P.O.V Zack Richter

–Ahn, depois que você tomar banho você me dá a sua roupa pra eu mandar para a lavanderia.

Sem pensar na besteira arranquei a camiseta ali mesmo na frente dela e lhe entreguei. Ela arregalou os olhos e riu:

–Ah, ok. Ahn, depois você me dá o resto. Depois.

Sorri um dos poucos sorrisos verdadeiros que dei em dias! Essa garota que eu só conhecia havia umas poucas horas, estava despertando em mim sentimentos incríveis.

–Hum, vou entrar agora...

–Ata claro. E eu vou tentar ligar para a minha mãe de novo.

Fechei a porta, e me movi para ficar de frente ao espelho que ficava em cima da pia. Eu estava ficando mais fraco a cada dia. Aquilo estava acabando comigo!

Arranquei o resto da roupa e fui até o chuveiro. Deixei a água quente ocupar o espaço da água gelada da chuva, enquanto tentava entender tudo que estava acontecendo. Essa garota baixinha tinha me feito sorrir, e tirava de um jeito franco, todo o sofrimento que me afligia. De algum modo, eu só queria ficar perto dela.

Sai e então me lembrei que as minhas malas estavam na sala. Inferno! Abri um dos armários do banheiro e achei uma toalha, tomara que ela não ligue de eu ter pegado uma das toalhas e de que eu vá até sala.

Depois que me enrolei na tolha fui até a porta e a abri, ia dar um passo pra fora até que vi a minha mochila preta encostada na parede.

Peguei-a rapidamente, entrei de novo no banheiro e fechei a porta. Puta que pariu, a menina lia mentes agora?

P.O.V Serena Woods

Depois que mostrei onde ficava o banheiro para ele, lembrei que estávamos ensopados e que já estava começando a ficar com frio.

–Ahn, depois que você tomar banho você me dá a sua roupa pra eu mandar para a lavanderia.

Com um movimento rápido ele tirou a camisa e me entregou. Arregalei os olhos, e peguei a camisa rindo.

–Ahn, ok. Ahn, depois você me dá o resto. Depois.

Ele continuava sorrindo pra mim. Ficamos alguns segundos só olhando e sorrindo um pro outro, até que ele disse:

–Hum, vou entrar agora...

–Ata, claro. E eu vou tentar ligar para a minha mãe de novo.

Sai andando enquanto ele fechava a porta, fui até a cozinha e liguei pra minha mãe. Ela não atendeu então eu deixei um recado na secretaria eletrônica.

“Oi mãe... Hum, acho que o John deve ter falado umas duas semanas atrás sobre seu neto vir morar com ele. Então é o seguinte, ele ta aqui em casa por que o porteiro não o deixou entrar no prédio do John... E é só isso, ah, e eu vou pedir comida, e ah o nosso porteiro sabe que ele ta aqui... E só. Beijo mãe, te amo!”

Respirei fundo tentando acalmar meu coração. Caramba foi mais difícil do que eu pensava. Só espero que minha mãe entenda. Voltei até a sala pra ver se eu tinha trancado a porta. Tropecei em algo, quando olhei era uma das malas do Zack. Merda, ele não tinha pegado nenhuma delas. E não ia ser legal se ele saísse enrolado numa toalha.

Abri mala por mala pra ver se tinha alguma com coisas que ele ia usar. Não encontrei nenhuma, a mais completa tinha uma calça jeans e... Santo Deus... Umas roupas de baixo. Levei a mochila e deixei na frente do banheiro.

Andei até o meu quarto, larguei a minha bolsa no chão mesmo e me arrastei até o meu banheiro. Tirei toda aquela roupa molhada e joguei no chão junto com a camiseta do Zack. Entrei de baixo da água quente e comecei a processar aquele dia.

Primeiro: Conheci um cara.

Segundo: Levei esse cara para a minha casa.

Terceiro: Esse cara era alto, tinha o cabelo castanho escuro e os olhos de um verde tão lindo que chegava a doer.

E quarto: Por alguma razão ele ainda esta falando comigo. Não me chamou nem de vadia e nem de mentirosa. Ou de vadia mentirosa.