A Ultima Fuga escrita por DM
Notas iniciais do capítulo
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O cavalariço soltou os animais. Caleb iniciou a cavalgada e a viagem foi iniciada.
Spencer estava orgulhosa de seus cavalos. Sabia que não eram apenas exemplares magníficos, parelhas perfeitas e em boas condições. Eram animais capazes de rivalizar com qualquer cavalo comprado por seus amigos. Spencer tinha uma paixão especial por seus cavalos e todos do reino sabiam de sua paixão por eles.
O Duque de Dorset, administrador do Jóquei Clube, exclamara, quinze dias antes:
-Não imagino onde compra seus cavalos, Hastings. Meus homens vigiam os leilões todos os meses. No entanto, não consigo um exemplar equivalente aos seus!
- Não frequento leilões.- diz Spencer
- Então, como..- Duque.
- Não vou revelar meus segredos- diz Spencer orgulhosa
Spencer ficou com seus sentidos alertas para caso Lord Noel aparecesse durante os primeiros dois quilômetros. Depois, de se distanciarem bastante ela se voltou para a jovem ao seu lado.
- Está muito calada- diz Spencer.
- Eu estava observando. Seus cavalos!- diz Emily
- Você é um bom juiz?- provocou Spencer.
- Acho que sim- respondeu Emily séria- Meu pai adorava cavalos. Possuía exemplares magníficos. Nunca permitiu que alguém comprasse seus animais. Ele próprio fazia questão de escolhê-los.
- Por acaso, seu pai se chamava Wayne Fields?- diz Spencer
- Sim, você o conheceu?- diz Emily
- Claro, todos o conheceram. Ele ganhou o Derby, a Taça de Ouro em Ascot, e várias outras corridas famosas. E tem mais ele era amigo de meus pais- diz Spencer- eu sempre quis comprar um cavalo dele mais ele nunca quis me vender- diz Spencer
- É maravilhoso você saber disso! E como seus pais conheceram meu pai?- diz Emily
- Qualquer pessoa interessada em corridas conhece o nome de seu pai. Meus pais o conheceram quando ele era comandante da rainha. É verdade que ele nunca compareceu a uma corrida?- diz Spencer
- Que bom que ainda se lembram dele. É verdade. Papai detestava a publicidade e os comentários inevitáveis, que se faz sobre um vencedor. Papai sempre permanecia em casa. Seus empregados de confiança lhe traziam os resultados da corrida. Mas ele não se importava, realmente, com a vitória ou com a derrota. Do que gostava, era de treinar seus cavalos.- que diz Emily
- Era uma pessoa interessante- diz Spencer- eu o conheci um dia em um almoço com meus pais. Porque eu nunca conheci você?
- Nossa vida era pacata. Viajávamos durante seis meses, e depois voltávamos para treinar os cavalos para qualquer grande corrida. Meu pai competia apenas uma vez
por ano. Ele gostava de vencer para provar que soubera escolher o animal que inscrevera. Quando a corrida terminava, partíamos para o exterior.- diz Emily
- Que vida maravilhosa! – diz Spencer
- Papai se interessava por muitas coisas. Ele era muito culto. Mesmo para treinar seus cavalos, usava um método científico. Adotava certas teorias quanto à alimentação
e exercício. Acho que seus métodos eram bem diferentes dos adotados por outros proprietários.- diz Emily
- Você vai me contar mais sobre isso.- diz Spencer
- Sim. Vou lhe apresentar aos homens que trabalham em minha fazenda e que executavam as instruções de papai- diz Emily- alguns estão aposentados. Papai deixou-lhes bastante dinheiro em testamento, para que não precisassem mais trabalhar. E outros ainda cuidam dos cavalos de papai.
- Vamos ter muito o que conversar depois de casadas- diz Spencer, sorrindo.
- A licença e a certidão estão no seu bolso?- perguntou Emily
- Claro!- Spencer
- É melhor entregá-las a mim, antes que cheguemos a Londres. Não vai querer que suas criadas de quarto as veja, enquanto não forem modificadas.- diz Emily
- De que precisa, para esse trabalho tão difícil?- diz Spencer
- De alguns pincéis macios e uma borracha. Água e areia, usadas com perícia, são mais eficientes que tudo.- diz Emily sorrindo
- Terá que fazer as alterações antes de chegarmos à Praça Grosvenor avisou o Marquês. Mas, por enquanto estamos interessados em encontrar Welwyn. Acho que não é
muito distante.- diz Spencer
- Um quilometro, mais ou menos. Lembro-me que a criada da minha prima me mostrou a cidadezinha, quando viemos de Londres. Eu viajei com a criada no vagão das bagagens. Minha prima queria ficar a sós com o marido. Ela tinha muito ciúme de mim. Eu penso que isso o obrigava a me castigar, embora ele gostasse muito da obrigação- diz Emily
- Esqueça isso!- exclamou Spencer- Você está começando uma vida nova. Não importa que seja baseada em alicerces precários. Agora aproveita e descansa um pouco.
