Life Is Not Easy escrita por MrsFancyCar


Capítulo 21
Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Perdoem-me.
Por favor.



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   - Rose? É esse o seu nome? Consegue se levantar?

   Minha fala havia sumido. Eu não conseguia mexer minha boca. Eu não conseguia distinguir onde estava.

   - Consegue ficar em pé?

   - Ahn? – grunhi. Tentei abrir os olhos.

   Estava muito claro, e eu mal consegui ver a fisionomia do homem que tentava ter um diálogo comigo. Meus olhos ficaram um pouco fechados.

   - Levantar-se. Ficar em pé. Consegue?

   Abri um pouco mais os olhos e consegui enxergar melhor a pessoa. Mas ainda não sabia quem era.

   Ele estendeu sua mão para mim, falando.

   - Lembra de mim, Rose? – percebi que ele sorriu. E logo depois percebi quem era.

   Ele balançou sua mão na minha frente, tentando fazer com que eu a segurasse para ele me ajudar a levantar.

   Levantei-me um pouco, me apoiei nos dois braços e recuei, assustada.

   - Não precisa ter medo. Eu não vou fazer nada com você. – ele se aproximou mais de mim. – O bom é que se lembra de alguma coisa, não é?

   Recuei mais, expressão de pânico visível.

   - Eu vou te ajudar. Não te matar. – explicou-se. Fitei-o por mais alguns segundos, esperando que ele completasse a frase. – Ah, sim, e não vou matar seu amigo também. – ele revirou os olhos. - E preciso da sua ajuda também.

   Já é esperado que eu tenha levantado e tentado fugir. Minha cabeça começou a rodar com o movimento brusco que fiz. O garoto alto, que havia me ameaçado algum tempo antes, se levantou rápido, e me segurou.

   - Calma aí. – ele riu, me firmando em seus braços. – Deveria saber que não conseguiria isso.

   Soltei-me dele. Tentei firmar meus pés no chão, sem nenhuma ajuda. Cambaleei, e percebi que aqueles braços estavam voltando a me segurar. Recusei a ajuda.

   - O que você quer? – perguntei, baixo demais. Eu mesma não consegui escutar. Minha voz estava rouca, e minha garganta arranhava quando eu falava.

   - O que? – ele perguntou.

   - O que você quer? – repeti, mais alto, depois de ter pigarreado.

   - Ora, nada. – ele riu novamente. Como se achasse muita graça do que estava acontecendo. – Quem deve querer algo é você. Com o tanto de tempo que não come.

   Meu estômago roncou depois das palavras dele. Coloquei minhas mãos na barriga, tentando amenizar a dor que estava sentindo.

   - Vem aqui, acho que consigo arranjar alguma coisa pra você comer.

   Ele me ofereceu sua mão novamente, e eu hesitei.

   - Eu não vou te matar, já disse. Só vou te ajudar. – assegurou-me. – Você tem que comer um pouco.

   Ele virou as costas e começou a andar, já impaciente.

   - É você quem sabe. Se não comer, vai desmaiar de novo. E dessa vez não vou estar do seu lado pra te acordar.

   Meu estômago estava praticamente pensando por mim. Meu cérebro não raciocinava o pior que podia acontecer.

   Andei um pouco rápido até alcançar ele. Comecei a segui-lo.

   - Consegue andar mais rápido? – perguntou-me.

   - Acho que sim. – falei, baixo.

   - Então vamos logo. Se Mark souber que estou fazendo isso, nós dois morremos. – ele deu uma pausa e começou a andar mais rápido. – Quer dizer, nós três.

   Esforcei-me para alcançá-lo novamente, seus passos eram largos e rápidos.

   - Nós três quem? – me interessei.

   - Nós dois, e seu amigo. – ele explicou.

   Andamos por mais uns dois minutos naquele tempo congelador, em silêncio, até eu resolver falar algo, talvez aqueceria.

   - Para onde estamos indo?

   - Matar sua fome. – ele respondeu. Uma resposta curta e grossa.

   Estávamos num bairro que nunca ouvi falar. Apesar de ter morado naquela mesma cidade, nunca vi aquele lugar.

   Contando que eu não saia muito de casa, é aceitável que eu não soubesse nada de lá.

   - É por aqui. – percebendo que eu ia reto, ele me puxou, e dobramos a esquina.

   Minhas mãos estavam nos bolsos da minha blusa. Meus dedos manuseavam os pacotes que ainda estavam lá.

   Eu pensava em como fui me meter naquilo. Como fui estúpida ao ponto de me separar da única pessoa que conhecia.

