Sundelly Sun escrita por caroldaa


Capítulo 60
5 de novembro




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O que eu acho mais estranho de tudo, é que eu não fazia idéia de que dia era hoje. Se não fosse o calendário que tivesse em cima da cômoda do quarto, eu não saberia que hoje era 5 de novembro. O Vincent tinha saído quando eu acordei, então eu desci e fui preparar um café-da-manhã pra mim. Ele sempre deixava a geladeira cheia de comida, porque ele sabia da minha necessidade de comer comida normal, mesmo ele não sendo tão a favor assim. Na verdade, ele é totalmente contra. Diz que vai contra aos nosso princípios, mas o pai dele o obrigou a me deixar comer o que eu tinha vontade.


Sentei a mesa sozinha, e novamente aquela sensação de solidão me acometeu. Comi co lágrimas nos olhos, sozinha, vendo o meu castelo tão bonito ao meu redor, tão grande, mas ao mesmo tempo tão pequeno.


Depois que eu comi, eu fui lavar a louça. Eu era completamente sozinha pra fazer os afazeres domésticos aqui. Vincent disse que não era aconselhável temos alguém pra fazer isso. Lógico, uma casa com vampiros e humanos juntos, não ia funcionar. E ele dizia que eu tinha o tempo todo do mundo pra fazer as coisas, já que ele não em deixava sair pra rua de nenhum jeito, independente do que aconteça.


Sinceramente, às vezes eu acho que ele me mantém presa aqui dentro, mas não tem nenhum cabimento eu pensar isso, e logo eu fico me achando uma idiota por ter imaginado uma hipóteses dessa. Ele me ama! Ele só quer me proteger do mundo lá fora. Tem tantos animais perigosos, humanos, e quem sabe até outros vampiros? E eu não sou totalmente vampira, eu também sou humana. É, realmente é perigoso.


Fui pra janela que ficava a metros do portão de saída, e fiquei fitando as coisas ao meu redor. As árvores, o verde, os animais pequenos, o rio, a floresta...


Espere! Se ele disse que me mantinha aqui dentro pra não ter nenhum perigo, como eu consegui me acidentar em meio à floresta.


Saí dos meus devaneios quando ele chegou e abriu o portão da entrada e veio em minha direção depositando um beijo em meus lábios.


- Oi Summer. – ele foi até a cozinha e viu os pratos na pia. – Argh! Não acredito que você ainda come essa comida nojenta.


- Não é assim tão ruim. É até boa. – falei sorrindo pra ele.


- Bom mesmo é sangue. Você deveria parar de ser assim tão racional e começar a ser mais instintiva. – ele falou me recriminando.


- Desculpa. – sorri sem jeito e abaixei a cabeça. Logo ele veio em minha direção.


- Não precisa ficar assim, também. Você nunca foi muito normal mesmo. – ele riu e sentou na sala, batendo no sofá ao seu lado pra que eu me sentasse próximo a ele.


Sentei, e ele me puxou para o seu colo.


- Escuta, eu sei que eu não posso sair porque é perigoso e tal... mas, como eu me acidentei lá fora, se você sempre me manteve aqui dentro? – indaguei-o curiosa.


Ele me olhou atônito, e me encarou com os olhos crispados. Confesso que vê-lo daquele jeito fez minha espinha congelar. Eu fiquei com medo de verdade dele.


 


Dia 5 de novembro


Estranho, eu acabei de levantar da cama, nem fazia idéia de que dia era hoje, só descobri por causa do calendário na cômoda do quarto. O Vincent tava do meu lado, me abraçando e esperando eu acordar.


- Bom dia, amor. – e depositou um beijo em meus lábios.


- Bom dia. – respondi com a voz rouca.


- Então, dormiu bem? Você tava estranha ontem à noite. Depois que eu voltei do banho, e você já estava dormindo, vi que seu travesseiro estava molhado. Você tava chorando? – ele indagou tirando os cabelos do meu rosto.


