O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 28
Os segredos ocultos de Diogo


Notas iniciais do capítulo

Comentem, apareçam... Sinto falta de vocês :/



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– Su-sua. - Engoli uma grande quantidade de ar e cai sentada no sofá, apenas para me levantar em seguida. - Pode me explicar então porque ela parece igualzinha à mim?! - Exigi balançando o desenho, era isso que o papel era, de uma mulher tão parecida comigo que poderia ser minha irma mais velha. Exceto que ela era mais bonita que eu. Minhas pernas estavam meio bambas. - Por favor me diga que isso não é o que eu estou pensando. - Dante, digo, Diogo olhava para todos os lugares nervosamente, menos para mim. Não acredito como fui estupida. Era isso o tempo todo e eu fui cega de não perceber. Tá, não tinha como eu adivinhar, mas de repente explicava tudo. - Por favor me diga que você não se aproximou de mim por causa dela. - Disse segurando o retrato mais perto do peito.

– Você tem que entender.. -Disse ele dando alguns passos na minha direção. Entender? Entender o caramba!

– Não se aproxime de mim!!! - Gritei apontando um dedo em sua direção. Diogo deixou as mãos caírem ao lado do corpo. - Ai meu deus. - Falei olhando várias coisas sem me fixar em nada. - Não acredito que isso esteja acontecendo. - Sentei no sofá e segurei minha cabeça entre as mãos. Alguns segundos silenciosos se passaram até que meus ombros começaram a sacudir incontrolavelmente.

– Ágatha, não chora... - Não consegui mais segurar. Um riso histérico escapou da minha garganta. Eu gargalhava e chorava. Diogo apenas me encarava assustado. Era difícil me controlar. Era inacreditável.

– Sabe, eu sempre acreditei que as merdas que aconteciam na minha vida tinham limite... - Falei entre risadas. - Mas isso ultrapassou todas as minhas expectativas - Falei gargalhando novamente. - É obvio que a única maneira de alguém se interessar minimamente por mim tinha que ser por que eu lembro a sua noiva morta.

Aquelas palavras foram como um tapa para Diogo, eu pude ver, mas eu estava tão histérica e em choque que eu simplesmente não estava nem aí. É como se alguém tivesse arrancado meu coração fora. Como se só tivesse ficado o vazio no lugar. Comecei a chorar. Eu mal enxergava agora. E dos meus lábios escapavam pequenos gemidos de uma dor profunda. Como um animalzinho ferido na floresta. E eu não estava nem aí para o quanto isso era humilhante.

Uma hora o choro parou. Diogo estava sentado com as mãos na cabeça. Seus olhos estavam molhados. Ele também chorava. Mesmo assim em nenhum momento ele sequer chegou perto de mim. Nem para um abraço de consolo. Comecei a sentir falta de ar. Puxei o ar com toda a força dos meus pulmões, mas simplesmente não adiantava. Diogo se levantou para me ajudar, mas o contive com uma mão. Tentei me acalmar por um segundo até que conseguisse respirar novamente.

Fiquei com tanta mas tanta raiva que o sentimento me sufocava e embaçava minha visão. Meu coração subitamente presente e dolorido martelava tão rápido que era difícil eu me concentrar em alguma coisa. Qualquer coisa que fosse. Ate mesmo em Diogo.

– Ok, Auch. Isso doeu pra cacete. Mas explica tudo, de uma maneira meio distorcida e sádica. - Falei me aproximando dele. Ele apenas me encarou. - Então me diga, sua namorada morta, ela beija melhor que eu? - Perguntei com um prazer mórbido. - Diogo apenas me encarou. - Porque ela morreu afinal? Passou tanto tempo com você que resolveu se matar? - Diogo se levantou e segurou meus dois braços com agressividade.

– Nunca mais fale dela dessa maneira. Você me entendeu? - Meus braços doíam um pouco, mas não mais que o meu coração. - Ela era a melhor pessoa que eu um dia conheci, muito diferente de você por sinal. Muito melhor do que você jamais será com toda essa sua arrogância prepotente e sua grosseria. Você quer me magoar, tudo bem. Fale o que quiser, mas não fale dela. - Disse ele me jogando de volta no sofá. - Agora vá embora.

– E te privar de brincar mais um pouco com os meus sentimentos como você vinha fazendo ate agora? Ah, que maldade. - Respondia ironica. Peguei minhas coisas e sai correndo pela porta dos fundos.

Eu não estava nem ai com o leão na entrada. Eu não estava nem ai se ele me seguisse e me matasse. Eu não estava nem ai se eu morresse ou vivesse. Eu so queria correr, correr e correr até eu desmaiar de cansaço no meio do caminho para casa. E eu corri como se minha vida dependesse disso, ou melhor, como se eu me importasse com a minha vida.

O irmão de Diogo ainda estava lá desacordado. Não sei bem o que ele planejava fazer. Não sei o que vai acontecer quando ele acordar. As possibilidades não são boas. Não sei o que pensar de tudo isso. A unica coisa que eu sei é que meu corpo inteiro estava doendo e gritando para que eu parasse, mas eu o ignorava e continuava empurrando o meu limite físico goela abaixo. Se eu parasse ia pensar e se eu pensasse ia dor. Cacete ia doer pra caramba. Saber que Diogo só se interessou e ficou por perto porque eu lembrava uma pessoa que ele amou... Não! Não posso pensar. Minha visão começava a ficar turva, mas sacudi a cabeça, tentei respirar fundo e continuei me forçando. Preciso continuar me movendo. Preciso continuar sem pensar. Se eu pensar vai doer. Naquele momento mandei para o inferno toda aquela baboseira de tomar decisões em momentos errados e decidi que aceitaria a proposta do rei.

Finalmente cansei, minhas pernas fraquejaram e eu cai de joelhos no chão. A dor era tão grande. Porque doia tanto? Um grito escapou da minha garganta. Um grito de desespero e dor. Um grito de uma tristeza tão profunda que poderia partir o coração de quem o escutasse. Mas ninguém o escutava. Ninguem escutava. Era apenas eu. E eu estava sozinha.


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Notas finais do capítulo

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