Seja Forte escrita por evelyne


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Então, pessoal... essa é a minha primeira fic!! ~le sorriso de apresentadora de gameshow~ então se tiver algo errado relevem, por favor. Fiz oneshot porque eu estou começando e talz. Se você viu uma história parecida, me desculpe, eu realmente não sabia que ela existia, até porque eu sou nova no ramo de fanfics e tudo o mais.
Fremione não é o meu casal favorito (DRAMIONE 4EVER!!!11!!um!) mas eu acho os dois simplesmente lindos juntos, então eu resolvi brincar um pouco.
Enjoy :*



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SEJA FORTE

CAPÍTULO ÚNICO

by Evelyne

Hermione, por um momento, achou que estava morrendo.

O teto caía sobre sua cabeça, o chão parecia ribombar sob os seus pés. Hermione estava desesperada, ela tentava se proteger a todo o custo. Cobriu o alto da cabeça com o braço e se atirou no chão, encolhida o máximo que podia. Tudo era somente poeira, entulho e caos. Isso nunca teria um fim?

Até que, finalmente, acabou. O teto já não desabava, o chão não tremia. Hermione se levantou, cuspindo poeira, e tentou ficar em pé sobre o entulho, sem muito sucesso. Harry, que acabara de sair de debaixo dos destroços, segurou a sua mão, para tentar se apoiar. Por um instante, Hermione achou que tudo acabaria bem, que a explosão não fora tão séria assim. Grande equívoco. Gritos ressoaram pelo corredor, e a garota hoje teria dado tudo para que eles não tivessem chegado aos seus ouvidos.

– Não... não... não! – George gritava o mais alto que podia, como se sua vida dependesse disso – Não! Fred! Não!

Fred? Pelo amor de Deus, aquilo não poderia significar o que Hermione estava pensando! Não podia ser... não com ele. Foi aí que a garota viu. O corpo de Fred. Estirado no chão. Os olhos vazios, frios, gelados, como se a sua última alegria fosse roubada dele de súbito. O seu sorriso ainda brincava em seu rosto, e o fantasma de sua risada ecoava na mente de Hermione. Ela correu até o cadáver, como se o seu mundo fosse desabar. Uma lufada de pânico e descrença percorria o seu corpo, e ela já não se importava com mais nada. Precisava chegar até Fred. Hermione não se importava com a guerra, não estava nem aí para os Comensais que duelavam ao seu redor. A única coisa que ela queria era aquele ruivinho. E ele era a única coisa que agora ela não poderia ter.

Era um dia claro em Hogwarts. Os estudantes brincavam nos jardins, conversando animadamente. O sol alcançava toda a extensão dos gramados verdejantes, que se moviam a medida que a brisa os tocava. Hermione estava sentada à sombra de uma árvore, perto do lago. Estava de olhos fechados, satisfeita. Nem Ron, nem Harry estavam presentes. Hermione não sabia onde eles estavam. E para falar a verdade, nem se importava.

" Posso me sentar?" Uma voz interrompeu seus pensamentos. Mione se virou para olhar quem havia acabo de chegar. Fred estava em pé, encostado no denso tronco da árvore, e olhava sorridente para a garota. Seus olhos eram reconfortantes, e seu sorriso era caloroso. Hermione deu de ombros, indicando que ele podia, sim, se sentar, e Fred se largou do lado dela.

"Está um belo dia, não?" Perguntou, olhando fixamente para a grifana.

"Com toda a certeza. Bom para relaxar" Mione respondeu. A garota surpreendentemente não se sentia incomodada com o olhar intenso de Fred, pelo contrário, até estava gostando. Ele a fazia se sentir querida... desejada. Hermione sorriu, e Fred inclinou a cabeça sobre o ombro.

"Bom para relaxar... e para aproveitar com quem a gente gosta" Foi só o que ele disse, pensativo. O garoto parecia estar perdido em pensamentos. Hermione queria saber desesperadamente o que ele estava pensando, tão enigmático, mas achou falta de educação interromper. Por isso, ela ficou quieta, olhando fixamente para o lago. Fred, então, se esticou na grama, e afagou de leve as maçãs do rosto de Hermione, que congelou na mesma hora. Não por ser Fred a fazer as carícias, e sim porque ela estava gostando mais do que o bom senso poderia permitir. Fechou os olhos, relaxando instantaneamente, e a próxima coisa que sentiu foi os lábios de Fred pressionados levemente contra os seus.

