POV Rosalie

_ Anda logo Emmett, o avião não vai ficar esperando por nós dois não meu querido. – disse já impaciente. Não esperei resposta e já fui arrastando as malas para fora do quarto.

_ Já estou aqui ursinha. – ele disse com um pequeno bico nos lábios. _ Eu tenho que ficar bonito para você.

_ Você já é bonito Emmett, mas tem que parar de demorar mais que eu para se arrumar. Quero ver no dia do nosso casamento.

_ Eu não demoro tanto assim.

_ Resposta errada. Você não demorava tanto assim. Agora... Enfim, vamos logo, mexa essa bunda e me ajude com as malas.

Já é quase natal. Ou seja, meu casamento está próximo! Não pude estar presente durante os preparativos, mas é para isso que serve a internet. Monitorei tudo de longe. Alice e Esme participaram efetivamente da decoração, contratação do buffet, a prova das comidas e a escolha da banda. Eu escolhi as musicas e meu vestido, que já estava levando pronto e escondido a sete chaves de Emmett. Ia me casar no dia 23 de dezembro, passaria o natal com minha família e depois seguiria para minha lua de mel até as aulas na faculdade retornarem. Eu estava muito ansiosa para isso.

O voo foi chato como sempre. O frio era cortante, e eu estava mais que ansiosa para chegar a Forks, ver como estava todos os preparativos do meu casamento com meus próprios olhos, poder tocar as flores, os tecidos. Esse avião não pode ir mais rápido?!

Chegando ao aeroporto de Seattle nossos pais já estavam nos esperando. Enquanto Carlisle e Esme foram abraçar Emmett, os meus pais vieram até mim.

_ Que saudades filha. Você está bem? Fez boa viagem? – minha mãe me perguntou enquanto me sufocava com seu abraço. Meu pai fez praticamente as mesmas perguntas. E depois os pais de Emmett também.

No caminho para Forks, eu fui com meus pais e Emmett com os dele. Iríamos descansar cada um em nossas casas e a noite nos encontraríamos para jantarmos com nossa família e amigos.

Entrei em casa sendo seguida por meus pais, o local estava completamente escuro. As janelas embaçadas por conta da neve que caia lá fora e a pouca luz que havia no recinto era dos postes da rua.

_ Surpresa! – várias vozes ecoaram na sala e as luzes se acenderam. Minhas amigas, Bella, Ângela e Alice correram para me abraçar.

Ficamos na minha casa fofocando até a hora do jantar. Então fomos até a casa dos Cullens para o jantar. Foi uma noite muito bonita, alegre e regada a muita conversa e comida boa. No dia seguinte fui com Alice e Esme ver como estava os acertos dos últimos detalhes do meu casamento. A única igreja de Forks seria o palco do enlace e a casa dos meus pais o local da festa. A neve atrapalharia um pouco, mas ao mesmo tempo daria certo charme à cerimônia.

23 de Dezembro

Parece que todas as borboletas do universo amanheceram no meu estomago. Eu tremia só de pensar que em poucas horas eu seria a senhora Emmett Cullen. Meu ursão, depois de tantas confusões, brigas e noites em claro, eis que estaríamos começando nossa própria família.

Sentei-me na cama e por um milésimo de segundo fiquei com os pés a centímetros do chão. A partir do momento que eu tocasse o chão com meus pés o dia começaria e minha vida mudaria completamente. Sorri boba com aquele pensamento, era tudo o que eu mais queria na vida. Confiante coloquei os dois pés ao mesmo tempo no chão frio, os retirando rapidamente devido ao choque térmico, calcei minhas pantufas super quentinhas e absurdamente adolescentes e fui até o banheiro. Olhei para o relógio na minha parede e vi que já era quase dez horas da manhã. A cabeleireira, a manicure, a massagista, todas as mulheres da minha vida, e quem mais que fosse cuidar de mim chegariam por volta das dez e meia. Então eu tinha meia hora para um banho de banheira, numa água quente, o mais quente possível e com todos os sais que eu tiver em casa.

