krum me convidar para o baile para perceber que eu era uma garota? Porque você se agarrou com aquela vaca da Lilá na frente de todo mundo? Porque você abandonou a mim e ao Harry? Porque você esperou eu partir e estar longe para me dizer o que sentia? Porque você me fez acreditar que você não me queria? E porque você ainda me faz sofrer tanto?

Ronald se levantou quando percebeu a pausa. Ela continuava chorando silenciosa olhando para o chão. Ele ficou bem em frente a ela.

- Mione... eu... eu...

- Eu tenho a resposta Rony – ela o fitou de novo e ele viu toda a amargura em seu olhar – E sabe qual é? Você é um idiota! Você é o maior idiota que já existiu na face da terra!

Ambos estavam chocados com o que ela dissera.

Ela não entendia o que se passava consigo mesma. De onde viera aquilo tudo e de comoela tivera coragem de jogar tudo na cara dele. Ela não conseguia mais encara-lo e correu para o seu quarto onde se trancou.

Ele parecia não acreditar no que ouvira. Hermione, a garota que ele amava e que dizia ama-lo também, pensava isso dele. Seu coração estava pesado. Sua mente fervilhava mergulhada em confusão.

Se jogou novamente no sofá. Ficou lá por um tempo que ele não soube precisar. Pensava em tudo. Do momento que a conhecera até aquelas ultimas palavras ditas e ouvidas.

E enquanto pensava ouviu um ruído vir da mesma janela que ele fitava mais cedo. Caminhou até ela e percebeu um pequeno vulto do outro lado.

Quando finalmente distinguiu a imagem a sua frente a abriu rápido. Uma coruja cinzenta média entrou balançando as penas molhadas e depois lhe ofertou o pequeno envelope amarrado em sua perna.

Rony estendeu o braço, pegou a carta e viu que apesar de ter o endereço de Mione era destinada a ele. Leu-a em segundos. E em menos de dez minutos Rony partia da casa de Hermione. Saindo para o que já havia se tornado uma tempestade.


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