Cinco Dias

Já fazia horas que ninguém tinha notícias dos dois e nem assim o celular tocava. A importância desses dias, desses pequenos momentos, era tamanha para que nem mesmo uma mãe chorosa, ou um pai nervoso tivessem coragem de incomodar.

Alguns - muitos - quilômetros longe da casa onde esses dois últimos se encontravam, um casal inexperiente fazia um piquenique no alto da torre mais famosa do mundo.

Ela, encostada no elevador, cantarolava uma música qualquer enquanto se divertia vendo o amigo devorar tudo que trouxera e demorara horas preparando. Sua mente girava e girava entorno de tudo que ela causara nas últimas horas, apesar de tudo lindo e maravilhoso, não queria deixar-se levar por algo que descobrira por impulso, algo que descobriu sentir, por querer tentar. Ela tinha apenas seis dias, e isso, era tempo de menos para tudo que ela queria viver.

Seus olhos brilharam quando o menino sorriu para ela, radiante e com o rosto todo sujo de ketchup. Em menos de um movimento sentou-se ao seu lado e passou a mão pelo rosto do garoto, lambuzando-o mais ainda.

- Aaa pequena, não faz isso - reclamou se debatendo - Que eca.

- Eca? - respondeu rindo - Você praticamente engole a cesta de comida e vem falar 'eca' pra mim?

O menino deu com a língua para ela e limpou-se com o guardanapo, fazendo pose, só a fazendo rir mais.

- Vem cá - chamou a menina com o guardanapo na mão, tentando fazer o trabalho direito.

Ajoelhou ao lado do lobo e se concentrou em limpar a meleca que se encontrava seu rosto. Ele segurou em sua cintura, fazendo-a fraquejar com o gesto, fechou os olhos e deixou a ruiva se divertir com seu rosto. As mãos geladas de Nessie faziam seu rosto fervendo arrepiar, mas não era frio, era agradável, era bom.

- Pronto criança. Tá melhor assim? - disse quando terminou, dobrando o guardanapo colocando-o de lado e cruzando as pernas.

Jacob abriu os olhos e sorriu, engatinhando até a menina e beijando-a rapidamente.

- Valeu mamãe. - retrucou recebendo uma tapa em resposta.

Jogou-se em cima dela rindo, caindo por cima da menina que jazia jogada ao chão com um sorriso no rosto.

- Eu te amo sabia?

A menina riu quando tal o disse, pois seu hálito quente bateu em seu pescoço arrepiando-a inteira.

- Sim, eu sabia - respondeu puxando-o para um beijo - Mas eu não acreditava - completou e riu mais ainda deixando o menino atordoado.

Assim, de brincadeiras e risos, os dois passaram o dia em seu 'piquenique' em Paris, só não sendo completamente perfeito, pois ambos sabiam que seria o último.

Mais tarde, quando a troca de guardas ocorreu, os dois foram obrigados a ir embora. Chegaram em casa, ignorando todas as perguntas e olhares estranhos do pai da menina, que feliz não estava, mas não tinha forças para lutar contra o que a própria filha causara.

Dormiram juntos novamente, não que agradasse a alguém, mas seis dias é um tempo curto demais para se lutar contra as vontades de um casal.

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- Jaake, acorda, já faz meia hora que você tá aí na cama enrolando. - implorava a menina enquanto sacodia - E eu quero ir ao parque, então anda logo.

O menino olhou o despertador em cima do criado mudo, 7:30 da manhã. Ela não podia estar falando sério, podia? Levantou os olhos vagarosamente para a figura brava a sua frente. Ela estava falando sério e ele iria facilmente.

Nessie havia soltado os cabelos vermelhos e enrolados, usava uma blusa branca e uns shorts - ou um cinto qualificado por Jacob - preto. E aos olhos do menino, não havia criatura mais bonita. Levantou-se de pronto, pondo-se a frente da ruiva e lhe deu um beijo nos lábios.

- Bom dia pequena, aonde quer ir mesmo? - disse arrancando um sorriso perfeito da menina que dava pulinhos de alegria.

- Ao parque, ao parque!

O garoto passou as mãos pelos cabelos, rindo e foi se trocar, o mais rápido possível, não é considerado inteligente deixar uma mulher toda daquela sozinha.

O dia passou rápido, feliz, amado, mas rápido.

Não vale de todo a ponto de ser escrito. Leves momentos que amam, leves momentos que brigam de brincadeira. Por fora um casal perfeito, eterno, sem preocupações, por dentro, um mar de lamúrias, de lamentações, de medos e falta de esperanças. Mas quem disse que o amor é simples?

Rodas gigantes e um namorado não satisfizeram a gula da eterna criança ruiva, querendo a tal, que o lobo dormisse consigo mais uma noite. E assim o fez em todas as outras seguintes.

Cinco dias pode ser o suficiente para encontrar o amor da sua vida, mas é tempo de menos quando se quer aproveitá-los.

Cinemas, cachoeiras, praças, monumentos nem mesmo um quarto fechado deixaram o casal por satisfeito, queriam mais, queriam tudo e tudo que não teriam.

O futuro é sempre certo quando se sabe que ele é triste, e sem volta.

Para o lobo, não havia modos de dizer a amada que demoraria a voltar, e para a menina, não havia forças para acreditar que ele voltaria logo.
A vida nunca é justa, muito menos em uma despedida, a primeira de fato, é sempre a mais complicada.

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Decidi tornar essa fic um pouco mais curta do que deveria ser ok?
Não me matem,please ><

Err... Eu to lendo Dom Casmurro, só pra justificar os últimos parágrafos ok? ASOIIASOIOAISOA

Um beijo, comentem.

Estou considerando as opções. Como assim mais curta Juuh? Coisa mais do mal da sua parte. E que capítulo amor foi esse? A frase me pegou ‘Sim, eu sabia - respondeu puxando-o para um beijo - Mas eu não acreditava - completou e riu mais ainda deixando o menino atordoado. ’. Tão perfeito*-* Quero o seis logo!

N/B:

N/A :