[HIATUS] Obsidiana e a Irmandade da Serpente escrita por Bellotte


Capítulo 4
Hogwarts Hogwarts Hoggy Warty Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, Hogwarts. Não narrei a entrada deles no trem pois essa parte já está no livro - seria redundância. Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/319299/chapter/4

A casa estava muito apertada para todas aquelas crianças correndo juntas. No dia seguinte iriam partir para a Estação King's Cross em carros separados, para não chamar atenção - mas por hoje, reuniam-se todos juntos. Seria a última vez antes do natal.

- Rose, fique calma. Se você esquecer algo, te mandamos por coruja. - tranquilizava Hermione, passando carinhosamente os dedos nos cabelos da filha. Rose tinha verificado todos os materiais quatro vezes só naquela tarde, mas não conseguia se livrar da impressão que estava esquecendo algo.

- Mas e se eu precisar no primeiro dia? E se for realmente, realmente importante? - perguntou ela, rodando os olhos pela sala, fixando por alguns segundos nos primos que jogavam xadrez no chão, no irmão que brincava com uma miniatura encantada de um campo de quadribol ( os mini jogadores voavam tão rápido nele que não passavam de borrões ), no pai que conversava sério com o tio, na tia que ria de algum causo contado pela avó. - Acho que vou verificar tudo de novo. Vou ficar mais tranquila assim. - murmurou ela por fim, saltando do colo da mãe e subindo as escadas da Toca novamente, direcionando-se para o quarto que dividia com as outras primas durante as férias.

- Essa menina... - riu Hermione, formando algumas rugas adoráveis ao redor dos olhos. Já não era tão nova. - Bem, ela é igualzinha à mim. - admitiu, levantando-se do sofá surrado e indo até onde o marido e seu melhor amigo conversavam baixo.

- ... eles são tão esquivos que fica difícil saber se realmente existem. - murmurava o ruivo, as sobrancelhas levantadas e a boca repuxada para o lado, numa careta preocupada - O Pasquim também não ajuda, publicando histórias mirabolantes sobre eles. As pessoas geralmente não acreditam nas coisas que publicam, mas a falta de informação está deixando tudo confuso. Acho que a população bruxa logo vai começar a acreditar mesmo nas teorias malucas inventadas pelos Lovegood. Quer dizer, eu adoro a Luna. Mas que ela tem uns dois ou três parafusos a menos não dá pra negar...

- Falando sobre o trabalho, ainda?

A pergunta de Hermione foi dita em voz alta, sobressaltando Ron e Harry.

- Ah, é. - admitiu Harry, arrumando os óculos com o indicador direito. - Houveram mais incidentes com a marca da Irmandade. - disse abaixando o tom de voz para que seus filhos não ouvissem. Não era assunto para crianças. Notou, porém, que sua esposa parara de conversar com a mãe e agora fitava-o questionadoramente. - Eu e Ron fomos investigar junto com mais alguns aurores. Mesma coisa de sempre: muitos corpos, resquícios tão fortes de magia negra que deixavam o ar até pesado, e sangue formando uma cobra e uma coroa. Nenhuma pista, no entanto, de quem foi. Só aquela marca de sangue, como se dissesse "Hei, estou rindo da cara de vocês". - hesitou ele, balançando a cabeça frustrado. Desde que assumira o cargo de chefe da divisão dos aurores, nunca tivera um ano tão difícil quanto aquele. - Alguns dizem que podem ser órfãos do movimento de Voldemort. Mas acho que os comensais não têm nada a ver com isso. Eles eram mais do que... Sombras. O mundo mágico está deixando de ser seguro, e bem debaixo do meu nariz.

Hermione sentou-se ao lado dos homens franzindo o cenho.

- Pelo menos as crianças estarão bem. Eles não ousariam atacar Hogwarts, certo? - argumentou ela, com a voz mais baixa que a de Harry. Todos notaram que seus olhos voaram rapidamente para o pequeno Hugo, que ainda brincava com os mini-jogadores de quadribol, desviando de vez em quando de um dos balaços em miniatura. - Hogwarts é segura.

- Hah, e por acaso era segura quando estávamos lá? Deixem-me ver... - ironizou Ron, um sorriso sarcástico nos lábios. - Voldemort na nuca de um professor, um basilisco, meu rato era um assassino, um torneio mortal, uma vaca disfarçada de mulher, um armário do qual saem criminosos... - murmurou ele, fazendo a contagem com os dedos. Por fim, deu os ombros. - Parece bem segura para mim.

- Engraçadinho. - riu a mulher, apertando a mão do marido.

