O dia amanhecera nublado, Grissom estava com Catherine numa lanchonete, bebendo café e comendo Donuts. Grissom meio que estava sem fome, Sara não aparecera durante a noite.

–Sara vai voltar Gil.

–Você acha?

–Tenho certeza, as lembranças estão levando ela até você. Provavelmente vai querer te ver de novo, tentar entender. Ela está confusa.

–Eu vi no olhar dela a confusão, o sentimento de estar perdida.

–E ela está apaixonada por você, o amor dela traiu-a, ou melhor, traiu Dereck.

O celular de Catherine começa a tocar, ela olha para Grissom e atende.

–Catherine. Como?... Eu e Grissom estamos indo.

–O que era?

–Warrick e Nick acharam um cofre no quarto de Laura e conseguiram abri-lo, eles querem nossa presença lá.

–Então vamos.

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William estava deitado na cama de barriga para cima, olhando para o teto, os pensamentos a mil. Queria encontrar a mãe. Abraça-la, beija-la. E socar Dereck até ele perder os sentidos. Sua vida teria sido mais fácil se Dereck não estive lá pra perturbar sua mãe

–Não vai adiantar...

Willian levantou num pulo, sentou-se na cama e olhou para a entrada do quarto. Cristina estava encostada na patente da porta.

–O que não vai adiantar?

–Socar Dereck até ele perder os sentidos...

–Consegue ler pensamentos agora?

–Não... E não me compare com Laura...

–Como chegou aqui?

–Ônibus.

–Seu pai sabe que esta aqui?

–Sabe sim... Eu e Mark viemos.

–Por quê?

Cristina se sentou ao lado do irmão e olhou para o chão

–Laura foi assassinada.

–Me deixa adivinhar: Dereck?!

–Parece que sim.

–Droga!

–Você gostava dela?

–Ruiva ela não era...

–Não quero ouvir.

–Porque não?

–Culpa dela Dereck nasceu e está até hoje infernizando a mamãe.

Eles ficaram em silêncio por um minuto, sendo interrompidos por Mark que vinha correndo da cozinha.

–É bom que essa correria seja por uma boa causa e não só pra...

–É por boa causa. –interrompeu Mark- Sobre mamãe.

–O que tem ela?

–Will, Ruiva... O localizador dela apitou no mapa, mesmo que por poucos segundos, mas apareceu.

–Ou seja, há chances de encontrarmos ela.

Alegrou-se Cristina

–Então, isso significa...

–Que a memoria falsa que Dereck deu a ela pode estar dando falhas. – Completa Willian

Eles se olharam com esperança, esperança de que Sara volte, porque a ausência dela era imensa.

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A sua frente se encontrava uma cachoeira, escondida entre alguns matagais, distante de Las Vegas. Ela não se lembrava do porque, mas foi atraída por suas lembranças até esse lugar. Era algo especial, sentira. Queria poder lembrar-se de mais coisas, coisas verdadeiras, as quais Dereck tomou. Sua cabeça não parava de doer desde que começou a duvidar de Dereck, precisava encontrar uma solução e essa solução, pensava ela, seria Gil Grissom. Estava decidida a visita-lo novamente.

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Nick, Warrick e Greg se encontravam diante de um cofre sobre a mesa na sala de evidências, Grissom e Catherine se juntaram a eles a alguns instantes imersos em pensamento. Dentro do cofre joias e papéis, dinheiro e números anotados em folhas soltas.

–Alguma coisa? –Perguntou Catherine

–Varias coisas... Encontramos duas cartas, uma para Grissom e Sara e a outra pra você Catherine.

Catherine se surpreendeu com a revelação de Nick, e não foi a única. Ela pegou o envelope e abriu, depois de ler pra si mesma olhou em volta com a boca entre aberta.

–O que foi Cath?

–Escutem isso: Minha cara Catherine Willows sei que mal me conhece, no entanto eu conheço sua família, sua mãe é maravilhosa, mas sinto informar que seu pai, Sam Braun, não seja. Ele e meu falecido marido eram próximos, próximos até de mais; e agora Derek está no mesmo caminho em comunhão com Sam. São parceiros e provavelmente ele tem alguma pista de Sara, ou ambos. Também quero que saiba de algumas pequenas verdades: Antes de me casar, eu tive um caso com Sam Braun, e o resultado desse caso amoroso surgiu Dereck. Sim, ele é seu meio-irmão. Sara não sabe ainda, mas desconfia. Sobre o chip, Sara não ficará com as lembranças que Dereck a deu para sempre, algo ativará suas próprias lembranças, porém o chip irá fazer com que Sara sempre volte para perto de Dereck. Não sei exatamente como faz para desativa-lo, mas desejo do fundo do meu coração que vocês consigam salvar minha filha. Catherine eu sei o quanto você é forte e minha sincera desculpa pelo passado.

