Já se passava das oito horas da noite, um homem pálido e alto passava por um daqueles estreitos e escuros corredores do bar, era Louis – ex-namorado de Mandy – acendeu um cigarro e colocou a perna direita sobre uma porta de madeira negra, apoiando-se.

- Quem é? – perguntou por de dentro da porta, pela voz percebia-se que vinha de um homem.

- L. Smith – disse, olhando para os lados, desconfiado.

- Espere um momento, Irei abrir a porta!

Após alguns segundos a porta abriu-se e o homem que estava dentro do quarto era gordo, possuía um cabelo preto um pouco grande que era amarrado em um rabo de cavalo e tinha um óculo preto redondo, estava vestindo um terno elegante, parecia até mesmo um cantor de Jazz. O quarto estava muito bagunçado, cheio de objetos pessoais espalhados pelo chão, comida instantânea e pizza amontoados pelas mesas e várias roupas encima de cadeiras, seja lá quem for este homem, não é organizado.

- Está feito – disse Louis.

- Ótimo, ligarei para o chefe, parece que você se tornará um novo membro do nosso grupo, está ansioso hein rapazinho?! – e abriu um largo sorriso.

- Espero que o pagamento seja bom Alfred.

Ele assentiu.

Depois de uma pequena ligação, Alfred, deu algum dinheiro para Louis que agradeceu e foi-se dali.

Estava ainda mais tarde, Louis andou vagarosamente por uma rua nada movimentada, ouvia-se o vento uivando sobre seus ouvidos como um assobio, as folhas que estavam caídas no chão, já mortas, sem vida, eram levadas pela mesma, e então ouviu uma gargalhada maníaca e perfurante, sentiu um arrepio em sua nuca, colocou a mão no bolso direito, pronto para sacar seu canivete a qualquer hora.

- Brinque comigo, por favor! – e a risada maliciosa foi substituída por um triste choramingo de uma criança.

- Quem está aí?! – gritou Louis, apavorado com a situação.

Foi no mesmo momento em que algo pontudo rosou a pele de seu pescoço, ficou tonto de inicio até cair desmaiado.

Passaram-se algumas horas quando finalmente os olhos ressecados de Louis foram abertos, ele estava em uma sala morbidamente escura.

Emitiu alguns graves gemidos.

- Olha só, o queridinho já acordou! Deixe-me tirar este incomodo!

E tirou a fita presa na boca de Louis de modo agressivo.

- O que você quer de mim?! Eu não o tenho, pode pegar meu dinheiro se quiser; apenas não me mate! – suplicou olhando naqueles olhos rubros medonhos.

- Você me acha engraçado? – ele perguntou, com os olhos cintilando em meio à escuridão.

- Claro que não! Você é um idiota psicopata infernal, você matou a Mandy! Foi você!!! – lembrou-se.

- Ah, mas que bom que sabe, agora me diga algo que não sei, que tal: Suas piadas são péssimas! – disse, imitando perfeitamente a voz de Louis.

- Morra cara! Suas piadas são um lixo!

- Mas que horrível senso de humor! Chega, aconteça o que acontecer, nunca me diga que não achou engraçado ou que não entendeu a piada se não a consequência será esta! – pegou uma de suas facas e fez o mesmo corte estranho que fizera com Mandy que mais lembrava um sorriso forçado. Louis gritou de dor.

- Que diabos é isto? Socorro!!! – gritou mais ainda, com receio de que tudo terminaria ali.

O maníaco pegou um lenço e tapou a boca de Louis.  Mas os gritos foram suficientes para que alguns policiais que faziam uma ronda por aquela noite escutassem seu pedido de socorro.

- Tem alguém aí?! – gritou um deles, escorado na porta da sala que ambos estavam.

- Droga! Olha só o que você fez moleque maldito! Parece que terei de acabar com você depois. – abriu o que parecia ser um compartimento secreto no chão daquele lugar e foi embora. Louis continuou a emitir alguns gemidos que fez com que os policiais percebessem que havia algo de estranho ali e arrombaram a porta.

- Você está bem?

- Sim, só fui atacado e quase morto pelo Maníaco dos Sorrisos! – ironizou Louis.