A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 21
Fim!


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeente! Acabei a história!
Espero que não se decepcionem muito comigo!



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Naquela noite, dormimos abraçados. Não foi como se eu estivesse dormindo com Jake, foi especial, me senti em casa quando seus braços puxaram minha cintura para si.

Contar para Alice foi, no mínimo, péssimo. Como combinado, nenhum de nós dois foi trabalhar, mas antes, eu preferia ter ido ao acontecido.

Estávamos dormindo muito bem quando um som irritante me despertou. Olhei o relógio da cabeceira. Faltavam quase duas horas para que eu acordasse. O barulho era insistente e logo as mãos protetoras de Edward me deixaram para pegar o celular.

–Alô? – atendeu sem ânimo algum, com a voz rouca de sono.

–FELIZ ANIVERSÁRIO, MANINHO! gritou Alice do outro lado da linha.

Para não ficar surdo, ele afastou o aparelho da orelha. Depois deu um beijo na minha cabeça antes de voltar a falar com ela. Mas mesmo não gritando, dava para ouvir claramente o que ela dizia, de tão silencioso que o clima estava.

–Diga que tem uma boa razão para vir me acordar às três da manhã.

–É seu aniversário, seu ingrato! Não é todos os dias que a gente faz vinte e um anos!

–A gente só faz um ano a mais todos os anos. Não existe aniversário duas vezes ao ano, portanto sua lógica não faz sentido algum.

–Chato, hoje eu não quero me irritar com você, vai para a agência ou para a construtora?

–Nenhum dos dois. Me dei folga do trabalho e, como você mesma disse, eu vou aproveitar o meu aniversário.

–Manda ela ir catar coquinho, amor – falei baixinho e me virei para ele. – Bom dia.

–Quem está aí com você, Edward Anthony? grunhiu Alice.– Está traindo a minha amiga? Edward, sei que não está em casa. Onde passou a noite? Com quem? Fale!

–Se você deixar, talvez, eu me explicar – ele deu de ombros para o celular.

Soltei uma risadinha antes de me aproximar e selar nossos lábios por uns segundos.

–Eu estou deixando retrucou ela.– Não, espera, estou mandando você me dizer!

–Alice, não surta, está bem? – ele pediu sem esperança alguma. – Eu estou com o amor da minha vida. Passei a melhor noite da minha vida com essa pessoa perfeita. Na casa dela. E, óbvio, estou no quarto com ela. – então soltou uma risadinha.

Revirei os olhos para ele. Quer dizer, como assim? A gente apenas dormiu e, com ele colocando os fatos dessa maneira, parecia que tínhamos feito muito mais. Ele encolheu o ombro, com um sorriso brincalhão nos lábios. Sentei em cima de sua barriga, apoiando meu peso com as pernas, uma de cada lado.

–Agora, se me dá licença, ela está me provocando, já que você a acordou.

–Como? Não! Você não vai desligar o telefone! Eu vou dizer tudo para a Isabella! Vou falar que você passou a noite numa boate de strip-tease e dormiu com umazinha sem camisinha!

–A última parte é verdade – ele riu, eu bati em seu ombro e Alice deu um berro.

–Você é louco! Ela poderia ter DST! E agora você está infectado! Eca, Edward! Nunca mais encosta em mim, seu porco, nojento!

Edward só conseguia rir da situação. Eu o acompanhava nas risadas, enquanto Alice dava uma lição de moral no irmão. Até que, por fim, ele decidiu que não queria mais brincar com ela.

–Irmãzinha, eu te amo, mas dá para calar essa boca? Eu tenho certeza de que a Bella não vai se importar com nada disso. Se quiser falar com ela, eu passo o telefone agora mesmo, então, nem reclama!

–Se você está pensando que eu não vou falar para a Bella, então se engana veemente. Vou falar com ela assim que desligar o telefone e... então ela percebeu o significado das palavras do irmão.– a Bella está AÍ?!

–Claro que sim. Você achou que eu passaria meu aniversário desacompanhado?

Um grito agudo e longo saiu do outro lado da linha. Parecia que sua coleção toda havia sido devorada por um cachorro, de tão estridente e arrepiante que havia sido. Edward colocou no viva-voz.

–A Bella está aí e vocês... vocês... AH, MEU DEUS! COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COM ELA, SEU PORCO?!

