Abri os olhos e percebi que estava de manha, sentei na cama e refleti que dia era hoje, até que me dei conta, mas não tive tempo de fingir uma doença ou coisa do tipo por que alguém abriu a porta sem ao menos bater.

_ Bom dia bela adormecida – era Dom quem falava – levanta, hoje é o dia especial.

_ Por que especial? – perguntei

_ Esperei muito por isso. – disse ele fechando a porta e saindo.

Levantei da cama, e olhei na janela, o tempo estava nublado, olhei no armário e procurei alguma roupa que me servisse para aquele dia, pouquíssimas das coisas que eu havia comprado, cobriam a minha pele o suficiente, e me esquentavam. Peguei uma calça jeans e uma blusa de mangas longas, uma roupa normal, e o sapato não havia jeito, teria de ser um salto, ou o meu tênis da Inglaterra, mas eu sabia que aquilo não combinava. Abri a gaveta e vi um chapéu e um cachecol, aquilo combinava bem, então resolvi pegar.

Desci e encontrei coisas das quais eu não sabia o porquê estavam ali, aquele dai devia ser especial mesmo. Havia varias coisas na mesa, pães, sucos, chás, café, bolos, etc...

_ Oi, bom dia – disse Mia com um sorriso que não cabia no rosto. – Qual é a desse chapéu? - perguntou ela.

_ Ele combina com o meu cachecol - respondi não tão animada – estou aqui me perguntando o que esse dia tem de tão especial. Será que é por que é o ultima dia que vou ficar aqui? – perguntei ironicamente

_ Sim estamos loucos pra nos livrarmos de você – disse Bryan com um sorriso.

_ Que maldade O’Conner – respondi.

_ Por que não senta e come, hoje o é nosso ultimo dia de treino a corrida já é amanha – disse Elena

_ Sim eu sei – disse me sentando e me servindo de suco de laranja – só não sei pra que toda essa preparação, deveria ser amanha.

_ Que seja hoje, é o dia especial. – disse Dom

Peguei uma fatia de bolo, passei geleia numa torrada e comecei a comer junto com o suco.

_ Acha que esta preparada? – disse Dom

_ Isso é o mestre que diz – disse mordendo um pedaço da torrada.

_ O mestre diz sim então, só precisa da sua ultima lição – disse ele com um sorriso.

Terminamos de comer e fomos para os carros, Bryan e Mia pro carro do Bryan, e Dom e Elena pro carro do Dom.

_ Hei! Eu vou sozinha? – perguntei - vou me perder no labirinto de ruas desse lugar.

_ É uma lição, siga o mestre, agora entre no carro, ou vai ficar para trás – respondeu Dom.

Todos saíram da garagem e se alinharam na rua.

_ Só uma coisa Dom – falei – Você não é meu mestre – e acelerei o carro ele partiu pela rua até que encontrei o primeiro caminho sinuoso, eu sabia exatamente onde ir, iriamos pro lugar de treinamento de sempre, mais eu não iria  pelo caminho convencional, o Dom me passaria, então tive que pedir ajuda a tecnologia.

_ GPS, ligar - falei

_ Qual é o seu destino? - respondeu a voz da mulher angelical

_ Os campos arenosos de Nova York a oeste - falei

_ Destino entendido e reconhecido - respondeu a mulher - vire a direita

_ Rota rápida - eu disse

_ Destino recalculado - falou a mulher - siga em frente.

_ Então meu alcance Dom - falei e acelerei.

Segui por ruas sinuosas que eu realmente não conhecia então deveria ser mesmo uma rota rápida, pois eram turvas e esquisitas, mas daí cheguei lá minutos antes que Dom e os outros. Quando eles chegaram, eu estava em pé no meu carro com cara de desdém.

_ Você passou disse Dom - com um sorriso - não me seguiu, fez seu próprio caminho, gostei.

_ Agradeça ao GPS. - falei.

_ Mas que seja tá na hora da outra lição - disse Bryan

_ E que lição seria essa? - perguntei

_ Você vai correr! - disse Mia

_ Correr? Com quem? Contra quem? Por que? A corrida é só amanhã. - falei rápido demais

_ Espera garota, muitas perguntas de uma só vez. - disse Bryan.

_ Você vai correr contra a gente - disse Dom - Eu e o Bryan.

_ Esta brincando né? - falei não conseguindo acreditar.

_ Não estou não - disse Dom num tom sério.

_ Fala sério, não sou do nível de vocês, vou perder, e não venha com essa coisa de que sempre se aprende alguma coisa com a derrota, por que não vai rolar nesse caso tá, isso não seria tão ridículo se dissesse que vou aprender na prática. - falei ainda rápido.

 _ Então encare assim, aprendendo na prática, com os profissionais, não é pra qualquer uma. - disse Dom

_ Não sou qualquer uma, e sempre aprendo com profissionais. - falei indo pro carro. - vamos logo com isso.

Bryan foi pro carro e alinhou o dele junto com o meu e de lá de fora Mia começou a ditar as regras. 

_ Vão até a ponta da árvore ela vai ser a linha imaginária da pista, vão sair dela dar a volta e voltar, tem apenas uma volta. Então, é isso, não vou ficar dançando aqui feito uma prostituta pra vocês saírem então chegam até a árvore e eu gritarei a largada.

_ Fala sério isso é uma idiotice. - falei pra mim mesma.