Hermione empurrou os entulhos, correndo o máximo que podia. Finalmente, alcançou o corpo daquele que ela tanto amara. Sem ao menos importar se estava sendo observada, a garota caiu de joelhos ao lado de Fred, as lágrimas caindo em cascatas pelo seu rosto. Ela segurou os ombros do ruivo e enterrou o rosto em seu peito. Quantas vezes já não fizera isso antes! E o que mais doía era que, pela primeira vez, Fred não lhe envolveu com os braços, consolando-a, nem riu do desespero da garota. "Você é melancólica demais, Mione. Vamos, sorria. Eu adoro quando você sorri" Era o que ele provavelmente diria naquele momento. A dor apunhalava Hermione como facas, afiadas e letais. Ela não sabia o que estava fazendo. Só sabia que queria o seu Fred. Queria ficar com ele. Não importava qual o preço.

Hermione e Fred, depois daquele beijo nos jardins, passaram a se encontrar todos os dias. Viam-se escondidos, longe dos olhares de todos, seja em salas vazias, seja à sombra de uma árvore. Sempre cautelosos. Nunca anunciaram o que tinham. Ambos não queriam atenção, ou intrigas, ou ciúmes. Só queriam aproveitar um ao outro.

Naquele dia, Hermione andava sozinha pelos corredores, sem pressa para chegar a sua próxima aula. Estava adiantada. Passava em um corredor deserto, quando sentiu alguém a puxar pelo braço até a sala vazia mais próxima, e trancou a porta com um feitiço, deixando os dois sozinhos.

"Fred! Você é louco!" A garota dizia, em tom de repreensão, mas com um largo sorriso iluminando seu rosto. Fred a encostou na porta da sala, apoiando uma mão em cada lado da cabeça de Hermione. Os dois estavam em uma proximidade considerada perigosa, perdidos no olhar um do outro.

"Eu bem sei que você gosta das minhas loucuras" Ele disse, e depois riu alto. Fred beijou Hermione de uma forma carinhosa, e ela o retribuiu, entrelaçando seus dedos em sua nuca. Os seus lábios se movimentavam numa sincronia perfeita. "A senhorita não teria que ir pra aula agora?" Fred murmurou, separando os lábios dos dois apenas por alguns segundos, mas logo voltando a colá-los, sem esperar por uma resposta. Hermione riu internamente e aprofundou o beijo com voracidade. Fred fez o mesmo. As mãos da garota passeavam pelo ombro do outro, e ela se pegou imaginando como Fred seria sem todas aquelas roupas. Logo se repreendeu. Apenas continuou a beijá-lo. A sensação que Fred conseguia provocar em Hermione causava arrepios na garota. Era inexplicável. E deliciosamente bom.

Fred deslizou uma das mãos do cabelo de Hermione em direção à sua cintura, fazendo leves carícias naquela região. A garota suspirou, e se agarrou em Fred com todas as suas forças. O movimento foi recíproco. Ficaram ali, se beijando, durante um longo tempo, até que Hermione caiu em si e empurrou o ruivo, que a olhou, surpreso com o gesto. Na hora em que Fred falara, Hermione nem ligara muito, mas agora que parara pra pensar...

"Eu tenho aula! Meu Deus, não posso me atrasar mais!" Fred riu, debochado, e Hermione deu-lhe um soco de leve nos ombros "É tudo culpa sua" Ela falou, mas também tentava conter a risada "Se você não inventasse essas coisas, eu já teria chegado na sala faz tempo" E saiu, afagando levemente os cabelos de Fred ao passar. Fechou a porta atrás de si, olhando para todos os lados, certificando-se que ninguém a havia visto, e saiu correndo. De fato, a garota chegou bem atrasada na aula, mas secretamente ela não parava de repetir a si mesma que, afinal de contas, havia valido a pena.

– Oh, Fred... – Hermione agora soluçava. As palavras engasgavam-lhe, a sua garganta estava fechada, o seu coração parecia pesar como chumbo – Por favor, Fred... por favor... fique... – Sussurrava de modo que só ele poderia ouvir, caso estivesse vivo – Não pense que eu me esqueci... nunca... eu não fico mais brava com você, não critico esse seu jeito desencanado, nunca mais... volte, só dessa vez, VOLTE! – Ela gritou a última palavra, numa tentativa frustrada de aliviar toda aquela agonia que se instalava em seu peito. Tentativa vã, falha. O desespero só aumentou ao ver que Fred não respondia, e que não lhe responderia nunca mais. O choro aumentou de intensidade, se é que isso era possível, e os soluços pareciam não ter fim. Aquele não era o seu Fred. O seu Fred nunca permitiria que ela ficasse transtornada daquele jeito, ele sempre tentaria fazê-la rir. O seu Fred a responderia de prontidão, a abraçaria forte e diria que tudo iria ficar bem. O seu Fred iria afagar-lhe o rosto, daria uma risada leve e faria alguma piada que Hermione provavelmente não entenderia. O seu Fred nunca a deixaria só.