Coloquei a banheira para encher. Pus o frasco inteiro de sais de banho dentro dela. E fui até meu quarto. Peguei meu notebook e coloquei para tocar algumas musicas. Fiquei na banheira até a água esfriar, o que durou algum tempo de relaxamento e muita espuma. Eu estava pronta para ir para a guerra depois daquele banho, ou não, que ideia mais sem sentido, quem toma banho de banheira antes de ir para guerra?!

Saí da banheira e retirei a espuma do meu corpo no chuveiro igualmente quente. Quando voltei ao meu quarto me senti entrando em outra dimensão. Pensei em voltar ao banheiro e me trancar lá quando vi um monte de gente desconhecida andando de lá pra cá dentro do meu quarto. Mas aí Alice passou pela porta, e soube que estava dentro da minha casa ainda.

Meu quarto estava um pouco transformado. Havia uma espécie de maca com algumas toalhas brancas. Vários potes, maletas, pincéis, enfeites, escovas etc.

_ Alice, o que é tudo isso? Pensei que só ia ser arrumada e não fazer uma plástica.

_ Há há, como você é engraçada. – ela disse irônica olhando para os lados. _ Laurent, por favor, comece pelo cabelo dela, fazendo uma hidratação e enquanto o produto age Carmem vai fazendo a massagem. – eu ainda a olhava intrigada. Ela anotava algo no tablet._ Mexa-se você também, esse é seu dia de noiva baby, tem que ser tudo perfeito.

Alice sempre será Alice.

Passei o dia sendo puxada de um lado para o outro, sendo lambuzada com diversos tipos de cremes e óleos. Minha cabeça ameaçava doer de tanto que puxaram meu cabelo para fazer o penteado todo elaborado. Meus cabelos ficariam presos em um coque moderno com alguns fios soltos e adornado por pequenas perolas.

Alice andava de um lado para o outro, vez ou outra sumia. O salão de festas da cidade estava em polvorosa sendo decorado para a cerimônia e festa.

Algum tempo depois...

O dia todo e eu não tinha trocado nem uma mísera palavra com meu ursão. Há alguns minutos eu já me encontrava pronta. O vestido imaculadamente branco era de renda e tinha algumas aplicações de pérolas e strass. O vestido tinha o corpete todo bordado, o decote não era espetaculoso, mas era generoso. Pequenas mangas de renda pendiam em meus ombros. A maquiagem era básica contrastando com o buque que era um espetáculo a parte. As rosas eram feitas em tafetá de seda na cor champanhe com botões de perolas e strass.

_ Rosie? – Meu pai me chamou na porta do quarto.

_ Oi pai, já estou pronta. – dei meia volta segurando a saia do vestido. O olhei e ele sorria emocionado me admirando.

_ Você está linda querida. – ele disse se aproximando. _ Uma verdadeira princesa. Você não sabe como eu estou feliz em poder levar a noiva mais linda do mundo, depois da sua mãe é claro, ao altar.

_ Oh pai. – disse o abraçando. Eu estava emocionada, mas não podia chorar. Alice me mataria. E eu não queria chegar atrasada ao meu casamento. Sei que isso é meio que regra para as noivas, mas elas que me perdoem, eu não vou esperar um segundo a mais que o necessário para entrar naquela igreja. _ Te amo! Minhas pernas estão bambas então, por favor, não me deixe cair.

_ Jamais querida, jamais. – ele sorriu cúmplice. Saímos daquele quarto que já estava me causando claustrofobia. Meu pai me ajudou a descer as escadas com cuidado e de carro me levou até a porta da igreja. Não quis limusine. Aquele trem em formato de carro só iria atrapalhar o pouco transito de Forks, sem contar que acho meio brega, mas tudo é gosto. O carro do meu pai era bonito o suficiente para me levar a igreja. E mesmo que não fosse, podia me levar até no lombo de uma rena e eu não estaria nem aí.

