Querido Diário escrita por Rafaela


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/319436/chapter/7

Um segundo depois que eu entreguei para ela eu queria pegar de volta e não deixar ela ler, dizer que não queria falar sobre isso. Mas ela já estava lendo, seus olhos passando sobre a página. Eu fiquei olhando em silêncio, enfiando minhas unhas na palma da minha mão. E se ela ler e pensar que era nojento e me expulsar, igual meu pai fez? Eu me forçei a relaxar mas meu coração ainda acelerado. Ela virou a página e eu procurei por algum sinal da reação dela, mas ela não estava demonstrando nada. Olhei para as minhas mãos, tentando focar em outra coisa, qualquer outra coisa. Tudo o que eu podia pensar era Tori lendo o pequeno diário. O som da página virando novamente foi ouvido e eu sabia que o fim do texto era nessa página que ela estava vendo.

Um minuto depois eu ouvi o som de sua voz.

- Então esse é o motivo de seu pai ter te expulsado da casa? ~ela perguntou e eu confirmei, ainda não olhando para ela- Ele te expulsou só porque você está apaixonada por algué- mim? ~ela perguntou, como se estivesse começando a entender~ Ele apenas...ele é horrível. Não acredito que ele fez isso com você. ~ela disse, com raiva na voz~

Ela ficou quieta por um momento e então virou para mim. - Jade?

- Que?

- Você foi muito corajosa em me mostrar isso. ~ela sorriu, estendendo o diário para mim~ E isso foi estranhamente adorável.

- Nada que eu faço é adorável. ~revirei meus olhos~

- Ah, jura? ~ela sentou ao meu lado, me abraçando e colocou seu queixo em meu ombro.  Ela soprou um pouco de vento no meu rosto, fazendo com que um pouco de cabelo voasse e caísse novamente em meu rosto. Eu cocei meu nariz, removendo o cabelo do rosto~

- Isso foi adorável.

- Não foi.  ~eu continuei, empurrando ela pra longe de mim brincando, com um sorriso em meu rosto.

- Isso também foi. ~ela disse, cantando e jogou seus braços em volta de mim~

Eu ia responder quando senti a dor correr pelas minhas veias, uma dor muito forte. Eu gritei, extravasando. - Que droga! Ai! ~mas a dor apenas piorou~

Tori não entendeu nada, mas tirou os braços de cima de mim, sentando novamente sem encostar em mim. - Me desculpa, eu não quis-

- Tori, a culpa não é sua. Não foi você que me bateu até eu achar que ia morrer.

Ela suspirou e então ficou em pé, estendendo sua mão para mim. - Vem, vamos achar algum remédio para aliviar a dor. 

Eu levantei e peguei a mão dela, sorrindo quando segurei. Ela podia me fazer feliz sem nem mesmo tentar. Andamos até o banheiro, quando chegamos ela abriu o armário da pia, olhando os remédios que tinha, ainda segurando minha mão. Após um minuto procurando, ela tirou um pote com o rótulo que dizia "rápido alívio da dor". Nesse momento ela soltou minha mão, virando o pote para ler a bula.

- Tomar duas cápsulas a cada quatro ou seis horas, dependendo da dor.

Ela abriu o pote e colocou duas cápsulas em minha mão. Eu as coloquei na boca e fui até a pia fazendo uma concha com minhas mãos e bebendo água para engolir. Eu fechei a torneira e olhei para ela que já estendia a mão novamente. Eu segurei e voltamos para a sala de estar. Tori pegou cobertores e eu andei até o sofá, sentando e esperando por ela. Ela veio com os cobertores no braço e jogou no sofá. Ela deitou no chão com as costas encostadas no sofá, deixando um espaço para eu deitar ao lado dela. Eu deitei ao seu lado, já me sentindo cansada, provavelmente consequência do remédio. Tori pegou dois travesseiros que estavam no sofá e os jogou no chão, agora nossas cabeças estavam apoiadas neles. Ela sentou e colocou os cobertores sobre nós. Eu bocejei enquanto ela deitava novamente, se aproximando  de mim. Eu estava quase dormindo, mas eu podia sentir o braço dela em volta de minha cintura, me abraçando pelas costas. Suas pernas estavam entrelaçadas com as minhas e eu sentia a respiração dela na minha nuca, e então dormi.

