Frio.

Frio, úmido e escuro.

Era assim que se encontra a caverna, e também o interior da jovem encolhida num canto.

A jovem se encontrava em frente à fogueira improvisada pelos outros ninjas ali presentes; as chamas insidiam uma coloração laranja no rosto pálido, e fazia os olhos verdes escuros ficarem com uma cor mais viva.

Porém ela estava morta por dentro.

Ela olhava cética para aqueles jounnins e chunnins ali presentes, eles não a podiam protege-lá, não a podiam protege-lá nem dela mesma!

Ela apertava as mãos, uma de encontro a outro, as entrelaçando, tentando não pensar que todas aquelas pessoas poderiam morrer por sua culpa, que havia familiares os esperando, que se acontecesse alguma coisa, esposas, filhos e maridos nunca mais veriam seus entes queridos, e tudo por culpa de um ninguém, uma pária da sociedade, um monstro!

Ninguém queria saber se ela gostaria ou não de ser salva, ninguém a escutava, só queriam deixá-la fora das mãos malignas...

A jovem apertou as mãos mais fortemente, fazendo as unhas longas e quadradas ferirem as costas de suas mãos, e aos poucos as unhas irem se enterrando mais profundamente na pele fina e pálida, e por fim fazendo escorrer filetes de sangue, mais ela não se importava, sabia que dali a pouco esses pequenos ferimentos estariam sarados.

Qualquer ninja ali presente que a olhasse pensaria que ela estava apenas com o olhar perdido nas chamas, mas pelo contrário, sua mente não parava de pensar um segundo, não parava de pensar no horror por qual havia passado e nem pela maldição que estava levando para a vila que fora a sua casa quando ela tivera uma família, a vila da Folha...

Um monstro, isso é o que ela era; alguém que o mal seguia e que levava destruição e sofrimento por onde passasse...

Ela olhou novamente os ninjas que a protegiam...

Dois ninjas de sobrancelhas grosas e macacões verdes tomavam conta da entrada da caverna; outro ninja fumava um cigarro e ao lado desse se encontrava um garoto de rabo de cavalo que parecia ser um estrategista e outro garoto meio gordinho que comia salgadinho.

Uma piada, ela pensava.

Deu mais uma varredura pela caverna, e viu os outros ninjas, uma mulher de olhos vermelhos e outros tantos ANBUs com suas mascaras.

Por fim ela contou 15 ninjas ao todo.

Deu um suspiro cansado, não agüentava mais tudo isso.

- Precisa de alguma coisa Hinday-sama? – perguntou um dos ANBUs

- Não, não preciso não – a jovem suspirou exasperada.

- Logo, logo estaremos de partida, estamos apenas esperando a nevasca melhorar, seria bom se você pudesse dormir um pouco.

- Claro, tentarei – finalizou ela

O ANBU se afastou, e a jovem tratou de logo fechar os olhos para não ser mais perturbada, sabia que não ia conseguir dormir, mais não custava nada tentar.

Aos poucos ela foi adormecendo, inconscientemente, ela podia ouvir o barulho da neve caindo lá fora, porem depois de algum tempo não escutou nada, apenas os gritos das pessoas que amava em seus sonhos obscuros.

Escuro...

Seu adversário agora era o obscuro de sua mente e uma risada maligna de um ser maligno.

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Continua...