Não deu outra comecei a rir me imaginando toda arrumada de vestido branco no lombo de uma rena marchando rumo à igreja. Emmett provavelmente atrasaria a cerimônia para poder dar uma volta no bicho.

Só consegui parar de rir quando chegamos à porta da igreja, que imediatamente foi fechada. Meu coração começou a pular de ansiedade e me senti um pouco enjoada. Respirei fundo algumas vezes para me acalmar, e logo a porta do carro foi aberta pela cerimonialista. As damas de honra, Alice e Bella, e a florista foram emparelhadas para entrar e meu pai e eu víamos logo atrás.

_ Preparada? – meu pai perguntou.

_ Sim! – disse sorrindo abertamente, já treinando para hora que o padre fizesse a pergunta mais importante da minha vida. _ Sim!

A marcha nupcial começou a tocar. As portas se abriram lentamente e quase cai de emoção ao ver a igreja completamente decorada. Dois vasos enormes com bonsais completamente avermelhados pelas flores desabrochadas. Os costumeiros bancos sem graça deram lugar a lindas cadeiras de madeira com acolchoados vermelhos. O tapete era imaculadamente branco e estava, a cada passo, ganhando cor pelas pétalas de rosas que a florista soltava ao chão. Havia refletores com uma luz diferente da sempre pálida que a igreja usava comumente. Essa dava um tom de aconchego que me fez ficar ainda mais calma, quando reparei. Isso com certeza foi obra de Alice, imagino o quanto ela e o padre, que é sempre tão conservador, brigaram.

Mas todos esses detalhes foram completamente esquecidos assim que meu olhar encontrou o dele. O cara mais lindo que meus olhos já viram pessoalmente. O mais amoroso e atencioso. Meu ursão. Suas tão encantadoras covinhas estavam estampadas em seu rosto, assim como o enorme sorriso que deveria até doer de tão grande, mas que não estava diferente do meu. Ele estava ainda mais lindo trajando um smoking muito alinhado e com uma rosa vermelha na lapela. O corredor daquela igreja nunca foi tão grande. Vi meus amigos todos sorrindo para mim. Os amigos dos meus pais, alguns primos que eu mal via, e umas tias chatas. Do outro lado estavam provavelmente os amigos dos meus sogros. Os antigos times de basquete, futebol e natação. A banda do colégio, os nerds, as animadoras de torcida, e tantas outras pessoas que preencheram todas as outras cadeiras da igreja. Isso é que dá Emmett ser amigo de todo o mundo.

_ Cuide bem dela Emmett. – meu pai disse assim que chegamos ao altar. _ Seja feliz minha filha.

Ele depositou um beijo em minha testa e foi para seu lugar no altar ao lado da minha mãe que já estava chorando.

_ Você está absurdamente linda, Rosie. – Emmett disse com o nariz ficando vermelho e os olhos rasos d’água.

_ Você também ursão. – disse o beijando. Seus lábios tomaram os meus aprofundando mais o beijo. Mas nos separamos quando ouvimos algumas risadas e algumas limpadas de garganta.

_ O beijo é só depois. - o padre disse um pouco constrangido.

_ Desculpe padre. – Emmett disse. Eu não tive coragem de encarar o padre.

_ Estamos aqui reunidos para celebrar o casamento de Emmett Cullen e Rosalie Hale...

E o padre desandou a falar. Eu já estava ficando com fome e conhecendo Emmett ele já estava imaginando a cara do padre como um pernil. Nossa pernil, chegou a me dar água na boca.

_ E eu vos declaro, marido e mulher. Emmett, agora sim, pode beijar a noiva.

_ Demorou. – Emmett me puxou para um dos nossos beijos cinematográficos. Salvas de palmas e assobios encheram nossos ouvidos.

Saímos dali para nossa nova vida, agora definitivamente juntos. Pela lei dos homens e a benção de Deus.