Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 72
Capitulo 72 – Novas Direções


Notas iniciais do capítulo

Olá galera que acompanha essa fic!
Desculpem a demora, o ritmo de postagem vai ser acelerado daqui pra frente, serão dois capítulos por dia, um de manhã e um de noite!



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Caspian olhava pela janela de seu quarto mais uma manhã nauseante e sem sol chegar. Hoje fazia um ano que ela se fora, e ele queria ser o primeiro a fazer uma visita ao túmulo de sua amada.

As flores que ele mandou colher ontem já estavam em seu quarto. Cem violetas, as flores preferidas de Susana, não interessava o fato do corpo dela não estar lá, era onde ele se sentia mais próximo do amor de sua vida.  

Ele colocou suas melhores vestes e pegou as flores. Apenas empregados circulavam pelo castelo, daqui há uma hora a Corte estaria cheia e a cabeça de Caspian também.

A cripta dos reis ficava na Catedral perto de Cair Paravel, ele mesmo foi andando sozinho, pois seria ridículo pedir uma carruagem só para isso. A bela Catedral estava fechada e a entrada da cripta era na lateral esquerda. Ele pegou a chave e abriu o cadeado mágico.

Lá estavam os túmulos e efígies de todos os reis e rainhas que Nárnia já teve, e por ultimo lá estava a estatua de mármore dela com uma enorme placa gravado em caligrafia dourada:

Em memoria da amada rainha Susana a gentil

Mãe, irmã, amiga e esposa encantadora.

                   † 322 – 647 †

Era estranho, Susana ser mais de cem anos mais velha que Caspian, mas era verdade, Susana tinha nascido quinze anos antes de assumir o trono, ela retornou á Nárnia trezentos anos depois, e conheceu Caspian, esses trezentos anos não se passaram para ela fisicamente.

Assim que olhou para o rosto da amada, Caspian não aguentou e explodiu em lágrimas. Seria a mesma dor se ela tivesse morrido ontem, hoje ou agora mesmo. Aquela dor simplesmente não passava ou diminuía.

Desde que Susana se suicidara ele passara duas semanas inteiras sem sair da cama, apenas chorando. Quando ele finalmente conseguiu voltar a sua posição de rei, amigo e de pai, ele fingiu para todos que estava bem, e durante todas as noites ele senta no mais afastado banco do jardim de Cair Paravel e chora aos prantos com saudades de sua amada.

A dor nunca se sacia, e é sempre da mesma intensidade. Ele simplesmente não aguenta. Todos lhe dizem para procurar outra pessoa, mas ele não quer, ele ainda ama Susana, seu coração ainda pertence a ela, ele não quer e nem vai se envolver com mais ninguém.

Ele colocou as flores sobre a placa e ascendeu algumas velas. Rezou para que seus dias fossem mais curtos para que ele pudesse encontra-la o mais rápido o possível algum dia e finalmente foi embora para encarar sua agenda cheia de compromissos.

***

Era impressionante como tanta coisa mudou em um ano. Carly e Edmundo casaram-se em Nárnia na mesma semana que Pedro e Isabelle, eles queriam adiar, mas não podiam, pois Isabelle estava grávida e Edmundo também queria casar com Carly, pois descobriu que a amava, nessa semana Zoë também casou com Zay, Camilla com Apolo, Alícia com Nico, Bianca com Dédalo, menos Lúcia com Asafe, pois Lúcia estava de luto. Logo nas primeiras noites de núpcias, Carly engravidou, assim como Zoë, Mimí, Camilla e Alícia também engravidaram e tiveram respectivamente: Zack, Paylor, Cinderela e Nick. Depois de nove meses de gestação os gêmeos Diggory e Samira nasceram e um mês depois nasceu Madge a filha de Edmundo e Carly. Todos os bebês da nova geração tinham idades próximas entre 3 e 2 meses de idade.

Alex e Rillian agora estão com dois anos e quatro meses. Rillian já aprendera a andar, mas Alex ainda não falara nada, Theo ainda insiste que ela falará quando estiver pronta.

Todos evoluíram emocionalmente também, eles estavam mais prontos para a guerra do quê nunca. Até Camilla que parecia frágil e ingênua agora já está bem melhor em usar seus campos de força e consegue controlar suas visões, os pesadelos ainda a atormentam, mas ela está forte o bastante para aguentar.

