Katniss Everdeen: Eu Sou Uma Semideusa? escrita por Becca Solace


Capítulo 9
Encontro meu... pai?!


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey! Sentiram minha falta? Não, né? u-u Mas enfim, adorei as reviews principalmente da bella liam e da Angel Black que são duas divas u.ú
Mas enfim....
SUBAM AS CORTINAS, RUFEM OS TAMBORES....
Ok, isso já tá enchendo né? Parei então u.u



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PERCY

Caímos na água, fiz uma bolha entorno de nós, e eu desmaiei.

***

– Percy? - chamou uma voz grave.

Abri os olhos e vi uma figurante enorme avultando-se sobre mim.

Minha visão entrou em foco. Eu estava olhando para um ciclope - o rosto distinto, cabelos castanhos desgrenhados, um único e grande olho castanho cheio de preocupação.

– Tyson?

Meu irmão abriu um grande sorriso.

– Ei! Seu cérebro está funcionando!

Sentei-me, e um lençol muito fino saiu flutuando. Eu estava em uma cama feita de algas sedosas entrelaçadas, num quarto vestido de conchas de abalone. Pérolas cintilantes do tamanho de bolas de basquete flutuavam no tento, clareando o ambiente. Eu me encontrava em baixo d'água.

– Onde estou?

– No palácio do papai. - disse Tyson.

– Quantos tempo eu dormi?

– Nós o encontramos ontem à noite, dentro de uma bolha, com mais três amigos. - disse Tyson.

– E o Princesa Andrômeda?

– Explodiu.

– Onde estão Katniss, Beckendorf e Gale?

– Estão dormindo ainda. Papai lhes deu benção, eles agora podem respirar em baixo d'água! - ele disse, animado, apontando para as outras camas de algas que eu não tinha visto. Beckendorf, Gale e Katniss se encontravam dormindo cada um em uma cama.

– Quer acordar eles? - Tyson perguntou, mas nesse momento Katniss se mexeu, e se levantou rápido.

– Onde estamos? - ela perguntou pra mim. - Quem é esse?

Ela olhava desconfiada para Tyson.

–Esse é, meu meio-irmão, Tyson. - Eu disse. - Tyson, esta é Katniss, filha de Apolo e que foi trazido por Hera do futuro para nos ajudar na guerra.

– Oi! - Tyson disse, animado.

– Oi. - Katniss respondeu, ainda desconfiada. - Aonde estamos?

– No palácio do meu pai, parece que a gente desmaiou e eles nos pegaram e nos trouxeram pra cá. - Expliquei.

– Atá. - Ela disse.

Uma explosão a distância sacudiu o quarto. Uma luz verde brilhou lá fora, deixando todo o mar claro como o meio-dia.

– O que foi isso? - perguntei.

Tyson parecia preocupado e mordeu o lábio inferior.

– Papai vai explicar. Katniss, fique aqui, depois eu venho te chamar pra ir embora. Agora, Percy, venha, papai está explodindo monstros. Ele quer vê-lo.

Nadamos até o fim de um longo corredor e fomos lançados para o alto em um gêiser. Enquanto subíamos mais alto que teclados, recuperei o fôlego - se é que se pode recuperar o fôlego em baixo d'água.

O palácio era tão grande quanto a cidade no Monte Olimpo, com pátios amplos, jardins e pavilhões pontuados por colunas. Os jardins eram esculpidos com colônias de coral e plantas marinhas brilhantes. Havia vinte ou trinta edifícios feitos de abalone, brancos mas cintilando com as cores do arco-íris. (n/a: Íris approves, haha)* Peixes e polvos saíam e entravam em disparada pelas janelas. Os caminhos eram demarcados com pérolas reluzentes como luzes de Natal.

O pátio principal estava cheio de guerreiros - tritões. Alguns cuidavam dos feridos. Outros afiavam lanças e espadas. Um deles passou por nós, nadando apressado. Seus olhos eram de um verde brilhante, e os dentes eram de tubarão. Eles não mostram coisas assim em A Pequena Sereia.

Fora do pátio principal havia grandes fortificações, mas a maior parte estava em ruínas. Outras construções ardiam com uma estranha luz verde que eu conhecia bem - fogo grego, que pode queimar mesmo em baixo d'água.