   - Falta muito? – perguntei.

   - Não. Não tanto. – ele olhou pra baixo, e diminuiu um pouco o passo. – Você deve estar com muita fome mesmo, não é? – colocou a mão em meu ombro. Tirei-a de lá. – Certo... Devo me apresentar? – a pergunta ficou no ar, sem resposta alguma. Mas como se eu houvesse falado algo, ele continuou: – Meu nome é Patrick. E... bom, você vai descobrir onde eu moro... – ele parou de falar, percebendo que agora eu estava tremendo de frio, literalmente. Meus dentes faziam barulho enquanto se batiam. E eu me apertava cada vez mais dentro de minha blusa. Deveria ser a fraqueza do meu corpo que me fez ficar assim. Eu não sabia. – Ai meu Deus! Ahn... Toma, pega a minha blusa. – ele ia tirando seu casaco, e eu fiz um sinal com as mãos, não precisava. Qual é, eu não conhecia ele. - Vem, a gente já está chegando.

Depois de mais uns dois minutos agonizantes andando, ele parou em frente à uma escada de uns cinco degraus. Subiu-os.

- Não me faça perguntas. - ele disse, antes de abrir a porta e nós dois entrarmos.

O ar da casa era quente. Bem aconchegante, comparado ao que eu vivi nesses últimos dias.

A porta dava na sala de estar, onde havia duas poltronas, um tanto velhas. Uma televisão ligada num jogo de baseball, com o volume alto.

- Patrick? É você? - uma senhora se virou para poder ver quem tinha entrado. Estava fazendo tricô.

- Sim vó, sou eu.

- E quem é essa moça? - ela sorriu pra mim. Não pude resistir, seu sorriso era tão convidador, que retribuí. - É sua namorada? - meu sorriso desapareceu.

- Essa é a Rose, vó. E não, ela não é minha namorada. É só uma...

- Ah, pare com isso. Sei que é uma de suas namoradinhas, querido. Não precisa ter vergonha. - ela riu novamente. - Prazer, Rose. Meu nome é Susan. Podem ficar à vontade aí... Querem que eu faça alguma coisa?

- Não vó, não precisa. - Patrick bufou e revirou os olhos.

- Tudo bem... - ela se virou e continuou a mexer seus palitinhos de tricô.

Patrick fez sinal para que eu o seguisse até a cozinha.

- Esse moleque fica trazendo gente aqui pra dentro de casa. - ouvi uma voz masculina, provavelmente de um idoso, que vinha da sala.

- Deixe o garoto trazer quem ele quiser. - a voz de Susan.

- Ah... Mas não se pode confiar em todo mundo. Essa... Essa menina pode ser uma bandidinha, assim como os outros amigos dele. Você não vê o noticiário?

- Ora, pare de implicar com tudo, seu velho rabugento.

Enquanto eu ouvia a briga dos dois, Patrick pegou um pacote de salgadinhos e colocou em cima da mesa.

- Não é muita coisa, mas mata a fome. - ele se sentou em uma cadeira. - Senta aí. E... Ah... E não liga pra esses dois... - ele apontou para a sala com a cabeça. - São sempre assim.

Me sentei de frente à ele, pondo meu medo à mostra.

- Já disse que não vou fazer nada com você. Olha, resumidamente, o Mark também me chantageia. E já ameaçou matar o que restou da minha família, que são os meus avós.

Enquanto ele ia explicando como acabou nisso tudo, eu comia os salgadinhos com gosto. Sem me importar com nada. Nem mesmo com suas palavras.

- Ele me pediu pra me passar por um "drogado". E aí te oferecer as drogas e tudo mais. Mas acredita em mim, eu nunca experimentei isso na vida. - ele agora estava um pouco triste. - Meu pai já, mas... - ele parou, deixando o fim da frase só para ele mesmo. - Bom, o Mark consegue vigiar a gente, mas não sempre. Garanto que agora ele não deve estar. Mas temos que tomar cuidado, e...

- Você sempre fala muito assim? - perguntei , com a boca cheia.

- Desculpe. - ele riu. - Mas, você entendeu, não é? Passo pelas mesmas coisas que você... Não só quero te ajudar, como também quero sua ajuda.

Ótimo, não? Além de eu não saber como ajudar a mim mesma, tenho que saber como ajudar um estranho. Minha vida era mesmo cheia de surpresas.

Muitas mesmo.


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Notas finais do capítulo

Ficou horrível, né?
Essa metade da história tá meio idiota mesmo, mas vai melhorar, prometo.
Reviews?
A autora se sente motivada.
:)



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