Várias Fics escrita por likeadragomir


Capítulo 17
Fic A Magia Mora Aqui - Parte Sete


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo de hoje!



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Aparecemos em uma floresta escura e fechada, mas era dia ali. Olhei em volta. Em todas as direções, menos para Gerald. Mas não aguentei por muito tempo.

–Estamos perto?

Ele assentiu.

–Para que lado vamos?

Ele pegou a minha mão e me levou para um lado da floresta. Eu não sabia qual era, e no que Gerald estava pensando. Eu ainda estava assustada por causa do beijo dele. Eu havia vislumbrado duas esferas de fogo nos seus olhos quando havia me prendido. E então, estava começando a compreender por que ele não havia sido meu guardião, mas queria ouvir isso da boca dele. Eu iria cobrá-lo mais tarde.

Eu estava aterrorizada.

–Alison vai demorar?

–Não se preocupe -disse ele, apertando minha mão -Ela já chega. Quem sabe antes de sairmos desse lixo.

Caminhamos lentamente, o sentido de Gerald dizendo aonde era para ele ir. Ele sempre andava na minha frente, e isso dificultava ainda mais a minha caminhada, pois ele ainda estava sem camisa.

Durante muito tempo, segui Gerald, mas parecia que a floresta não tinha fim. Para por fim ao meu astral, havia começado a chover. Pelo menos encontramos um cobertinho improvisado, com um pouco de cimento seco no chão. Sentei em um canto e me desatei a chorar.

Chorei de frustração, de raiva, de tristeza e alegria. Um turbilhão de emoções passava por mim. Não me importei de chorar em voz alta perto de Gerald. Ele, ao invés de dizer algo solidário para mim, sentou do meu lado e me puxou na sua direção, levemente. De início eu hesitei, mas me deixei cair. E chorei mais e mais. Com os minutos, Gerald me abraçava um pouco mais forte, e dava tapinhas de leve no meu braço. E eu parei de chorar, quase do nada.

Começei a pensar na hipótese de Gerald ser meu guardião, daqui em diante.


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–Por onde andou? -perguntou Gerald.

Havia parado de chover e eu e ele nos movemos para o fim da floresta, nos encontrando com Alison. Sinto dizer que já passavam das quatro da tarde.

–A limpeza demorou, badboy -cuspiu Alison, jogando a blusa de Gerald pra ele e a jaqueta de Max para mim.

Instantaneamente,eu abri o bolso frontal dela. A carta e a foto dele estavam lá. Eu as segurei na minha mão, enquanto colocava a jaqueta nos ombros. Depois, reeli a carta de Max e vi sua foto, assim como havia feito milhões de vezes. Max estava tão longe e tão perto...

Resmungando audivelmente, Gerald colocou a blusa. Seguindo ele e Alison, chegamos em uma grande árvore. A maior já vista por mim nessa vida. Galhos e mais galhos saiam de seu tronco, a maioria deles florescendo. Uma grande coruja branca estava pousada em um galho meio alto. Uma de suas asas estava lesionada. Ela olhava com curiosidade enquanto nos aproximávamos. Alison chegou perto da árvore e se ajoelhou, como estivesse na frente de um deus. Gerald (na minha direita) olhou em dúvida para a ave e se ajoelhou também. Restou apenas eu de pé, olhando para a ave que estava imóvel, assim como eu. Senti um par de mãos grossas me forçando para baixo. Gerald.

Não estava com vontade de me curvar para uma ave que estava com o olhar de faminta, mas mesmo assim o fiz.

–Sabe que não deveria estar aqui, Lily Jordens -disse uma voz.

Eu olhei para cima. A ave havia falado.

–Vim aqui com dois propósitos -falei.

Alison e Gerald levantaram suas cabeças, em sincronia, olhando em dúvida para mim. O que? eu senti os lábios de Gerald formarem essa frase silenciosa.

–Dois propósitos? Depois de tudo que fez, ainda quer algo? -perguntou.

Eu balancei a cabeça, afirmando. Gerald e Alison se levantaram.