– Só dessa vez... – Sussurrou, quase não encontrando mais a sua voz, enquanto se agarrava a Fred como se ele fosse a sua última esperança de sair viva daquela guerra – Só volte para mim, só dessa vez...

A penumbra caía em torno de Hogwarts. O castelo estava totalmente iluminado; as luzes saíam de cada janelinha que você pudesse enxergar. Hermione estava fazendo a sua ronda de monitora, passeando pelos corredores iluminados de uma forma calma e desapressada. Os seus passos ecoavam de uma forma impressionante, e várias vezes Hermione se pegava olhando para trás, para verificar se estava sozinha. Geralmente Ron a acompanharia nessas rondas, mas hoje ele não estava presente. Alegara que estava passando mal, e embora Hermione achasse que era apenas uma desculpa para faltar a ronda daquela noite, ela acabou por lhe dar cobertura. Geralmente não era esse o tipo de atitude que Hermione tomaria, mas ela estava tentando ser um pouco mais compreensiva de uns tempos para cá. Além do mais, ela havia secretamente combinado em se encontrar com um certo outro ruivo... irresponsabilidade? Não na opinião de Hermione. Ela estava apenas apaixonada, embora nunca tivesse admitido isso em voz alta, e na opinião da garota isso não era nenhum crime... era?

Hermione esperou perto do Saguão de Entrada, que agora estava vazio, tal qual tinha combinado. Não demorou muito para que a pessoa com quem ela mais queria se encontrar naquele momento aparecesse do outro lado do saguão, o sorriso visível mesmo a certa distância. Assim que Fred se aproximou, Hermione o puxou aflita para detrás de uma pilastra.

"Como você chegou até aqui sem ninguém te ver?" Ela perguntou, olhando sobre os ombros de Fred, procurando alguém que pudesse o ter seguido. Fred suspirou, exasperado, e segurou o rosto de Hermione com força, obrigando-a a olhar para ele, em seus olhos.

"Oras, eu sou Fred Weasley ou não?" Perguntou, com um quê de desafio na voz "Você está subestimando a minha capacidade, é isso mesmo, srta Granger?" Hermione não se aguentou e sorriu, cedendo ao toque do ruivo.

"É claro que não! Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?" Ela perguntou, entrando na brincadeira, fingindo uma zanga inexistente. Fred jogou a cabeça para trás e riu. Hermione se pegou observando-o. Ele ficava tão lindo quando ria! Suas expressões ganhavam uma leveza que a encantava, e todas as preocupações que pairavam sobre ele sumiam de seus olhos. Ele parecia uma verdadeira criança quando ria.

"Vem comigo" Foi só o que ele disse, carregando Hermione pelo braço. Ela estava curiosa, mas nada falou. Fred a levou para uma sala vazia novamente. Hermione já iria fazer um comentário irônico, dizendo que ele estava começando a perder a criatividade, quando ele interrompeu seus pensamentos "Bem melhor. Aqui não sofremos o risco de sermos descobertos" Concluiu. Mal fechou a porta e Hermione pulou em seu colo, literalmente. Ela não estava raciocinando direito, não naquela noite. Mione envolveu a cintura de Fred com a suas pernas e o beijou, torcendo os seus dedos no cabelo do ruivo. Fred a manteve erguida, afagando levemente as suas costas em movimentos circulares. Ele foi dando curtos passos para trás, recuando pouco a pouco, até se encostar na mesa mais próxima, sentando em cima dela logo em seguida. Hermione sorriu entre o beijo. Agora ela estava no colo de Fred. Ele se cansou de restringir os seus lábios somente aos de Hermione, e foi distribuindo leves beijos por toda a extensão de seu pescoço, às vezes dando leves mordidas, que não doíam, mas que causavam um turbilhão de sentimentos em Mione. As coisas estavam ficando quentes.

"Mione?" Fred chamou.

"Hmmm?" Essa foi a única resposta genial que Hermione conseguiu formular num momento como aquele.

"Se você quiser, eu posso lhe dar a melhor noite de sua vida"

Hermione aceitou.

– Hermione, vamos – Harry chamou delicadamente, pousando sua mão em cima de um dos ombros da garota. Como ela pareceu não ter dado sinais de tê-lo ouvido, Harry olhou para os lados, como quem pedia ajuda, e Ron veio acudi-lo.

