Beleza. Vastas florestas e ribeiros cristalinos por toda a parte. Construções que se confundem com a própria natureza e jardins de nenúfares cobrem o alcance da minha vista. O mar calmo e esverdeado demonstra uma riqueza animal absolutamente incrível, com animais que eu nunca vi, e algas coloridas como rosas. Um enorme continente com duas penínsulas que, imagino, vistas do céu, se confundiram com um coração partido.

            O barco atracou e finalmente foi-me permitido deixá-lo. Decido seguir sozinho por entre os caminhos cobertos de flores. Rapidamente me vejo no coração de uma enorme floresta. Perdido e ainda assim cheio de curiosidade, ponho-me a deambular por entre as árvores, cheias de ninhos, e as flores cobertas pelo orvalho da manhã.

            O sol já vai alto e, felizmente, trago comigo alimentos, na única mochila que carrego. Continuo a caminhar por entre trilhos e caminhos feitos cuidadosamente, mas a floresta parece não ter fim. Começo a ouvir o borbulhar de ribeiro e, seguindo o som, deparo-me com a visão mais bela alguma vez presenciada por um hobbit.

            Encostada à pequena cascata do ribeiro, que fazia soar o borbulhar que me levou até ele, estava uma criatura que nunca antes vira. Por entre elfos, humanos, anões e hobbits, nunca tinha visto tamanha beleza. Elegante, com cabelos castanhos e encaracolados nas pontas cortados à altura dos ombros, olhos verde esmeralda e face angular. Orelhas pontiagudas e maçãs do rosto ligeiramente rosadas. Lábios vermelhos com o brilho molhado da água límpida que os cobriam e uma barbatana azul noite, substituindo as pernas.