- Um cisco tinha caído no meu olho antes de eu ir dormir. Acho que foi isso. – menti.


- Hum... eu deveria estar por perto pra proteger do cisco. – e começou a trilhar beijos pelo meu pescoço. E eu me senti com a antiga sensação de repulsa àquilo. Me levantei.


- Estranho, primeira vez que eu me levanto sem fome. – sorri pra ele.


- Vai ver você supriu sua fome toda ontem. – e beijou minhas costas.


- Desculpa, tenho muita coisa pra fazer. A casa ta uma bagunça. – me levantei rapidamente com o lençol enrolado no corpo e fui pro closet pegar uma roupa.


Quando eu saí de lá eu me dei conta que eu estava escrevendo em folhas soltas. Eu não tinha nenhuma espécie de fichário pra juntar tudo o que eu escrevo durante o dia. Lembrei-me apenas onde eu tinha colocado algumas dela, na gaveta do quarto. Vincent não sabia onde eu as guardava. Mas era somente porque era muito pessoal, e tinham coisas que eu não queria que ele soubesse.


- To saindo, Summer. Volto daqui a pouco. To precisando de sangue. – ele saiu pela porta da frente e me deixou no quarto. Sozinha.


E mais uma vez a sensação de solidão me abateu. Eu estava sozinha naquele castelo enorme, e a presença do meu marido que tanto me amava não aplacava a dor de perda que eu sentia. Havia algo errado ali. Só cego não enxergaria


Fui até a gaveta da cômoda e peguei umas folhas que eu tinha escrito. Achei poucas, afinal, eu havia acabado de ter essa mania súbita de escrever.


Desci pra arrumar a casa, tinha muitas coisas que eu deveria fazer ainda. Arrumar a sala, os quartos desnecessários que existem aqui e cozinha, muitas coisas. Juntei as folhas que eu tinha achado em uma espécie de pasta classificadora, e a deixei na cômoda.


Resolvi começar pela sala. Peguei a vassoura e comecei a varrer toda aquela enorme sala, meio desengonçada. “Eu não tenho muito dom pra isso”, pensei. Fui tirando as almofadas do enorme sofá, e atrás de uma delas, entre o encosto e a almofada tinha uma folha. Peguei e a olhei. 5 de setembro? Mas, como!? Hoje é 5 de setembro. Eu to escrevendo agora!


Comecei a lê-lo e fiquei estática ao perceber o que tinha escrito ali. Era como se eu já tivesse vivido tivesse vivido esse momento, e a pouco tempo porque ainda dá pra sentir o cheiro da tinta da caneta que eu uso sempre. E eu estava com uma dúvida ali. Eu tinha perguntado ao Vincent como foi o acidente sendo que eu nunca tinha saído de casa.


Fiquei atônito àquilo. E ainda bem que ele não estava lá, senão, eu não saberia o que fazer. Foi aí que eu vi que eu tinha muito mais necessidade de guardar aquilo pra mim. Sem comentar nada com o Vincent. Alguma coisa dentro de mim dizia que tinha algo errado na situação. Era como se alguém quisesse me dizer que eu não deveria confiar tanto nele assim.


Continuei limpando a casa pra ver se eu acharia algo mais estranho. Limpei a sala por completo e não achei nada demais. A cozinha estava limpa, eu só fiz preparar algo pra mim pra mais tarde, e limpei o que eu sujei.


Ainda intrigada com o fato, eu continuei procurando provas pra que eu tivesse motivos suficientes de não me sentir culpada pelo o que eu sentia pelo Vincent, ou melhor, pelo o que eu NÃO sentia por ele.


Entrei nos quartos e procurei em todas as gavetas mais algum indício, mas nada encontrei. Por minha sorte, ele não ficava muito tempo em casa. O pai dele o obrigou a ficar em uma casa fixa, e não viver como um nômade pra mim, dizia que eu não agüentaria uma vida como nômade, ainda mais sendo tão frágil como eu sou.


