Dark Angels escrita por Nikka Hyugga


Capítulo 1
Chegando em Londres


Notas iniciais do capítulo

Tive essa ideia maluca enquanto lia outras fanfics. Espero que gostem ^^



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Introdução

Meu nome é Ciel Phantomhive. Você, que está lendo isto agora, provavelmente sabe minha história inteira. Sabe que morei perto de Londres em uma Mansão herdada dos meus pais e sabe também que tenho um mordomo que nunca me abandona: Sebastian Michaelis. Depois que virei demônio que nem ele, Sebastian não pode me deixar e isso foi provocado pelo pirralho do Alois Trancy e seu mordomo imprestável Claude Faustus. Ambos morreram, junto com aquela empregadinha Hannah. Mas isso não me interessa mais, já que aconteceu há mais de um século. Então, provavelmente você deve estar curioso: O que aconteceu comigo e com meu fiel mordomo?

 Viajamos. Sim, isso mesmo. Viajamos de cidade em cidade, mudando de forma e de idioma a cada lugar que chegávamos. Conheci quase o mundo inteiro: China, Japão, Rússia, Itália, Espanha, Estados Unidos, México, Brasil, Argentina, Egito e até a Índia. Sebastian sempre me levou para lugares interessantes, me ensinou muitas línguas e costumes.

 Na última semana, Sebastian me aconselhou para voltarmos à Inglaterra. Seria bom ver as mudanças de minha terra, mas eu não queria voltar e ele sabia o motivo: Elizabeth Middleford. Eu soube que um ano após eu ter ido embora, Lizzy morreu. Havia boatos de homicídio, mas Sebastian descobriu a verdade: ao ser prometida a outro rapaz, ela incendiou seu próprio quarto, morrendo queimada como meus pais. Embora eu não quisesse acreditar, eu sabia que ela fizera isso por minha culpa. Eu era seu único objetivo, seu único amigo de verdade e a abandonei. Sebastian me perguntou se eu me arrependia de ter feito aquilo e eu rapidamente respondi que não. Mas minha alma que há muito fora perdida gritava que eu podia ter feito diferente e ter salvado a vida dela.

 Não devia ter mentido para ele: agora estou matriculado na Universidade de Londres, mais exatamente na Imperial College London, para o curso de medicina. Sebastian assinou os papeis como meu tutor (minha forma atual tem 17 anos então ainda preciso que ele assine por mim) e, além disso, conseguiu emprego como professor ali mesmo. Com o dinheiro que tenho, consegui comprar uma casa de três andares um pouco afastada de Londres. Quando cheguei, um vizinho simpático me recebeu e me contou sobre as pessoas da vizinhança. Ele foi muito educado e eu o ouvi com atenção, enquanto Sebastian colocava minhas malas para dentro e preparava o chá.

 -... E a mulher dele é muito boa com todos, humanos ou animais. Não é raro vê-la cuidando de pequenos pássaros e filhotes – explicou o senhor, sorrindo. Eu sorri também.

 -Ela deve ser muito bonita – comentei.

 -Oh, sim. É muito bela, mas serei sincero com você rapaz. Nenhuma mulher em Londres será tão bela quanto as primas Middleford. Ambas foram criadas no exterior, mas voltaram há pouco tempo para cá. A mais velha é diretora de uma creche num bairro pobre de Londres e a mais nova  ainda é estudante – disse ele, apontando para um bosque. Quando olhei, respirei fundo. Por cima das arvores do bosque era visível o último andar da bela Mansão Middleford.

 -Elas moram naquela Mansão? – perguntei.

 -Por incrível que pareça apenas as duas moram naquela casa. Não há seguranças, empregados fixos nem sequer um mordomo. Soube que ofereceram mais de cinco milhões por aquela Mansão, mas as duas recusaram-se a aceitar qualquer preço que fosse. Disseram que fora ali que sua família começou e que ali ficaria até o fim dos tempos – contou ele, suspirando. Logo depois, uma mulher de cabelos cor de mel apareceu no portão de minha casa.

 -Querido, nosso sobrinho está chegando. Entre e me ajude a preparar o chá e... Olá, rapaz. Você deve ser o novo morador dessa casa. Seja bem vindo – veio dizendo ela. Seu sorriso simpático me fez sorrir também.

