Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 73
Capitulo 73 – O Retorno


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais um capitulo aí pra vocês.
Eu sei que depois de eras não vale, mas enfim... Espero que gostem!
Boa leitura!



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Caspian pegou sua amada em seus braços e correu para leva-la ao castelo. Ele a levou para o antigo quarto deles. As coisas de Susana ainda estava lá. Sua bela e luxuosa penteadeira, seu guarda-roupa e sua estante com seus livros preferidos.

Caspian iria deixar esse quarto. Não aguentaria ver as coisas de Lilliandil no lugar das de Susana.

No caminho para o quarto Isabelle, Pedro, Edmundo e Carly os encontraram e seguiram Caspian até lá. Susana respirava com dificuldade, mas estava claramente viva. Parecia um pouco mais pálida que o normal e um pouco mais magra também.

Edmundo já entrou no quarto com os médicos e eles começaram a examiná-la.

— Bom, parece que ela está realmente viva e com saúde, apenas está dormindo. Mas como isso é possível? – perguntou Médici.

— Isso só pode ser obra de Ravenna – disse Isabelle, preocupada. – Esta não é Susana, é um clone! E se é a verdadeira Susana então sofreu uma lavagem cerebral!

— Isabelle, os únicos poderes que Ravenna não tem são de fazer clones ou controlar a mente dos outros. Devemos ficar felizes pois nossa Susana voltou! – comemorou Carly.

Caspian ainda não conseguia acreditar, continuava a olhar para sua esposa pasmo e feliz.

— Cas... – sussurrou Susana.

Caspian aproximou-se dela surpreso e pegou sua mão. Passou a mão nos cabelos de Susana, antes estavam sedosos e belos, agora estavam ralos e sem vida.

— Alex... – sussurrou Susana novamente.

— Susana! Meu amor... Estou aqui... – disse Caspian com grossas lágrimas caindo de seu rosto.

Susana não respondeu. Caspian então beijou seus lábios delicadamente, eles estavam frios e não tão macios quanto costumavam ser, mas ainda eram os belos lábios dela.

Susana abriu os olhos lentamente e um sorriso iluminou seu rosto. Lágrimas desceram de seus olhos quando ela avistou Caspian.

— Meu amor... Você está viva! – comemorou Caspian.

— Sim – disse Susana sentando na cama.

Caspian a abraçou fortemente e a beijou. Um beijo lento e acalente. Como Susana estava com saudades de seu amado... Ela queria abraça-lo e abraçar Alex como se não houvesse amanhã, e passar o resto da vida perto das pessoas que mais ama.

— Eu te amo! – disse Susana para Caspian.

— Eu te amo mais!

Quando eles perceberam: Isabelle, Pedro, Edmundo e Carly estavam assistindo aos dois como se estivessem assistindo um romance em um teatro.

— Own! Vocês dois são tão lindos juntos! Eu shippo tanto Suspian – disse Isabelle abraçada a Pedro.

— Você não é a única! – disse Carly abraçada a Edmundo.

— Onde está Alex? – perguntou Susana.

— Ela deve estar brincando com Rillian e... – Caspian travou, nesse momento ele lembrou que estava noivo de Lilliandil.

— Er... Su... Sentimos muito sua falta, mas... Você sabe por quanto tempo desapareceu? E como acabou voltando? – perguntou Pedro curioso.

— Tudo que eu me lembro é de ter caído acidentalmente no rio Tártaro, e depois me lembro de sentir meu corpo queimar, não lembro de mais nada, apenas de agora, mas sei que passei muito tempo fora, quanto tempo fiquei desaparecida? – perguntou Susana preocupada.

— Caído? Você não escreveu um bilhete de suicídio? – perguntou Caspian pasmo.

— Bilhete de suicídio? – disse Susana. – Essa história está muito esquisita!

Susana tinha que se fazer de desentendida para enganar seus amigos, doía o peito, a alma e a dignidade, mas era necessário para derrotar os inimigos.

— Susana, estamos felizes que você voltou, mas... Você passou muito tempo fora, as coisas mudaram! – disse Caspian, de repente toda a alegria e surpresa que ela estava sentindo agora pouco se transformou em medo e vergonha.