***

Caspian gostava de tomar café da manhã com os Caçadores de Relíquias, a animação deles o distraía daquela tristeza, com certeza hoje de tarde eles iriam ao tumulo de Susana, mas Caspian não iria.

Ele sentou na ponta da mesa e deu um beijo em Alex que estava à sua direita e Rillian que estava à sua esquerda, ambos em cadeiras de bebê.

— Bom dia papai – disse Rillian.

Alex apenas soltou um beijo para o pai. A pobre criança estava sendo criada praticamente por babás, ela passava boa parte do tempo com Caspian e Lúcia ou Pedro e Edmundo, mas às vezes chorava do nada e todos sabiam o motivo, saudades. Semana passada Caspian a flagrou olhando para uma pintura de sua mãe, os olhinhos cheios de lágrimas, os belos olhos que ela herdara de sua mãe.

— Rillian está aprendendo a jogar bola! – informou Lilliandil com um largo sorriso, a Caspian.

Por incrível que pareça Lilliandil não foi logo implorado para voltar com Caspian após a morte de Susana. No terceiro mês após a morte de Susana ela o convidou para ir num piquenique, apenas os dois, mas ele não aceitou, disse que estava ocupado e sempre que ele sai com Rillian também leva Alex, Lúcia e Asafe junto.

— Ele não é melhor do que Alex! – observou Lúcia apertando a bochecha da sobrinha, Alex deu um leve sorriso.

— Alex cabelo de milho! – gargalhou Rillian.

Alex apenas estirou sua língua para o irmão. Ambos sempre brincavam juntos, mas no final sempre acabavam brigando, em cem por cento do tempo tudo que eles faziam era competir.

O dia correu normalmente. Os Caçadores de Relíquias passaram o dia treinando e no fim de dia se reuniram nos jardins para conversarem, afinal a vida em Nárnia não parecia tão ruim.

Quando a noite caiu, o jantar sessou e Caspian terminou seus deveres, ele foi para o seu lugar de sempre. Um banco frio e quebrado, bem afastado do restante dos maravilhosos parques que os jardins de Cair Paravel tinham.

Ele sentou lá e começou a pensar em Susana, a dor de lembrar de seu sorriso consumia seu coração e o apertava tanto que ele poderia soltar pela boca a qualquer momento. Ele sempre escolhia esse banco, pois era o mais afastado, ninguém poderia vê-lo ali, os súditos não podiam ver o rei de Nárnia em um momento de fraqueza.

Caspian surpreendeu-se com o toque delicado de uma mão nas suas costas. Ele pensou ser Lilliandil, mas era Lúcia e ela também estava chorando.

— Caspian... Não faça isso! – pediu Lúcia.

— Saia daqui Lúcia! – gritou Caspian.

— Caspian... – disse Lúcia sentando-se ao lado de Caspian.

— Me deixe Lúcia, me deixe lamentar pela sua irmã.

— Caspian... Ela se foi há um ano, todos nós temos que aceitar – disse Lúcia. – Temos que seguir em frente.

— E como posso seguir em frente Lúcia? Eu a amava e agora ela está morta!

— Você precisa abrir seu coração para outra pessoa, só assim você poderá ser feliz novamente – disse Caspian.

— Eu não tenho paciência para me apaixonar novamente, tampouco conquistar uma mulher! – disse Caspian.

— Caspian, a mulher certa está bem debaixo do seu nariz – disse Lúcia.

— Lilliandil? – disse Caspian, as lágrimas ainda escorrendo pelo seu rosto. – Lúcia, Susana odiava ela.

— Susana não está aqui, infelizmente. Mas você e Lilliandil estão, e vocês merecem ser felizes. Susana descansa ao lado de Caleb no país de Aslam, e como ela mesma disse no bilhete, ela quer que você seja feliz e que Alex tenha uma mãe, e é você quem tem que escolher! Você sabe que eu amo Alex, mas depois da guerra eu terei que partir para Flyre com Asafe. O mais importante agora é a sua felicidade Caspian – disse Lúcia.

Caspian percebeu que o que Lúcia falava era verdade. Ele não tinha cabeça para pensar em conhecer alguém novo, e precisa de uma rainha para Nárnia, e o mais importante, ele precisava de uma mãe para Alex. Lilliandil era uma ótima mãe para Rillian, poderia ser uma boa madrasta para Alex, e os dois já foram noivos, então tudo seria mais fácil, pois já se conheciam por tempo suficiente.