 -Sim, minha querida. Até a próxima, rapaz – despediu-se o senhor, andando pela calçada de mãos dadas com sua esposa. Observei-os se afastar e me entristeci. Eu desejava ter casado com Lizzy e fazê-la feliz também. Senti Sebastian me olhando e me virei. Ele estava na varanda, sorrindo de lado.

 -O chá está pronto, my lord – disse ele. Eu fui até ele, que me guiou para meu escritório. Sentei-me e, como de costume, esperei que Sebastian servisse meu chá. Tomei o primeiro gole e suspirei.

 -Arrume minhas roupas para amanhã, Sebastian. E se arrume bem, afinal amanhã é seu primeiro dia naquele lugar também. Aproveite e tente descobrir quem é a garota que teve a melhor classificação, eu fiquei atrás apenas dela – ordenei.

 -A melhor classificação foi da senhorita Middleford – respondeu ele. Assenti, tomando mais um gole de chá.

 -Aceitável. Os Middleford sempre foram muito estudiosos, não me surpreende que esta moça seja tão inteligente. Suponho que estarei na mesma classe que ela, já que estamos num nível equivalente – comentei, colocando a xícara de chá sobre a mesa. – Irei dormir mais cedo hoje Sebastian. Prepare meu quarto.

 Sai e fui para o banho. Lembrei que, quando ainda era humano, Sebastian me dava banho, me alimentava me vestia e fazia tudo por mim. Sorte que me entediei e comecei a fazer tudo sozinho. Me vesti e fui para meu quarto, onde Sebastian olhava absorto pela janela.

 -Sebastian, lembre-se de me acordar as seis e prepare um bom café da manhã para mim. Antes de dormir, prepare algum bolo ou doce para aquele vizinho que me recebeu e... – percebi que ele não estava me ouvindo. – Sebastian, estou falando com você – ele ainda não prestava atenção em mim. – SEBASTIAN MICHAELIS!

 O grito o fez se assustar e virar-se. A maneira como fechou as cortinas atrás de si foi muito suspeita.

 -Perdoe-me, my lord. O que dizia? – respondeu ele. Repeti novamente as ordens e, assim que ele se retirou, fui até a janela. Por meu quarto ser no terceiro andar, da janela eu podia ver toda a rua e, pouco mais a frente, a Mansão Middleford. E, no jardim da Mansão, uma bela moça de longos cabelos vermelhos cuidava de rosas brancas. Ela olhou para trás, como se alguém a chamasse e sorriu enquanto caminhava para a Mansão.

 Perguntei-me o que havia de tão especial naquela moça, e por qual motivo Sebastian havia ficado admirando-a pela janela. Dei de ombros e fui me deitar. Não demorou muito para o sono se abater sobre mim e eu adormecer.

 -Hora de levantar, bocchan. Sua roupa está sobre sua cama e o café da manhã está posto – ouvi claramente a voz de Sebastian e abri os olhos. Ele estava perto da janela novamente, olhando para fora.

 -Ela ainda deve estar deitada, Sebastian – falei, levantando da cama. Ele me olhou, confuso. – A moça de cabelos vermelhos. Provavelmente ela acorda mais tarde, afinal é uma Middleford.

 -Middleford? Ela deve apenas trabalhar naquela Mansão e...

 -Então admite que a estava observando ontem? – meu mordomo arregalou os olhos. – E sim, ela é uma Middleford. Apenas ela e a prima moram na Mansão. Agora desça e coma algo, Sebastian. Já descerei também.

 Ele saiu sem nada dizer e eu vesti calça jeans escura, deixei os dois botões superiores da minha camisa preta abertos e coloquei os sapatos negros que gosto muito. Por sorte não preciso mais andar com aqueles sapatos desconfortáveis por ai. Arrumei meu cabelo como sempre, passei perfume amadeirado e desci para tomar o café da manhã. Desde que virei demônio, como apenas uma coisa no café da Manhã: pão de curry.

 Comi e Sebastian me levou até o carro. Quando estávamos saindo da garagem, um belo Ford Edge preto passou por nós, quase batendo na nossa dianteira. A janela do carro abriu e reluzentes cabelos vermelhos foram vistos.

