A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 14
Conseguindo


Notas iniciais do capítulo

Olá flores! Vou dar uma triste notícia para vocês, eu vou dar uma corrida na história, mas podem ler com calma, porque minhas aulas começam mais cedo.
Mas ainda vou responder todos os reviews e vou escrever com o maior carinho de todos.



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"Sentei-me tentando controlar a raiva que já estava começando a brotar em mim."

Capítulo 14: Conseguindo

Edward Pov.

–Entenda, eu não queria ter sido tão rude. Nem desejei um feliz natal, para ver como eu não pensara em entregar essas coisas – peguei uma carta dobrada, ergui e deixei que caísse novamente. – para você. Se havia uma coisa que eu queria entregar, ela se amassou hoje e ficou no parque. Com as marcas do meu sapato em cima – eu soltei um riso ao lembrar.

Com o olhar mais doce, ela foi até os pedaços de papel que eu havia rasgado e olhou, juntando-os. Seus olhos marejaram novamente e eu senti um ímpeto de afagar-lhe o rosto. Entretanto, assim que levantei a mão, a porta tornou a abrir e fechar.

–Johnn – ela saudou e uma brisa fria passou por nós, erguendo levemente seus cabelos.

–Você vê fantasmas? – tentei saber.

Ela riu, negando.

–Minha imaginação é forte demais. As coisas que imaginam, se começo a acreditar nelas, elas começam a ter vida, mais ou menos. Só tem algumas pessoas que eu conheço que também fazem isso. A irmã dele, principalmente – ela dá de ombros.

–Isso não é normal, você sabe – tentei argumentar, mas a rajada de vento ficou um pouco mais forte para cima de mim.

–Wholiver? – ela chamou a atenção do vento e ele parou. – Não sou a Camila, pode voltar para a sua casa. Hoje sou apenas a Bella. Mas sua namorada sente saudades. Ok, eu aviso. Cuide-se, ou ela vai acabar se estrangulando. E se ela for, eu vou junto, você sabe. Está bem, vou tentar falar com ela. – Bella sorriu e fechou os olhos enquanto o vento agitava seus cabelos para trás e parava.

–Sozinhos agora? – olhei tentando ser divertido.

Ela riu e assentiu.

–Já está se acostumando?

–Por acaso você já tinha essas coisas quando era pequena? Como o vento fazer o que você quiser e isso, Bella?

–Não é assim – ela revirou os olhos. – Se você pudesse vê-los, entenderia que nada passa de um bando de mente fértil demais para ficar dentro do cérebro. Como você e as suas cartas.

–Eu não estava mentindo – rosnei.

–Claro que não – senti o tom irônico em sua voz.

Não, Bella, não estava! Eu queria que você tivesse lido outras cartas, não essa! – agora a raiva voltara. Eu não poderia fazer nada, se ela insistia em discordar.

–Quais cartas eu deveria ter lido? – ela desafiou-me.

–Essa – estendi uma que eu recordava ser do dia em que ela se formou no curso de modelagem. – Esta daqui! – peguei outra e abri-a. – Leia esta! – insisti.

–Não quero! É velha! – ela empinou o queixo, altivamente. – Apresente-me uma mais nova do que a que você rasgou e eu leio!

Ah, então ela queria assim? Juntei todas as cartas num monte em cima da cama e comecei a guardá-las no bolso. Incrivelmente, ela só ficou olhando, mordendo os lábios daquele jeitinho tão perfeito que só ela fazia! Quando terminei, levantei-me decidido.

–Pois bem... – comecei, mas ela me interrompeu.

–Nem morto que você vai escrever uma carta para mim agora! – ela se postou em minha frente. Olhei-a confuso, como ela sabia? – Ben me disse – deu de ombros.

–Odeio não poder ver, ou ouvir, o que pessoas tão influentes falam ou pensam sobre mim! – retruquei para o ar e, impossivelmente, pensei sentir alguém rindo por perto.

–Ele está rindo da sua cara – comentou Bella, soltando um risinho involuntário.

–Percebi – grunhi. – Vou para casa, então.

Bella saiu do caminho e me acompanhou até a porta, mas então um carro parou no portão e eu me desesperei. Eu conhecia aquele ronco.

–Minha irmã não pode saber que estou aqui! – sussurrei para ela.