Mais além, o fundo do mar estendia-se na escuridão. Eu podia ver batalhas sendo travadas com violência. Na extremidade do complexo do palácio, um templo com telhado de coral vermehlo explodiu, lançando fogo e escombros, em câmera lenta, até os jardins mais distantes. Da escuridão acima surgiu uma forma enorme - uma lula mario que um arranha-céu (n/a: Se tiver algum lovatic que é meu leitor, toca aqui o/)*. Ela estava envolta em uma nuvem brilhante de poera - pelo menos foi o que eu achei, mas me dei conta de que era um enxame de tritões tentando atacar o monstro. A lula desceu sobre o palácio e agitou os tentáculosm esmagando toda uma coluna de guerreiros. Então, um arco brilhante de luz azul disparou do topo de um dos edifícios mais altos. A luz atingiu a lula gigante, e o monstro se dissolveu como tinta em água.

– Papai - disse Tyson, apontando para o ponto de onde viera a luz.

– Ele fez aquilo?

De repente, eu me sentia mais esperançoso. Meu pai tinha poderes inacreditáveis. Ele era o deus do mar. Podia enfrentar aquele ataque, certo? Talvez me deixasse ajudar.

– Você já participou da guerra? - perguntei a Tyson, assombrado. - Esmagando cabeças com sua íncrivel força de ciclope ou algo assim?

Tyson ficou aborrecido.

– Eu... conserto armas - resmungou ele. - Venha. Vamos encontrar papai.


Eu pensei que reconheceria Poseidon de cara. Eu estava errado.
O teto do templo era um deck grande e aberto que tinha sido colocado como centro de comando. Um mosaico no chão mostrava um mapa exato das terras do palácio e o oceano em volta, mas o mosaico se mexia. Azulejos de pedra colorida representando os diferentes exércitos e monstros marinhos mudavam de lugar quando as forças mudavam de posição. Construções que desmoronavam na vida real também desmoronavam na figura.
De pé ao lado do mosaico, estudando seriamente a batalha, estava um grupo sortido de guerreiros, mas nenhum deles parecia com o meu pai. Eu estava procurando por um cara grande com um bronzeado e uma barba preta, usando bermudas e camisa havaiana.
Não tinha ninguém assim lá. Um cara era um tritão, com duas caudas ao invés de uma. Sua pele era verde e sua armadura possuía botões de pérola. Seu cabelo preto estava amarrado em um rabo de cavalo, e ele parecia ser jovem – apesar de ser difícil dizer se tratando de não humanos. Eles podiam ter centenas de anos ou três. A seu lado estava um velho com uma barba branca espessa e cabelos cinza. Sua armadura de batalha parecia ser mais pesada do que ele. Ele tinha olhos verdes e rugas de sorriso a seu redor, mas não estava sorrindo agora. Ele estava estudando o mapa e se apoiando em um grande bastão de metal. A sua direita estava uma linda mulher em armadura verde com cabelos negros e chifres estranhos como garras de caranguejo. E tinha um golfinho – apenas um golfinho normal, mas estava olhando intensamente para o mapa.