Tinha terminado de limpar a casa e estava exausta. Eu me cansava muito fácil das coisas, e ainda mais agora que eu acabei de me recuperar de um acidente. Sentei no sofá e liguei a TV, apareceu em algum canal um programa de família. Senti falta de uma. Sentia um buraco no meu peito que era maior do que eu imaginava.


Fiquei muito triste com isso, e fui pra janela. Sentir o vento passando em minha direção, trazendo o cheiro de rosas e jasmim do jardim, e o cheiro de terra molhada e relva fresca da floresta.


Decidi que eu viveria do jeito que o Vincent planejou que eu vivesse. Pra ver até onde iria isso. Senti com se tivesse sido traída pelo meu próprio marido. Marido.


Subi e fui pra cama, e coloquei minha filha na gaveta do cômodo e fui dormir.


------------


            Acordei ainda cansada, e ele estava acabando de sair. Vi que enquanto eu estava dormindo, ele estava preocupado com alguma coisa. Fiquei preocupada e com medo de que eu esquecesse o que eu tinha feito definitivamente. Decidi colocar meu diário em outro local, em um lugar que ele não procuraria nunca, dentro do forno.


Sabia que era um lugar proibido pra vampiros como ele. Vampiros queimam, e ele não ia querer ficar tão perto da morte desse jeito. Levantei e lá pus as minhas folhas guardadas.


Fiquei vagando pela casa sem ter o que fazer, até que ele voltou. Com os olhos mais vermelhos que o costume, que indicara que ele tinha acabado de se alimentar.


- Que bom que você chegou, amor. Estava com saudades! – me aproximei dele e depositei um beijo em seus lábios.


- Como está carinhosa. – ele me fitou. – Aconteceu alguma coisa?


- Não. O que haveria de acontecer? – menti.


- Tudo bem. Eu não vou demorar muito. Estou indo resolver uma coisa com meus pais, pego um avião agora de noite, mas pra não te deixar sozinha, a Jane vai ficar aqui com você.


- Jane? – fitei-o. – Que Jane?


- Minha prima, Summer. – ele respondeu simpático.


- Tudo bem, amor. Que bom que eu vou voltar a conhecer sua família.


Pouco tempo depois, a campainha tocou, era ela. Abri a porta educadamente, e a chamei pra entrar. Ela não fora nem um pouco simpática comigo, pelo contrário, ela entrou e nem ao mesmo me desejou boa noite nem nada receptivo.


Dei licença a eles, e fui pra cozinha comer o que eu havia preparado. E escutei uns cochichos, e resolvi ver do que se tratava.


- Cuidado. Ela anda muito desconfiada. Não a deixe lembrar nada. Nem que seja preciso que você a torture pra isso. Você conhece as ordens do chefão. Sem aproximações. – ele falou pra ela.


- Pode deixar. Não é só você que é capaz de fazer um missãozinha dessa. Mesmo eu achando que era mais fácil ter acabado com ela logo na primeira oportunidade. – ela respondeu irritada.


Engoli seco àquilo. Como assim? Isso era comigo?


Escrevi tudo enquanto eu estava na cozinha e pus no forno as minhas folhas junto com as que tinham lá.


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Notas finais do capítulo

ain deus, o q aconteceu que eu não recebi nenhum review? fiquei péssima, por isso q eu demorei pra postar..
fiquei pensando q eu tivesse escrito alguma coisa bem ruim :/

tá meio sem sentido mas vcs vão entender o que tá acontecendo..
é só pegar as dicas q ficam nos capítulos!
desculpa a demora!

e espero muiiito reviews *-* isso anima qq pessoa!


ah, o one-shot tá na metade.. :/
eu sei q eu prometi q ia tentar terminá-lo mas o bloqueio veio com tuuudo! ¬¬'
eu vou parar de prometer, pq odeio não conseguir cumprir! ://



aah, antes de mais nada.. obrigada pelos votos no tfaproject! ;)
a fic não ganhou, mas só por ter entrado na concorrência me empolgou bastante! *-*
beeijos :*



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