–Pois bem. Quais são?

–Venho lhe pedir, com todo o respeito, um favor. Não, uma coisa.

–O que quer? -perguntou a ave.

–Cinco pedrinhas brancas peroladas, se estiverem com o Senhor.

–E por que eu deveria lhe dar as pedras? -indagou.

Dessa vez eu demorei para formar a frase. Gerald e Alison se calaram e ficaram como duas estátuas.

–Por que... Por que preciso ressuscitar um guard... Um amigo.

–E no que esse amigo seria útil? -perguntou a ave, pela última vez.

–Ele é um amigo meu, de infância. Algumas pessoas falam que ele é meu guardião -olhei para Gerald ao dizer isso -Ele foi atrás de Euríades, e foi capturado pelas suas forças, e morto. Na minha frente. Ele lutava muito bem e tinha muitos poderes. Pode usar em uma batalha, que estaria próxima.

A ave pareceu considerar a minha fala. Alison encarava a coruja, boquiaberta, e Gerald, olhava o chão. Até que...

–Aceito. Vou lhe entregar as pedras. Mas, qual era o segundo propósito?

–Podemos... Ajudá-lo a chegar ao Céu.

Agora a ave voou até o chão, na minha frente. Eu dei um passo para trás.

–Como? -perguntou, ansiosa.

–Quando trazemos uma alma de volta, usando as pedras, que são do Rei dos Anjos, não lhe devemos um favor? Pra ser mais exata, um desejo? -perguntei.

A coruja pareceu considerar meu pedido.

–Estenda a mão -falou.

Estendi e minha mão direita na sua direção. Ela estava tremendo. A coruja soprou e nela apareceu um saquinho de couro marrom, meio pesado. Olhei para a coruja, maravilhada.

–Senhor -me curvei - Iremos até Max, e então nos lembraremos da minha promessa.

Alison e Gerald se curvaram, também. A garota parecia muito cansada.

–Alison -falei - Vá para a casa de Raymond. Certifique que ele esteja bem. Voltaremos lá quando terminarmos.

–Mas...

–Não proteste, por favor -implorou Gerald -Eu consigo lidar com Lily.

Lançei um olhar interrogativo para ele. Ele deu de ombros.

Alison finalmente concordou. Estalou os dedos e desapareceu. Eu fiquei surpresa, pois nunca a vi desaparecer assim, sozinha. Mas, depois dela, era a vez de mim e Gerald. Partimos. Para Max.


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Chegamos na casa da árvore, onde eu e Max sempre íamos no fim de semana, quando estava frio. Eu havia deixado seu corpo lá. Ele estava do jeito que eu deixei, ainda intacto.

Desembrulhei as cinco pedrinhas e Coloquei em cima das mãos de Max, que estavam unidas. Tirei meu colar do pescoço e os coloquei em cima das pedrinhas. Eu tremia e suava muito.

–Falta o fogo e o sangue -disse Gerald.

–O sangue já já vem -falei.

Passei uma mão minha sobre a outra, para frente e para trás, e uma bola de fogo nasceu na minha mão. Gerald deu um passo para trás.

Coloquei delicadamente a bola em cima dos itens já reunidos. Não queimava.

–Faltam duas coisas...

Peguei a adaga de ouro da minha meia. Cortei meu pulso. Enquanto o sangue caia em cima das outras coisas, falei:

–Oh, pela alma de todos os anjos da Terra, eu, Lilyan Jordens, liberto sua alma do Mundo dos Mortos.

Enquanto o sangue caía em cima do fogo, a coisa toda parecia borbulhar. O corpo de Max havia ganhado um brilho prateado informal. O fogo est

Puf!

O seu corpo desaparaceu. Restou apenas o meu símbolo de proteção, que chegou até o chão com um baque.

–NÃO! -eu berrava e socava o chão ao mesmo tempo. Não estava escrito no livro que o corpo desapareceria assim.

