—- Quinn --

Durante o trajeto da escola até a loja, pude ver o que nunca pensei que um dia na vida veria.

É difícil levar em consideração que um apocalipse zumbi realmente está acontecendo... no momento que saímos da escola foi perceptível como tudo estava um caos.

Vi muitas pessoas nas calçadas correndo, muitos zumbis, carros encostados, era um cenário de filme, e eu não consegui sequer acreditar. Passamos perto da rodovia e foi possível avistar muitos carros, todos destinados para fora, queriam fugir da cidade... Faria sentido, mas por alguma razão eu sentia que o problema não começou aqui... então, com certeza nas cidades próximas estariam quase o mesmo caos.

 Eu diria que talvez fosse mais sensato tentar sobreviver dentro de casa, ou em algum lugar seguro até seus recursos definitivamente acabarem. 

Viro-me para Rachel e percebo que ela ainda. -É. Isso mesmo. Ainda. – Está meio tensa, estava sentada totalmente reta e olhava para frente. Suas mãos estavam entrelaçadas e seus dedões se mexiam em sinal de nervosismo. Por um momento eu havia me esquecido que ela estava daquele jeito, pois quando saímos da escola, vi a cidade... merda, agora estava me sentindo muito culpada.

— Rach? – Ela não responde — O que foi? Por que está assim? – Encosto em seu braço.

— As-ssim? Co-como?– Gagueja se entregando.

—Rachel? - questiono confusa. O que diabos estava acontecendo?

— Me perdoe Quinn... – fala calma. – Mas... não houve nada, ok? - Fala com os olhos fechados. – Por favor...

— Ok, querida, tudo bem... calma, ok? – Falei percebendo que se eu insistisse seria pior então puxei ela para um abraço.

Certo, eu sabia que ela não havia me contado a verdade, mas eu não tinha razão nenhuma em tentar forçar ela a me contar a verdade, principalmente quando eu mesma não havia contado sobre Beth naquele momento na sala do coral.

— O-obrigada Quinn... – fala baixinho escondendo seu rosto em meu pescoço. Sinto que ela fica mais calma e eu suspiro aliviada.

— Sabe aquela hora, quando estávamos na sala do coral e eu estava chorando um pouco... – comecei, e senti ela assentindo. — Eu... tinha me lembrado de Beth. Ela não sai da minha mente um segundo sequer não posso evitar. Preciso ir atrás de minha filha em algum momento, Rachel.

— Oh Quinn... vamos encontra-la pode ter certeza. – Respondeu baixinho. – Só... queria te ajudar agora..., mas só, preciso me acalmar, estou uma bagunça, não tenho como...

— Calma. Rachel... eu estou aqui, e não vou a lugar algum sem você... nós não vamos a lugar algum, ok? e obrigada por me apoiar. - Falei calmamente, lembrei novamente no nosso momento na sala quando pensei em finalmente me declarar, e me questionei se agora seria a hora certa.

A observei por alguns segundos e decidir deixar isso para um momento em que ela não estivesse em um conflito tão grande dentro de si. Acho que, eu só pioraria a situação jogando esse fato em cima dela... Ainda mais e se ela não sentir nada sequer parecido.

Depois de mais alguns minutos finalmente chegamos e S. estacionou logo atrás de Puck que estacionou exatamente do lado da loja.

Sr. Schue e Sam logo desceram da van indo em direção da loja, sendo acompanhados por Finn e Puck, esse que veio em nossa direção.

— Vocês viram a loucura que está essa cidade? Não sei como não tem tantos zumbis aqui nesse momento – Pergunta aflito olhando em volta a procura de zumbis.- Vocês estão bem, certo?

— Sim, Puck. – Fala Santana com um tom cansado, revirando os olhos. – Estamos bem, e definitivamente era previsível que isso estava acontecendo, ou você acha que o vírus veio de dentro da escola? - questionou ironicamente.

— Sant... Não precisa ser rude. — Britt a reprime, ela parecia tranquila, eu diria que até demais.

— Realmente... – Puck fala cocando a cabeça. – Vocês vão ficar aqui no carro?

— Se for possível prefiro esperar, ou vai ser realmente necessária? - Questionei, não queria sair dali e deixar Rach. – Tudo bem que eu faria mais coisas do que você Puck, mas.... – Provoquei com um sorriso.

— Boa, Q., pior que você realmente é mais útil do que ele. – Concorda Santana rindo.- de qualquer forma, vocês três fiquem por aqui e não sei, planejem algo útil, que eu ajudo eles. Tudo bem, Britt? - questiona.