Dessa vez tive sonhos ao invés de pesadelos. Sonhos que consistiam em apenas estar com Tori. Cenas se intercalavam entre eu e ela abraçadas em frente a uma lareira para cenas de nós duas dançando juntas. Eu acordei me sentindo melhor que todos os últimos dias. Eu não sentia nenhuma dor e estava totalmente relaxada, amando estar com Tori me abraçando por trás, chegando o mais perto possível de mim. Ela não tinha falado nada sobre sentir algo por mim também, mas eu não podia me imaginar mais feliz do que eu estava agora. Ela estava comigo, abraçada comigo. Eu virei para que ficasse cara a cara com ela, sorrindo igual uma idiota quando eu vi o quão fofa ela era dormindo. A cabeça dela estava apoiada em uma de suas mãos, a boca aberta. Eu queria tanto me inclinar para frente e a acordar com um beijo. Mas não ia ser uma boa ideia. Então apenas fiquei como estava, passando meus dedos sobre o queixo dela. Eu estava pensando se deveria acordá-la ou não, quando ouvi o som da porta abrindo. Eu me sentei rapidamente pensando que era meu pai e comecei a entrar em pânico, mas relaxei quando vi que era apenas o pai dela. Ele olhou para mim, entrou no quarto e fechou a porta.

- Você é a Jade, certo? ~ele perguntou e depois olhou para Tori que ainda estava dormindo~

- A única. ~falei isso e concordei com a cabeça~

Ele andou até a cozinha e colocou as coisas que carregava na mesa.

- Eu fazia parte do grupo que foi na sua casa prender seu pai. 

- Ele está...você sabe...preso? ~eu perguntei, esperando uma resposta positiva. Eu não queria que tivesse chances de ele me encontrar novamente~

- Nós levamos ele para a cadeia. Ainda não se sabe por quanto tempo ele vai ficar lá. Mas vai ficar até decidirem.

- Ah sim, obrigada. ~eu falei, mentalmente cruzando os dedos esperando que ele ficaria preso para sempre. Olhei para Tori que estava olhando para mim, agora acordada. Ela bocejou e se espreguiçou, sentando agora. Ela olhou para seu pai que agora estava empilhando papéis e então olhou para mim novamente.

- Está se sentindo melhor? ~ela perguntou e seu pai olhou para ela, agora percebendo que ela estava acordada~

- Muito melhor. ~respondi~

Tori pareceu que ia falar algo, mas seu pai interrompeu e começou a falar:

- Você sabe que vai precisar ver seu pai novamente? Precisamos de provas se quisermos manter ele na cadeia.

Quando ele falou isso eu passei de feliz para nervosa e horrorizada. Eu sabia que teria que ver aquele homem novamente, mas não queria admitir para mim mesma.

- É só você ver os hematomas dela... 

Eu queria que pudesse ser verdade. Eu apenas teria que mostrar para alguns policiais o que ele fez e meu pai ficaria preso para sempre. 

O pai dela olhou para mim com uma expressão que não dava para saber o que era. - Tori, pode nos deixar a sós por um momento?

- Se está preocupado em me mostrar as marcas, ela já-

- Tori. ~ele falou com uma foz firme, ela bufou mas ficou em pé~

- Vou voltar em cinco minutos. ~ela falou antes de subir as escadas~

Ficar sozinha com o pai dela me fez sentir um pouco nervosa. Eu sabia que ele não era como meu pai, mas não pude evitar.

Ele esperou até ter certeza que Tori não estava observando. - Vamos começar pelo início. Se importa em mostrar o que seu pai fez? ~ele perguntou gentilmente em um tom que ele provavelmente praticou antes, um tom que deixava pessoas nervosas mais calmas~

Eu tirei o casaco que Tori me deu e vi os olhos dele se arregalarem quando viu as marcas em meus braços. Parei por um tempo e então tirei a camiseta com as mãos tremendo. Ele olhou para mim por um tempo, seu olhar fixo em mim.

- Ok, isso deve ser suficiente. ~ele disse como se falasse com ele mesmo~ 

Eu coloquei a camiseta e o casaco de volta. Ele parecia que ia falar algo mas não sabia se deveria dizer ou não.

- Você... ~ele começou, mas então balançou a cabeça~ Esquece.