Harry estava pensativo, porém. Parecia que lembrara-se de algo importante.

- Ron, você investigou o que eu pedi?

- Hã, o que? - perguntou ele, por um momento confuso. - Ah, sim. Sobre a menina que você viu, né? A ficha dela e da família está limpa. Digo, nem ao menos ficha eles têm. São trouxas, mesmo. Ela é nascida trouxa, os pais são trouxas, os avós foram trouxas, e...

- Ok, ok, entendemos. - interrompeu Mione com impaciência. Os olhos continuavam vigiando com cuidado o filho e os sobrinhos. - Harry, onde está a Lily?

- Lendo os livros do Alvo lá em cima. Ela está louca para receber a carta dela. - disse subitamente Gina, que aproximou-se do grupo com um olhar de alerta. Molly vinha junto, mas direcionou-se até as crianças que brincavam na sala.

- Vamos, vamos. Vocês tem que se lavar antes do jantar. O vovô Arthur e o tio George já estão chegando. Pra cima, os três. - disse autoritária, posicionando as mãos na cintura. Os outros adultos da sala entenderam imediatamente: eles estavam ouvindo, então. - Hugo, vai deixar isso aqui? Tome, guarde lá em cima. - ralhou, entregando o mini quadribol para o garoto, que saiu bufando para cima. De todos, Harry notou que Tiago olhou para trás com suspeitas, antes de subir as escadas.

- Querido, já pedi para guardar os assuntos do trabalho para quando as crianças estão longe. - resmungou Gina, sentando-se do lado do marido com uma expressão cansada. - Tiago tem o mesmo gosto por aventuras que você tinha quando era mais novo. E Alvo tem o seu azar. - encerrou ela, vendo que o marido abriu a boca para falar mas imediatamente fechou-a.

- Além do mais, eles já estão sabendo sobre os boatos da Irmandade. Se ouvirem que estamos preocupados com o assunto, vão se assustar. - argumentou Hermione, vendo que a batalha estava ganha quando Harry e Ron afundaram no sofá. - E Harry, por Merlim! Ficar investigando uma colega de seus filhos? Você não era assim tão super-protetor. - ralhou a amiga.

- Sou um auror. É minha função descobrir as coisas para evitar que o pior aconteça. Ela não me pareceu normal. Havia algo de...

- Se você disser 'magia negra', Harry Potter, juro que dormirá no sofá por um mês. - ameaçou Gina, os olhos agora impacientes encarando o marido. - Ela é uma criança, querido! Você está ficando paranóico! Talvez precise de umas férias.

- Não preciso de férias!

- Acho melhor pararmos com o assunto. - avisou Molly. O olhar de avó nunca se engana. - Afinal um certo Tiago está ouvindo do topo da escada, não é? - falou num tom mais alto, e logo alguns murmúrios e bater de pés revelaram que era verdade. - Conversem sobre isso quando eles estiverem dormindo. Agora, Gina e Hermione, me ajudam a servir a janta?

( ... )

- Atormentem o Filch para mim, ok? - riu-se George durante a sobremesa, arrancando olhares censuradores da vovó Weasley. Todos puderam ver, porém, que Tiago piscou para o tio. - Não fique brava, mamãe. - falou quando viu que Molly bufara. - Filch deve estar se sentindo bem sozinho desde que eu e... - hesitou. Ainda, depois de todo esse tempo, era difícil falar alegremente do irmão. - Desde que não há herdeiros Weasleys na escola.

O clima teria ficado pesado se o comentário de Tiago não tivesse sobressaído-se.

- Quer dizer que eu sou o que? Filho do vizinho?

Todos riram imediatamente. Não por causa da piada, mas pela repetição dela. Os adultos lembravam-se dos gêmeos usando ela há 21 anos atrás, e deixou o clima mais leve por uma lembrança alegre.

- Pare de drama, querido. - riu Gina, bagunçando os cabelos já desarrumados do filho, e percebendo algo. - Aliás, porque os outros estão tão quietos, hein? - perguntou, voltando os olhares para Hugo, Lílian, Alvo e Rose.

- Não é nada. - responderam em uníssono. Todos, porém, nem haviam tocado no pudim.

O silêncio se manteve até que Lily murmurou, cutucando a sobremesa com a colher. - Eu queria ir esse ano.

- Eu também. - admitiu Hugo.

- Estou nervosa por ir. - suspirou Rose.

- Tiago disse que eu vou para Sonserina.

Revirar os olhos foi uma atitude geral. Aquele assunto de novo.

( ... )

Não havia mais volta. Era nisso que Alvo pensava enquanto acenava pela janela do trem, e finalmente seus pais e tios desapareceram na curva.