Todos ficaram em silêncio, Eles não sabiam o que falar, principalmente Catherine.

–Dereck é meu meio-irmão. Temos que falar com Sam.

–Cath você esta bem?

–Estou sim Warrick.

–E a outra carta? –Pergunta Greg

–Temo que seja pessoal e que seja lido com Sara presente.

–Concordo com a Catherine. E se você estiver bem iremos falar com Sam.

–Pois iremos agora mesmo.

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Cristina e Willian se juntaram aos “tios” no escritório do sitio. Sam e Dean estavam inquietos. Os outros aparentavam ansiedade.

–Se o localizador de Sara apareceu no mapa, significa que ela esta recuperando a memoria?

–Em parte Sam –Responde Calleigh – Ela esta se lembrando de pequenos fragmentos e quando ela os relembra o sinal aparece, mesmo que seja por alguns segundos.

–Ok, mas isso é bom ou ruim?

–As duas coisas Willian, esse chip pode afetar sua memoria ou outra parte do cérebro. O que quer que seja que ela esteja lembrando tem haver com o pai de vocês - Mike olha para Cristina e Mark.

–Nós já sabemos disso, diga-nos uma novidade?

–Calma ruiva.

–Não quero ficar calma, quero ficar irritada.

–Cris nós todos estamos ansiosos pela Sara...

–Sam, você é uma ótima pessoa e você também Dean, mas eu não quero ouvir isso, eu quero minha mãe de volta.

Willian coloca a mão no ombro da irmã e responde:

–Todos nós queremos.

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Sam estava em um bar de seus cassinos quando Catherine e Warrick o encontraram.

–Não sabia que vinha aqui.

–Catherine! Que prazer em vê-la.

–Pena que eu não diga o mesmo. Precisamos conversar.

–Conversar sobre?

–Sobre Dereck Sidle.

Sem ter alternativa Sam os levou até o escritório, e assim que fechou a porta lhe disse:

–Bom, não acho que o assunto seja agradável.

–Pare de fingir Sam, nós sabemos que ele é seu filho. Laura nos contou.

Se Sam ficou surpreso não demostrou, seu rosto continuava o mesmo, ele respirou fundo e respondeu:

–Quando ela contou?

–Ela deixou uma carta. E sabe o que mais dizia nela? Dizia que você e Dereck são parceiros. Que tal nos contar tudo?

–O Garoto me procurou há algumas semanas.

Warrick que até agora ficara em silêncio se pronunciou:

–Então, você sabe o paradeiro dele e de Sara?

–Não. Ele só me pediu para ficar de olho na mãe dele. Ninguém sabe onde ele se esconde.

Catherine perdendo a paciência. Bate as mãos na mesa e olha fixamente para Sam.

–Dereck é um psicopata!

Sam não respondeu apenas a olhou, foi Warrick quem quebrou o silêncio.

–Você esta preso por ser comparsa de Dereck.

–Quero o meu advogado.

–Vire-se com as mãos na cabeça.

E assim Sam foi algemado e conduzido para a delegacia. Do terraço do outro prédio Dereck observava tudo com um meio sorriso.

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Já era onze da noite quando Grissom chegou em casa, Mark e Cristina passariam a noite no sitio, tudo estava silencioso; ele estava se acostumando com a presença dos filhos em sua casa, amando-os cada dia mais. Quando colocou sua jaqueta em cima da cadeira que percebeu um cheiro familiar, um cheiro de rosas. Sara, pensou ele. Dirigiu se até o quarto e foi quando a viu. Encostada na janela com uma blusa branca e calças jeans, assim que o viu ergueu o olhar.

–Você não veio noite passada.

–Não, eu não vim. Eu não... Não devia estar aqui também. Mas é como se você fosse um imã. Você me atrai de um jeito... Eu tenho lembranças.

–Sara, fique e eu posso ajudar.