— Você está certa, amanhã pedirei Lilliandil em casamento – disse Caspian.

Lúcia sorriu e o abraçou fortemente.

— É assim que se fala.

— Espere, como você descobriu que eu venho aqui toda noite? – perguntou Caspian.

— Camilla me contou, ela está ficando realmente boa nessa coisa de prever o futuro.

***

Susana encarava os jardins da morte da janela de seu quarto. Ela lembrou-se dos belos jardins de Nárnia e da vista que tinha do seu quarto. Deus... Como ela daria tudo para ter sua vida de volta.

Assim que sentiu seu corpo morrer no rio Tártaro, Susana acordou no castelo dela, a tão temida Ravenna. Ravenna conversou com Susana e contou-lhe que ela a queria para ser a nova Cisne Negro de seu clã.

Ela lhe mostrou quem era a antiga. Savannah Brown, uma filha de eva que veio do mesmo mundo de Susana e que se parecia exatamente com ela. Ravenna explicou que quer Susana para ajuda-la a dominar o mundo como seu braço direito.

E quem lhe empurrou foi o medo. Um seguidor de Ravenna que toma a forma da pessoa que você tem mais medo, por isso ela teve a sensação de que Lilliandil a empurrou.

Susana teve que aceitar, pois Ravenna mostrou numa jaula seu pai Alberth morto e sua mãe Helena chorando e com marcas de maus tratos. Ela não teve escolha e teve que fazer um pacto. Susana ajudaria Ravenna no que quer que fosse até que a hora da ultima batalha chegasse.

Mas nem tudo estava perdido. Susana estava conspirando com dois aliados, Fitz-Simmons. Foram eles quem ajudaram a derrotar Ravenna da outra vez e eles também vieram de Londres e foram mandados por Aslam, este morria lentamente no porão de Maspoder. Eles eram os engenheiros mágicos que projetavam as armas de Ravenna, mas ela possuía muitos aliados poderosos.

Durante esse ano que passou Susana morou com sua mãe num quarto de Maspoder, o castelo de Ravenna.  Nesse ano Susana aumentou sua habilidade em Arco e Flecha e começou a aprender magia, e estava pronta para servir a Ravenna, ela teria que obedecer á sua rainha custe o que custar, mesmo que isso incluísse matar as pessoas que mais ama.

Ela já queimou cidades e matou pessoas inocentes, isso a fez se sentir um monstro, mas era necessário, ela precisava de tempo para ganhar a confiança de Ravenna e assim derrota-la. Todas as almas mortas pela sua mão ainda a assombrava durante todas as noites.

Hoje depois do café, havia uma reunião importante no salão principal. Todos iriam estar lá, e todos não pararam de falar sobre isso durante uma semana.

Ela teria que estar à altura. Nas reuniões de Ravenna as pessoas sempre iam bem vestidas, e é claro, de preto. Não existia outra cor para os seguidores de Ravenna, todos tinham que usar preto e tinham denominações de animais, apenas ela era autorizada a usar vermelho, pois ela era a Fênix Vermelha.

Ninguém realmente sabe o porquê desses nomes, mas todos parecem ter muito orgulho deles e principalmente a Cisne Negro deveria desfrutar da grotesca vida que lhe foi imposta.

Susana fizera um voto perpetuo, ela serviria à sua Lady até a hora da última batalha, custe o que custasse.

Ás vezes ela se pergunta como estão as coisas em Nárnia. Se Caspian já se casou novamente, se Alex já começou a falar. Mas daí ela percebe que é uma tortura pensar nisso. Ela nunca poderá ter sua vida de volta. Mesmo que Ravenna for derrotada, ela fez coisas terríveis e ela mesma tinha a consciência que ela tinha que pagar.

— Filha, eu estou com um pressentimento de que algo bom vai acontecer – disse Helena á filha.

— Mamãe, a única coisa boa que poderá acontecer será minha morte, e já que isso não pode ocorrer até a hora da ultima batalha, não posso fazer nada – disse Susana.

Todo seguidor de Ravenna é imortal.

— Você conhece os sextos sentidos de uma mãe – forçou um sorriso, Helena.

— Eu não conheço mais. Eu não sou mais uma mãe – disse Susana.

Helena lançou lhe um olhar repreensivo.