Emily apoia a cabeça no ombro de Spencer. Spencer segura suas mãos com carinho. Spencer estava achando engraçado conhecer alguém a tão pouco tempo e parecer que já fazia muito tempo.
Mais tarde, alcançaram a pequena cidade de Welwyn. Havia uma igreja cinzenta de pedra. Viram casas com pequenas. A rua principal possuía apenas duas lojas e uma estalagem. O cemitério era cercado por grades de ferro. Parecia haver poucos habitantes na cidadezinha.
- Este é o lugar onde vamos nos casar- diz Spencer- Caleb por favor siga para a igreja.
Só neste momento Caleb presta atenção ao pedido de Spencer. Caleb para na frente da igreja e desce para ajudar Spencer mesmo sabendo que ela não gostava disso.
-Obrigado- diz Spencer
Ela estende a mão para ajudar Emily. Ela parecia não precisar da ajuda de sua mão. Foi como se tivesse flutuado em direção ao chão.
-Obrigado- diz Emily com delicadeza
Elas caminhas em silencia ate a porta da igreja. Emily girou a maçaneta da porta pesada. Sentiram um cheiro de poeira e mofo. Seus passos soaram sobre o chão lajeado.
A igreja tinha pilastras arredondadas. Através das janelas de vidro, manchadas, o brilho fraco do sol de inverno penetrava em pálidos raios de luz.
Ficaram de pé, lado a lado, olhando para o altar com sua cruz de prata polida e dois candelabros apagados. Spencer teve uma sensação de paz. Há muito tempo que não entrava em uma igreja. Viu Emily ajoelhar-se em um dos bancos de madeira, e fechar os olhos e juntar as mãos.
Pôde ver a sombra das pestanas sobre o seu lindo rosto e observá-la com atenção. Havia muita pureza naquele rosto de mulher rezando. Ela não vira mais uma mulher rezar, desde que era criança e mãe rezava com ela a noite.
Emily abriu os olhos e voltou-os para a janela. Depois, virando-se para o Marquês, afirmou sorrindo, com suavidade:
- Tudo vai dar certo agora tenho certeza de que tudo vai sair bem.- diz Emily
Ela falava com tanta convicção, que Spencer se deixou convencer. Spencer se ajoelhou deu as mãos para Emily.
-Eu prometo cuidar e te proteger- diz Spencer sincera
-Eu prometo te ser fiel e não te decepcionar- diz Emily
-Emily Perdita Fields aceita ser minha esposa- diz Spencer
-Sim- diz Emily
-Spencer Ivon Hastings aceita ser minha esposa- diz Emily
-Sim- diz Spencer- agora estamos casadas
Spencer dá um beijo na testa de Emily quando elas ouvem um barulho e se assustam. Um homem esta entrando na igreja.
-Bom dia jovens- diz o homem
-Bom dia- as duas respondem juntas
-O que fazem aqui- diz o homem
-Estamos rezando- diz Emily
-Mas já estamos de saída- diz Spencer
Elas se levantam dela e quando se voltaram para a porta, ela colocou a mão em sua mão. Era o gesto de uma criança que confia em alguém, e que busca proteção.
- Vai dar tudo certo- repetiu Emily no ouvido de Spencer- Você fará com que seja assim.
Elas saem da igreja e Caleb as ajuda a subir e quando eles estão partindo o homem sai da igreja e acena para elas o plano tinha começado. Os cavalos se puseram a caminho de Londres.
Pararam em uma loja próxima. Emily comprou o pincel e a borracha de que necessitava. Retomaram a viagem. O frio aumentara. O céu estava escuro e sem sol. Chegaram à Praça Grosvenor sem apanhar chuva, mas trémulos de frio.
Os cavalariços se encarregaram dos animais. Emily viu que a mansão era imponente e ricamente mobiliada.
O mordomo, com aparência de arcebispo, aproximou-se e disse respeitosamente:
- Seja bem-vinda, Milady. Temíamos que voltasse esta noite, e fosse surpreendida por uma tempestade de neve.
- Nós tivemos sorte- respondeu Spencer e declarou com naturalidade- Quero que me cumprimente, Biron. Eu me casei esta tarde.
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Espero que tenham gostado. continuem comentando