– Ahn... Mione? – Ron disse. Uma trilha de lágrimas manchava o seu rosto, e ele tinha as mãos fechadas em punhos, ao lado do corpo. Mantinha a varinha num aperto forte, entre seus dedos, e ele parecia lutar contra o impulso de correr e sair matando o máximo de Comensais que pudesse. Ron não tirava os olhos do irmão. O olhar que preenchia o seu rosto era um olhar torturado, angustiado... o mesmo olhar que George e Percy sustentavam. Ele disse as palavras seguintes como se elas provocassem quase uma dor física: – Tem uma guerra acontecendo ao nosso redor. Temos de ir.

Hermione não se moveu. Ela parecia paralisada em seu estupor. Os seus olhos ainda ardiam com as lágrimas, que escorriam em grande quantidade, e ela não se dignou a dar atenção ao dois uma vez sequer. Aquilo era algum tipo de castigo? Só poderia ser. Ela deslizou uma de suas mãos para o rosto de Fred, como ele próprio já fizera muitas vezes com a garota, e observou as suas feições. Ele parecia tão feliz... justo agora. Irônico. Logo, os soluços voltaram. Hermione balançou a cabeça, como se tentasse dispersar um sonho ruim, e, finalmente largou Fred. Ela se levantou, meio bamba, meio fraca, e deixou ser conduzida por Harry e Ron até um lugar seguro, enquanto Percy e George retiravam o corpo de Fred dali.

Os tempos difíceis chegaram. Ninguém estava seguro. Ficar em Hogwarts era arriscado. O Ministério dizia que estava forte, mas Hermione não confiava totalmente nisso. Ela passara quase um ano sem ver Fred, e estava com saudades. Muitas saudades. Assim que ela o avistou no enterro de Dumbledore, quis falar com ele, mas acabou que os dois se desencontraram. Quando desembarcou na Kings Cross, no final do ano letivo, quis logo se atirar nos braços de Fred, no entanto não o fez. Havia gente demais ali.

Porém, eles passariam um verão inteiro juntos na Toca, uma vez que agora Hermione apagara as memórias dos pais. Eles passavam os fins de semana juntos, quando Fred tinha descanso da loja de Logros. Riam e conversavam, ora abraçados, ora de mãos dadas. Sempre às escondidas. Fred nunca perdia o bom humor; e Hermione nunca perdia a capacidade de sorrir quando estava perto dele, mesmo nos momentos mais difíceis. Até que um dia Ron os flagrou juntos, escondidos perto do campo de Quadribol da família Weasley. Ele olhou descrente para os dois, e logo começou a rir. Fred o acompanhou, e Hermione sentiu-se como se tivesse perdendo alguma coisa. Mas eles eram os Weasley; nunca fizeram muito sentido, no final das contas.

Ron prometeu manter segredo. O estranho era que, quando Hermione chegou em casa, Harry e Gina já pareciam saber do novo casal. Uma semana depois toda a família Weasley olhava para os dois de uma maneira diferente, e George até fez uma encenação dramática à mesa do jantar dizendo que, se Fred não confiava nele o suficiente para guardar os seus segredos, era melhor ele se deserdar. Logo os dois estavam fingindo duelar, e o ocorrido acabou, naturalmente, em risadas. Tudo estava caminhando de vento em popa para Hermione. Ela não se lembrava de ter se sentido tão feliz assim antes, mesmo com a ameaça interminável de Voldemort pairando sobre toda a comunidade bruxa.

"Está muito nervosa, Mione?" Fred perguntou, em voz baixa. Os dois estavam sentados na sala de estar da Toca. Todos os outros estavam ocupados em seus afazeres e mal davam por conta dos dois "Quer dizer, sabendo o que você tem que enfrentar, e tudo o mais. A guerra está próxima, e pelo o que sei você vai sair numa missão com Harry. Está com medo?"

"Um pouco" Hermione admitiu, também em voz baixa. A verdade era que um calafrio percorria a sua espinha toda a vez que ela se lembrava da árdua missão que a haviam designado "Mas eu não vou desistir. Não agora. Irei até o fim dessa história"

"É assim que se fala" Fred sorriu, e Hermione o acompanhou. Sorrir era tão fácil perto dele! Parecia um movimento natural, como respirar "Você sabe que nós não nos veremos depois que você partir, não sabe?" Fred baixou a cabeça, e Mione assentiu, sorrindo de uma forma totalmente melancólica. Ele de súbito a beijou. Foi um beijo doce, e no entanto tinha algo a mais. Urgência. Até mesmo um pouco de angústia, atrevo-me a dizer. Hermione correspondeu o beijo da mesma forma, sabendo que não veria mais Fred por um tempo indeterminado. Poderia ser por poucos meses ou por vários anos. A ideia assustava Mione, e não era só com Fred. A família Weasley era a sua família. Gina, George, sr e sra Weasley, Charlie, Bill... até mesmo de Percy! Ela sentiria saudades de todos eles, como sentiria saudades de seus pais. Mas agora era irremediável. Ela tinha de ser forte.

