Seguimos pra velha estrada tosca de areia que eu tanto detestava e paramos lá. Dom saiu do carro e essa era a ultima coisa que eu queria fazer.

_ Vai ficar ai dentro ou o que? – perguntou Dom

_ Que eu saiba você esta aqui pra me ensinar a ser uma corredora, e não se faz isso sem um carro. – respondi

_ Isso é o que você pensa! – Disse ele – sai do carro.

_ Ah você me dá ordens agora? – perguntei sarcasticamente

_ O que esta fazendo? - perguntou Elena

_ Tudo bem, quer que eu te tire do carro? Eu faço isso – disse Dom

_ Não obrigado, ainda consigo fazer isso – respondi saindo do carro.

_ Ótimo, agora me diz, o que você não sabe? – perguntou Dom

_ Sei lá, acho que sou ruim com curvas. – respondi

_ Ótimo, então vamos analisar a estrada. - disse Dom – Pra sua sorte, a corrida é em uma estrada de terra, e não há muitas diferenças entre elas. Agora, ta vendo aquela árvore ali? – disse Dom apontando pra uma pequena árvore solitária que ficava ao longe.

_ To, mas... – falei mais Dom me interrompeu

_ Não só preciso saber se esta vendo. – falou Dom

_ É eu estou. – respondi

_ Ótimo aquela árvore é o limite, você vai pegar o carro e fazer a volta naquela árvore. – disse Dom

_ Só isso? – perguntei e Dom acenou com a cabeça – Por favor! Eu sei dar a volta numa árvore, aprende-se isso quando se tira uma carteira, que alias, eu tenho uma.

_ Só faça! Por favor – pediu Dom

_ Ta! Que seja! Mais saiba que isso é uma idiotice. – respondi indo pro carro.

Entrei no carro e percebi que as garotas já não estavam mais lá, olhei pra árvore, liguei o carro e pisei fundo no acelerador, mais quando estava na distancia que eu precisava parar e desacelerar um pouco para fazer a curva na árvore eu não fiz, continuei acelerando e quando tinha ficado em linha com a árvore, freei com tudo e girei o volante, o carro fez a volta na árvore e continuei acelerando, até que chegasse no ponto onde todos olhavam boquiabertos, sai do carro radiante de felicidade, nem eu própria sabia como tinha feito aquilo.

_ Você viram aquilo? – falei com um sorriso cheio de dentes.

_ É nos vimos – disse Mia me abraçando.

_ Dom você tem razão! Eu tenho mesmo talento, não é? – perguntei ainda infinitamente feliz – mas ele se manteve quieto e sério – Não é? – perguntei de novo.

_ É sim – disse ele abrindo um sorriso e me abraçando.

_ Ta qual a próxima lição? – perguntei ainda muito feliz.

_ A próxima é comigo – disse Bryan

_ Ok então – falei

E pelo resto dia passamos fazendo manobras com o carro que eu nem sabia que era capaz, mais eu realmente tinha talento.

Depois que o sol já havia se posto e a única coisa que nos ilumina era o brilho da lua e o farol dos carros, então resolvemos ir embora, pegamos o carro e dessa vez eu dirigi, e as meninas foram junto, mas no meio do caminho eu tive uma idéia.

_ Sabe o que eu acho? – falei – Acho que a gente deveria sair pra comemorar!

_ Típica frase de menina riquinha – disse Elena

_ Ah para com isso. – falei – sabe bem que não sou assim, agora muito menos

_ A gente sabe, agora zarpa pra onde você quer ir, falamos pro Dom seguir o carro – disse Mia

No retorno mais próximo eu virei, e segui pro lugar onde eu mais adorava ir com o meu irmão, era isolado, sozinho, e muito aconchegante, nada de um restaurante esnobe com comida esquisita, lá vendia refrigerante e batata frita.

Demorou um pouco mais finalmente chegamos lá.

_ Por que você nos trouxe aqui? – perguntou Dom já saindo do carro

_ Acho que preciso de descanso, depois de toda essa aula. – respondi

_ Acho que ele tem razão – disse Bryan – não vai fazer mal

_ É claro que não, vamos entrar agora. – falei com um sorriso

Nós entramos e escolhemos uma mesa, era um lugar com paredes de vidros, mesas redondas, tv’s e musica, era muito aconchegante, era onde eu queria estar agora. Nós pedimos batatas, refrigerantes e Milk shakes.

_ Parece que você não odiou tanto os treinos como eu achei – disse Dom

_ É, até que não é tão ruim – falei tomando um gole de Milk Shake.

_ Por que escolheu esse lugar? – perguntou Elena

_Vinha aqui com o meu irmão, depois que normalmente ganhávamos nossos Raccers amadores – falei – Por um momento eu achei que... Talvez...

_ Ele pudesse estar aqui – completou Bryan

_É, mais ele não esta, acho que ele... – comecei a falar, mais afugentei pensamento. – Quer saber deixa pra lá, vamos só comer.

Nós comemos e seguimos pros carros pra irmos para o meu hotel temporário.

_ Você... vai mesmo ir embora, depois que tudo isso acabar – perguntou Dom no caminho, já que ele havia se oferecido pra dirigir o meu carro.

_ Sinceramente? Não sei mais... – falei – Mais acho que mesmo que eu não queria, eu preciso.

_ E por quê? – perguntou Elena

_ Pelo meu irmão – falei – não posso viver com a sombra do passado dele, preciso aceitar, que... Talvez... Talvez ele não volte.

Todos permaneceram quietos e sem que eu me desse conta já estávamos na casa do Dom. Subi direto pro quarto e adormeci quase que instantaneamente.