O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 8
Meu pijama de vaquinhas


Notas iniciais do capítulo

Desculpinhas pela demora. Ta complicado aqui pra eu postar. Espero que gostem.



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− Qual o seu sobrenome? – Perguntei bufando de raiva.

− Alcântara. Diogo Alcântara. – Ele ficou confuso com a pergunta, mas respondeu mesmo assim.

− Diogo Alcântara! Volte para aquela clareira imediatamente! – Ele riu e continuou ignorando minhas ordens. – Eu vou pular! – Ele soltou uma gargalhada. Passei minha perna pelo pescoço daquele bicho enorme e me preparei para pular. – Por favor, que eu não morra na queda... que eu quebre só um osso ou dois. – Sussurrei.

Por algum motivo, que eu desconheço (retardo mental talvez), tampei o nariz e saltei. Meu coração subiu até a minha boca e comecei a gritar desesperada pois estava muito alto. Eu tentava retardar a queda de alguma maneira (como mexer a pernas e os braços loucamente), mas parecia que eu estava indo cada vez mais rápido. O chão se aproximava a uma velocidade assustadora e comecei a girar no ar. Tudo que eu pude ver foi um borrão azul ao meu redor então escutei Diogo gritando no meu ouvido.

− Sua louca o que esta fazendo? – Perguntou Diogo me segurando nos braços.

− Eu vou voltar! Se tiver que pular então pulo! – Gritei ainda apavorada com o salto.

− Você não vai voltar, ponto final. Se acalme. – Ele parecia irritado. Ótimo! Que ficasse, eu não estava nem ai!

− Me solta! Seu imbecil! Me solta agora! Eu te odeio! Me põem no chão! – Esperneei e me debati em seus braços, mas ele não me soltou. Quando chegamos ao castelo ele me colocou de ponta cabeça nos ombros e me levou até o primeiro quarto que ele viu (por coincidência o meu) e me largou na cama. Levantei e corri para porta, ele me agarrou pela cintura e me jogou de novo na cama. Levantei e repeti o gesto e desta vez quando ele me jogou na cama, Diogo deitou em cima de mim. Eu me debati, mas não adiantava. – Me larga! Me deixa sair! – Eu estava resgando minha garganta, mas e dai? – Eu tenho que ajudar meus amigos! Porque está fazendo isso comigo?!

− Estou tentando salvar seu pescoço! – Esbravejou ele vermelho de raiva.

− Então não tente me salvar! – Exigi. – Preciso salvar meus amigos!

− Você quer buscar eles? Ótimo! Eu vou buscar eles, mas você fica aqui! – Ele se levantou e andou até a porta.

− Diogo – Chamei. Quando ele virou acertei um belo de um soco no meio das suas fuças presunçosas. Ele me encarou enquanto sangue escorria de seu nariz, mas não disse nada.

− Você manchou minha honra... Minha dignidade, me fazendo fugir da luta daquele jeito quando meus amigos estavam precisando de mim! – Comecei a chorar de raiva. Estava com tanta raiva que nem me importei se ele estava vendo minhas lagrimas ou não. Ele simplesmente saiu do quarto e fechou a porta, como se eu não tivesse dito nada. Esperei por um longo tempo dentro do quarto até que escutei vozes no corredor. Sai correndo e encontrei Ícaro, Rafael e André me olhando feio.

− Me desculpem por favor... – Esperei que Rafael falasse algo, mas foi Ícaro quem se pronunciou.

− Você deixou agente lá para morrer! – Gritou ele. Me encolhi apavorada. – Fugiu com aquele cara idiota! E deixou seus amigos para trás!

− Me desculpe... – Balbuciei. – Eu não queria...

− Não queria?! – Gritou Rafael. – Se não quisesse tinha voltado! – Ele nem me olhava nos olhos.

− Eu tentei...

− Tentasse até conseguir! – Respondeu André. – Mas você ainda mandou ‘Aquele’ cara pra salvar agente! Eu me sinto simplesmente... Sujo! – Ele também olhava. Apenas Ícaro me encarava porém com desprezo e nojo.

− Deixem-me explicar! – Supliquei segurando os ombros de Ícaro. Ele enxotou minhas mãos como se eu fosse um bicho.

− Guarde suas desculpas para si mesma Agastar. – Disse ele aparentemente calmo. - Ninguém aqui quer ouvi-las. – Ele seguiu em frente batendo o ombro no meu e me derrubando no chão.