— Uma mãe nunca deixa de ser mãe. Isso tudo é uma fase, nós ainda seremos muito felizes, e vingaremos seu pai! – disse Helena com lágrimas nos olhos.

— Até mais, mamãe – disse Susana friamente.

Há um tempo tudo que ela queria era ter seus pais de volta. Mas não nessas circunstancias. Ela ama sua mãe, e ainda ama sua família, ainda os quer de volta, mas o caminho é tão difícil que ela pensa seriamente em desistir.

Ela desceu as escada para o salão principal e parecia que ela era a única que estava faltando. Ela sempre sentava ao lado de Ravenna, uma mulher tão bonita quanto cruel.

— Cisne! Sente-se, estávamos te esperando – disse Ravenna, a sua voz era sexy e aveludada.

Susana sentou-se do lado direito de Ravenna. Do lado esquerdo estava Qetsyah a feiticeira que era irmã da Rainha Cibele e tia dos irmãos Flyre, ela quem amaldiçoou Isabelle e Camilla quando estavam no ventre de sua mãe. Do lado de Susana estavam Fitz-Simmons, seus aliados. E o restante da mesa foi preenchida com semideuses e poderosos feiticeiros, fora os filhos de Ravenna.

— Bom, hoje a nossa história começa meus amigos. Serei curta e grossa: Cisne, você irá recuperar as relíquias – disse Ravenna.

Ravenna explicou tudo o que Susana deveria fazer. Ela iria voltar misteriosamente para Nárnia por três dias, e ela tinha apenas três dias para recuperar a confiança de Caspian e roubar as Relíquias Perdidas.

— Tenha calma Susana, nós vamos conseguir! – disse a bela Simmons tentando acalmar Susana.

Estavam no laboratório: Helena, Susana e Fitz-Simmons, eles estavam discutindo como Susana ia enganar Ravenna.

— Eu fiz um voto perpetuo, se eu enganá-la vou morrer e nós perderemos a chance de derrota-la! – ofegou Susana.

— Você não irá pegar todas as Relíquias, pegue ao menos três – disse Fitz.

— Pegue pelo menos seis, três é muito suspeito – disse Simmons.

— Mas não se você...

— Por favor, não comecem a brigar! – gritou Susana.

— Filha, vai dar tudo certo, e você ainda vai matar a saudade de sua família! – disse Helena.

— Mãe, eu não conseguirei fingir, eu sou um monstro, o.k.? Tudo o que fiz nesse ano que se passou... Eu não sou mais a mesma, não posso voltar e fingir que nada aconteceu por um ano! Fora que as coisas devem estar mudadas demais, não sei nem se eles me reconhecerão... – disse Susana.

— Susana, o importante é você se manter fria e obedecer Ravenna, mas ao mesmo tempo sempre ter em mente seus planos e quem você é. Posso criar uma poção que vai te ajudar, mas pode demorar três semenas pra ficar pronta – disse Simmons.

— Por favor, eu preciso!

As três semanas se passaram rapidamente, por incrível que parecesse. A poção iria manter Susana focada já que ela tende a ficar emocionalmente instável ás vezes. Ravenna passou essas três semanas pressionando-a para fazer certo.

Susana finalmente estava pronta. Levou seu arco e flecha mágico em forma de batom, (era só abri-lo que ele se transformava num arco e flecha poderoso), estava vestida com as mesmas roupas do dia de sua morte, e levava sua coragem também.

Ravenna deu-lhe um anel que serviria como um portal para teleportá-la de ida e volta. Susana pegou seu anel e pensou na praia de Cair Paravel, era um bom lugar para aparecer depois de muito tempo e apenas sumiu.

***

Caspian estava na praia de Cair Paravel tocando flauta. Nessas três semanas que se passaram ele finalmente conseguira esquecer Susana. Por mais doentio que fosse, ele iria se casar com Lilliandil e ela sabia fazê-lo feliz, ele sempre soube que ela sempre foi a ultima pessoa que Susana queria para esposa dele e principalmente para mãe de Alex, mas como Lúcia disse, ela não está aqui, ele está e precisa ser feliz, ele tem dúvidas quanto à Lilliandil, mas tenta se manter positivo.

quiSusana abriu os olhos e quando viu Caspian não pôde conter as lágrimas de felicidade enquanto ele parecia atordoadamente surpreso.

— Su... Susana!


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Notas finais do capítulo

Merece um review? O que acharam de Ravenna?