–Calma, baixinha, a gente só dormiu – falei ainda grogue.

–De conchinha – acrescentou ele.

–Vocês dormiram no mesmo quarto, de conchinha, e não se amassaram?

–Isso ninguém falou – retrucou Edward.

–Bella, não acredito que você fez isso para ele! Ele não merecia tanto em um dia! – antes de eu falar alguma coisa, ela estava se despedindo. – Está bem, me conta tudo quando chegar aqui. Hoje você vai vir direto na minha sala, a gente finge que resolve umas últimas coisas da coleção enquanto você me dá o relatório completo.

–Não vou trabalhar hoje, é aniversário do Edward! – reclamei.

–Você não sonha em faltar, mocinha!

–Dei folga para ela também, irmãzinha. Você não sonha em descontar do salário dela!

–Chatos! Beijo, amo vocês – e desligou antes de nos deixar responder.

Edward revirou os olhos enquanto colocava o aparelho em cima do criado-mudo ao seu lado. Depois segurou minha cintura e eu me estiquei para beijá-lo.

–Você viu, não é? Ela te acha umazinha.

Ri alto e voltei para o meu lugar na cama.

–Morrendo de cansada. Vai levantar agora?

Balançando a cabeça negativamente, ele me puxou para perto e beijou-me com delicadeza. Comecei a fazer carinho em seus cabelos e dormi assim em poucos minutos.

~x~

“Bom dia, meu anjo! Espero que hoje esteja preparada para uma surpresa! E.C.”

O bilhete em cima da minha mesa de trabalho me fez sorrir. Havia uma cesta cheia de guloseimas e rosas vermelhas e brancas também.

Era quase natal e Edward havia sido um perfeito cavalheiro todos esses meses. Ele não fez mais cartas para mim, o que me deixou feliz. Também não quebrei aquela promessa de nunca mais fazer cartas para ele. Agora morávamos na minha casa, como verdadeiros casados. Embora era só aparência, pois ele respeitara minha decisão de casar antes de qualquer coisa e, por incrível que pareça, ele não me pediu em casamento no segundo seguinte. Eu o amava cada dia mais.

–Que lindo! – gritou Rosalie, uma das modelos mais lindas que eu conheci e que estava namorando um amigo de infância de Edward. – Emmett é um grosso com essas coisas. Mas, então, qual é a data especial?

–Aniversário da minha amiga – revirei os olhos, enquanto olhava a data 12/12/2016.

–Nada de especial e ele te manda flores e comida? – ela arregalou os olhos castanhos aos meus. – Você não quer trocar de namorado, não?

–Emmett poderia me quebrar num simples abraço, não acha? – eu ri.

–É, talvez não seja uma boa ideia – comentou rindo também.

–Qual a comemoração da vez? – perguntou Alice, entrando e nos cumprimentando.

–Aniversário da Amanda – revirei os olhos.

–Festa para ir?

–Não. Não que eu saiba.

–Então qual é a surpresa?

–Se eu soubesse, acho que ele especificaria, não acha?

Rosalie riu da careta de Alice. Essa apenas bufou e falou que éramos as ajudantes do papai Noel do shopping. Sem nos deixar escolha alguma. Ela estilizou as roupas para nós, claro, e eu quase engasguei ao ler o nome no croqui do Noel.

–Emmett Ryan McCarty de papai Noel?! – extravasei.

–Como é? – Rose puxou o papel de minhas mãos. – Ele aceitou fazer isso e não me disse?

–Se aceitou ou não, não sei. Mas ele vai ser e está acabado – Alice deu de ombros.

Traduzindo o que ela falou, eu sabia que ela não tinha comentado o assunto com Emmett ainda e não aceitaria um “Ah, Alice, não vai dar, desculpe-me”, então era melhor começar a fazer as roupas mesmo.

~x~

–Como foi seu dia, meu anjo? – perguntou Edward quando cheguei em casa.

–Você acha que pode ter sido bom com Alice me enchendo os ouvidos? – choraminguei.

–Mas você teve a chance de renunciar o emprego há muito tempo – lembrou-me Ben.

–Encha o saco de outro que hoje o meu está transbordando – retruquei.

–Ben – riu Edward, entendendo minhas palavras segundos depois que a porta do meu quarto bateu forte. – Carinhoso como sempre.

Revirei os olhos e beijei-o com vontade.