Ser forte. Como ser forte quando o seu mundo está desabando? Como não fraquejar diante da realização de seus maiores temores? Como se manter firme quando você começa a perder as pessoas que mais ama? Como?

Hermione se escondeu com Harry e Ron atrás de uma tapeçaria, mal se dando conta do que acontecia ao redor. Ela estava em estado de puro choque. Assim se esconderam, Ron abraçou Mione com força. Não haviam segundas intenções naquele abraço. Ron apenas compartilhava as mesmas dores que Hermione. Fred era irmão dele, ele também estava sofrendo, sofrendo tanto quanto Hermione sofria... A morte do irmão deveria estar consumindo Ron por dentro; ele só deveria estar se aguentando para não surtar. A garota apertou Ron, e os dois ficavam ali. Ron não se aguentou; começou a soluçar no ombro de Hermione. Ela sentiu os olhos arderem, mas não chorou novamente. Apenas respirou fundo e disse:

– Ei, eu sei que é difícil, sei tanto quanto você, mas... temos de ser fortes. Temos de resistir. Vamos matar aquela cobra, Harry assassinará de uma vez por todas Voldemort e tudo estará acabado. Não estará bem, mas estará acabado – Novamente, a garota teve que segurar o impulso de chorar. Harry parecia querer entrar dentro da parede, de tão deslocado que se sentia. Felizmente, Ron pareceu lhe dar ouvidos: ele desfez o abraço. Hermione também o soltou. Muito bem, ela pensou. Seja forte, Hermione, seja forte. Tenho de fazer isso. Por Harry e Ron. Por Fred . Por meus pais e por todos aqueles que morreram nessa guerra.

E foi o que ela fez. Ela foi forte. Aguentou todas as provações que a guerra deu-lhe. Não reclamou uma vez durante o processo, pois sabia que a vida havia de lhe recompensar. Ela duelou contra comensais, se arriscou mais vezes do que podia contar, viu o seu melhor amigo morto, e quando tudo parecia perdido, ela viu o seu melhor amigo ressuscitar misteriosamente, para logo depois se atracar num duelo contra Voldemort diante dos olhos de todos no salão.

Até que finalmente tudo acabou. Toda aquela loucura havia chegado a um fim. Fred não ressuscitou como Harry, e Hermione aprendeu a conviver com isso. Mas ela não ficou remoendo o passado. Seguiu em frente. Criou a sua própria família com Ron. Ela amou Ron também. Talvez não como amara Fred, nunca amaria outra pessoa do mesmo jeito que amara Fred, mas amou o suficiente. Sabia que Fred estaria orgulhoso. Afinal, Hermione tocou a vida. Criou os seus filhos, cuidou de sua casa, fez tudo o que deveria fazer. E fez tudo com boa vontade. Mas às vezes, quando Hermione se deitava, totalmente esgotada e cansada, ela se lembrava. De tudo. De todos os momentos, de todas as risadas e brincadeiras, de todos os beijos. E, mal podendo se conter, ela chorava. Chorava, sim. Chorava de saudades. Uma saudade que não poderia mais ser sanada. Mas ela era feliz com sua família, e era feliz com Ron, que sempre fora louco por ela, no final das contas. A vida seguiu em frente, e no final das contas Hermione fez a única coisa sensata que poderia ser feita por ela.

Hermione foi forte.



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Notas finais do capítulo

Então, ta aí.
Eu sinceramente achei a maior puta falta de sacanagem a tia Jô ter matado o Fred, assim como ela não deveria ter matado o Remus, o Sirius, o Dobby, a Tonks, a Edwiges, o Dumbledore, o Snape...
Enfim, eu acho que vocês entenderam XD Mas fazer o que, a tia Jô quis assim ~le chora~ Eu, como sou uma boa garota, aceito a decisão dos autores.
Ok, e isso foi uma mentira. Eu gosto de virar tudo de pernas pro ar, porque eu sou doida XD
Enfim, Reviews? Por favorzinho?