Claro que a descoberta de que Susana estava viva anulava o noivado de Lilliandil e Caspian, mas mesmo assim algo dizia a Caspian que ela não gostaria nada de saber que eles iriam casar na próxima semana.

— O que mudou? Quanto tempo se passou? Aconteceu algo com Alex? – disse Susana preocupada, mas dessa vez ela estava realmente preocupada.

— Alex está bem e só faz um ano que você... morreu. Mas é que... Lilliandil e eu estamos noivos – disse Caspian.

Uma tonelada de chumbo caiu sobre o útero de Susana.

— O quê!? – gritou a esposa de Caspian, furiosa, deu uma tapa forte na cara dele.

Caspian sentiu que mereceu esse tapa. Ela tinha sido completamente sincera nesse ato.

— Como pôde? – disse pasma. – Há quanto tempo estão noivos?

— Amor, nós só estamos noivos há três semanas, mas agora que você voltou o noivado está cancelado obviamente. Você é minha esposa, o amor de toda minha vida – disse Caspian.

Susana sorriu aliviada, por um momento o que ela mais temia tinha virado realidade.

— Onde estão Lúcia e os outros? Eu quero vê-los!

Lúcia entrou atordoada no quarto e quando viu Susana entrou em prantos.

— Minha irmã! – gritou e correu para abraça-la.

As duas conversaram a sós por um momento e Lúcia explicou a Susana que a culpa de Lilliandil e Caspian estarem noivos era dela e implorou pelo perdão da irmã. Susana ficou com raiva é claro, mas acabou entendo a posição de Caspian e se sentiu um monstro quando soube que ele chorava por ela todo dia, mas daí ela lembrou de sua missão.

— Bom, e você sabe se Lilliandil e Caspian já dormiram juntos? – perguntou Susana preocupadíssima.

— Não, por quê? – perguntou Lúcia.

— Eu não quero outro bebê bastardo na minha vida! – disse Susana com raiva.

— Su, deixe disso... Mas ei! Vamos falar de coisa boa! Vou mandar organizar um banquete para comemorar a sua volta! – comemorou Lúcia.

— Lu, não é preciso! – disse Susana. – Hoje eu só quero descansar um pouco, e agora, preciso ver minha filha! Como ela está? – perguntou Susana.

— Mais linda impossível! – sorriu Lúcia.

Susana sorriu lembrando-se do rostinho de Alex, devia estar bem diferente agora, pensou.

— Você tem cuidado bem dela? – perguntou Susana.

— Muito bem, obrigado! – disse Lúcia em tom bem humorado.

— E... Ela já aprendeu a falar? – perguntou Susana.

O clima entre as duas mudou por um momento de silêncio. É claro que Susana sabia o que aquele silêncio significava.

— Bom... Ainda não, mas ela falará quando estiver pronta – disse Lúcia tentando animá-la.

Susana ficou desapontada ao saber disso.

— Que bom que você está de volta. Precisaríamos de você de toda forma nessa guerra. Aslam! Como é bom te ver minha irmã! – disse Lúcia.

— É tão bom te ver também irmã. Mas Lúcia, caso eu morra nessa guerra, quero que cuide de minha filha! Não deixe ela nas mãos de qualquer uma, principalmente alguém como Lilliandil!

— Ei! – disse Lúcia, um calafrio subiu pela sua espinha. – Você não vai morrer, você está aqui conosco e você mesma irá criar sua filha!

— Deus te ouça! – disse Susana.

Susana tomou um banho confortável em sua banheira e vestiu um confortável e belo vestido de veludo.  Ela estava pronta para ver sua filha, mas com Alex ela não precisaria mentir, ela iria ser sincera e ela estava pronta para morrer de chorar quando a encontrasse.

Lúcia desceu com Susana até o quarto de Alex. Ela abriu a porta devagar e lá estava Alex brincando com suas bonecas de porcelana com uma amiguinha, uma boneca era mais bonita do que a outra e na mesma hora Susana desabou em prantos quando viu o quanto ela havia crescido em apenas um ano. A expressão séria e confiante ainda permanecia no rosto da pequena, seu cabelo estava mais bonito, maior e mais sedoso, ela usava uma franja, a franja que Susana sempre quis que ela usasse, mas na época ela não tinha cabelo o suficiente, suas maçãs do rosto estavam rosadas e sua pele era branca e macia igual á da mãe. O nariz, a boca e o queixo ela herdara do pai, mas seus claros olhos azuis estavam lá... Os olhos que ela herdara de sua mãe.

