KATNISS

– Heróis! - Quíron anunciou. - Vocês conhecem as regras. O riacho é o limite. A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos são permitidos. A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Os prisioneiros podem ser desarmados, mas não podem ser amarrados ou amordaçados. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei como juiz e médico no campo de batalha. Armem-se!

Ele estendeu as mãos e as mesas subitamente se cobriram de equipamentos: elmos, espadas de bronze, lanças, escudos de couro de boi recobertos de metal.

Michael Yew me deu um escudo que tinha um sol grande no meio. Pesava cerca de um milhão de quilos. Meu elmo tinha uma crina azul.

Annabeth gritou ao lado de Percy:

– Equipe azul, para a frente!

Aplaudimos e agitamos nossas espadas, e seguimos Annabeth e Percy pelo caminho para os bosques do sul. A equipe vermelha gritou nos provocando enquanto seguiam em direção ao norte.

Me aproximei de Percy, que estava mais a frente e continuei marchando ao lado dele.

– Então, o que eu faço? - perguntei.

– Bom, o seu chalé e o de Deméter vão ficar com a defesa, o de Hefesto vão distrair os inimigos com suas geringonças, e eu e Annabeth vamos explorar a área do flanco direito, vamos localizar a bandeira do inimigo, derrubar os defensores e vamos levar a bandeira de volta para o nosso lado, é bem simples.

Assenti.

– Entendi, onde a gente tem que fazer a defesa mesmo?- perguntei.

Ele apontou para onde todos os meus irmãos estavam, eu assenti e fui até lá. Subi em uma árvore, onde ninguém poderia me ver, ajeitei a flecha no arco e esperei. Observei Percy e Annabeth se afastarem para o flanco direito. Logo, a trombeta de concha soou.

Esperei mais um pouco, olhei para os lados e não vi nada. Nem mesmo os meus companheiros de chalé. Ou eles foram para outro lado, pensei. Ou estou lidando com um ataque surpresa.

De repente, senti uma mão na minha boca, me puxando para trás.

– Ora, ora, ora! - disse uma voz feminina. - Se não é a Garota do Futuro!

Me viraram para a garota, e eu vi. Era Clarisse, é claro. Com mais quatro idiotas - contando o idiota que estava me segurando. Chutei o garoto - que estava me segurando - nas partes íntimas.

– O que você quer? - perguntei, já pegando o arco que estava na mão do garoto feioso que eu chutei, e apontando para a cara dela.

– Annabeth me disse que foi você que se juntou com os idiotas dos Stoll's e fez aquela pegadinha imbecil no meu chalé. - respondeu ela.

– Que pegadinha? - perguntei, do que Hades ela está falando?

– Você sabe muito bem, Garota em Chamas.

– Sinceramente, eu não sei, não.

– Estou ficando sem paciência. - ela disse, e gritou para os outros: - Ataquem essa idiota!

Ela brandiu uma lança de um metro e meio de comprimento, a ponta de metal farpado lançando chispas de luz vermelha. Seus irmãos só tinham espadas de bronze comuns.

Eles atacaram, consegui me esquivar do golpe do primeiro garoto com a minha adaga. Mas isso não ia ajudar contra quatro garotos e uma garota que tinham sede do meu sangue. Eles me cercaram, e Clarisse investiu contra mim com sua lança. Meu escudo desviou a ponta, mas senti um formigamento doloroso em todo o corpo.

Recuei.

Outro cara de Ares me golpeou no peito com a parte mais grossa da espada e eu caí. Eles gargalharam.

Consegui me pôr de pé, e num ato desesperado, atirei a flecha. Que pegou bem no ombro de Clarisse.

– Sua... sua... vadia! - berrou ela.

Usei minha adaga para investir no garoto atrás de mim, me esquivei do golpe de outro garoto, atirei outra flecha em direção ao quarto garoto, que fincou na perna dele.

De repente, senti um calor intenso, e uma sensação de poder, senti o sol acima de mim, e comecei a emanar grande quantidade de calor. Os garotos do chalé de Ares começaram a suar, e a tremer, e os outros dois garotos caíram, ainda tremendo e suando muito. Eu não entedia o que estava acontecendo. Olhei para as minhas mãos e eu estava brilhando um cor dourada.

Ouvi gritos exultantes, e vi Annabeth ao lado de Percy correndo em minha direção à linha limite com o estandarte da equipe vermelha erguido alto. Vinham flanqueados por alguns garotos do chalé de Atena, cobrindo sua retirada, e alguns de Apolo atrás deles, combatendo os garotos de Hermes.

O pessoal de Ares se levantaram assustados com o que acabaram de presenciar, e Clarisse me olhava incrédula.

– Como você... como...? - ela perguntou.

Clarisse e o chalé de Ares saíram cambaleando. Todo mundo convergiu para o regato enquanto Percy e Annabeth atravessavam para território amigo. Nosso lado explodiu em vivas. O estandarte vermelho tremulou e ficou prateado. O javali e a lança foram substituídos por uma coruja de um lado, e um sol de outro. Todos da equipe azul ergueram Annabeth nos ombros e começaram a carregá-la. Quíron saiu a meio galope do bosque e soprou a trombeta de concha. O jogo terminou e nós tínhamos vencido.

Eu estava prestes a me juntar a comemoração, mas eu continuara com aquele brilho dourado em volta de meu corpo. Annabeth gritou:

– O que Hades está acontecendo? - ela perguntou olhando para mim assustada.

Quíron apareceu galopando.

– Por Zeus! Eu não vejo esse poder de filho de Apolo desde.... Faz tanto tempo que nem me lembro! - ele disse.

– Que poder? - perguntei.

– Essa aura dourada entorno de você, ora! - disse Percy, aparecendo ao lado de Annabeth e entrelaçando suas mãos as dela.

– Isso.... é impossível! - disse Michael Yew, aparecendo ao lado de Quíron. - A Super Nova... é o nome desse poder, mas é só do Nível 100! Leva pelo menos dez anos para conseguir realizar esse poder!

– Gente - eu disse -, não estou entendendo nada.

– Vou explicar. - disse Michael. - Alguns filhos de Apolo conseguem produzir um poder chamado Super Nova, que faz seus olhos arderem em chamas, você obtém uma temperatura altíssima, mesmo que não esteja ao sol. Esta temperatura é tão alta, que apenas um aperto de mão pode te dissipar. Seu corpo é sua arma de combate, deviado a grande quantidade de calor emanada. É um poder divino e pode lhe matar caso não use sabiamente.