Sonhar é acordar-se para dentro.

Mario Quintana

POV. Amy

O que tinha levado Matt a falar aquelas besteiras a Angel, ele era nosso amigo, nos conhecia desde sempre, quando ainda éramos apenas as estranhas novatas e ele ainda nem tinha se assumido. Três adolescentes que cresceram e continuaram melhores amigos...

Parei em frente a casa, as luzes acessas. Desci do carro e toquei a companhia, a mãe de Matt atendeu, ela mordia o lábio inferior, o barulho no andar de cima parou.

-Oi Tia Lori, o Matt está?-perguntei educadamente.

-Não, ele saiu. -Ela disse mais apontou para cima.

-Desculpe Lori, mas tenho que tirar uma historia a limpo. –eu disse e subi as escadas correndo, não havia mais posters na porta. Eu a abri.

-Droga, eu disse a minha mãe que não queria falar com ninguém. – Não era mais o quarto vibrante e alegre, cheio de piscas e com a frase da Rihanna: “Preciso de alguém para me deixar ser, apenas quem eu sou por dentro.” No lugar da frase havia um borrão de tinta branca, nos havíamos escrito aquela frase numa tarde chuvosa de domingo, Matt havia terminado um namoro hétero para ficar com homem pela primeira vez, ele estava um lixo e pediu para que eu desenhasse na parede toda, um monstro para lhe mostrar todos os dias o que ele era, mas eu me neguei, dei um sorriso e escrevi uma frase para que ele lesse todo dia.

-O que aconteceu Matt? –eu disse e segui para o balde de lixo, cheio de fotos nossas... cartazes dos ídolos dele, cd’s...

-Eu cansei dessa farsa de ser gay! EU SOU HOMEM. –ele gritou e atirou um abajur rosa no chão, eu não me movi.

-Por que isso agora Matt? –perguntei calmamente, pegando uma foto de nós três.

-Estou cansado de ser um perdedor, andar junto de perdedoras só mais faz, mas um idiota! Eu sou popular, um dos maiores jogadores da equipe, todas as garotas me querem e eu vou ficar correndo atrás de homem? Eu odeio essa fase afeminada e cheia de frufrus, eu sou homem! –ele repetia aquele discurso mecânico.

-Ahh por Deus, não minta para mim Matt! –eu falei desconsiderado o “perdedoras”.

-Matt, eu te conheço como a palma da mão, você e mais feminina que EU e Angel juntas, por favor não aja como um idiota, me conte o que aconteceu, eu posso ficar aqui e chamar a Angel... Nós te ajudaremos seja qual for o seu problema, só não minta para nós.

-NÂO ESTOU MENTINDO, ODEIO A COMPANHIA DE VOCÊS. –ele gritou mais uma vez. Desta vez eu não me segurei andei até ele e o beijei... Não que eu sentisse nada além de uma amizade muito grande (e agora uma magoa profunda) pelo Matt, mas se ele tivesse “se tornado hétero”, ele me beijaria.

Ele se afastou e me olhou confuso.

-Eu não vou beijar você sua fracassada! –ele disse meio morto, eu fui até ele de novo, mas desta vez dei um soco bem no queixo dele, que cambaleou (muito mais de surpresa do que pela minha força) por alguns segundos e me olhou atônito.

-Se quer ser como eles... Tudo bem Matt, eu te entendo. Mas eu vou defender os amigos que me restaram, como todas as forças! No dia que eu pintei a merda daquela frase na sua parede eu usei Rihanna, desculpa-me não sou ela e não amo seu jeito de mentir.

Eu desci as escadas correndo, não vi Lori, só sai e entrei no meu carro, a chuva tinha recomeçado e eu fiquei ensopada, e lá estava eu dirigindo, chorando e despedaçada... Mais uma vez.

O que aconteceu com todo mundo? Será que hoje e o dia “Faça a Amy triste e ganhe uma bala”? Qual era o problema de todo mundo? Comecei a espirar e tossir... Perfeito! Agora eu posso desfrutar da minha NÃO vida com gripe.