— Ok S., mas todo cuidado, por favor. – Fala meigamente logo após dando um beijinho em Santana.

— Certo... – concordei. – De qualquer forma a loja está somente a alguns metros daqui se for necessária nossa ajuda nós vamos. – Ela concordou e saiu do carro.

Observei Puck e Sant conversando com o Sr. Schue e Sam que pareciam planejar o que fazer, o trio Antony, Nathan e Fred conversavam entre si até Leopold aparecer e começar a falar alguma coisa que os três não pareceram gostar muito, esse cara era mais algo ruim no grupo do que qualquer coisa... mas vou parar de desejar o mal para esse cara, talvez ele só tenha uma vida muito ruim e é assim com os outros... Tipo S., a diferença é que realmente ninguém gosta dele.

— Quinn, eu realmente não queria, mas preciso mudar de posição, será.... – Rachel começa a falar, então eu percebo que estava abraçando fortemente e quase em cima dela então saio da posição como um raio. — Eu realmente estava com dor nas costas. – Ela completa.

— Ah, me desculpe... não foi a intenção. Desculpa. — Respondi um pouco nervosa.

— Tudo bem... não precisa me abandonar completamente. – Fala pegando minha mão, me fazendo sorrir levemente.

Conversamos por alguns minutos sobre o que estava acontecendo até ouvirmos tiros vindo de dentro da loja.

— Gente tem algo acontecendo... acho que devemos ir ajudar Sant. – Fala Britt já saindo do carro. Eu e Rachel nos entre olhamos e saímos do carro rapidamente ainda de mãos dadas.

Quando chegamos exatamente em frente à loja encontramos Sr. Schue correndo com uma bolsa preta indo em direção da Van e logo voltando para dentro da loja com a bolça vazia, ouvi alguns tiros vindos de lá novamente e Brittany entrando na loja logo em seguida, não sabia se isso era uma boa ideia, mas não a contive. Santana nem Sam estavam à vista, provavelmente estavam dentro da loja ainda.

Os três nerds que estavam na frente da loja ao lado se encontravam diante de um grupo de zumbis, vários, mais de dez zumbis que vinham em nossa direção, alguns ainda estavam longe, mas pelo menos 4 zumbis estavam quase chegando nos meninos. Leopold estava atrás deles como se eles fossem um escudo, eles tentavam recuar, mas o professor os empurrava para que eles matassem os zumbis.

Antony que estava no meio era o único que segurava um ferro de construção e conseguia se defender de alguma forma. O pior é que eu e Rach não podíamos fazer nada, não tínhamos armas.

Felizmente Sam apareceu junto com Finn, eles foram tentar ajudar os garotos, mas Finn era um desastre, não tão ruim quanto Puck, mas não sabia o que fazer e realmente havia muitos zumbis.

Então infelizmente algo aconteceu.

Os zumbis acabaram chegando mais perto dos garotos fazendo com que o professor ficasse mais apreensivo assim empurrando Nathan, esse que puxou Antony tentando se equilibrar, porem os dois caíram no chão. Fred então foi tentar ajudar, mas ele infelizmente não viu um zumbi bem atrás dele mesmo, quando Antony já estava de pé e finalmente tentando avisar Fred que tinha um zumbi atrás dele, o mesmo foi mordido no pescoço, então gritando de dor e se debatendo caiu no chão ficando inconsciente. No meio de tudo que aconteceu tão rápido, Leopold saiu de perto e correu de volta para a van, como se só a vida dele valesse algo.

— FRED! – Gritou Antony. Senti que Rachel segurar minha mão com mais força. Por instinto a puxei, e a fiz ficar abraçada a mim. No mesmo momento escuto outro grito, e olho novamente para lá. Nathan havia sido mordido no braço e vários outros zumbis foram para cima dele, e uma roda de zumbis se formou em volta dele assim como em volta de Fred.

— SAIAM DAÍ! - Gritei para Antony e Sam e Finn que estavam parados olhando para os zumbis que se alimentava de Fred. Aquilo era horrível, eu já estava me sentindo enjoada.

Mais dois zumbis fora para cima deles, Sam matou um, Antony viu que o ferro de construção que estava segurando havia caído no chão então se agachou para pegar e isso com certeza não foi à coisa certa a se fazer, ele quase foi mordido, mas Finn conseguiu ser útil em algo e matou o ultimo zumbi. Depois de conseguirem se ajeitar, mataram os outros zumbis que estavam se alimentando de Fred.

