James repirou fundo e entrou. Vector, ajudante do Rei, fechou a porta atras dele e lhe deu um tapa na cabeça. 

-Ai! - ele falou olhando para tras. 

-Está atrasado. A escolha já começou. - Vector falou indo em direção a mesa do Rei. Todos no reino conheciam James, mas isso também não queriam dizer que gostavam dele. James era conhecido por suas confusões e a facilidade que ele tinha de acha-las. 

Vector e James tinham algo como uma relação de amor e ódio. Quando ele chegou no palacio, por sua mãe ter morrido e ele não ter mais para onde ir, foi Vector que o acolheu nos primeiros dias, quando James ainda não conseguia fazer amigos e desde então eles eram bastante amigos, mesmo Vector sendo um velho e James só um garoto. 

O garoto se dirigiu até a fila que estava formada diante da parede e parou ao lado de Digory. Era um garoto baixinho de óculos um pouco grandes demais para seu rosto e que não era exatamente o cara mais amigavel com James. 

-Como consegue fazer isso? -  Digory perguntou quando James parou ao seu lado. 

-Isso o que? 

-Isso. Ser um total irresponsável. E ainda quer ir para a Diplomacia. Por favor. - o baixinho disse soltando uma risadinha. Isso irritava tanto James. 

O garoto assistiu enquanto Vector sentava na cadeira do Rei e mechia nos papeis, enquanto o mestre de oficio dos guerreiros avaliava a força de um garoto, que dava varios socos seguidos em suas mãos. Vector parecia se sentir importante sentado ali, como se algo dentro dele crescesse. Mas não foi isso que chamou a atenção de James. Foi o fato de o Rei não estar lá. Até onde ele sabia o Rei sempre comparecia para a escolha. Será que ele estava tão mal a esse ponto? 

-Você é perfeita! - falou o mestre de oficio da Diplomacia para Fleur. Abraçou a garota que olhou para James com os olhos brilhando. 

-Eu também quero entrar, senhor. - Digory falou dando um passo para frente, com o queixo erguido. Ciel, o mestre de oficio, soltou Fleur e ficou sério. Ciel era conhecido por ser muito animado e carinhoso, sendo muito adorado por todos. Era raro vê-lo bravo ou irritado, mas naquele momento esse sentimento ficou evidente em seus olhos. 

-Você quer é? - falo parando em frente ao menino. - Posso saber porque você acha que é certo para essa profissão? 

-Por que eu acho que serei um bom diplomata. Quero representar o reino e fazer negociações. Quero poder ser util. - disse sem ao menos ficar nervoso. James revirou os olhos ao seu lado. Como alguém podia ser tão irritante? 

-Certo então. - Ciel falou, ainda sério, apertando a mãe do garoto. - Vamos ver se você consegue fazer algo. - Digory olhou com o canto de olho para James, com um sorriso presunçoso. 

-S-senhor. Eu também gostaria de ir para... - James parou, não conseguia mais falar de tão nervoso. Fleur olhou para James com uma mistura de surpresa e preocupação. 

-Desculpe James. - falou mestre Ciel - Eu adoraria lhe aceitar. - Digory olhou surpreso para seu novo mestre. Ele havia acabado de ser frio com ele, que era completamente capaz e agora estava dizendo que aceitaria o James? - Mas eu não posso. Eu só tinha vaga para uma pessoa e estou levando duas. Me desculpe James. 

-Tudo bem, senhor. Tudo bem. - falou de cabeça baixa. Não queria ter que olhar para Fleur. 

-Tudo bem então. - falou Vector. -Acabamos por hoje, certo? - falou juntando alguns papeis e levantando para sair da sala. 

-Não Vector, digo, senhor. Eu não fui escolhido para nada. - James falou exasperado. Só o que faltava agora era não ser escolhido e ser um total inutil. - E-Eu posso fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo. - Vector lhe olhou com preocupação. 

-Eu escolho ele. - Um homem parado ao lado da porta falou. Ele estava tão calado que James não tinha notado sua presença. -Quero você na minha cabana amanhã, as 6. - e saiu sem falar mais nada. 

James olhou para Vector e depois para os demais mentores. Alguns sorriam e outros estava sérios, pareciam não gostar do cara de capa escura. -Tá... Quem é ele? - falou olhando para Vector. 

-Parabéns rapaz. Parece que você é um futuro arqueiro. - disse Vector sorrindo e abrindo a porta para que os outros mentores pudessem se retirar e voltar para suas atividades.