— Olá – disse Susana com o rosto cheio de lágrimas olhando para Alex.

Alex parou de pentear os cabelos de sua boneca e olhou para Susana boquiaberta, uma lágrima fina escorreu de seus olhos.

— Venha Lizzy, elas precisam ficar a sós – chamou Lúcia e Lizzy foi embora.

Susana sentou na cama de sua filha, as duas se encarando com um sorriso, um dos raros sorrisos de Alex. Alex deu sua boneca para Susana e pegou outra. A pequena Alex se lembrava de Susana, ela lembrava vagamente de uma figura materna que cantava, lia e lhe dava carinho, mas ela só tinha dois anos, não sabia que Susana era sua mãe.

— Alex, mamãe sentiu muito a sua falta – disse Susana engasgando em choro.

Outra lágrima escorreu dos olhos de Alex e ela subiu no colo de Susana e a abraçou fortemente. As duas passaram horas brincando de bonecas no quarto até Caspian entrar.

— Como estão as duas mulheres da minha vida? – perguntou Caspian e ambas sorriram.

— Vocês são as coisas mais importantes da minha vida – disse Susana.

Caspian pulou na cama de Alex e os três deram um abraço bagunçado. Caspian começou a fazer cocegas em Alex enquanto ela gargalhava e tentava subir no colo de Susana. Os três passaram meia hora brincando daquilo, era bom demais para parar.

Uma forte melancolia acertou o coração de Susana como uma lança acerta um alvo. Ela queria congelar aquele momento e viver ali para sempre, mas lhe passou pela cabeça que ela nunca mais teria um momento como aqueles.

Mas de repente, o mais perigoso dos sentimentos a invadiu como se alguém lhe tivesse jogado um balde de água. Era a esperança enchendo os eu coração de felicidade. Por um momento ela pensou que poderia derrotar Ravenna, voltar para casa e ser feliz.

— O jantar está pronto – anunciou Caspian.

— Caspian! – arquejou Susana batendo no ombro de seu marido. – Eu disse que não queria nenhuma festa!

— Su! Qual é! Eu quero celebrar a volta da minha esposa, mas não se preocupe é apenas uma recepção para amigos íntimos – disse Caspian.

— Bom, eu estou mesmo faminta – sorriu Susana pegando Alex no colo.

— Espere, antes quero lhe dar uma coisa – disse Caspian colocando a mão em seu bolso direito.

Ele tirou uma caixa de seu bolso e deu à sua amada. Susana abriu com um sorriso de orelha a orelha, como toda mulher, ela adorava ganhar joias, mas a única joia que Caspian lhe dera fora sua aliança de diamante e ouro branco que ela sempre usou todos os dias de sua vida exceto quando entrou para o clã de Ravenna. Ela e Caspian só estavam casados há pouco mais de dois anos.

Susana abriu a caixa e se deparou com um belo colar de diamantes e ouro branco que combinava com sua aliança. Era incrivelmente belo e os desenhos e traços eram simples e encantadores ao mesmo tempo.

Ela estava sem palavras, deu o colar a Caspian para ele colocar nela, e lá estava, a roupa perfeita com o colar perfeito.

— É lindo, obrigada – disse Susana.

— Su... Me prometa que você nunca mais vai sumir novamente. Me prometa! – disse Caspian nervoso, ele estava com muita angustia e medo de perdê-la novamente.

Susana abaixou a cabeça sentindo-se culpada e com uma vontade enorme de chorar, mas voltou a manter o foco em sua missão.

— Eu prometo.

Ela prendeu seus cabelos num coque elegante e frouxo que há muito tempo ela não fazia, eles foram para a penteadeira de Alex onde ela se sentou e ele colocou o colar em seu pescoço, parecia que aquele colar tinha sido feito especialmente para ela.

Os três desceram para o salão principal e vários nobres, lordes, príncipes e princesas estavam lá, uma banda tocava músicas animadas e ao mesmo tempo românticas. Todos avistaram a família real descer pela escada central. Até Alex estava sorrindo de felicidade de mãos dadas com seu pai e sua mãe. Todos aplaudiram a volta da rainha Susana, mas eles tiveram que passar uma hora pousando para uma pintura magnifica, depois começaram a aproveitar a festa.