Eu ia perguntar o que ele ia dizer, mas nós dois vimos Tori descer as escadas. Ela pareceu aliviada quando me viu, olhou para seu pai e então novamente para mim e andou até onde eu estava

- Desculpa pai mas ela é minha agora. ~ela disse praticamente sorrindo enquanto acenava para ele. Ele revirou os olhos e então subiu~

Quando ele saiu, Tori me encheu de perguntas:

- O que ele perguntou? Ele disse algo sobre seu pai? Você está melhor mesmo?

- Calma aí, louca. ~eu interrompi. Ela pareceu perceber o quanto ela estava falando e começou a rir~

- Desculpa. Eu estava...eu não sei...preocupada com você?

- Ele apenas me perguntou algumas coisas. 

- Sim...eu realmente...ah, não se preocupe...

- Você realmente o que?

Ela ficou quieta por um momento, me encarando com aqueles olhos castanhos. - Eu me importo com você, Jade. Eu sei que não somos as melhores amigas, mas eu sempre me importei com você.

Aquela pequena confissão me fez paralisar. Eu sei que fui uma vadia com ela muitas vezes tentando esconder meus sentimentos com ela. Mas acho que ela nunca desistiu em tentar ser minha amiga. 

Ela estava me encarando como se eu tivesse que responder algo ou fazer algo...

E então ela estava se aproximando de mim, se inclinando para frente. Eu percebi e comecei a me inclinar para frente também, meu coração acelerado sabendo que estávamos separadas por alguns centímetros. Eu sentia sua respiração em meus lábios. Tori fechou seus olhos e se aproximou mais. Eu quase já sentia seus lábios sobre os meus quando ouvi o som da porta abrindo. Tori provavelmente ouviu também porque seus olhos abriram rapidamente e ela sentou do outro lado do sofá, seu rosto vermelho quando Trina entrou. A raiva corria dentro de mim. Eu estava tão perto de beijar Tori. Eu ainda sentia seus lábios perto dos meus.

Trina estava olhando para mim e eu lembrei que meu rosto podia estar tão vermelho quando o de Tori. - Você ainda está aqui?

- Vou ficar aqui por um longo tempo, então se acostume ou sai daqui.

- Tanto faz. ~ela revirou os olhos e então olhou para Tori~ Enfim, eu saí hoje e conheci gêmeos. ~ela disse, piscando~ Eu disse que tinha uma irmã que adoraria ir a um encontro duplo! ~Tori olhou para a irmã com sobrancelhas erguidas, eu estava prestes a interromper Trina e falar que Tori não estava interessada quando percebi que estava sendo egoísta. Eu apenas esperei que ela falaria não. Eu finalmente tinha chance com ela, não queria que homens ridículos atrapalhassem isso.

- Hm, obrigada, mas não obrigada.  ~ela disse, vendo a expressão de Trina mudar de animação  para confusão. - Pode ter eles pra você. ~sem dúvidas tentando animar a irmã~ E outra...vou me encontrar com outra pessoas. 

- Tem certeza? Qualquer um que estiver saindo não vai nem chegar perto da beleza desses dois...A não ser que...está saindo com Beck???

Dessa vez não consegui segurar. - Não.  ~Trina olhou para mim~

- Não me diga que ele ainda está com você? 

Estava prestes a responder, mas Tori me interrompeu:

- Trina, seja legal.

- Mas ela-

- Ela é Jade. Ela não deve ser legal. E outra, eu não estou com Beck. ~ela esclareceu~ Mas a pessoa que estou saindo...bom...pra ser mais simples...ela é linda.

Os olhos de Trina se arregalaram. Provavelmente porque Tori falou "ela".

- O que-

- Saia daqui. 

- Essa casa é minha. Não pode me mandar fazer nada.

- Trina. Apenas saia. ~Tori disse, obviamente cansada de brigar~

Trina parecia que ia começar outra discussão, mas apenas concordou e subiu as escadas. Vi ela ir embora até que virei para Tori. Me aproximei dela com um sorriso no rosto e disse:

- Então me acha bonita não é?

Ela riu, se aproximando de mim e falando:

- Nunca se sabe. Poderia estar falando de Cat... ~ela provocou com um sorriso brincalhão no rosto~

- Verdade? ~eu sorri, chegando ainda mais perto~

- Ou talvez, apenas talvez, eu estava falando de você. ~ela bufou, brincando~

Quando estávamos nos aproximando novamente para nos beijarmos fomos interrompidas novamente.

