No Sewa Baby?! escrita por MissTenebrae


Capítulo 1
O Orfanato


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^

Eu não sei muito o que dizer, primeira long fic que eu escrevo posto sozinha, é meio tenso.

Por favor sejam bonzinhos ^^

*medo medo medo*



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A neve macia marcava seu caminho, embora eles mais flutuassem do que andassem. Era o dia mais frio do ano mesmo que não nevasse mais, o frio cortava o rosto e os olhos desprotegidos dos descuidados. Duas sombras chegavam à porta de um casebre, já arrependidos de terem saído do conforto das limusines.

O que eles não dariam para não ter que estar ali?

Era claro para aqueles que vissem mais de perto que ambos foram obrigados a ir ali, porque se não tivessem sido, qual era o motivo para estarem de frente àquele velho casebre, o orfanato Kitai?

Eles deveriam se casar.

No mundo nobre em que viviam, casamentos convenientes e de longa duração eram necessários.

O casamento deles era extremamente conveniente, tanto que os irritava.

A irritação deles era um problema, o ódio um pelo outro era um estorvo maior ainda. Esse sentimento era pouco entendido pelos pais, afinal, quando crianças eram grandes amigos.

Crianças.

A palavra chave para o plano e o motivo para o sino da porta do orfanato de Kitai tintilar levemente e dois nobres estarem parados no batente da casa.

O plano era supostamente simples com uma ideia de fácil entendimento: se quando crianças se entendiam bem, porque não uma em suas vidas para reatar essa relação? Basicamente eles teriam que criar uma criança juntos.

Eles argumentaram, brigaram, ameaçaram, será que eles não entendiam que aquilo não ia dar certo? Que a criança podia inclusive ser prejudicada? Não que eles se importassem com ela, mas foi um bom argumento.

Não que tivesse feito alguma diferença, suas opiniões não tinham força contra as vontades dos pais.

Embora ainda se perguntassem como uma de catorze anos e um garoto de quinze iam cuidar de uma criança.

A criança que vá para o inferno, ela era a culpada daquela insuportável situação.

Os dois entraram a passos lentos e logo foram rodeados por dezenas de infantis sorrisos e olhos pidões, pequenas mãozinhas puxavam o tecido que cobriam suas peles. Dio encarou enojado aquelas pequenas coisas.

– O que faz vocês pensarem que tem o privilegio de tocar em mim? – A voz sibilada num tom maldosa foi acompanhada por um olhar frio e nauseado lançado pelos olhos verdes esmeraldas da nobre Rey, em estado de choque, as crianças se silenciaram, largaram o que seguravam e se distanciaram dos dois. – Coisinhas desprezíveis. – E seguiu seu caminho em direção à porta da diretora do local, logo sendo seguida por Dio, o silêncio infantil permanecendo na sala.

Uma mulher se levantou assim que eles passaram pela porta e entraram no recinto, seus cabelos eram loiros e longos, os olhos vermelhos brilhavam em curiosidade, ela era bonita, embora não fosse tão nova, as olheiras abaixo de seus olhos denunciavam sua idade.

– Rey VonCrimson, Dio Tenebrae. – Ela cumprimentou com a cabeça e eles retribuíram o aceno.

– Lothos. – Cumprimentaram juntos.

– É uma honra tê-los aqui. – Lothos sorriu, ainda curiosa pela causa da presença dos dois mesmo que fora informada antecipadamente sobre a vinda dos nobres.

– Embora seja contra a nossa vontade estar aqui. – Resmungou com voz baixa Dio.

Lothos sabiamente ignorou o comentário e sorriu para ambos:

– Então, eu vou levá-los até o jardim. – Disse caminhando até uma porta contraria à que entraram e abrindo-a. – Fiquem a vontade. – Assim que eles saíram para aquela imensidão verde cheia de pequenos pontos coloridos correndo de um lado para o outo, pulando, caindo, se jogando no chão, Lothos fechou a porta deixando-os sozinhos com aquele monte de inúteis.

– Vamos às compras. – Sussurrou Dio com desgosto.

– A pior compra da minha vida. – Complementou Rey.

Os dois se separaram, andando para lados opostos. Rey passou com nojo por um bando de crianças, tendo cuidado para não tocar em nenhuma delas, enquanto Dio parava em algum lugar para observar os que se encontravam ali, tendo sua atenção presa por uma pequenina que estava sentada no chão.

Ela aparentava ser baixa, mas como estava sentada, Dio não podia ter certeza, sua cabeça estava abaixada, concentrada em um livro grosso, sua pele era tão branca quanto a neve, seus cabelos eram roxos, fato que chamou a atenção de Dio.

No mundo em que viviam, a cor do seu cabelo determinava a sua classe, como por exemplo, loiros e ruivos eram servos e empregados. O caso dos nobres era um pouco mais complicado, além de ter um cabelo mais puxado para o roxo ou o rosa, ele tinha que ter a pele também, perto do mesmo tom.

Ele se perguntava por que ela tinha o cabelo, mas não a pele de um nobre. Talvez ela tivesse pintado... Mas não parecia ter sido, além de não haver tintas de cabelo com cores nobres.

A garotinha levantou a cabeça e virou-se para ele, encarando-o nos olhos, eles eram no mesmo tom dos cabelos, seu rosto dizia que ela estava na faixa dos cinco anos, mas sua expressão e seus olhos pareciam dizer que ela tinha visto e vivido muito mais do que qualquer criança na sua idade devia.

Como podia haver uma criança tão estranha assim? Sua pele não devia ser da cor que era, em vez de branca como a neve deveria ser roxa para poder seguir a ordem da natureza, ou pelo menos seus cabelos deveriam ser de outra cor, seu corpo era novo, mas sua alma já era velha.

– Achou algo interessante? – Ele virou a cabeça lentamente para ter a visão de uma Rey muito entediada.

– Aquilo. – Disse apontando para a criança de cabelos roxos, que deixara de encará-lo.

– Ela é esquisita. – Resmungou.

– É, mas é a coisa menos desinteressante daqui e eu quero ir embora desse lugar desprezível.

Rey suspirou, concordando.

– Vai ser essa... Coisinha então. – Seguiram para a sala de Lothus e preencheram a papelada, sem ao menos antes conversar com a pequena.

Duas sombras saíram de um casebre, desta vez seguidos por uma sombra menor, arrastando vagarosamente seus poucos pertences, arrastando-os pela neve, carregando um livro cuidadosamente em seus braços.

Partindo cada um para sua própria limusine, deixando a garota indecisa parada diante dos dois carros, pensaram que aquela seria a pior época de suas vidas.

Talvez estejam certos.



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Notas finais do capítulo

É isso.

Meio que um prologo, por isso ta curto.

Espero que gostem e tenham paciência comigo ^^

Muito obrigada por lerem e até a próxima!



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