Fiquei só quando André e Rafael o acompanharam sem olhar pra baixo ou se preocupar se eu estava bem.  Danandra também passou por mim, porém não disse nada, apenas me ignorou. Eu não sabia se era pior ou melhor que a dura dos três. Só Amanda que vinha saltitando com um pedaço de melancia na mão, falou comigo espontaneamente.

  – Ah, oi Agastar. O que está fazendo ai no chão?

  – Eu... Cai.

  – Ah tá. – Disse mordendo a melancia. – Engraçado, não lembro de você ter ido embora da clareira... Na verdade não me lembro de quase nada, mas acho que derrubaram suco de groselha em mim de novo, acredita?

  – Porque não toma um banho então, hein? – Perguntei ainda olhando para o chão.

  – Claro, vou fazer isso agora mesmo! – Ela saltitou alegremente para longe enquanto eu engatinhei para dentro do quarto e tranquei a porta.

***

“Morreu alguém” Foi a primeira coisa que eu pensei quando acordei com algum doido (ou doida, sei lá) tocando insistentemente a campainha. E quando eu digo insistentemente estou falando daquele momento que você não sabe se dá um tiro na pessoa ou na campainha. Olhei no relógio e pedi para quem quer que fosse que esperasse.

Deve ter sido meu pai quando saiu de casa, que trancou a porta por fora e se esqueceu da chave. E pelos meus cálculos ele já devia estar ali por cerca de 20 minutos. Ele deve estar uma fera, mas o que ele esperava? São cinco e quarenta da manhã! Levantei da cama ainda grogue de sono e me arrastei até a porta sem nem ao menos lavar o rosto ou trocar meu vergonhoso pijama de vaquinhas que apesar de amado por está que vos fala já não é o meu numero. Talvez uns dois ou três... Ou quatro números menores. (Coisa pouca.)

Então você pode imaginar o susto que levei quando eu abri a porta e vi Dante plantado lá. Fechei a porta imediatamente, antes mesmo de ele sequer respirar fundo para dizer bom dia. Depois pensei que aquilo foi ligeiramente rude.

– Ágatha! Abri aqui vai! – Gritou ele do outro lado da porta. Droga! Se eu demorasse ele ia acabar acordando os vizinhos, ou pior... Meu irmão. Ajeitei um pouco meu cabelo, esfreguei o rosto e depois de correr de um lado para o outro sem sair da porcaria do lugar abri a porta naturalmente. (Nada aconteceu.)

– Desculpa, eu me assustei. – Tentei me cobrir com as mãos enquanto ele me examinava de cima a baixo. – O que você veio fazer aqui? A essa hora? – Perguntei tentando desviar sua atenção para o meu rosto e não para as vaquinhas.

– Belo pijama – Disse malicioso. Contorci-me na tentativa de cobrir aquele pijama vergonhoso, mas devido as minhas mãos bem pequenas ficou meio impossível.

– Cala a boca. – Disse me escondendo atrás da porta. – O que está fazendo aqui?

– Eu não disse?

– Não Dante, você não disse.

– Vou com você para a reunião. – Disse sem muitos rodeios.

– O que? Não!

– Sim!

– Não, de jeito nenhum. – Neguei com convicção. – Hoje tudo tem que ser perfeito. – Ele me olhou com uma cara de partir qualquer coração. Porque aqueles olhos tinham que ser tão azuis? Quer dizer... Verdes. Quer dizer... Ah! Sei lá. (Não me pressione) – Não, não, não. E não me olhe assim.

– Eu não vou te atrapalhar. Prometo que vou ficar calado. – Pediu aproveitando meu frágil momento de fraqueza pra entrar um pouquinho na minha casa.

– Porque você quer ir de qualquer jeito? – Ele apenas me encarou como se tentasse formular uma resposta que me agradasse.

– Porque eu quero ir com você. – Desistiu ele.

– Não... – Está terminantemente fora de questão.

– Além do mais... – Ele entrou na casa e fechou a porta. – Vai ser muito mais fácil chegar lá com um amigo lindo como eu, do que com um cara estranho te seguindo. – Ele levantou as sobrancelhas presunçosamente.

– Você não...

– Sim, faria.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam dessa visita inesperada? E da briga com os amigos? Quem tinha razão?