E chorando, eu lembrei da minha promessa. Mesmo que eu fracassasse em salvar Max, eu havia dito a Calisto que o ajudaria. Eu fui para fora, ignorando Gerald. Olhei para o céu. E disse:

–Não consegui salvar Max. Mas me lembrei. Muito obrigado pela sua ajuda. As portas do Céu estão abertas para você, Calisto.

Eu senti um vento atravessar minha pele. E ficou mais forte. Até que uma corrente de ar me puxou para baixo.

E eu caí.

Eu estava indo para a minha morte. Mas senti um som de asas se aproximando, e alguém me pegou. Me abracei no seu pescoço.

Espera, eu conhecia aquele corpo. Já estive em contato com ele antes.

–O que estava fazendo, sua...maluca? -trovejou Gerald.

–Eu...não sei. Só sei que falei umas palavras a favor de Calisto e...e... o vento me jogou, eu não tive como me segurar -gaguejei.

Por um momento, seus olhos fitaram o meu rosto. Ele estava vendo se eu estava mentindo. Deciciu que eu não estava. E então eu notei: estávamos parados em pleno ar.

–O que...está...havendo? -perguntei.

–Tem medo de altura? -zombou ele.

–Não, é que...

–Voltaremos para a casa de Raymond amanhã, Lily. Por hoje ficaremos aqui. Eu não tenho forças para aparatar. E não estou com muita vontade de roubar carros.

Voamos em silêncio até a varanda da casa da árvore.

–Tudo bem? -perguntou ele.

Eu assenti e em silêncio, caminhamos até um colchãozinho meio empoeirado. Deitamos os dois lá, juntos. Quase dormi, mas uma dúvida veio na minha mente.

–Gerald?

–Sim?

–Você me ensina a aparatar?


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–Você tem certeza que quer fazer isso? -perguntou Gerald.

–Claro -respondi.

Eu estava parada em um círculo de terra, e a uns 25 metros, outro círculo estava feito. Gerald estava parado atrás de mim, sussurrando em meu ouvido e mandando calafrios para todo o meu corpo. Ele falava e eu obedecia.

–Muito bem: para isso é necessário de concentrar muito no lugar onde quer chegar. No seu caso, agora, é aquele circulo aí. Feche os olhos, se concentre e deixe seu corpo ir.

Eu fechei os olhos e me imaginei no outro circulo. Quando os abri, já estava a 25 metros de Gerald. Ele sorria de orelha a orelha para mim.

Continuamos repetindo esse processo, até que eu consegui aparatar de uma cidade a outra.

–Você já está bem craque nisso. Mas vamos parar por hoje. Você já perdeu energia, e se você quer voltar para a casa de Raymond, a hora é agora.

Mas eu não queria voltar. Eu queria continuar ali, treinando. Juntando forças. Gerald não entendia isso. E ele começou a exercer poder sobre mim...

–Não faça isso! -falei, correndo para longe -Pare!

Mas com suas habilidades demoníacas, e com sua incrível velocidade, ele me alcançou, e me prendeu contra uma árvore. Ele estava tão perto, irradiando um calor tão grande, que chegava a derreter o resto de neve que ali restava.. Cometi o erro de olhar nos seus olhos.

Bolas de fogo estavam brilhando neles, me forçando a fechar os olhos. Ele se inclinou sobre mim, e me beijou de novo.

Vorazmente, como sempre.

Me agarrei ao seu pescoço, arranhando suas costas. Prendi meus pés acima da sua cintura, para ficar mais confortável. Suas mãos iam passeando por todo o meu corpo.

Um estrondo nos obrigou a se separar.

Havia começado a relampejar, e o céu havia ficado negro.

–Podemos ir? -implorei.

–Vamos -respondeu ele, me largando gentilmente. *Gentilmente demais* pensei.

Ele me deu a mão e eu a agarrei, mas algo estava errado. Não conseguíamos desaparecer dali. Gerald enrugou a testa, tentou e tentou de novo, mas não deu certo. Subimos até a casa da árvore, para tentar ver se era a altitude o problema, mas não deu certo, de novo. Trovejava e trovejava. Começou a cair a mais pesada chuva já existente.

–Qual é o problema? -perguntei.