- Toriiiiii! ~o grito de Trina foi ouvido de lá de cima, podíamos ouvir ela descendo as escadas~

- Que merda! ~eu resmunguei olhando para as escadas~

- Se ela nos interromper mais uma vez eu vou ser obrigada a matá-la.

Tori concordou. - Eu te mostro onde guardamos as tesouras.

Eu sorri e Trina chegou no fim das escadas carregando uma pilha que parecia ser roupas da Tori.

- Posso pegar emprestado? 

- Claro, pegue, agora nos deixe sozinhas.

- Se vai ser tão grossa-

- Sai! ~depois de olhar para mim, Trina apenas virou e subiu as escadas~

 Quando ela desapareceu eu olhei para Tori. Dessa vez não teve zoação antes, nada. Ela apenas se inclinou para frente, nossos lábios finalmente se encontrando. Beijar ela era um milhão de vezes melhor do que eu já sonhei que seria. Ela parecia se derreter em mim, seu corpo colado no meu. Ela enrolou seu braço em minha cintura. Seus lábios eram tão macios, eu sentia ela sorrindo durante o beijo. O beijo dela era tudo e mais um pouco. Eu estava beijando Tori Vega, a garota que eu estava apaixonada por um tempo. A garota que eu pensei que ia correr se eu contasse meus sentimentos para ela. 

Depois de um tempo, precisávamos parar o beijo para respirar e voltamos a nos beijar logo depois. Tori estava praticamente por cima de mim. Seus dedos acariciando meu cabelo, seu toque estava me deixando louca. Parecia que estávamos assim há horas quando Tori parou e não voltou a me beijar. 

- Não é uma péssima beijadora, Vega. ~eu disse, praticamente rindo~

- Vendo que você está inteira em mim nos últimos 10 minutos...

- Ah, eu que estou em você? ~eu disse, tentando tirar ela de cima de mim~

- Estar em cima de você é confortável. ~ela disse, deitando totalmente em cima de mim~

Eu ia responder quando ouvi uma voz que não queria ouvir.

- O que estão fazendo?

Trina.

Não sei como não ouvi ela descendo. Eu acho que estava tão hipnotizada por Tori que nem percebi ela. Tori e eu apenas nos separamos, ficando em pontas opostas do sofá, mas nós sabíamos que não havia objetivo em fazer isso. Trina já tinha visto Tori deitada por cima de mim.

- Nós, uh... ~Tori começou, gaguejando um pouco~

Trina revirou os olhos, mas ela não estava olhando para Tori. Ela estava olhando para mim.

- Nós estávamos apenas- ~Tori começou novamente mas Trina interrompeu~

- Fala pra ela explicar. ~Tori olhou para mim e mordeu seu lábio inferior~

- Nada estava acontecendo, Trina. 

- Tori estava deitada em cima de você. Você não estava tentando matar ela. Algo está errado aqui.

Eu bufei sabendo que não conseguiria uma boa desculpa. - Se você quer tanto saber, nós estávamos apenas-

- Lutando. Nós estávamos lutando, certo Jade? ~Tori disse, tentando esconder~

- Isso, lutando.

- Claro. Lutando. ~Trina reclamou~ Tudo bem, se não vão me dizer a verdade eu vou apenas sentar aqui e esperar vocês falarem. ~ela falou e sentou no braço do sofá~

- Ótimo. 

Trina ficou lá em silêncio, nos encarando. Nós cansamos de ficar sentada e pegamos o controle da Tv. Mudei de canal até que deixei em um filme barato de terror.

- Se divirta ficando sentada aqui para sempre, porque não tem jeito nenhum que iremos falar qualquer coisa para você. ~eu disse, esperando que ela desistisse e fosse para o quarto dela. Ela não se mexeu~

Eu deixei um suspiro frustrado sair e coloquei o controle da TV no sofá, minha mão acidentalmente esfregou por um segundo a perna de Tori, que se arrepiou e eu não pude evitar e sorri. Olhei para Trina para ter certeza que ela não tinha visto o que aconteceu. E sem ela perceber eu passei meus dedos pelo lado da perna de Tori, que olhou para mim. E eu tinha certeza que ela estava morrendo para dizer algo. Tori fez um pequeno som e tirou minha mão, Trina percebeu e ficou em pé.