Liguei a porcaria de uma estação de musica antiga... Bon Jovi... (N/a: Em ritmo de Rock In Rio):

This ain't a song for the broken-hearted

Nor silent prayer for faith-departed

I ain't gonna be just a face in the crowd

You're gonna hear my voice

When I shout it out loud

Esta não é uma canção para os de coração partido

Nem uma oração silenciosa para os que perderam a fé

Eu não serei apenas um rosto na multidão

Vocês vão ouvir minha voz

Quando eu gritar isso bem alto

-It's my life It's now or neverI ain't gonna live forever – Eu gritei bem alto dentro do carro, isso fez eu me sentir melhor.

Estacionei em frente de casa a chuva havia diminuído, eu estava toda molhada, entrei em casa, estava tudo trancado e escuro, minha mãe e Ethan ainda não tinham voltado, então percebi que haviam se passado duas horas desde que eu havia saído de casa.

Fui tomar um banho quente, entrei no meu quarto, respirei fundo para sentir o cheiro de tinta e livros, meu quarto era um santuário, tinha minha bagunça, meus aromas favoritos, minha coisa e era tudo MEU, pode parecer egoísta, mas e um dos poucos lugares que eu posso pensar em mim antes das outras pessoas.

Despi-me e estremeci ao ver a diferença entre a agua quente e minha pele gelada pela chuva, fiquei um bom tempo lá até ouvir o som do carro de Ethan, sai da banheira rapidamente e vesti um short preto e uma camiseta e me enfiei debaixo das cobertas, escutei as risadas deles, não pareciam bêbados apenas alegres.

Minha mãe abriu a porta e eu sorri para ela, eu acenei e ela sorriu.

-Boa noite! –ela sussurrou.

-Boa noite mãe, diga a Ethan que o desejei bons sonhos... Depois me conte como foi. –Ela deu uma piscadela e fechou a porta, peguei um livro que estava lendo essas noites, li uns três capitulo e acabei dormindo...

Sonho On:

Senti uma dor terrível, mas junto com ela uma sensação incrível de estar sendo amada...

-Dei... Deixe-me pega-la... –eu murmurei e o rosto com olhos dourados colocou a bebezinha em minhas mãos... Como ela era linda, mesmo pela minha visão turva era a coisa mais fofa e maravilhosa deste mundo.

Sentia-me mais fraca caindo num espiral e me afogando numa agua escura... Fiquei imersa nela por alguns segundos... Ou minutos... Escutei a voz soluçada e agoniada do rosto de olhos dourados.

-Por favor... Não me deixe, por favor! –ele pedia sem parar, eu queria muito não deixa-lo, mas estava sendo puxada com muita força.

-Amo todos! Cuide dela. – foi tudo que eu consegui dizer quando me afoguei mais uma vez.

-Não... Cuidaremos dela juntos!

-Não há mais tempo... Ame-a... Eles precisam de você! –eu disse e me afoguei na agua escura pela ultima vez.

Sonho Off.

Acordei arfante e toda suada, o sonho parecia ter durado horas, olhei no relógio e eram três da manhã, meu corpo todo doía e eu me sentia mais quente do que de costume, me levantei e fui até o banheiro, busquei um termômetro. Esperei alguns minutos até ouvir o bip... 39,5°, uau eu estava mesmo com febre.

Desci até a cozinha, minha mãe estava lá tomando um gole de agua ela sorriu para mim e depois seu olhar se tornou “clinico”.

-Está tudo bem filha?- Ela perguntou.

-Estou com febre, vim beber um remédio...

-Beba esse aqui e um antitérmico e espere até que eu faça uma compressa com álcool, não sabemos a causa da febre, mas pelas mudanças climáticas pode ser uma gripe, não vá à escola amanhã, se os sintomas continuares eu te levo na doutora Lorran... Falando nela... Como está Matt? Encontrei com a mãe de Angel e ela me disse que vocês brigaram...

-Posso falar disso depois? Estou meio cansada agora.

-Claro meu bem, me chame se sentir-se mal. - Eu sorri quando ela me entregou a compressa e voltei para meu quarto.

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Hey Leitores amados.

Sei que existem as notas para isso, mas não sei se todo mundo lê o que eu escrevo nessa parte, mas voltando ao assunto. Vocês vão ganhar um bônus, mas cabe a vocês escolher entre:

 Angel conhecendo os Cullen;

O jantar entre a mãe de Amy e Ethan.

Comentem qual você quer ver.

Beijinhos.