- Mande Paláimon e sua legião de tubarões a frente ocidental. Nós temos que neutralizar aqueles leviatãs.
O golfinho falou em uma voz estranha, mas pude entender em minha mente:
Sim,senhor!
E ele foi embora.
Eu olhei com receio para Tyson, depois de novo para o velho.
Não parecia possível, mas...
– Pai? – Eu perguntei.
O velho me olhou. Eu reconheci o brilho em seus olhos, mas o rosto... Ele parecia ter envelhecido quarenta anos.
– Olá, Percy.
– O que... o que aconteceu com você?
Tyson me cutucou. Ele estava sacudindo a cabeça com tanta força que eu tive medo que ela fosse cair, mas Poseidon não pareceu ofendido.
– Está tudo bem, Tyson – ele disse. – Percy, desculpe a minha aparência. A guerra tem sido dura para mim.
– Mas você é imortal – eu disse em voz baixa. – Você pode aparentar... ser o que você quiser.
– Eu retrato o estado do meu reino – ele disse. – E nesse momento esse estado é bem sério. Percy, eu deveria apresentá-lo - pena que meu tenente Delfim, Deus dos Golfinhos, tenha acabado de sair. Esta é minha, hã, esposa, Anfitrite. Minha querida...
A mulher na armadura verde olhou friamente para mim, depois cruzou os braços e disse:
– Com licença, meu senhor. Eu sou necessária na batalha.
Ela nadou para longe. Eu me senti bem estranho, mas eu acho que não podia culpá-la. Eu nunca tinha pensado muito nisso, mas meu pai tinha uma esposa imortal. Todos os seus romances com mortais, incluindo a minha mãe... Bem, Anfitrite provavelmente não gostava muito disso.
Poseidon limpou a garganta.
– Sim, bem... e este é meu filho Tritão. Hã, meu outro filho.
– Seu filho e herdeiro – o cara verde corrigiu. Sua calda de peixe dupla farfalhava para frente e para trás. Ele sorriu para mim, mas não havia amizade em seus olhos. – Olá, Perseu Jackson. Veio ajudar, finalmente?
Ele agia como se eu estivesse atrasado ou fosse preguiçoso. Se pudesse corar debaixo d’água, eu provavelmente teria corado.
– Me diga o que fazer – eu disse.
Tritão sorriu como se essa fosse uma sugestão fofa – como se eu fosse um cachorro ligeiramente divertido que havia latido para ele ou algo assim. Ele se voltou para Poseidon.
– Eu irei para a linha de rente, Pai. Não se preocupe. Eu não falharei.
Ele assentiu educadamente para Tyson. Por que eu não ganhava esse tipo de respeito? Então ele foi embora rapidamente para mais dentro d’água. Poseidon suspirou. Ele ergueu seu bastão, e ele se transformou em sua arma normal – um tridente enorme. As pontas brilharam com uma luz azul, e a água a seu redor ferveu com a energia.
– Eu sinto muito por isso – ele me disse.
Uma serpente do mar gigante apareceu acima de nós e começou a descer em espirais até o telhado. Era laranja brilhante, com uma boca com presas grande o suficiente para engolir um ginásio.
Mal olhando para cima, Poseidon apontou seu tridente para a fera e atirou energia azul.Cabum! O monstro explodiu em um milhão de peixes dourados, todos nadaram para longe assustados.
– Minha família está ansiosa – Poseidon continuou como se nada tivesse acontecido. – A batalha contra Oceano está indo mal.
Ele apontou para a borda do mosaico. Com o cabo de seu tridente ele apontou para a imagem de um tritão maior do que os outros, com chifres de touro. Ele parecia estar dirigindo uma carruagem puxada por lagostas, e ao invés de uma espada ele bradava uma serpente viva.
– Oceano – eu disse, tentando me lembrar. – O titã do mar?
Poseidon assentiu.
– Ele se manteve neutro na primeira guerra entre deuses e titãs. Mas Cronos o convenceu a lutar. Isso é... bem, não é um bom sinal. Oceano não se comprometeria a lutar a menos que tivesse certeza que escolheria o lado vencedor.
– Ele parece ser estúpido – eu disse tentando soar otimista. – Quero dizer, quem luta com uma cobra?
– Papai vai dar vários nós nelas – disse Tyson firmemente.
Poseidon sorriu, mas ele parecia fatigado.
– Eu aprecio sua fé. Nós estamos em guerra há quase um ano agora. Meus poderes estão sendo postos a prova. E ele ainda consegue novas forças para jogar contra mim – monstros marinhos tão antigos que eu tinha me esquecido deles.
Eu ouvi uma explosão à distância. A quase um quilômetro dali, uma montanha de coral se desintegrou debaixo do peso de duas criaturas gigantes. Eu podia ver suas formas palidamente. Um era uma lagosta. O outro era um humanoide gigante como os ciclopes, mas estava cercado por uma agitação de membros. A princípio pensei que ele estivesse usando um monte de polvos gigantes, mas então percebi que eram seus próprios braços – cem braços malhando, lutando.
– Briareu! – Eu disse.
Eu estava feliz em vê-lo, mas ele parecia estar lutando pela própria vida. Ele era o último de sua raça – os centímanos, primos dos Ciclopes. Nós o tínhamos salvado da prisão de Cronos no último verão, e eu sabia que ele tinha vindo ajudar Poseidon, mas não tinha ouvido falar dele desde então.
– Ele luta bem – disse Poseidon. – Eu queria ter todo um exército como ele, mas ele é único.
Eu observei enquanto Briareu rugia com raiva e apanhava a lagosta, que lutava e batia suas pinças. Ele a jogou na montanha de coral, e a lagosta desapareceu na escuridão. Briareu nadou atrás dele, seus cem braços girando como as pás de um barco a
– Percy, nós não temos muito tempo – meu pai disse. – Conte-me de sua missão. Você viu Cronos?

Contei tudo pra ele. Eu olhei para os pátios abaixo e vi centenas de tritões feridos deitados em leitos improvisados. Eu vi filas de corais que tinham virado sepulturas precipitadamente.