Ele achou que o café da manhã iria dizer olá de novo.

- Vem, sonserino, vamos achar uma cabine. - chamou Tiago, começando a andar pelo corredor ainda com alunos.

- Eu não vou para a Sonserina. - respondeu o mais novo, agora firme. Depois do que seu pai o dissera, estava confiante. Seria o mais novo grifano da família. - E a Rose foi na frente para encontrar uma, não é? É só acharmos ela.

Não foi difícil. Rose Weasley estava em uma das primeiras cabines. A ruiva abriu a porta quando eles passaram, auxiliando Alvo a arrumar seus pertences. Demoraram alguns segundos para notarem uma quarta presença ali.

Com o rosto escondido por um grande livro intitulado "Harry Potter: Pirado ou Herói?", Obsidiana Coleen fingia que eles não existiam.

- Hã, olá? - chamou Alvo, reconhecendo-a do incidente no Olivaras.

- Shii! - fez a morena, levantando o dedo em sinal de silêncio.

Os três se entreolharam.

- Eu estou há cinco minutos tentando falar com ela. - sussurrou Rose, franzindo o cenho na direção da menina.

Alguns minutos de silêncio preencheram a cabine, enquanto os primos esperavam pasmos a menina fazer alguma ação. Por fim, baixou o livro, aparentemente irritada.

- O que é? - perguntou, os olhos finalmente encarando os presentes. - Ah, você. - suspirou, apontando para Alvo com o dedo comprido e magro. - É verdade que seu pai convenceu o dragão de Gringotes a auxiliar na fuga dele após embebedá-lo com wiskey de fogo?

- O que...?

- Já vi que não. - suspirou, jogando o livro para o lado. - Essa Rita Skeeter é muito mentirosa.

Os três garotos continuavam sem reação.

- Não vão se apresentar? Que mal educados. - comentou Obsidiana por fim, sem se importar com o fato de que ela mesma não havia se apresentado. Balançando as pernas no ar - ela era baixa demais para os pés tocarem o chão - encarou-os questionadoramente. - Então? Quem são vocês?

- Ah, eu sou Rose. Rose Weasley. - adiantou-se a ruiva, esboçando um sorriso e estendendo a mão para um cumprimento. Acabou sendo ignorada, já que os olhos negros da menina se fixaram em Alvo.

- Eu sou Alvo Potter. - disse acompanhando o sorriso da prima, mas sem esticar a mão.

- Você não é muito branco. - comentou franzindo o cenho. Por fim deu os ombros e voltou o olhar para o mais velho.

- Eu sou Tiago Sirius Potter. - disse orgulhoso, estendendo a mão. Para a surpresa dos mais novos, a garota apertou vigorosamente a mão dele, o olhar cuidadoso. Aparentemente não gostara da confiança que ele esbanjava.

- E você? - indagou Rose, ainda sorrindo.

- Eu o que?

- Seu nome. - bufou Tiago, revirando os olhos.

- Ah. Obsidiana.

Silêncio.

- Então... Quer ir para que casa? Sonserina como meu maninho aqui? - riu Tiago, tentando reestabelecer uma conversa. Aquela menina era difícil de se conversar... Ou simplesmente não queria papo.

- Oh, não. Não tenciono tão longe. - respondeu ela, abanando a mão como se espantasse algum mosquito invisível - Minha ambição é Lufa-Lufa. Creio que eu me daria bem lá.

O trio discordava, mas não ousou dizer isso em voz alta. Começavam a achar realmente que estavam dividindo a cabine com uma louca: afinal, bastava olhar para ela e dizer que ela iria para a Sonserina.

Ou direto para um hospício.

Quase que por ajuda do destino, o carrinho de doces passou naquele momento, evitando mais perguntar com respostas estranhas. E assim prosseguiu o resto da viagem. Um silêncio incômodo, quebrado às vezes por alguns comentários. Alvo e Rose acharam sua primeira viagem para Hogwarts extremamente...

Entediante.

- Aleluia! - exclamou Tiago assim que saiu do trem, espreguiçando-se e despenteando o cabelo. - Não aguentava mais a companhia daquela louca. Ela era bizarra.

- Cahem.

Obsidiana estava atrás dele, as sobrancelhas arqueadas e a cabeça levemente inclinada. Olhava para eles acusadoramente.

- E eu não aguentava mais o seu fedor, Potter. - rosnou ela, decididamente ofendida com as palavras 'louca' e 'bizarra'. O garoto revirou os olhos e simplesmente ignorou o comentário, acenando para o irmão e prima enquanto dirigia-se para as carruagens. Algumas meninas do segundo ano que já o conheciam diziam um punhado de 'oi' sorridentes, e os garotos davam tapinhas nas costas de Tiago. Aparentemente, o primogênito Potter era popular.

