Estava em casa, sentado em uma poltrona lendo a biografia de um escritor brasileiro bastante reconhecido, Machado de Assis, quando Bella soltou um grito de repente. Corri numa velocidade incrivelmente grande e, a vi sentada na cama com os olhos vagos e com a mão no peito.

- Bella? Bella, meu amor? O que está acontecendo? – falei aflito enquanto a balançava atrás de alguma reação.

- Ed... Ed, meu querido. – ela respondeu com uma voz chorosa. – Tô com uma sensação ruim! – ela fitou-me assustada.

- Sensação ruim? – arqueei uma sobrancelha atrás de uma lógica pra entender algo que pudesse ter desencadeado essa reação.

- É! Não sei bem ao certo o quê, mas... – ela estava muito atônita. – Me abraça! – ordenou e se jogou em meus braços.

- Claro, amor! – Fiquei abraçando-a por horas, ou minutos, e afaguei os seus cabelos enquanto ela se tranqüilizava. Fiquei tentado ao sentir o cheiro de morango que ainda emanava dos seus cabelos sedosos, e senti impulsos correndo em meu corpo. Mas tinha que me controlar, algo está entristecendo minha Bella. Senti-me frustrado por não conseguir lê os pensamentos dela, e num estado como esse, não posso obrigá-la a fazê-lo pra mim.

Deitei ao seu lado e ficamos imóveis por muito tempo, e ela continuava me abraçando forte, com medo, angustiada com o que estava sentindo.

De repente, o telefone toca. Bella levantou-se apressadamente e o atendeu. Mas a pessoa que estava do outro lado da linha parecia ter desligado, porque logo em seguida ela colocou o telefone no gancho novamente e foi para o jardim forçando um falso sorriso achando que me convenceria que tinha passado.

- Bella amor, que tipo de sensação é essa? – Indaguei seguindo a passos humanos. Odiava o fato de vê-la daquele jeito tão apreensiva, queria poder tirar o que ela sente de dentro do seu peito.

- Nada amor, já passou. De verdade! – Bella nunca foi uma boa mentirosa e não seria agora que viraria. Mas assenti, ela não queria mais falar sobre isso e eu daria espaço para que ela pensasse.

O telefone tocou novamente e quem o atendeu fui eu. O rapaz murmurou algo rapidamente e de uma forma preocupada, foi difícil até pra mim, identificar aquela voz, mas eu sabia quem era.

- Jacob? – indaguei, não por não ter certeza mas só pela surpresa.No mesmo instante, Bella já estava ao meu lado.

- O que aconteceu, Edward? – ela me perguntava ainda mais aflita. – Cadê a minha filha? – ela já estava exasperada e irritada com a minha quietude tentou pegar o telefone da minha mão. Mas não conseguiu.

- Edward, Renesmee está aí com vocês? – Jacob perguntou nervoso.

- CONOSCO? Não... – eu precisava de um tempo pra organizar meus pensamentos. Como assim Jacob Black liga pra minha casa perguntando o paradeiro da minha filha que ELE tinha seqüestrado? – SEU LOBO IDIOTA. CADÊ A MINHA FILHA? – Já estava rosnando.

- Edward? Cadê a minha filha? Pelo amor de Deus, eu quero minha filha! O que houve? – Bella já estava desesperada, e se tivesse a oportunidade de chorar já estaria em prantos.

- Edward, calma. E peça pra Bella ter calma também. Mas me deixe explicar. – Jacob falava fungando do outro lado da linha. – Minha prima chegou em casa contando sobre a existência de pessoas novas na família Cullen – ele tentava parecer mais calmo enquanto falava, mas era impossível.

- Aline? Aline Black então é sua prima! – respondi.

- Isso! Co... Como você sabe disso? – ele pareceu confuso. – Mas não importa isso agora, tudo o que eu quero é a minha Nessie de volta!

- SUA NESSIE? – falei entre dentes – Seu cachorro imundo, MINHA NESSIE nunca mais vai chegar perto de você. Nem que eu tenha que prendê-la em uma masmorra pelo resto da minha vida! – conclui. Recebi um tapa no braço de Bella, que já estava mega irritada com tudo que acontecera.

- Me. Passa. Esse. Telefone. AGORA! – ela falou autoritária. Confesso que vê-la daquele jeito não me deixou muito confiante, entreguei o telefone e fiquei ao seu lado tentando ouvir alguma coisa.

- Jake? É Bella! Por favor, o que aconteceu? – ela ficou resmungando umas palavras sem nexo e soltas, como “hum”, “sei”, “pode deixar”, “eu aceito” e logo em seguida desligou o telefone.

- O que você aceitou, Isabella Marie Cullen? – a olhei enfurecido.

- Vamos nos juntar com eles e procurar pela Renesmee. – ela falou enquanto saia de casa para ir atrás do restante da família para que eles pudessem nos ajudar com a busca.

- Vamos nos juntar? Não! Vamos atrás dela SOZINHOS. – mandei.

- Edward Anthony Maisen Cullen, não estamos em condições de você ficar dando os seus ataques, estamos falando de nossa filha PERDIDA por um mal entendido! E eu não vou ficar submissa as suas vontades, pelo menos não agora. OU VOCÊ ACABA COM ESSE ORGULHO BESTA E VEM COMIGO, OU EU NUNCA MAIS, NUNCA MAIS, DEIXO VOCÊ ME TOCAR. ESTAMOS ENTENDIDOS? – respirei fundo e pesadamente e assenti. O medo me dominava e isso já estava na cara. Eu que acabei com vários vampiros, fiquei com medo de uma ameaça da minha própria esposa.