E finalmente o sufoco tinha passado, não tinha mais nenhum zumbi a vista, porém era obvio que se continuássemos ali por muito mais tempo outros iriam aparecer e com certeza outras mortes ocorreriam.

—- Santana –

O que diabos estava acontecendo lá fora? sai correndo de dentro da loja acompanhada de Britt, e dei de cara com uma Quinn totalmente em choque abraçada com Rachel.

Olhei em volta e vi Fred se levantando do chão, estranho, e cara tinha uns dez zumbis caídos no chão, pelo jeito tiveram um problema bem maior do que nós tivemos dentro da loja. Percebi então que na verdade não era exatamente Fred, o menino tinha virado zumbi!

— Cacete. — Falei em voz alta.

— Sam, cuidado! — Escutei Britt falando para Sam que estava perto do ex-Fred.

— Droga! Esqueci disso... – falou com pesar, acertando a cabeça do zumbi e logo em seguindo perfurando outro zumbi que estava no chão, percebi então que este era Nathan.

— Acho que entendi sua cara de desespero Q., o bagulho realmente ficou sério, hein... – comentei, que surpresa inesperada... duas mortes... definitivamente precisamos ir para um lugar seguro.

Ela me olhou ainda com um semblante quase apavorado.

— Quinn, olhe para mim. – Observei Rachel chamando ela, que logo em seguida a encarou. — Está tudo bem... nós temos que entender que isso são coisas que infelizmente vamos ter que lidar em um apocalipse... — Quinn fez uma cara de que tinha se lembrado de algo importante e do nada sua feição ficou raivosa.

— A culpa foi toda daquele merda! — Quinn a interrompeu revoltada, se soltando do abraço e indo em direção da van que estava aberta. — A culpa é toda sua, seu inútil, você é um merda! — Ela começou a gritar e apontar em direção de Leopold que estava sentado e continuou soltando lindos elogios sem parar, estava até engraçado.

— Calma Quinn! — Britt tentou acalmar Q. levando ela para longe da van.

— O que diabos aconteceu? — perguntei para Hobbit que observava tudo sem saber o que fazer.

— Quando saímos do carro para tentar ajudar, demos de cara com Nathan, Fred e Antony sendo empurrados por.—percebi ela hesitando em falar a próxima palavra. — Por Leopold na direção de uma horda de zumbis... Ele... queria que os meninos o defendessem como se ele fosse o mais importante. — Continuou com mal gosto, definitivamente Leopold tinha a ver com a tensão de Rachel... O que esse desgraçado do caralho fez com ela? urg que ódio! Sai em direção da van também querendo meter meus pês na cara daquele merdinha.

— Você realmente é um merda, seu desgraçado! — Falei assim que consegui ver aquela cara de bosta que ele tinha.

— Quem você pensa que é para me chamar disso? - me interrompeu como se não tivesse sido atingido.

— Quem você pensa que é pra fazer uma coisas dessas? seu insolente! Desgraçado! Cretino! Qualquer merda que você imagine. – Continuei com raiva.

— Santana, por favor... — senti Sr. Schue me puxando pelo braço para a longe. — Eu sei que ele não é a melhor companhia que já tivemos, mas acho que devemos manter o clima um pouco melhor aqui... já basta Quinn, você também? por favor, se acalme. Vamos decidir o que fazer agora, vou chamar todos para uma mini reunião. — Completou e foi em direção dos outros.

Observei Britt que agora acompanhada de Rachel ainda tentava acalmar Quinn.

— Aquele cara é definitivamente um merda, Q. eu concordo completamente. — Falei entrando no meio da conversa.

— Sant... — britt me reprimiu.

— Desculpe, meu amor. Mas fique longe daquele cara! — Falei, e pude ver que Rachel estava muito, mas muito desconfortável naquela discussão, mesmo não querendo demonstrar. Troquei um olhar com Quinn e então vi que era melhor mudarmos de assunto. — Mas tudo bem. — Falei contragosto — O Sr. Schue disse que vamos ter uma mini reunião agora, concordo que é necessário. E nós precisamos de um lugar seguro, sua casa é aqui perto Britt, acha que poderíamos ir lá?

—Ah, boa ideia... – ela respondeu. — Vamos falar sobre isso com eles. — Então observamos sr. Schue acompanhado de Finn, Puck e Sam vindo em nossa direção. Tina, Mercedes e Mike consolavam Antony que ainda lamentava pela morte dos amigos.