- Ei, Alvo! - gritou ele por cima do ombro, o sorriso largo no rosto - Cuidado para não cair no lago, ou a lula gigante te come! Ano passado ela comeu três! - riu-se, e por fim continuando o caminho e começando uma conversa animada com um companheiro de casa.

- Ele está mentindo... Não está? - murmurou Rose com os olhos desconfiados para Alvo. Este apenas deu os ombros.

- Acho que sim. Mas foi maldade o que ele disse sobre a Obsidiana. - admitiu, procurando com o olhar a menina. Ela já estava longe, analisando a estação. - Ela não é tão ruim assim.

- Alunos do primeiro ano, por aqui! Alunos do primeiro ano! - chamou uma voz.

Hagrid estava velho: os cabelos estavam quase todos grisalhos, apesar de ainda formarem uma espessa juba. Em seu rosto, rugas formavam-se com firmeza, deixando-o com uma eterna expressão apertada. Parecia, no entanto, alguns centímetros mais baixo - não que isso fizesse diferença, já que continuava enorme. E mesmo com a idade, estava com um sorriso largo no rosto: Hogwarts era sua casa, e nunca iria deixá-la. Só morto.

- Hagrid! - exclamaram Rose e Alvo juntos, correndo para juntar-se ao amigo. Muitas vezes o meio-gigante os visitara, e ainda conseguiam sentir o gosto de seus bolos-pedra.

- Alvo, Rose. - cumprimentou-os. - Caramba, Alvo! Você está igualzinho ao seu pai, quando ele estava no primeiro ano! E você, Rose... Uma autêntica Weasley. Mas claro que puxou a inteligência dos Granger. - sorriu para eles, fazendo menção para que o acompanhassem. - Alunos do primeiro ano, venham comigo! Alunos do primei... Ei, menina, é por esse lado.

Obsidiana Coleen estava distraída andando na estação, e logo acabaria indo na direção errada. Com a correção do gigante, ela fez uma careta e voltou para o grupo. Ainda estava irritada, mas a irritação durou pouco.

A vista do castelo que se tinha no lago era incrível. Mas nada se comparou à estar dentro do castelo: era tanta magia no ar que seus corpos pareciam vibrar, suas almas entrando em sintonia com as muitas memórias que um dia tiveram vez ali dentro. Mil anos de história se resumiam nas batidas dos corações daqueles novos alunos. E subitamente, entenderam:

Hogwarts sempre estará lá para nos acolher.

- Bem vindos. Eu sou a diretora McGonnagall e em alguns minutos irei guiá-los para o Salão Principal, onde serão chamados em ordem alfabética para a seleção. Enquanto esperam, por favor, façam silêncio. - recomendou uma mulher idosa mas aparentemente com energia suficiente para vencer qualquer um em uma maratona, entrando pelas portas e fechando-as, deixando os alunos sozinhos. Porém, a recomendação não foi efetiva e uma explosão de conversas tomou conta dos novatos. Alguns acenavam e riam para os quadros, que observavam a cena com sorrisos; outros especulavam que casa seriam selecionados; alguns demonstravam seu nervosismo com silêncio.

- Muito bem, sigam-me. - chamou a diretora novamente, finalmente permitindo a entrada dos alunos novos no salão principal. Tudo era mágico: as velas flutuantes, que iluminavam cada centímetro daquele salão suntuoso, assim como o teto - havia um teto? Tudo que viam era o céu... - as quatro mesas dispostas e já ocupadas, uma quinta mesa com pessoas mais velhas, obviamente professores, e um estranho banquinho com um trapo velho sobre ele. Os primeiranistas foram guiados para a frente da mesa dos professores e enfileirados de costas para os mestres, ficando, assim, de frente para seus novos colegas. Alguns dos novatos pareciam meio verdes. O silêncio se estabeleceu rapidamente: todos meio que sabiam o que esperar. Por fim, um rasgo do trapo - que na verdade era um chapéu - se abriu. Era uma boca!