- Trina-

- Eu não saio daqui até vocês me falar- ~a frase dela parou no meio porque logo que ela começou a falar eu me inclinei para a frente e pressionei meus lábios contra os de Tori, que pareceu surpresa, mas depois relaxou. Após beija-la por alguns segundos eu me separei dela, levemente rindo de quão vermelha Tori estava e então olhei para Trina.

- Isso que estávamos fazendo. Feliz agora?

Trina estava chocada. Seus olhos bem abertos, sua boca também. - Vocês... ~ela parou, como se não soubesse como continuar. Após me encarar por alguns segundos e então olhou para Tori. - Você é lésbica?

Eu, uh, não sei se realmente-

- Você obviamente é. Ou tem alguma outra desculpa para beijar uma garota?

Eu levantei e fiquei cara a cara com Trina que surpreendentemente não se afastou com medo.  - Não se atreva a falar assim com ela.

- Ah desculpa. Acho que tenho que culpar a que fez isso com minha irmã!

Tori se levantou, nos separando. - Ela não fez nada comigo, Trina. 

- Mas ela-

- Não fez nada. ~Tori terminou a frase de Trina, que bufou não concordando, mas não disse mais nada.

- Sem falar que isso significa que mais meninos serão obrigados a gostar de você. ~eu falei, sorrindo~

Trina me ignorou e continuou olhando para Tori.

- Mamãe e papai sabem que você está com...isso? ~ela perguntou, apontando para mim~

A expressão de Tori quase se transformou para raiva. - Eu estou com Jade. E não, não contarei para eles se forem reagir igual você.

- Mas por que você está namorando com ela? Por que não outra pessoa? Como você consegue gostar dela?

- Trina. ~Tori disse, com um tom alertante em sua voz. Trina apenas revirou os olhos~

- Ugh. Tá bom. Fica com ela se quiser. Não vem chorando pra mim quando se machucar. ~Trina disse, indo em direção as escadas~

- Finalmente. Achei que ela nunca sairia.

Eu ainda estava focada no que Jade tinha falado. Ela achava que eu ia machucar Tori.

- Jade? Está bem?

Eu me virei para Tori, vendo um olhar confuso no rosto dela.

- Sim, estou bem. ~apenas falei, não falando a verdade obviamente~

- Olha, Trina está..em choque. Duvido que ela quis dizer o que disse sobre você.

- Ela pode estar certa. Eu provavelmente confundi com sua relação com ela e-

Tori começou a rir. - Minha relação com ela já estava confusa bem antes de você entrar na foto. Você não fez nada errado.

Fiquei em silêncio por um tempo e então voltei a falar:

- Eu não...forcei você a isso, certo? Quero dizer, você não está agindo assim só porque se sente mal por mim não é?

Ela se inclinou para frente me beijando. Foi apenas por alguns segundos, mas eu sorri durante o tempo todo.

- Eu achei que tivesse descoberto minha paixão por você e fez isso. ~ela disse com um pequeno sorriso em seu rosto~

- Sua paixão por mim? ~ergui minhas sobrancelhas~

Ela revirou os olhos e começou:

Desde que te ajudei com a peça. Well Wishes. Eu estava completamente apaixonada por você. ~ela riu~ Não acredito que você não tinha percebido.

Minha mente voltou para aquele dia, eu lembrei tudo que ela tinha feito para ter certeza que minha peça faria sucesso, mesmo porque tivemos que fazer aquele acordo com a Sra. Lee. Foi a primeira vez que ela me abraçou também. A primeira vez que ela viu meu pai. Tirei esse pensamento da cabeça, não queria pensar nele agora.

- Então, estou sendo bem romântica agora. Sua vez.

E nós nos beijamos novamente. Ela se sentou em meu colo, colocando seus braços em volta de minha cintura. Depois que terminamos o beijo ela colocou sua cabeça em meu ombro, seus olhos fechados. Eu encostei no sofá, agora nós duas estávamos deitada, Tori sobre mim como um cobertor.

O som de passos começaram a ser ouvidos e me fizeram levar um pequeno susto. Virei minha cabeça e vi Trina no fim das escadas. Ela silenciosamente andou até o sofá, ficando a mais ou menos um metro de distância, e olhou para Tori.

- Você não envenenou ela, certo?

- Obviamente. Viu? Ela já está morta.

Trina revirou os olhos. - Ela realmente te ama, não é?

- Bom, vendo que-

- Não quero seus comentários sarcásticos. Apenas prometa que vai cuidar dela, tudo bem?

- Eu prometo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) xx