Sorrindo, ela me apontou os fundos da casa, me direcionando em uma pequena trilha no meio de uma mata comportada. Havia uns degraus arrumados com pedaços de madeiras para que não virasse uma descida íngreme demais.

–Vai dar na casa da minha avó, quatro casas antes desta. Cuidado com os degraus acarpetados que o meu avô colocou lá perto. Eles estão na igreja agora, não tem ninguém. Só não deixe te verem da rua – ela beijou meu rosto. – E não caia! – riu.

Assenti, enquanto a campainha tocava incessantemente, e saí correndo para a trilha, quase caindo em várias passadas. Foi rápido, mas eu não posso ter certeza se estava mesmo sendo rápido, pois eu não estava em mim. Ainda conseguia sentir os lábios dela pressionando minha bochecha e ouvia o riso dela em meus ouvidos.

Quando estava quase acabando os degraus, que davam de frente para um galinheiro, eu pisei em falso e quase caí. Não sei como consegui manter o equilíbrio e dar um passo firme para o resto da escada.

Bella estava certa, não havia ninguém na casa. Quando cheguei à rua, percebi que não havia ninguém. Voltei correndo para casa, me sentindo um adolescente fugindo da casa da namorada.

Cheguei sorrindo ao meu quarto. No entanto, voltei à realidade quando tirei o casaco e as cartas caíram. Abri uma delas.

12/03/2014

Isabella,

Eu já não sei o que escrever para você. Não sei se você acompanhou, mas a Juh me deixou ontem. O pior de tudo é que eu não me importo com isso. Me sentia preso à ela de um jeito um pouco sufocante.

Quando lhe falei que a amava, ela deu-me um tapa na cara. Não foi por menos. Confundi os nomes. A chamei de Marie ao invés de Ma chérie! Ela gosta de francês, oh, veja!, e eu, tolo, fui aprender algumas coisas.

Pelo menos algo valeu a pena aprender.

Queria te falar que je t’aime! E sinto muito por tudo.

Um grande beijo, pequenina,

Edward.

Joguei aquela carta no chão e pisei. Por que ela não tinha lido essa? Depois fui para o banho, pois o dia seguinte seria pesado. Alice disse que havia uma nova modelista e isso dificultava as coisas para os modelos, porque cada uma tem seu jeito de fazer as coisas.

Bella Pov.

Depois que Edward saiu, dei um berro e corri abrir o portão para dona Esme entrar com o carro, abrindo a porta da sala em seguida. Não sei o que o meu rosto transmitia, mas não era coisa boa, pelo semblante da Alice. Ela correu até mim e me abraçou com força, chorando.

–Oi, dona Esme – sorri um pouco enquanto puxava Alice para dentro de casa. – Entrem, por favor. O que houve?

A baixinha me soltou e sentou-se no sofá, me puxando para ficar ao seu lado.

–Você está péssima – sua voz tremeu mas ela deu uma risadinha. – Deixe-me adivinhar, meu irmão e suas cartas.

–Mais ou menos isso. Mas o que houve para você vir, Alice?

–Pensei que o Edward estaria aqui, tentando matar você – ela deu de ombros.

–Você deu meu endereço? – perguntei cautelosa.

–Claro que não! Isso é antiprofissional! Não sou tão idiota a esse ponto, não acha? – os olhos de tom estranho, roxo escuro, dela quase saltaram de tanto que ela os arregalou.

–Então como ele saberia meu endereço, Alice?

–Ah, não sei! – ela deu de ombros, o que me fez duvidar em seu “profissionalismo”. – Mas me conta, leu todas as cartas?

–Não todas.

–Deixe-me vê-las? – ela bateu palminhas como uma criança que ganharia um balão de gás.

–Queimei tudo – menti dando de ombros enquanto lembrava que Edward tinha levado-as consigo. Ah, Cullen, você me paga, seu desgraçado!

–Mentira! – ela acusou-me. Ugh, como ela conseguia?


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que vocês tenham entendido o que o Ben é (só uma imaginação tão forte que não consegue ficar no lugar dela).
Ah, as traduções:
∟ma chérie = minha queridinha
∟je t'aime = eu te amo (eu sei, era óbvia)
Beeijos, vejo vocês nos reviews? Até mais!



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