Minha loucura é tentar desculpar o que não tem desculpa

Não é na primavera que se mede a felicidade, por que quando tudo é bonito a felicidade transborda, mesmo que não seja uma felicidade verdadeira. É no inverno que tudo fica claro, assim como a neve que cobre o chão. E quando vêm as dificuldades, descobrimos que aquela felicidade de primavera não passava de ilusão.

Catherine estava no vestiário se preparando para voltar para casa, coisa que cada vez mais ela gostava menos de fazer. Sua relação com Eddie andava cada vez pior, as brigas eram constantes e a convivência insuportável.

            Ela abre seu armário para pegar seu casaco e vê a foto de Lindsay. O motivo de ela suportar tudo, o motivo dela continuar caminhando, a razão dela viver, com certeza, é a filha.

- já vai? – Grissom entra no vestiário a despertando de seus pensamentos.

- já! Tenho certeza de que Lindsay está me esperando acordada. – Grissom sorri para ela que sorri de volta.

- o que você disse a ele? – ela pergunta e Grissom se senta no banco, fazendo sinal para que ela se sentasse também.

- a verdade!

- pode ser mais especifico? – ela pede

- eu disse a ele como você é uma mãe maravilhosa e como você trabalha duro para dar o melhor para sua filha e como o seu marido é um idiota. – Grissom diz e ela lhe dá um sorriso triste, mas agradecido. Após se esquecer de buscar Lindsay na escola por ficar presa no trabalho, Eddie havia chamado o conselho tutelar para Catherine. Ele fez isso mais para ferir Cath do que por estar preocupado com a filha.

            O homem do conselho havia feito perguntas sobre Cath e a filha para todos seus colegas de trabalho. Catherine estava morrendo de raiva de Eddie e ela iria resolver isso quando chegasse em casa.

- obrigado; - ela agradece se levantando para ir embora.

- Cath? – ele segura sua mão antes que ela levante a fazendo olhar nos olhos dele. – olha, o Eddie é um babaca, não liga para o que ele diz você é uma ótima mãe, viu? – ela sorri. Grissom é seu melhor amigo, ela sabe que pode contar com ele sempre.

- ok , Grissom. Obrigado mesmo.

- não precisa me agradecer por dizer a verdade. – ela se levanta e vai embora. Grissom a observa sair, ir para a casa, para Eddie. Ele se preocupava muito com ela e Lindsay, principalmente depois da briga que Cath e Eddie tiveram no lab. Grissom sabia que havia alguma coisa errada.

Catherine chega em casa e ouve o barulho da televisão ligada. Ela entra e vê Eddie e Lindsay dormindo no sofá. Lindsay esta deitada sobre o peito de Eddie. Ela os olha por um momento e sente suas lagrimas começarem a escorrer. Tudo o que ela queria é que isso fosse de verdade, que eles fossem uma família unida, uma família que mesmo na dificuldade permanecesse unida, mas Eddie não era assim, ele só reclamava de ter que ficar com Lindsay, saia e voltava bêbado e às vezes até drogado.

            Ele não fazia nada a não ser reclamar que ela não passa tempo nenhum com ele, ou esta no serviço ou cuidando da Lindsay, mas meu Deus, ela é sua filha ele quer competir com ela? Cath tinha que dividir sua atenção com os dois e o trabalho o que era quase impossível e ele ao invés de ajudar só atrapalhava.

            Cath sobe para seu quarto e enche a banheira. Ela vai tirando a roupa enquanto a banheira enche, ela sentia como se tudo fosse culpa dela, como se ela não desse o seu melhor como mãe e nem como esposa. Lindsay estava dando trabalho na escola e ela não sabia como lidar com isso. Ela sentia que o mundo iria desabar sobre ela a qualquer momento. Quando a banheira termina de encher ela fecha a torneira e entra, pegando no sono poucos minutos depois.

Eddie entra no banheiro um tempo depois fazendo barulho na porta a fazendo acordar assustada. Ele sorri.

- palhaço – ela diz brava. Ele se vira para ela e olha todo o seu corpo de cima a baixo.

- nada mal. – ele diz e ela revira os olhos; irritada. – já faz um tempo heim? – ele diz, fazia um tempo, não muito, que eles não transavam. Cath não sentia mais vontade, Eddie vinha agindo muito estupidamente e ela havia perdido a vontade.

- deixa eu te fazer companhia hum? – ele diz se aproximando da banheira, já desabotoando a camisa.

- eu não estou afim. – ela diz, mas ele já tirava a calça. Ele a ignora e entra na banheira se deitando sobre ela. Cath vai se levantando para sair, mas ele a segura pelo braço.

- se você não me der o que eu quero, eu vou procurar em outro lugar. – ele diz a encarando.

- como se você já não tivesse encontrando! – ela tenta levantar mais uma vez, mas Eddie a segura e a beija, a deitando de volta na banheira. Catherine ainda tenta impedi-lo, mas ela não conseguia, o que ele fazia, como ele a tocava a tirava totalmente de si. Ele sabia como controlá-la.

Ela acaba cedendo e fazendo sexo com ele. Cath não queria mais fazer isso, viver assim. Ele fazia alguma coisa errada e resolvia com sexo. O problema é que Cath o ama e ela não consegue por um fim nisso e pensa que talvez nunca consiga.

            Ela sai da banheira e vai se trocar, ela põe sua camisola e vai para o quarto da filha. Lindsay está dormindo como um anjinho, ela se aproxima da cama e se deita ao lado da filha a cobrindo, e fazendo cafuné na menina. Lindsay era tudo para ela, a razão de viver. Cath sabia que nunca tinha sido uma mãe maravilhosa e a culpa invade seu coração e ela adormece com as lágrimas.