–Eu me lembro de dois adolescentes. Uma ruiva e um garoto com o cabelo acastanhado.

–Nossos filhos.

–Minha cabeça dói muito, eu... Não consigo pensar.

–Mark e Cristina estão com saudades de você. Fique e podemos ajudar.

–Não posso. Tenho que voltar.

–Por quê?

–Porque eu pertenço a ele.

Grissom ficou sem palavras diante da declaração de Sara.

–Sara você não pertence a ele.

–Você não esta entendendo. Eu não tenho vontade própria, sou como uma boneca nas mãos dele. Eu tento me buscar, mas quando faço isso minha cabeça começa a doer.

–Sara...

–Por favor, pare.

–Se realmente tenho filhos com você é porque no passado já tivemos algo, não é?

–Sim.

Quanto mais Sara se aprofundava nas perguntas e procurava entender as coisas ao seu redor sua cabeça parecia que ia explodir. Uma lembrança a invadiu pegando-a de surpresa.

“Ela estava na cozinha de uma casa preparando salada, quando duas crianças apareceram correndo e dando risada, parando uma em cada lado de Sara.

–Vocês estão com cara de que aprontaram alguma coisa.

–Não aprontamos nada mamãe. –Respondeu a menina ruiva.

–Verdade. Mamãe eu “tô” com fome.

Sara riu e olhou para os dois.

–Vão lavar as mãos que o almoço já está quase pronto.”,

Sara teve uma leve tontura e Grissom foi ajuda-la a se equilibrar, sentou-a na cama olhando com carinho para a moça.

–O que houve?

–Uma lembrança.

De súbito Sara se levantou e junto com ela, Grissom.

–Preciso ir embora, preciso fazer essa dor parar, preciso...

–Por favor, não vá.

Se desvencilhando dos braços de Grissom, Sara caminhou rapidamente até a janela, deu um solto e correu logo em seguida sem olhar para trás.

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Quando Sara chegou Dereck estava sentado no sofá com as pernas em cima da mesinha de centro com ima garrafa de cerveja na mão e o controle de TV na outra.

–Pensei que tivesse esquecido onde fica sua casa.

–Não sei mais onde é minha casa.

Dereck a olhou com um súbito raio de raiva que não a intimidou, antes ela daria um passo para trás involuntariamente; hoje a vontade era de estapeá-lo até ele contar-lhe a verdade.

–Maninha, sua casa é aqui, comigo, ao meu lado. E não adianta fugir.

Sara nem se deu ao trabalho de responder e foi direto ao quarto, uma onde de tontura a abateu e ela teve que se sentar na cama para não cair. Foi então que mais uma lembrança veio

Ela estava em um campo, com os cabelos ainda ruivos, o sol brilhava forte em uma tarde fria. Mas o campo estava esplendido, com um ar delicioso. Ao seu lado um garoto com os cabelos castanhos claros e uma calça jeans surrada. Estavam lado a lado sem dizer uma palavra.

–Não sei como você consegue ficar aqui olhando pro nada.

Ela riu.

–É bom pra limpar a mente.

–A sua mente.

–Mike?

–Oi?

–Tem certeza que quer deixa-la?

–Certeza, não. Mas tenho que ir. Alias, eu fui à casa dela e ela não estava.

–Você pode ir atrás dela.

–Melhor não. –Ele praguejou baixinho, ela sabia que esse era um assunto torturante para Mike. – Mas e como vai o Willian?

–Sam o levou para o parque, William precisa ser normal.

–Com os pais que tem? Ele não vai ser normal.

Eles riram juntos.

–Eu vou sentir sua falta.

–Nós vamos manter contato Sara. E pode ter certeza que eu também vou ter saudades suas.

Dito isso Mike se levantou e saiu...

Sara voltou à realidade com um choque, uma dor de cabeça imensa, ela se lembrou de Mike e consequentemente de Don, Calleigh, Aiden, Dean, Sam e de Willian. Lembranças vagas, porem um momento importante.

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Todos estavam cansados, principalmente Mike, o monitor estava branco, sem nenhum sinal de Sara, os outros estariam dormindo, o mais provável é que estariam tentando. Nem Mar e Cristina que eram jovens e tinham que repor energias conseguia dormir direito. Ao abaixar os olhos para o monitor viu que um ponto vermelho se acendeu, a localização de Sara. Logo, copiou o endereço antes que sumisse. Uma esperança se renovou.