_ Acelerem - gritou Mia

Pisei fundo no pedal mais isso era uma grande bobagem, com toda a certeza.

Eu havia pegado um pouco de vantagem por que o meu carro era um pouco mais rápido que o do Bryan mais me dei mal na curva, passei da árvore e fiz a minha manobra de curva, mas Bryan virou, derrapou, passou da árvore e acelerou, e óbvio ele ganhou.

_ Parabéns, podemos voltar agora? - falei ainda dentro do carro.

_ De novo - disse Dom - Use a técnica dele.

_ E por que eu faria isso? Se eu posso usar uma melhor? - falei acelerando e indo de novo pra linha de partida.

_ Vamos ver o que você faz gatinha - disse Bryan e Mia anunciou a largada. Acelerei e ganhei a mesma vantagem usei a mesma técnica do Bryan só que continuei de lado e virei assim que ultrapassei a árvore Bryan virou e ainda como o meu carro era mais rápido cheguei primeiro.

_ Era isso que você queria? - Perguntei pro Dom

_ Era, era isso sim – respondi com um sorriso.

_Você é mais que um rostinho bonito, tem inteligência sabe raciocinar, e preciso usar isso ao seu favor. -disse Dom, dei um leve sorriso.

_ E eu uso – falei – Agora vamos, me mostra como um profissional faz – essa frase soou erótica demais na minha cabeça, mais resolvi deixar pra lá.

_ Tem certeza que quer fazer isso? – perguntou Dom

_ Não – respondi – mais sei que é isso que você quer – eu disse e acelerei o carro de volta a linha de chegada/ partida.

Ele entrou no carro dele e veio até o meu.

_ Tudo bem, mas vamos fazer diferente – disse ele – Esta vendo isso.

Olhei em volta e tudo que vi era um terreno arenoso em forma de tigela. Era um redondo meio com deformidades, mas era evidentemente redondo. Mais eu precisa olhar além daquilo enxergar outro ponto daquele lugar, pensei por uns momentos até que a ideia me surgiu.

_ É uma pista! – exclamei, e Dom deu um sorriso.

_ Sim, e é nela que vamos correr – disse Dom.

No meu ponto de vista Dom estava levando isso a sério demais, será por que ele acreditava em mim? Ou simplesmente queria que eu ganhasse o carro dele e sumisse.

Fomos com os carros até um dos pontos de entrada daqui e paramos.

_ Vamos dar a volta completa, quem chegar primeiro vence, simples assim – disse Dom

_ Tudo bem então – falei com desesperança.

_ Vamos lá então – disse Elena dessa vez – Corram.

Acelerei o carro a toda, mais a curva vinha logo a frente, desacelerei um poucoe virei o volante, na esperança que o carro não derrapasse, foi o que aconteceu mais me atrasei, não consegui prestar atenção na manobra de Dom mais ele já estava a minha frente, acelerei de novo,  mais aquilo era uma curva constante, e o carro iria derrapar, então não podia acelerar o quanto eu conseguisse, Dom saiu fazendo o carro ziguezaguear a cada momento que o carro derrapava e ele puxava fazendo com que se alinhasse de novo, não me atrevi a  tentar, pois não sabia como eu faria isso, mais em algum momento ele vacilou, coisa que normalmente ele não faria, e deixou que o carro batesse no acostamento, foi o tempo suficiente que eu tive para ultrapassa-lo, alinhar o carro pareceu difícil, havia muita poeira levantada, ele acelerou de novo mas eu já havia passado da linha de chegada. Sai do carro explodindo de frustração, Dom saiu do carro também.

_ Por que essa cara, você ganhou – disse ele.

_ Você deixou – falei

_ Esperava que não percebesse – disse ele

_ Mas o problema é que foi muito obvio – eu disse – Não entendi o motivo, na corrida não me deixarão ganhar, se quer seu carro, então corra direito – falei entrando no carro. Eu não suportava isso, a minha vida toda tive as coisas fáceis única e simplesmente por que as pessoas me achavam melhor, elas me deixavam vencer nos esportes, nos jogos, em tudo, única e simplesmente pra me deixarem feliz, mais não era legal, era frustrante.

Voltei ao ponto de partida determina a correr de novo, Dom veio também, abriu a janela do carro e disse:

_ Quer que eu corra direito? Então eu vou correr direito – e fechou a janela

_ Corram – disse Elena de novo, acelerei e pensei em o que fazer nas curvas, a pista era de terra, não asfalto alguma coisa havia de diferente nela, refleti por um segundo quando a curva já estava lá, e descobri que os sentidos eram diferentes, ao invés de diminuir eu acelerei na curva, quando ela estava na parte mais fechada o carro ameaçou derrapar, mais eu virei o volante pro lado do acostamento e ele se alinhou novamente.

_ Isso – falei pra mim mesma e continuei no trajeto, mais Dom tinha mais pratica nisso do que eu, e venceu, mais eu estava muito mais realizada do que anteriormente. Sai do carro saltitando de alegria.

_ Por que esta tão feliz? Você perdeu – disse Bryan.

_ O negocio não é ganhar ou perder, o negocio é estar na corrida – falei abraçando-o

_ Era isso que você queria? – perguntou Dom, era visível a felicidade em seu rosto.

_ Sim, era isso sim – falei sorrindo novamente.