— Então, gente... nós estávamos pensando agorinha, poderíamos ir para a casa de Britt que é aqui perto... e pelo menos pode ser nosso ponto seguro, porque lá tem espaço suficiente para todos dormirem calmamente... até para Mercedes. — Falei completando com uma piada de mal gosto.

— Serio mesmo, Santana? — falou Sam irritado.

— Gente... – Rachel se pronunciou pela primeira vez na conversa. — Acredito que devemos ir para a casa de Brittany o mais rápido possível... se está perto daqui é melhor do que continuarmos expostos aqui, vamos para lá, assim também economizamos a gasolina, mas o melhor momento para ir é agora. – Parou e olhou em direção da rua. — Já podemos avistar alguns zumbis vindo. – Completa.

— Realmente... vou avisar todos da van, acho que vocês devem ir na frente, para nos guiar dessa vez... já se prepare para dirigir Puck. — Sr. Schue falou e saiu em direção da van sendo acompanhado pelos demais e nós voltamos para o Jeep.

Entramos no carro, e infelizmente o clima não estava muito bom, observei a Q. e a Hobbit pelo retrovisor vendo seus semblantes, uma irritada e outra toda tensa... Era muito estranho ver Rachel daquela forma. Até eu! Sim eu, Santana, maravilhosa Santana, não conseguia sequer imaginar uma Anã dessas sem calar a boca por sequer um minuto. Espero que Q. deixe a raiva para mim e tente entender o que está acontecendo com essa Hobbit logo.

— Uh... espero que minha mãe esteja em casa, Sant... — Britt falou. Wow, minha sogrinha, espero que esteja viva também.

— Sim B. também espero... na verdade, tenho certeza que ela está bem, e vai ficar muito feliz de nos ver vivas... — falei sorrindo um pouco para ela que concordou, liguei o carro e sai parando ao lado de Puck. — Já estão prontos? - perguntei.

— Sim, pode ir, estou logo atrás. — Falou ligando o carro.

Depois de alguns quarteirões chegamos a casa de Britt, estava normal, com o carro de Susan na calçada isso era um ótimo sinal, espero que ela não tenha saído para caminhar...

— Britt, acha que podemos colocar os carros na garagem? — Quinn se direciona a Britt que estava procurando sua chave na mochila.

— Sim, com certeza. Oh, achei minha chave, vamos entrar. — Falou saindo do carro e abrindo a porta de trás para as duas a acompanharem

— Ei, cuidado! — Tentei, mas elas já estavam do outro lado da rua. Esperei então a garagem ser aberta e estacionei sendo acompanhada de Puck que estacionou ao meu lado.

Sim, a casa de Britt era tão grande quanto a de Q., talvez um pouquinho menor..., mas não podia negar que a casa era ótima.

Assim que sai do carro, vi Susan na porta. Era bom ver que Susan estava ali, viva... sentimental demais hein, Santana, já deu... eu sei, mas é realmente bom saber que minha sogrinha esta viva.

— Santana! — Ela fala vindo me abraçar. — Que bom ter você aqui, tenho que te agradecer porque eu sei que você ajudou minha Britt até aqui. — Continuou chorando.

— Que isso... você sabe que que não deixaria Britt, por nada! — Correspondi ao abraço. — Está tudo bem? — me direcionei a ela.

— Sim... eu estou observando tudo pelos noticiários... fiquei sabendo a alguns minutos atrás, estava entrando em desespero pensando em ir até a escola procurar por vocês quando chegaram. — Saiu do abraço, mas puxou minha mão. Ela realmente adorava ter contato... me imaginem revirando os olhos agora, posso fazer nada. — É bom ver que há várias pessoas vivas, inclusive é bom ver todos vocês do Glee... Sr. Schue! — Falou quando todos saíram da Van. — Vamos todos entrar por favor, me acompanhem. — Foi entrando ainda me puxando.

—Quinn—

Felizmente assim que entramos na casa, encontramos Susan, ela ficou muito feliz em nos ver e logo foi para a garagem.

Britt foi para a sala falando sobre seu gato, me deixando na entrada junto com Rach.

— É bom saber que estamos, pelo menos agora, em segurança... — comentei parando em frente dela.

— Sim, muito. — Respondeu convictamente me encarando. — Me sinto melhor... E... queria te falar algo Quinn... preciso te dizer, agora.