– Percy, tem certeza de que pode confiar na tal de Katniss? - meu pai perguntou, desconfiado. - Não sei, não é muito típico de Hera trazer alguém do futuro.

– Bem, ela quer salvar a família perfeita dela. - Eu disse, dando de ombros. - Além disso, Katniss e Gale nem sabiam que eram semideuses.

– Tudo bem, mas fique de olho neles. - ele disse. - O exército de Cronos se desordenará. Muitos foram destruídos.
– Mas nós não o matamos, matamos?
Enquanto dizia isso, eu sabia que era uma esperança ingênua. Nós podíamos explodir seu navio e desintegrar seus monstros, mas Titã não seria morto tão facilmente.
– Não – Poseidon admitiu. – Mas você comprou algum tempo para o nosso lado.
– Havia semideuses naquele navio – eu disse, pensando na criança que tinha visto nas escadas. De alguma forma eu tinha conseguido me concentrar só nos monstros e Cronos. Eu me convenci que não tinha problema em destruir aquele navio porque eles eram maus, eles estavam navegando para atacar minha cidade e, além do mais, eles não poderiam ser mortos permanentemente. Monstros só eram pulverizados e se reconstituíam eventualmente. Mas semideuses...
Poseidon colocou sua mão em meu ombro.
– Percy, haviam poucos guerreiros semideuses naquele navio, e todos eles tinham escolhido lutar por Cronos. Talvez alguns tenham escutado seu aviso e escaparam. Se não fizeram isso... escolheram seu próprio caminho.
– Eles sofreram lavagem cerebral! – eu disse. – Agora estão mortos e Cronos ainda está vivo. Isso deveria fazer com que eu me sentisse melhor?
Eu encarei o mosaico – pequenas explosões de azulejo destruindo monstros de azulejo. Parecia tão fácil quando era só uma figura.
Tyson pôs seu braço a minha volta. Se qualquer outra pessoa tivesse feito isso, eu a teria empurrado, mas Tyson era grande e teimoso demais. Ele me abraçava quer eu queira quer não.
– Não foi sua culpa, irmão. Cronos não explode bem. Da próxima vez vamos usar um bastão grande.

– Percy - meu pai disse - Fique não se preocupe com os semideuses do navio. Eles fizeram sua escolha.

Você dispersou a força da invasão. Nova York ficará segura por um tempo, o que libera os outros olimpianos para lidarem com a ameaça maior.
– Ameaça maior?
Eu pensei no que o Titã dourado tinha dito em meu sonho: Os deuses responderam ao desafio. Logo serão destruídos.
Uma sombra passou pelo rosto do meu pai.

Pergunte a Quíron quando voltar ao acampamento.
– Voltar ao acampamento? Mas você está com problemas aqui. Eu quero ajudar!
– Você não pode, Percy. Seu trabalho é em outro lugar.
Eu não pude acreditar que estava ouvindo isso. Eu olhei para Tyson para ajuda.
Meu irmão mordeu seu lábio.
– Papai... Percy pode lutar com uma espada. Ele é bom.

– É, e a Katniss sabe usar o arco e flecha, ela tem várias flechas, e o Beckendorf também é muito bom com qualquer arma, assim como Gale é com arco e flecha também.

– Eu sei. - Disse Poseidon gentilmente.