Susana cumprimentou todos os lordes e nobres que estavam lá e também todos os caçadores de relíquias. Lilliandil não apareceu na festa, estava atordoada demais, Carly contou que ela passara três semanas inteiras planejando seu casamento a finco e com vigor e agora estava mais do que decepcionada com a volta da rainha Susana.

— Su, vem conhecer seus sobrinhos – chamou Caspian.

Isabelle e Pedro, cada um segurava um bebê. Pedro segurava uma bela menina de três meses, loira com olhos claros e Isabelle segurava um belo menino da mesma idade, com cabelos pretos e olhos castanhos.

Carly segurava uma bela menina de dois meses com, cabelos e olhos castanhos, enquanto Edmundo olhava para ela com carinho e amor.

— Esses são os gêmeos Samira e Digory, em homenagem ao nosso querido professor – disse Pedro orgulhosamente.

Susana ficou surpresa ao saber que Samira e Digory eram gêmeos, eles não se pareciam em absolutamente nada, e Susana achou um pouco suspeito. Claro que eles ainda eram muito pequenos, só tinha três meses, mas era curioso que Digory tivesse cabelos pretos como os dela e de Edmundo e Samira fosse loira como Isabelle. Por um instante ela achou que ambos fossem filhos de Edmundo, pois não dava para negar a semelhança entre ele e Digory, mas aí notou que Samira também podia ter puxado a Pedro em seus cabelos loiros, e também notou que Samira tinha os olhos azuis de Pedro, então eles não podiam ser filhos de Edmundo, além do mais o feitiço provara que Pedro é o pai.

Aquilo sempre ficaria na sua cabeça, pois nunca vira tal semelhança entre tio e sobrinho como aquela, se fossem pai e filho não seria nada estranho, ela decidiu esquecer aquilo, talvez fosse a malícia que via em tudo desde que começou a trabalhar com Ravenna, mas aquilo era definitivamente suspeito. No final ela ficou feliz por eles quatro estarem se dando tão bem depois de tudo que passaram naqueles quatro meses.

Dançou bastante com Caspian e curtiu Alex o máximo que pôde, além de desfrutar do glorioso e delicioso banquete de boas-vindas.

Depois da festa ela decidiu tomar um banho de banheira e em horas novamente ficou com medo, pois sabia o que Caspian queria, ele queria se fazer amor com ela, mas ela não queria e nem estava pronta.

Ele a esperava na cama olhando para as estrelas pela janela, pensando na incrível noite que teria hoje.

Susana deitou-se em sua cama e acariciou os cabelos de seu amado.

— Você se lembra do que me prometeu quando chegássemos em Nárnia? – disse Caspian com um sorriso maroto.

Os dois não dormiam juntos como um casal há um ano e quatro meses, desde antes deles saírem na missão das Relíquias Perdidas. Relíquias Perdidas... pensou Susana, isso a pôs de volta na missão que teria pela frente.

— Meu amor, eu passei por muita coisa ruim, eu senti minha pele queimar no fogo puro, ainda sinto dores internas que só podem ser curadas com tempo, eu agradeceria se você respeitasse – disse Susana, era mentira, ela não estava sentindo nenhuma dor, mas apenas lembrou-se do quão era bom expressar seu amor com Caspian, isso só a deixava mais apaixonada ainda, e ela não podia se distrair, ela estava concentrada, um passo e poderia comprometer toda a guerra que eles viveriam.

— E quanto tempo mais terei que esperar? – arfou Caspian chateado.

— Não quero ser muito especifica, mas está mais próximo do que você pensa – mentiu Susana com um sorriso maroto.

Ela se sentia horrível de não estar se sentindo tão culpada por mentir, ela odiava mentir, mas era necessário. Parte da sua abstinência também era porque ela tinha nojo dela mesma, nojo das coisas horríveis que fez.

Ela apenas deitou-se abraçada com Caspian. Começou a chover lá fora, era a noite perfeita para Susana.

Mas de madrugada alguém apareceu no quarto. Era Alex com medo da tempestade, Caspian e Susana sorriram e a pequena dormiu no meio dos dois.


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