 -Desculpa! – gritou a mulher, sem parar de dirigir. Sebastian ficou estático por um momento, olhando para onde o carro estava indo. Limpei a garganta duas vezes pra chamar a atenção e ele voltou a dirigir. Estacionou o carro na frente da Imperial College London e, quando saímos, várias garotas e até professoras nos olharam. Eu e Sebastian estávamos acostumados a isso, todo lugar que íamos era sempre assim, com garotas suspirando e garotos nos odiando.

 -Quer que o acompanhe, bocchan? – perguntou Sebastian.

 -Não é necessário. Eu tenho o mapa da escola e sei exatamente aonde devo ir. Agora vá, Sebastian. Nos vemos no almoço – falei indo em direção ao prédio da faculdade.

 Enquanto passava, ia memorizando os rostos que via. Seriam rostos conhecidos logo em breve. Caminhei por um tempo e, pouco antes de chegar na minha sala, vi Sebastian conversando com um homem de cabelos brancos. Perdi o ar quando o reconheci, era o Undertaker! O que raios ele estava fazendo nessa faculdade?! Na minha distração, esbarrei em uma garota. Ela se agachou e começou a juntar seus livros rapidamente.

 -Desculpe-me, me distraí e acabei... – fiquei mudo quando belos olhos esverdeados me encararam. A garota levantou-se e sorriu, colocando uma madeixa loira em seu lugar.

 -Não se preocupe. Isso sempre acontece comigo, pois costumo andar rápido demais – explicou ela. – Meu nome é Elizabeth. Elizabeth Middleford, mas pode me chamar de Lizzy. E o seu?

 O nome me deixou mais estático ainda. Se minha Lizzy tivesse crescido, seria igual àquela garota.

 -Ciel Phantomhive – falei, quase sem voz. Ela assentiu.

 -Você teve uma ótima pontuação no exame, parabéns. Bom, devo ir pra minha sala. Até mais, Ciel – disse ela, se virando e correndo pelo corredor. Fiquei parado ali por um tempo, até perceber que estava atrasado. Corri até minha sala e abri a porta.

 -Desculpe o atraso – falei. Todos me olharam sérios, incluindo a professora.

 -Senhor Phantomhive, sente-se no único lugar vago da sala. Não terá escolha, pois chegou atrasado – assenti e fui me sentar. – Continuando, a representante dos novatos durante o ano será Lady Elizabeth, devido a sua incrível pontuação no exame de admissão. Ela também estará concorrendo a presidente do conselho estudantil. Lady Elizabeth, por favor.

 Ela levantou-se e foi até a frente da sala, confiante e sorridente. Antes não pude admirar o quanto a garota era bonita. Os cabelos longos ondulados e loiros batiam-lhe na cintura e ela os usava solto, com uma tiara que tinha uma flor vermelha. Ela vestia uma camisa branca com um colete vermelho, saia rodada vermelha, meia calça preta e sapatinhos pretos. Ela respirou fundo e ficou séria.

 -Sei que acabo de chegar neste colégio e que não tenho nenhuma noção dos problemas deste lugar. Mas isso não me intimida, apenas me dá forças para seguir adiante. Se for eleita, eu... – a voz dela desapareceu nesse momento, pois alguém bateu na porta. A professora disse um “entre” bastante irritado, ingleses odeiam atrasos e interrupções. Os cabelos vermelhos surgiram novamente, num rosto belo e delicado.

 -Perdoe-me a interrupção, professora. Mas o diretor a espera em sua sala – disse a mulher. Lizzy sorriu para ela.

 -Ainda não foi ao trabalho, Angheline? – perguntou a loira.

 -Fui entregar alguns papéis ao diretor e ele me pediu para passar por aqui – explicou ela.

 -Então se retire de minha... – arregalei os olhos quando Sebastian entrou na sala. E ele calou-se ao ver o rosto sério e o olhar irritado da mulher ruiva.

 -Seja um pouco mais gentil em seus pedidos, senhor. Uma mulher como eu não gosta de ser tratada como um ser inferior – ela virou-se de costas para ele. – Continue seu discurso, Lizzy. Até o jantar.

 A mulher saiu sem olhar para Sebastian, que por sua vez, se recuperou e sorriu para a sala.

 -Meu nome é Sebastian Michaelis. E a partir de hoje, serei seu professor de Literatura.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Por favor, Comentem, ok? Kisses



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