– Pai, eu posso ajudar – eu disse. – Eu sei que posso. Você não vai se aguentar por muito mais tempo.
Uma bola de fogo foi lançada pelo céu pelas linhas inimigas. Eu pensei que Poseidon iria desviá-la ou algo assim, mas ela pousou no jardim exterior e explodiu, mandando tritões rodando pela água. Poseidon piscou como se tivesse acabado de ser esfaqueado.
– Volte ao acampamento – ele insistiu. – E diga a Quíron que está na hora.
– De que?
– Você deve ouvir a profecia. A profecia completa.
Eu não precisava perguntar a ele qual profecia. Eu estivera ouvindo sobre “A Grande Profecia” por anos, mas ninguém nunca me contava a coisa toda. Tudo que eu sabia era que eu deveria fazer uma decisão que decidiria o destino do mundo – mas sem pressão.
– E se essa for a decisão? – Eu disse. – Ficar aqui para lutar ou ir embora? E se eu partir e você...
Eu não podia dizer morrer. Deuses não deveriam morrer, mas eu já tinha visto acontecer. Mesmo se eles não morressem, eles podiam ser reduzidos a quase nada, exilados, prisioneiros nas profundezas do Tártaro como Cronos tinha sido.
– Percy, você deve ir – Poseidon insistiu. – Eu não sei qual será sua decisão final, mas sua luta está no mundo acima. E por motivo algum você deve falar para seus amigos no acampamento. Cronos sabia seus planos. Vocês têm um espião. Nós vamos aguentar aqui. Não tempos opção.
Tyson agarrou minha mão desesperadamente.
– Sentirei sua falta, irmão!
Nós olhamos nosso pai parecer envelhecer outros dez anos.
– Tyson, você também tem um trabalho a fazer, meu filho. Eles precisam de você na sala de armas.
Tyson fez outra careta.
– Eu irei. – Ele fungou. Ele me abraçou com tanta força que quase quebrou minhas costelas. – Percy tome cuidado! Não deixe os monstros te matarem!
Eu tentei assentir confiantemente, mas isso era demais para o grandão. Ele chorou e nadou para longe em direção a sala de armas, onde seus primos estavam consertando lanças e espadas.
– Você deveria deixá-lo lutar – eu disse a meu pai. – Ele odeia estar preso na sala de armas. Você não percebe?
Poseidon sacudiu a cabeça.
– Já é ruim o suficiente eu ter que enviarr você para o perigo. Tyson é jovem demais. Eu devo protegê-lo.
– Você deveria confiar nele – eu disse. – Não tentar protegê-lo.
Os olhos de Poseidon faiscaram. Eu pensei que tinha ido longe demais, mas então ele olhou para o mosaico e seus ombros se envergaram. Nos azulejos o tritão na carruagem de lagosta estava se aproximando do palácio.
– Oceano se aproxima... – me pai disse. – Eu devo encontrá-lo em batalha.
Eu nunca tive medo por um deus antes, mas eu não podia ver como meu pai poderia enfrentar Oceano e vencer.
– Eu aguentarei – Poseidon prometeu. – Eu não desistirei de meu reino. Apenas me diga Percy, você ainda tem o presente de aniversário que lhe dei no verão passado?
Eu assenti e puxei meu cordão do campo. Ele tinha uma conta para cada verão que eu estive no acampamento meio-sangue, mas desde o verão passado também tinha uma bolacha de areia pendurada. Meu pai tinha me dado de presente de aniversário de quinze anos. Ele me disse que eu saberia como “gastá-lo”, mas até agora eu não tinha entendido o que ele quis dizer com isso. Tudo o que eu sabia é que não entrava nas máquinas da cantina da escola.
– O tempo está chegando – ele prometeu. – Com alguma sorte eu te verei no seu aniversário semana que vem, e nós faremos uma celebração apropriada.
Ele sorriu, e por um momento eu vi a velha luz em seus olhos. Então o mar inteiro ficou escuro na nossa frente, como se uma tempestade de tinta estivesse passando. Um trovão crepitou o que deveria ser impossível debaixo d’água. Uma enorme presença fria estava se aproximando. Eu senti uma onda de medo passar pelos exércitos abaixo de nós.
– Eu devo assumir minha forma real de Deus – disse Poseidon. – Vá, e boa sorte, meu filho.
Eu quis encorajá-lo, abraçá-lo ou algo assim, mas eu sabia que era melhor não ficar por perto. Quando um deus assume sua forma verdadeira, o poder é tão grande que qualquer mortal que olhar para ele se desintegrará.
– Adeus, pai – eu consegui dizer.
Então eu me virei. Voltei até a sala onde Katniss, Gale e Beckendorf estavam, os encontrei sentados, em silêncio.

– Oi. - Eu disse, e eles se viraram para me olhar.

– Então, falou com seu pai? - perguntou Beckendorf.

– Sim, ele disse que é pra voltarmos para o acampamento, e que eu devo ouvir a Grande Profecia toda. - eu disse, mordendo o lábio inferior.

– Como vamos sair daqui? - Gale perguntou.

– Eu ajudo. - respondi, eles me deram as mãos. Eu pedi para as correntes marinhas que nos ajudassem. A água rodopiava a nossa volta, e estouramos em direção a superfície.
Quando eu olhei para trás, tudo o que pude ver eram flashes azuis e verdes enquanto meu pai lutava com o Titã, e o próprio mar estava dividido pelos dois exércitos.




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Notas finais do capítulo

*Ignorem eu sendo idiota.
É, eu tirei partes da conversa com Poseidon porque ele ia ter que saber tudo isso mesmo, e eu não inclui o sonho com o titã e Nico di Angelo, porque.... É, não vou falar.
Mas enfim, relembrando que a fiction é movida a reviews e recomendações!
u.u Beijos! ;*