Lua Crescente e Estrelas No Céu escrita por msanaa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Queria avisar que eu escrevi essa fanfic junto com a minha amiga, Júlia Mayumi. E só para alertá-los, cada capítulo terá um narrador diferente, que estará estabelecido no começo da história.



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Capítulo 01 – Rodrigo

            Olhei no relógio. Já eram quase quatro horas da tarde, e ele ainda não havia chegado.

            Depois de mais quinze minutos, visualizei uma cabeça cheia de cabelo castanho bagunçado, olhando ao redor.

            “Eeeeei, Rodrigo!! Aquiiii!!”, gritou Leo, acenando e fazendo TODO MUNDO da loja nos encarar.

            “Obrigado pela descrição”, agradeci, indo ao encontro dele.

            “De nada” ele sorriu, com aquele maldito olhar sacana. “E então, já sabe o que vai dar pra Priscila?”

            “Bom, eu pensei em comprar pra ela o Box da última temporada de Friends... É um dos seriados favoritos dela!”

            “Por favor, Rodrigo”, Leo franziu a testa. “É óbvio que ela já deve ter, né?”

            “Você acha?”

            “Tenho certeza. Acha mesmo que a sua namorada é do tipo que tem paciência pra sentar em frente à TV em um horário específico pra assistir a um episódio? Claro que ela já deve ter os Boxes de todos aqueles seriados chatos de romance... Dawson’s Creek, The Wonder Years, My So Called Life... Arrume outro presente.”

            “Que tal alguma coisa para o Floquinho, aquele gato que eu dei pra ela dois anos atrás?”

            “Que tipo de pessoa dá um presente para um gato no aniversário da dona?”

            “Não é o aniversário dela. É nosso aniversário de namoro!”

            “Piorou!!”

            “Ah, sei lá” coloquei as mãos nos bolsos. “Estou sem ideias. Diga uma você, já que é tão esperto. O que você daria para uma namorada?”

            Leo começou a pensar, e pelo olhar dele eu já tinha certeza de que ele estava pensando na Fani.

            “Bem, eu faria algo bem romântico... Do tipo escrever uma poesia, dar a ela um buquê de rosas-chá, comprar alguma joia e, é claro...”

            “Gravaria um CD!”, nós dois dissemos juntos.

            “Como você é previsível”, girei os olhos.

            “Mas a ideia da joia é bem aplicável a essa situação! Garotas amam joias. A Fani vive repetindo pra mim aquela frase da Marilyn Monroe, ‘diamantes são os melhores amigos de uma garota’.”

            “Mas eu não posso comprar diamantes!! Vou ficar devendo para o meu pai pelo resto da minha vida! Joias são muito caras para os meus parcos recursos.”

            “É, tem razão. Além do mais, vai que vocês terminam, aí você vai ter desperdiçado tanto dinheiro...”

            Dei um tapa no braço dele.

            “Vira essa boca pra lá! Eu e a Pri vamos ficar juntos pra sempre!!”

            “Então, compra logo uma joia pra ela!!”

            “Ok, ok. Vamos até o último andar.”

            Pegamos o elevador e subimos até o andar da joalheria. Um vendedor veio nos receber, já achando que, por não estarmos com roupas de marca, não iríamos comprar nada.

            “Boa tarde, rapazes! Posso ajudá-los?”, ele perguntou, já esperando o clássico ‘só vim dar uma olhada’, como resposta.

            “Preciso de um presente de aniversário de namoro para a minha namorada”, respondi.

            O vendedor só faltou dar um pulo de alegria.

            “Muito bem, venham comigo. Quantos anos têm a garota?”

            “Dezesseis”

            “E há quanto tempo vocês estão juntos?”

            “Vamos fazer três anos”.

            “Ótimo. Então, no que você está pensando, exatamente?”

            “Um colar. Em formato de coração”.

            “Ownt, que coisa mais fofa!”, ele disse, com uma voz fininha. “Ela vai A-MAR!! Então, olha só, eu tenho de rubi, esmeralda, diamante e ametista. Você tem uma foto dela? Assim podemos ver qual pedra combina mais com a cor da pele e com os olhos”.

            Tirei da carteira uma foto ¾ que guardava dela.

            “Ai Meu Deus!” ele deu um piti. “Ela é RUIVA!!”

            Quase bati nele.

            “Ela NÃO É RUIVA!! O cabelo dela é CASTANHO!!”

            O Leo chegou perto do vendedor e disse baixinho:

            “Ela é ruiva.”

            “Cala a boca”, respondi.

            “Enfiiiiiim”, apitou o vendedor. “Acho que se você comprasse o colar de rubi, ia ficar um escândalo com a cor dos cabelos dela. Embora eu ache que diamantes sempre fazem uma garota parecer uma diva de Hollywood”.

            Falou Hollywood, falou Fani. Leo mais uma vez ficou pensativo, e tive que estalar os dedos umas duas vezes no nariz dele para que ele acordasse e me dissesse de uma vez o que achava do colar de rubi.

            “Acho que ela vai adorar, Rodrigo”.

            “Também acho. Quanto custa?”

            “1500”

            “REAIS?!”

            “Não, centavos”, ironizou Leo. “LÓGICO que são mil e quinhentos reais, Rodrigo.”