–Trovões...chuva pesada... Neve derretendo... -balbuciava Gerald.

–O que houve? -eu o sacudi.

–Não percebeu? A mudança repentina de clima, muitos trovões, chuva pesada...

Sacudi a cabeça, negativamente.

–Isso significa -disse Gerald, olhando o céu -Que você conseguiu colocar Calisto de volta no Céu, e que A Guerra entre os Anjos e os Demônios está para começar.

Eu me assustei.

–Precisamos voltar AGORA para casa! -eu literalmente gritei.

–Não podemos. Você não lê os livros?

–Gerald, estou nessa vida não faz nenhum mês!

–Quem sabe a culpa foi do seu antigo guardião, que nunca lhe explicou nada -resmungou ele.

–Não...se...refira...a...Max...por...esse...nome! -gritei. No intervalo de cada palavra, eu dava ou um soco ou um tapa em Gerald.

Não era do feitio dele sentir dor, por ser imortal, mas a cada golpe meu, ele se encolhia. Eu não ia admitir que falassem mal do pobre Max. Começei uns golpes de luta com Gerald. Ele olhou interrogativamente para mim, mas depois, quando desviei meu braço direito na direção do seu rosto, ele o segurou.

–Tem certeza que quer fazer isso?

–Ninguém...chama Max assim e sai ileso -falei, tentando libertar meu braço.

E consegui. Consegui liberar um chute no estômago de Gerald, que cambaleou para trás. Ele ia desferir um soco em mim com a mão esquerda, mas eu me abaixei, e como as suas duas pernas estavam abertas, deslizei por baixo delas, acertando um soco nas suas costas. Ele se virou, irritadíssimo, e tentou me dar uma rasteira. Eu caí no chão, de costas, mas me virei em segundos, e tentei dar uma rasteira nele. Dessa vez não consegui. Em um pequeno momento, segurei seu braço esquerdo, e montei nas suas costas. Peguei seu outro braço e o forçei a se ajoelhar no chão. Dei uma chave de braço nele.

–Vai parar com isso? -perguntei.

Ele não disse nada.

–Vai parar? -forçei.

Ele fez que sim com a cabeça. Eu larguei seu pescoço.

–Da próxima vez, pense muito antes de falar mal de Max -falei, dando um chute nas suas pernas.

Não conseguimos aparatar por sete dias. E a mudança de temperatura era imensa. Um dia chovia; no outro, nevava. No outro, fazia sol. Gerald saía as vezes para arranjar algo para podermos comer. No fim do oitavo dia, conseguimos sair da casinha da árvore.


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Era de noitezinha, e eu estava treinando a aparatação, entre um círculo e outro, de novo e de novo, mas não conseguia nada. Até que havia me deslocado 25 metros adiante. Gerald havia visto e estava vindo na minha direção. Ele estendeu a mão.

–Não preciso da sua ajuda -resmunguei.

Resmungando também, ele estalou os dedos e desapareceu. Eu subi até a casa da árvore, e peguei a jaqueta de Max. Só isso me fez querer chorar. Era a primeira vez que eu aparatava para um lugar muito distante. Respirei fundo, lembrei das instruções de Gerald, e estalei os dedos. Desapareci dali.

Desejei estar na frente da casa de Raymond, e quando abri os olhos, vi que Gerald e Alison estavam discutindo na área da frente. Alison quase chorou de alegria quando me viu. Veio correndo me abraçar, me encher de beijos e não parava de falar.

–Por que demorou? -perguntou Gerald.

–Não é da sua conta! -gritei para ele.

Entramos na casa, eu abraçada em Alison e Gerald, do meu outro lado. Eu estava a beira das lágrimas. Isso me lembrava Max. Pelo canto do olho, vi Gerald trincar os dentes. Continuei cabisbaixa, até ouvir um chamado conhecido:

–Lily?

Olhei para frente, para quem me chamou. Eu havia conseguido, afinal!

Me largando de Alison, saí correndo, na direção de uma jaqueta negra.

ava quase consumindo seu corpo. Até que...


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