Olhos Negros escrita por Emma blue


Capítulo 8
Capítulo 8 - Tudo que é bom...dura pouco...


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem...
Boa leitura ;)



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–Pessoal, quero que conheçam alguém. – Um homem. Alto. Magro. Cabelos negros e compridos até a altura dos ombros. Barba com certas manchas branqueadas. Olhos negros profundos, e seu queixo quadrado faziam o par perfeito, o deixando com feições duras e com olhar nada amigável. –Esse é Lótus, o mais novo diretor e parceiro da Instituição.

Nada foi dito. Apenas respirações alteradas e olhares aterrorizantes. Ao ouvir o nome do tal homem, foi como se levasse um choque ao se lembrar do que Társis havia falado sobre ele naquela tarde no córrego. Inclinou sua cabeça levemente para o lado olhando disfarçadamente para Serena. Seus olhos estavam arregalados. Sua respiração ofegante e suas mãos tremiam como se estivesse com frio. Olhou também para Társis. Sua expressão era de desapontamento e raiva. No fundo, no fundo Angel sabia que ele também temia a Lótus. Társis também olhou em sua direção. Seus olhos diziam algo. Algo que ela não conseguia identificar. Olhou para baixo cortando a forte ligação e olhou para Lótus. Ele a olhava. Por um momento sentiu arrepios. Ele a encarava com aqueles olhos sombrios e assustadores. Sentiu seu corpo estremecer.

–Vão para seus quartos e arrumem-se,pois serviremos um jantar ás oito em ponto em comemoração á volta de nosso diretor. – Góor estava cega. Não era possível ser tão ingênua. Será que ela não via ou sentia como o clima naquela sala estava pesado? E o seu dom? Não conseguia ler as mentes dos alunos e ver que estavam em pânico? Principalmente Serena, pensou Angel.

Todos foram se encaminhando para as escadas. O clima estava tenso e qualquer um podia perceber. Angel foi encaminhando-se para seu quarto. Passou em frente á varias portas. Todas fechadas. Nunca contara quantas eram. Seu quarto era no final do corredor. A última porta. Foi contado-as

–Um...dois...três...- Um barulho a interrompeu.

–Psssiu!!- Ouviu novamente. Olhou para trás. Ninguém. Na verdade um braço. Com uma mão. E com o dedo indicador movendo-se para frente e para trás. Alguém a estava chamando. Com passos curtos e lentos foi andando em direção ao braço.

–Rápido!- um sussurro. Tinha quase certeza de que era...

–Társis? – Ele a puxou para dentro da sala.

–Vem comigo – Disse puxando-a pelo braço e levando-a em direção a uma escada. Uma sala rústica e pequena. Apenas três cadeiras velhas e duas estantes pequenas com vassouras de palha jogadas sobre elas. A escada era pequena. Subimos. Uma biblioteca. Enorme. Prateleiras e prateleiras. Com livros e mais livros.

–Uma biblioteca? – perguntou Angel sem entender o que exatamente estavam ali.

–Vem! –Foram por entre as prateleiras. O cheiro de poeira, umidade e livro velho estava impregnado no ar. Pelo visto havia anos que o sol não via este lugar, pensou. Chegaram próximos a um sofá. Um sofá velho.

–Sente-se – Társis tinha os olhos assustados.

–O que esta acontecendo? –Angel não conseguia entender

–É o seguinte... Precisamos sair daqui.

–O que? – As palavras saíram mais altas do que ela esperava.

– Precisamos sair daqui... Eu, você... E quem quiser vir conosco.

–O que? – Ela não estava escutando isso. Era impossível.

–Eu sei que é loucura. Mas temos que sair daqui. Fugir. Ir pra longe. Bem longe.

–Társis, você está bem? – Angel colocou levemente as mãos na testa dele. Estava quente, mas não em estado febril.

– Estou... Mas estou preocupado. Você não sabe o que passamos com esse cara. Ele é perverso e estranho. E com certeza faz mal pras pessoas... Você viu a cara da Serena.

–Vi... Ela estava... Tremendo...

–Então...Acha que esse homem fez bem á ela? Claro que não...E com certeza não vai fazer bem a você...

–A mim? Por que a mim?

–Eu vi como ele te encarava hoje lá no salão...

–Eu percebi... Sabe, acho que devemos esperar um pouco...Vai que ele mudou..Sei lá

–Bom, a aparência dele continua a mesma de dois anos atrás...

–Mas nós não sabemos se ele mudou... Por dentro.

–Ah, eu não sei... Mas tudo bem... Não vamos fugir agora. Mas se acontecer alguma coisa estranha com qualquer um de nós... Promete que foge comigo?

–Prometo... – Angel o olhou nos olhos. O que era aquilo? Aquela sensação estranha que sentia quando seus olhos se cruzavam? Társis chegou mais perto. A respiração estava quente e ofegante. Angel conseguia sentir o cheiro dele. O que a deixava em êxtase. Era a mistura do cheiro da chuva, terra molhada e flor de laranjeira. Não sabia por que sentia tal. Chegou mais perto. Seus rostos próximos. Olhos fechados. Ele a beijou. Um beijo longo. Quente. Angel não conseguia pensar. Era algo maravilhoso. A sensação de poder estar próximo dele. De senti-lo.De tocá-lo. Ele a encostou sobre o sofá. Suas mãos acariciavam os cabelos de Angel. Cada vez mais próximos. Cada vez mais sem fôlego. Mas era impossível parar. Seus corpos pediam mais. Era involuntário.

–Tars... – Disse olhando-o nos olhos e respirando – Acho que devemos...

–Tudo bem... –Se afastou um pouco. Sem parar de olha-la nos olhos. Seu olhar era hipnótico.

–Sabe... eu nunca havia...

–Não acredito...

–Juro! – Ele deu um sorriso. O mais lindo do mundo, pensou Angel. – Acho que devemos ir... - Disse, mas não era sua vontade. Sua vontade era ficar ali. Do lado dele. Pra sempre.

– Não que eu queira... Mas vamos... – Angel sorriu.

Társis segurou sua mão. Sentia-se segura. Sentia que enquanto estivesse de mãos dadas com ele, nada de mal poderia acontecer.

Passaram por entre as prateleiras, rumo a escada. Mas algo os chamou a atenção. Um choro baixo, seguido por soluços. Eles se entreolharam. Foram descendo as escadas devagar. E na ponta. No último degrau. Serena. Chorava.Soluçava.

–Serena?-Disse Angel largando a mão de Társis e descendo mais depressa. Serena se assustou ao vê-la. Parou de chorar. Mas os soluços continuaram. Angel sentou ao seu lado, enquanto Társis sentava no degrau de cima. Angel abraçou-a.- O que você tem? Fizeram algo com você?

–N-nã-não – A palavra saiu soluçada.

–E por que está chorando?

–P-por q-que e-estou com m-medo –Disse desatando a chorar novamente.

–Medo de que? –Perguntou Angel, já sabendo a resposta.

–D-do Lót...- Serena não terminou a frase. Só deu tempo de Angel segurá-la.

–Serena? Serena?- Angel entrou em desespero. Társis a ajudou a segurá-la. Ela havia desmaiado. Angel colocou as mãos na testa dela.

–Está pelando de febre. Corre Társis! Chame alguém!

Társis saiu correndo. Mas alguém o barrou na porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Deem reviews pessoal!!! Recomendações?? haha'
bjos