Capítulo 14

–Dá para você ficar quieto? Perguntou Crowley a Halt.
–Você não está escultando? Halt Perguntou.
–Escultando o quê? Halt levantou uma sobrancelha para ele. -Os berros horríveis de Will!
–ah... com duas costelas quebradas, um ombro torcido e um ferimento no braço não é de se admirar os gritos, disse Crowley.
–Você é uma besta sem coração! Ele está assim por minha causa! Crowley deu a ele um olhar ofendido. -Sim, disse ele e rapidamente saiu de perto.
–Ai! Ai! Me... deixe... ai!! Berrou Will.
–Por deus! Suplicou Halt ao curandeiro. -Você não pode fazer nada para amenizar a dor?
Malcoln balançou a cabeça várias vezes como se pensasse na pergunta.
–Tem, mas isso iria fazê-lo durmir por um bom tempo, disse Malcoln.
–E o que você está esperando? Mecha-se! Gritou Halt reunindo todas as suas forças para isso.

Malcoln, surpreso com a autoridade presente na voz do arqueiro, saiu correndo para buscar o remédio.
–Will? chamou Halt.

Will tinha escultado uma voz familiar vindo de muito longe, e tentou procurar quem havia chamado por ele. No momento em que fez isso, logo se arrependeu. A dor que estava sentindo era insuportável!

Malcoln entrou trazendo o remédio e logo injetou o líquido na veia de Will.
–Pronto. Está feito. Ele irá dormir um bom tempo sem dores.
–Ótimo, disse Halt caindo no sono também.

Algumas horas depois, Crowley estava sentado na varanda da pequena casa quando surgiu uma figura saindo correndo das árvores.
–Horace! Chamou o comandante.

Horace viu Crowley e galopou em sua direção, mal deixando Kicker parar quando saltou do cavalo.
–Crowley! Horman está com problemas! Os escoceses estão para atacar o castelo! O exército está a 11 dias de marcha daqui! Horman não tem homens o suficiente. . ., mas Horace viu o arqueiro levantar a mão e ficou em silêncio.
–Hei! Hei! Vamos de vagar! Tudo bem? Horace se sentou no banco ao lado dele e respirou fundo. -Tudo bem, respondeu o jovem. -Por onde eu começo? Perguntou ele para ninguém em especial.
–Que tal do começo? Sugeriu Crowley.
–Certo. . ., respondeu Horace com as bochechas vermelhas de vergonha.

O jovem guerreiro respirou fundo e começou a contar os acontecimentos.
–Quando eu entrei no castelo, Horman me contou que os escoceses resolveram atacar outra vez. Eles souberam que quase a metade da guarnição do castelo foi enviada em uma missão para capturar uma quadrilha de forasteiros que roubava na região.
–Forasteiros? perguntou Crowley.
–Sim, mas nada que vocês arqueiros tenham que se preocupar, respondeu Horace.
–Ótimo! Falou o comandante. -Continue.
–Como eu ia dizendo, os escoceses souberam dessa história e decidiram tentar a sorte novamente. Horman tem vinte homens patrulhando as muralhas, mas receia que esse número não seja o suficiente em uma batalha corpo a corpo. Um dos patrulheiros de Horman voltou essa madrugada, e disse que eles tem no mínimo trezentos homens, e que estão a 11 dias de marcha do castelo. Horman está pedindo a nossa ajuda.
–Sim, concordou Crowley.

Horace se ageitou no banco e perguntou o que estava querendo muito saber.
–Onde está Halt e Will?
–Eles estão deitados lá dentro, disse ele apontando para a casinha. Halt acordou de manhã, mas Will está todo quebrado. Quebrou costelas e torceu o ombro, e o arqueiro contou toda a história do caminho até a clareira de Malcoln.
Quando terminou, Horace estava pasmo.
–Meu deus! Disse o jovem se levantando e indo em direção a casa.