Vocês não podem enganar o Chapéu Seletor
Para tua casa ideal eu hei de te mandar
Pois a mim tu não podes enganar

Serias caridoso e bondoso
Com alma pura e gentil?
A Lufa-Lufa é teu lar, é sim
Ou a ambição fala mais alto
E a astúcia é tua guia?
Neste caso, já para Sonserina
Alguns são bravos, corajosos por natureza
Amigos, fiés e valentes
Tua casa é Grifinória, entendes?
Mas a mente é poderosa, e a inteligência é amiga
Se é isso que queres para tua vida
Na Corvinal tua pessoa é bem vinda
Mas desde já eu os aviso:

Não há uma casa mais negra que outra
Pois a temida escuridão
Dorme dentro do coração


 

Os aplausos romperam o silêncio deixado pelo fim da canção, e logo a tensão aumentou no ar. A hora estava chegando.

- Irei chamar os nomes, e vocês irão sentar-se e o Chapéu Seletor anunciará sua casa. - explicou a diretora, segurando o velho chapéu pela ponta. - Adeis, John?

Um garoto franzino e sardento andou até o banco com uma expressão ansiosa. O chapéu foi posto em sua cabeça e deslizou até parar em suas orelhas de abano.

- Ah, sim. Já sei. CORVINAL! - anunciou o objeto mágico, e o garoto desceu sorridente até a segunda mesa da esquerda, que aplaudia alto.

- Aggart, Gianna.

- GRIFINÓRIA!

- Avein, Howard?

- LUFA-LUFA!

E assim a seleção prosseguiu. Sonserinos. Lufanos, Grifanos e Corvinos aplaudiam regularmente, recebendo seus novos membros. Por fim...

- Coleen, Obsidiana?

A garota moveu-se imediatamente, sentando-se no banquinho com graça, depois de ter quase perdido o equilibrio. Quando a diretora colocou o chapéu em sua cabeça, ele não cobriu apenas os olhos, mas todo o rosto dela. Era pequena demais para ele.

- Oh, mas que mente! Por um instante achei que havia voltado a selecionar os gêmeos Weasleys. Mas é difícil... Não tem apenas brincadeiras em mente. Uma sede enorme por poder, e o último que a tinha não seguiu um bom caminho. Mas tens coragem para assumir seus próprios caminhos. Quem é você, menina? É uma dualidade maravilhosa de se analisar. Deixe-me ver... Sim. Acho que será mais interessante você ficar na GRIFINÓRIA! - anunciou por fim, movendo-se conforme a garota tentava ver algo. Ela sentia que ia sufocar com o cheiro de mofo dentro dele, mas sentiu-se feliz por ir para a Grifinória. Sempre soube de sua coragem. Quando a diretora McGonagall finalmente retirou o chapéu da cabeça dela, ela abriu os olhos e viu sua nova casa aplaudindo. Quando ia levantar-se para sentar-se em seu lugar, porém... - Mas lembre-se, Obsidiana Coleen. As trevas em seu coração vão tentar dominá-la. Resista.

O salão ficou quieto após as últimas palavras do objeto. Todos encararam a nova grifana, que franzia o cenho e encarava seus pés, os olhos negros pensativos. Alguns acharam que viram uma sombra passar pelo rosto pálido da menina, mas foi tão rápido que acharam ser apenas efeito de algum jogo de luzes.

A seleção seguiu, apesar dos aplausos terem se tornados mais contidos. Scorpius Malfoy foi selecionado para a Sonserina, e Alvo viu Rose revirar os olhos, impaciente. Sorriu ao lembrar das palavras do tio.

- Potter, Alvo?

O estômago do garoto pareceu afundar. "É agora" pensou, indo até o banco e sentando-se. Antes mesmo do chapéu tocar sua cabeça, ele já mentalizava:

Grifinória, Grifinória, Grifinória, Grifinória, Grifinó...

- GRIFINÓRIA!

Alívio. Alvo Severo Potter sentiu que poderia desmaiar ali mesmo, já que suas pernas ficaram bambas ao levantar do banquinho. Os grifanos aplaudiam entusiasticamente. Ninguém aplaudia mais, Alvo notou, que Obsidiana, finalmente recuperada do susto. "Realmente, ela não pode ser uma pessoa má" pensou ele, sentando-se perto do irmão e um tanto longe da menina de olhos negros "Talvez só incompreendida".

Uma das últimas a serem selecionadas foi Rose. Ela praticamente quicava no mesmo lugar quando a chamaram.

- Hm... Uma mente digna dos corvinos, sabia? Mas não. Seu lar é a GRIFINÓRIA!

A garota ficou radiante. Estava na mesma casa que um dia fora de seus pais! Sorrindo, correu animada até a mesa na extrema direita, sentando-se junto com os primos. Queria escrever para seus pais agora, naquele momento!

Mas o resto podia esperar. Era apenas o começo.

O começo de algo que podia destruir suas vidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu tentei fazer o meu melhor. E eu gosto de reviews, sabe? ):