            “Mil e quinhentos reais por uma PEDRA?! Que absurdo!!”

            “Rodrigo, meu caro. Essas coisas aí valem muito dinheiro.”

            “E não é uma ‘pedra’”, disse o vendedor, ofendido. “É um rubi valiosíssimo.”

            “Vamos, Rodrigo, deixa de ser mão-de-vaca. É uma data especial.”

            “Sim, mas não é pra me deixar falido!”

            “Quanto você tem?”, perguntou o vendedor. “Posso pensar em te dar um desconto”.

           

Fiquei morrendo de vergonha, mas respondi:

            “Quinhentos.”

            O vendedor quase caiu pra trás, e riu da minha cara por uns dez minutos.

            “Você achou mesmo que dava pra comprar algo em uma joalheria desse nível com quinhentos reais?”

            “Ah, sei lá...”

            “Pede emprestado pro seu pai, Rodrigo”, sugeriu Leo. “Eu peço pro meu pai o tempo todo.”

            “E como você paga?”

            “Trabalhando lá na firma, ué.”

            “Meu pai não tem uma empresa, Leo. Ele não vai me emprestar MIL REAIS assim, do nada”.

            “Pode parcelar em até doze vezes sem juros”, informou o vendedor.

            Usei os dedos para fazer a conta:

            “Isso dá R$125,00 por mês... É, acho que vou ter que arrumar um emprego.”

            “Rodrigo, por favor, cala a boca e compra logo o colar.”

            Pensei, pensei, pensei... E antes que tomasse uma decisão, levei uma cotovelada do Leo.

            “Ai! Qual é a sua?”

            “Olha lá, olha lá!”

            Virei-me em direção a porta a tempo de ver ninguém mais ninguém menos que o trio Fani, Natália e Pri.

            “Ai Meu Deus, Leo, o que a gente faz agora? Elas não podem nos ver!!”

            “Ah, aquela é a sua namorada? A ruiva?”

            “ELA NÃO É RUIVA, que saco!”

            “Ela é mesmo um escândalo, parabéns.”

            “Ahn, obrigado”, eu respondi, ainda em pânico. “Leo, Leo, o que a gente faz?!”

            “Eu vou lá distraí-las, enquanto você vai lá pro caixa, LÁÁÁÁÁ LONGE, e resolve aí o negócio”, respondeu o Leo.

            “Não, espera Leo, espera...”

            Tarde demais. O Leo já acenara feito um maluco para as meninas, fazendo a Fani morrer de vergonha. Para evitar que ele fizesse uma besteira – e também porque sou curioso – fiquei por perto para ouvir o que diziam, ainda longe o suficiente para que não fosse visto.

            “Oi meninas!!” ele disse, empolgado.

            “Oi Leo”, sorriu a Natália. “O que você está fazendo aqui?”

“Eu fui ao cinema com uns amigos do prédio, mas eles foram embora mais cedo”.

“Não aqui no shopping”, especificou Pri. “aqui, na joalheria”.

“Aaah... Bom... Eu... Vim comprar um presente para a minha... Avó.”

            “Pra sua avó?”, a Fani obviamente não caiu nessa.

            “Ahn, é... Minha avó... A mãe do meu pai. Ela faz aniversário no próximo sábado”

            “Sua avó Helena?”, perguntou a Fani.

            “Ahn... É”.

            “Mas ela não fez aniversário no mês passado? Lembra que a gente tinha que fazer o trabalho de química, mas você disse que não podia pois ia ao aniversário dela?”

            “Ah, não, essa que fez aniversário no mês passado é a minha tia-avó Helena. É porque minha avó se chama Helena Maria e minha tia-avó se chama Helena Rita.”

            Mentir é feio, Leo, pensei, rindo.

            “Ah...”

            O Leo deu uma rápida olhada ao redor, e, quando me viu, rapidamente olhou para a porta. Entendi a mensagem e já estava quase saindo da loja quando um homem usando um gorro preto na cabeça – com buracos para os olhos -, entrou, com uma arma na mão.

            “Todo mundo parado!! Isso é um assalto!!”

            “Ai Meu Deus”, a Natália disse, e ela já ia começar a gritar mas Fani a fez calar a boca.

            Mais quatro assaltantes entraram e começaram a tirar as coisas das prateleiras, quebrando vidros e fazendo o maior estardalhaço. Congelei de pavor e não me mexi de onde estava, próximo à uma mesa.

            “Rodrigo?”, a Pri sussurrou, olhando para mim. Devolvi o olhar, dando um sorriso, na tentativa de acalmá-la.

Vai ficar tudo bem, mexi os lábios lentamente. Ela pareceu entender minha mensagem e sorriu de volta, um pouco mais calma.

Depois desses momentos de tensão, vários seguranças do shopping chegaram com armas em punho, apontando para os assaltantes.

“Larguem as armas e rendam-se!”, gritou um deles.

            Um dos bandidos, que provavelmente era o chefe deles, pegou a mão da primeira pessoa que viu pela frente e colocou o cano da arma em sua cabeça. Infelizmente, o cabelo dessa pessoa era castanho-avermelhado.






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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem! Só irei postar o próximo capítulo quando alguém comentar!
Beijos,
Ana!



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