Wevelly Falls

Era apenas mais uma noite comum em Wevelly Falls, porém, nesta mesma noite uma força maligna agia novamente sobre a pacata cidade, pacata antes de tudo começar, faz duas semanas desde que começou e nenhuma pista ainda sobre o Maníaco dos Sorrisos. Sim, este nome parece ridículo para um Serial Killer, porém entenderia o porquê do nome se já soubesse que sua marca registrada era uma mascara teatral sorridente que representa a Comédia.

Já era tarde, se passava das onze horas da noite, uma garota, de não mais que dezoito anos andava cambaleando solitariamente por entre um dos becos daquela cidade; havia acabado de sair de um relacionamento não muito promissor e sem mais alternativas usou do álcool para achar algum conforto. E ao julgar pela forma desordenada que caminhava e a nevoa que pairava em sua mente não só usou como abusou de tal conforto.

A garota ouviu algum barulho como de facas arranhando as paredes, um grande ruído estrondoso, não demorou muito para que a garota começasse a andar mais rápido, porém o barulho cessou, isso fez a garota olhar para trás – não havia nada – e então voltou-se novamente para frente e quase que teve um infarto ao ver uma figura monstruosa como aquela: um homem com olhos vermelhos brilhantes e trajes de palhaço, eram uma mistura de laranja com preto e possuía grandes botões pretos sobre sua camisa e uma calça quadriculada – preto e branco – na verdade, parecia mais um bobo da corte do que um palhaço, além disso, tinha um grande nariz branco e pontudo e um gorro bizarro de três pontas, todos com guizos dourados em suas pontas, sua camisa também possuía essas pontas ao seu redor e também possuía guizos dourados nas pontas, e sua boca era enorme, seus lábios eram pretos e parecia que ele ria sempre, sempre mesmo, do tipo que nunca para, pois dava para ver todos seus grandes dentes brilhantes dali. E em suas mãos viam-se luvas brancas e duas grandes facas afiadas que exibia um grande brilho ao serem postas à mostra.

- Olá minha querida! O que a trás aqui a esta hora da noite? – perguntou a figura com um imenso sorriso.

- Eu estou indo para minha casa, então se você me der licença...

- Mas por que toda a pressa minha querida? – e então se pôs a frente da garota impedindo sua passagem.

- Moço, se o senhor não sair de minha frente terei de gritar!

- Grite! Grite! Adoro o drama, hahahahaha! – ainda rindo diabolicamente pegou uma seringa do bolso e injetou em seu pescoço fazendo com que a vítima adormecesse ali mesmo.

A vítima acordou amarrada à uma cadeira, presa por cordas nas pernas, braços e torso e também havia uma fita em sua boca, impedindo que gritasse ou falasse qualquer coisa.  

- Já acordou minha querida? Hum... que legal! Já podemos brincar, o que acha?

A vítima apenas emitiu alguns gemidos.

- A me desculpe, deixe-me ajudá-la com isto. – e então puxou a fita presa em sua boca.

- Quem diabos é você?! E o que quer de mim?

- Oh minha querida, possuo muitos nomes, e o “Maníaco dos Sorrisos” é um deles, e o que eu quero de você? Quero apenas uma coisa querida, apenas brincar e se divertir; se divertir muito!

Ele pegou algumas ferramentas em uma mesa de madeira que tinha ali perto da cadeira amarrotada, aquele ambiente era muito escuro, havia apenas uma luz por cima da cadeira da garota e ela provavelmente não estava conseguindo distinguir o real do fictício ali.

- O que você irá fazer comigo? – perguntou, parecia estar muito nervosa e prestes a chorar.

- Oh, não chore minha querida, quero apenas que você ria das minhas brincadeiras, então por que não tira logo esta tristeza da cara?

Isso não a tranquilizou, ela ainda estava muito triste e nervosa.

- Que pena ter que fazer isto tão cedo, mas será para teu próprio bem. – e então pegou uma de suas facas e cortou as pontas do lábio da vítima formando um grande sorriso forçado em sua face; isso a fez chorar ainda mais, começara a pingar gotas de sangue em sua calça.

- Por favor, por favor! Pare com isto! O que eu te fiz de ruim?!

- Oras, como assim o que fez de ruim? Não para com esta choradeira estúpida, deveria estar rindo!

A vítima parou de chorar, porém estava soluçando muito.

- Agora pare, por favor, me solte! – balbuciou a garota.

- Mas nem terminamos ainda, estamos apenas... começando, hahahahaha! – soltou outra risada malevolente.

E então pegou uma pequena caixa preta que possuía várias interrogações em laranja sobre ela, começou a rodar uma manivela que possuía ao lado e então começou a sair um bizarro som da caixa, como se fosse uma musica arrepiante daquelas caixinhas musicais e então 3...2...1... de dentro da caixa saiu uma cabeça de uma de suas vítimas, fazendo com que a garota quase caísse da cadeira com o susto que havia tomado.

- Tire esta coisa de perto de mim!!!

- Não está gostando das minhas brincadeiras minha querida?

- Não, elas são horríveis!

- Doces sonhos, tua alma tenta se reerguer, sem êxito, desaba, e permanece para sempre... na escuridão! – parecia estar recitando alguma poesia o que o deixava ainda mais bizarro do que já era.

- Por favor, deixe-me ir, prometo ficar calada. – disse garota ainda tremula.

- Mas é claro que você vai ficar calada minha querida, Sweet Dreams! – e então aconteceu, o Maníaco dos Sorrisos cortou a garganta da garota que fez jorrar sangue por todo aquele cômodo escuro e vazio.

O maníaco pegou outra coisa em sua mesa, era uma... mascara laranja sorridente, exatamente como fazia com todas as vítimas, pôs a máscara na vítima e escreveu em um papel:

Oh como é doce

Doce como o mel

Doce como teus lábios

Doce como teu sangue caloroso.

Não se trata de amor

Não se trata de vingança

Não se trata de riqueza

Entenda apenas que, se trata de viver!

Sweet Dreams!

Colocou o papel encima das pernas da vítima e retirou-se daquele cômodo repugnante.