–Último dia de trabalho na agência. Aleluia que esse ano acabou! – falei enquanto balançávamos de um lado para o outro, sem motivo aparente.

–Vamos jantar com meus pais?

–Aturar sua irmã de novo? – fiz uma careta e ele beijou minha testa.

–Prometo que ela não encherá seu saco – ele deu uma piscadela.

Dei de ombros e fui me arrumar. Era 24 de dezembro de 2016 e os Cullen fizeram uma grande festa para a família toda. Não me surpreendi quando vi minhas irmãs e meus pais ali também. Era praxe deles convidarem a minha família também, mesmo antes de Edward e eu namorarmos.

Num dado momento do jantar, Edward, que estava ao meu lado, chamou a atenção de todos, me olhou nos olhos e pediu-me em casamento. Fiquei chocada quando vi Jane, minha irmã, gritar um “até que enfim, Edward!” para nós antes mesmo de eu responder.

–Se você não responder, ele vai achar que você não quer, nédia¹! – sussurrou Johnn ao meu ouvido e eu estranhei.

Johnn não era muito legal com Edward. Mas nesse momento ele estava sendo legal demais com o meu namorado. Até me empurrou para frente.

–Bella, se você não aceitar, eu te tiro a casa! – gritou Renatah, minha outra irmã.

–Deus me livre de perder a casa! – eu ri e beijei Edward sem responder.

–Isso é um sim? – sorriu ele quando mos soltamos.

–Não, não, idiota, ela te beijou porque ela não quer! – gritou Jasper.

Todos caíram na risada, até mesmo eu, apoiada em seu peito.

–Isso é um sim – afirmei sussurrando em seu ouvido e ele me abraçou forte.

~x~

Hoje, olhando aquele monte de cartas² na fogueira do acampamento, percebi o quanto de vida que poderia ter perdido se não tivesse mandado aquela bendita última carta.

Edward me abraçou por trás e beijou minha face.

–Já está na hora de dormir, senhora Cullen!

–Sério? Me deixa ficar vendo o fogo um pouquinho mais! – choraminguei bocejando logo após falar.

–Não, não! Renesmee precisa de uma mãe que saiba seus limites – retrucou ele, me puxando para a barraca que dividíamos.

Afaguei o volume crescente na barriga e bocejei novamente.

–Renesmee não se preocupa, ela já dormiu.

Sim, em pouco tempo depois, eu já tinha casado e estava grávida de uma menininha. Ben ainda me aparecia, dizendo que iria estragar a sobrinha como estragou meu irmão. Pois é, eu tinha medo de que ele estivesse falando sério. Pedro mal tinha três anos e era um alemãozinho chato, graças ao “tio Ben”.

Alice continua com a Colcci, mas anda vendendo alguns de seus modelos para outras marcas. Eu estava de licença à maternidade. Edward não me deixou trabalhar assim que descobri que estava grávida, no segundo mês de gestação. Minhas irmãs agora tinham um negócio próprio e eu provavelmente deixaria Alice na mão e entraria para o estúdio delas. Eu gostava de fotografar. Era o Studio Swan’s. Edward é engenheiro civil e modelo, exatamente como antes, mas agora era seu próprio dono.

Estávamos bem. Rose e Emmett iriam se casar em novembro, porque Re nasceria em setembro e eles queriam aproveitar a “sobrinha” deles. Aliás, depois das minhas cartas, os garotos começaram a ficar mais românticos na agência. Rose foi pedida enquanto desfilava. Todo mundo gostou. E Edward não parou com os bilhetes. Nem eu!

Então, naquela noite, Edward me puxou para um cobertor na grama ao invés da barraca, e ficamos vendo as estrelas até que o sono me abateu de verdade e senti ele me carregando. Deixei-me levar pela inconsciência nos braços do meu Duduzinho!

FIM!


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Notas finais do capítulo

nédia¹ - brilhante, reluzente, luzidia.
monte de cartas² - todas as cartas que Edward e Bella escreveram um para o outro.
Bem, flores do meu jardim, o que acharam?
Ruim? Péssimo?? Terrível???
Deixem sua opinião, please!!
Amei fazer essa história com vocês!
Espero vê-las em breve!
Amo vocês, florzinhas, mesmo que algumas estejam quietinhas!
Beeijos! Até a próxima história!!



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