Eu fiquei a aula inteira encarando o novo aluno, o Damien. Ele parecia ser um daqueles góticos que tinham antigamente, eu não lembro o nome deles. Eles sairam da escola, alguns deixaram pra lá esse negócio de ser gótico, dizendo que era ‘’gay’’ e outros apenas pararam de ser. Só sobrou aquele menino da franja tosca que eu ainda converso, sim, eu sou amiga dele, e aquela garota, a Henrietta. Epa, lembrei o nome de um! Quando eu menos percebi, Cartman estava na minha frente, me encarando. E para completar, ele gritou um ‘’BU!’’ altão.

- AAAAAAAAH! PORRA CARTMAN! NÃO ME ASSUSTA DESSE JEITO, CACETE! – Ele começou a rir feito um babaca. Mas que merda! – Porra Cartman! Para de rir! – Ele não parava. Dei um tapa no ombro dele para ver se ele parava, e funcionou. Ufa.

- AI! Mas que porra, Bebe... – Ele não pareceu estressado, Apenas segurava o ombro dele, como se tivesse quebrado.

- Ah, Cartman, não deve ter sido tão ruim assim e... AAAAAAAH! QUE PORRA É ESSA?!? – Cartman tinha uma queimadura Enorme no ombro dele. Era nojenta, ainda sangrava. – Cartman, me desculpe...

- Urgh, i-isso não foi nada...

- Oque foi isso, cara?

- Minha mãe. Ela começou a usar drogas. Não queria contar para ninguém, mas você é confiável, é minha melhor amiga. A única que tenho, na verdade. E-Eu havia escondido vários cigarros dela para ela não achar, fiz isso com todas as drogas também, e ela... Não gostou muito. Ela começou a me espancar... – Ele dizia isso com lágrimas nos olhos. – Me bater de cinto, e se eu não falasse onde tudo estava... Ia ser pior... – Ele começou a chorar. Ah, Cartman, Não chora, mas que porra! – Eu falei, ela pegou os cigarros, e começou a queimar eles na minha perna, e nos meus braços... – Ele mostrou as feridas. Ai. – Eu não quero voltar para lá Bebe... Não quero...

- Está tudo bem Cartman... Tudo vai ficar bem, tá legal? Eu prometo. – Eu abracei o Cartman, cara, nunca pensei que ele sofresse tanto... – Pode ficar lá em casa, se quiser... Meus pais já me abandonaram a muito tempo... – Sim, eu morava sozinha. Meus pais se mudaram e eu quis ficar com a casa. Como eles pouco se cagavam para oque acontecia comigo, foi fácil. Eu vi um sorriso se formar no rosto do Eric. Bingo.

- Sério Bebe? Eu te adoro, cara! – Ele começou a comemorar.

- Está bem. Mi casa su casa. – Disse com um sotaque francês ridículo. – Vamos na sua casa pegar suas coisas, está bem?

- Bebe, nem sei como te agradecer, cara... – Ele já tinha lágrimas nos olhos denovo.

- Não me agradeça. Agradeça aos filhos da puta dos meus pais que me abandonaram e me deixaram com uma casinha inteira para mim – Depois disso nós rimos e fomos para a nossa última aula do dia. O pesadelo do Eric. Minha Kriptonita. A AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

- Certo. Vou formar duplas com os alunos, vocês vão ficar algemados e vão ter que subir aquela montanha – O professor apontou para uma mini-montanha de escalada – Com uma mão só. Sem equipamentos de segurança. Se algum de vocês cairem, fudeu.

Ele começou a dizer as duplas. Cartman e Stan, Kyle e Wendy, Token e Clyde, Butters e Craig, fulano e sicrano, Beltrano e seiláquem, Eu e.... DAMIEN? Ah não. NÃO.

DAMIEN?

D-A-M-I-E-N?

ダミエン?

Ah pa puta que te pariu, professor.

- Melhor não cair, loirinha.

- Tem mais perigo de você cair do que eu, milorde. – Pronto. O garoto já não gostou de mim. Segurei a mão de Damien. Era... Fria demais... Todos em South Park tinham a mão gelada por causa da neve, mas a dele... Caralho.  Começamos a subir, eu já estava quase no topo, e Damien estava tendo algumas dificuldade para subir. Para melhorar, o Estrupício caiu. De novo. – Mas que merda Damien, para de cair, cara!

- É mais... Difícil do que você pensa... Nunca fiz isso na vida...

- Ah tá, blablabla. Sobe. – Puxei a algema e ele subiu e parou no meu lado. – Agora vai na frente. – Dito e feito. Damien subiu e chegou no topo, e me puxou para cima. Fomos os primeiros a Chegar, incrivelmente, Stan e Cartman chegaram em segundo. – Como o Cartmam não pesou? – Sussurrei para Stan.

- É só deixar ele ir na frente, e ser puxado depois. – Ele sussurrou com um sorriso. Stan seu aproveitador.

O sinal tocou. Fui chamar o Cartman para ir pegarmos as coisas dele, mas uma coisa me puxou. Me virei para ver oque era, era o Damien.

- Damien? Me solta, cara!

- Só vou te perguntar um troço, aí eu te solto.

- Fala.

- Você conhece um tal de Mccormick?

- Mccormick? Quis dizer... Kenny Mccormick?

- Sim, esse mesmo.

- Kenny morreu faz 5 anos, se veio procurar ele, está meio atrasado.

- Esse filho da mãe... Vive fugindo do inferno...

- Como..?

- Ah, é uma história muito longa. Depois eu te explico tudo. Tchau loirinha. – Depois disso ele do nada... Sumiu. Que nem uma sombra. Puf.

- Garoto esquisito...

- HEEY BEBEEE ! – Era Cartman.

- Finalmente te achei Balofo. Vamos para sua casa pegar suas coisas?

- Ah, Claro. Só não respire muito quando estiver lá. Cheira a maconha.

- Ah... Saquei.

- Bebeee! Cartmaan! Posso ir embora junto com vocês? – Kyle chegou atropelando Cartman, e logo levou um tabefe do mesmo. – Mas que porra Cartman!

- Vem logo, Kyle. – Logo dei uma risadinha. Aqueles dois eram engraçados, pareciam os caras de pau.

- Hey Bebe, isso aqui no seu cabelo é um cacho? Pensei que eles estivessem em extinção. – Kyle pegou uma mecha do meu cabelo.

- Ih, é mesmo...

- ‘’Eu sou o Kyle, me preocupo com o Cabelo das meninas e sou Judeu!’’ – Disse Cartman, imitando a voz de Kyle.

- Vai te fuder, Cartman!

Eu comecei a rir. Paramos em frente a casa do Cartman, aquele lugar realmente emanava cheiro de maconha.

- oque vieram fazer aqui? Geralmente a gente vai para a casa da Bebe...

- Cartman vai buscar suas coisas, ele vai morar comigo.

- COMO? – Para o Kyle parar de estranhar, o Cartman precisou contar a história Toooooda de novo, chorando e tudo. – Ah entendi... Vai lá então.

- Você não vai? – Perguntei.

- Eu não. A mãe do Cartman parece uma prostituta que come criancinhas.

Cartman não falou nada. Ele deve concordar com que o Kyle diz. De repente, perdi a vontade de entrar nessa casa...