A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano
Annabeth
Depois de conseguir pelo menos uma noite de descanso, me lembrei que tínhamos apenas quatro dias para salvar Alice e Simon.
Adentrar em uma floresta, já não é uma tarefa muito divertida, mas quando se encontra mais uma fúria, a situação fica pior ainda. Então minhas lembranças voltaram aos poucos, e eu percebi quem ela era.
– Você! - exclamei - Você é a fúria que me machucou! Queria proteger sua amiguinha, mas sinto em lhe dizer que ela está morta.
Percy me olhou, e percebi que ele estava começando a entender o que se passava.
– Então olha que ótima surpresa! - ela respondeu - Encontrei meus novos amigos. Mas não estou aqui para isso. Vim trazer um recado da Medusa.
Fúrias agora viraram pombos correios. Isso serviu para me divertir um pouco.
– Não acredito em você - falei em um tom totalmente ríspido - Se fosse apenas isso, não teria feito aquela festa ontem.
– Realmente, foi uma noite bem animada - ela sorriu - Mas eu tenho algo para dizer. A Medusa mudou o prazo de vocês. A partir de agora... Vocês tem mais dois dias.
Eu tentei pronunciar uma única palavra, mas minha voz não saia. Perdi o fôlego e fiquei paralisada.
– Dois dias? - Percy falou por mim - Não foi esse o nosso combinado.
– Ela não jurou nada para vocês certo? - a fúria respondeu - Medusa não está aguentando a ansiedade de ter peças novas para seu jardim.
Como se toda a parte racional do meu cérebro tivesse saído para dar uma voltinha, peguei minha adaga e pulei em cima da criatura.
– Pelo menos, diga onde eles estão - falei.
Os olhos dela se arregalaram e mostraram surpresa.
– Pensa que vai conseguir tirar isso de mim Filha de Atena? - ela perguntou e um sorriso largo se abriu em seu rosto - Se é isso que quer, vai ter que tirar a força.
Em um movimento rápido, fui jogada e caí de costas no chão.
– Annabeth! - Percy gritou. Ele ia em direção para lutar, mas eu interrompi.
– Deixa que eu cuido disso - olhei diretamente nos olhos daquele monstro - Olho por olho, dente por dente querida. Você me machuca, eu te machuco, só que dessa vez, será ainda pior.
Me levantei, e reuni todas as forças que eu tinha e sai para atacar. Consegui prever o golpe que ela daria, e desviei rapidamente para a direita. Sem perder o embalo, dei meia volta e pulei em suas costas. Acho que ela não ficou muito feliz com isso.
– Saia... De cima... De mim! - ela gritava.
Como eu estava em vantagem, me agarrei nela, só que não fiz do modo simples. Enfinquei minha adaga, e nela me segurei. A fúria grunhiu de dor.
Recuperei minha arma e fiquei de frente com aquela criatura.
– Isso não vai ficar barato - falei - Não vou deixar que você saia salva depois do que fez comigo.
Ela ainda cambaleava por causa da dor nas costas, e provavelmente, não ouviu nada do que eu disse.
Sem pensar duas vezes, corri e acertei a adaga em seu rosto. Por pura coincidência, fiz o desenho do corte, atingiu os mesmos pontos que o meu. Aquilo não era o suficiente.
Derrubei o monstro no chão e perfurei seu peito.
Olhei para trás e Percy estava pálido.
– Tudo bem? - perguntei.
– Você fez algum truque de mente? - ele respondeu - A fúria nem teve chance de se defender!
Senti minhas bochechas esquentarem.
– Ah... obrigada - disse - Não consegui a resposta! - meu coração deu um pulo, e por um segundo, me arrependi de te-la matado.
Respirei fundo e contei até dez.
– Dois dias Percy. É tudo o que temos.
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