A Prisão Da Medusa escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 1
Sou levada por estranhos




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Alice


Dias normais? O que é isso mesmo? Queria poder dizer que tudo anda ocorrendo como sempre foi, e que minha vida é tão simples quanto a sua, mas odeio mentir.
Na escola é sempre a mesma rotina: estudar, paquerar o menino que eu gosto e estudar. Praticamente isso.
A cantina estava lotada de alunos e, eu ficava cada vez mais surda com aquela poluição sonora. E lá estava ele. Com aqueles cabelos pretos totalmente bagunçados, sua pele com uma palidez, digamos assim, anormal, seu sorriso era difícil de decifrar. O que eu mais gostava era de seus olhos. Negros como o carvão e penetrantes como um portal para o mundo onde tudo era perfeito. Era difícil de não se encantar. Seu nome? Simon.
Tudo estava nos eixos até que, uma parede explodiu.
O que eu não conseguia entender era o que surgiu daquela explosão. Pessoas que... voavam... eu acho mas era tudo confuso demais para mim.
Vários alunos gritavam “Gavião gigante! Gavião gigante!” Definitivamente, aquilo não era um gavião gigante. Não sou louca.
Aqueles dois seres tinham asas, corpo de mulher e garras. Já disse que não sou louca.
Por causa de toda aquela confusão, todos se refugiaram nas salas, na secretaria, em qualquer lugar que poderia ser trancado. As únicas pessoas que restaram lá foram eu e Simon, que estava perplexo olhando para aquelas criaturas.
Observei toda a cena até quando um deles começou a se aproximar do Simon, que,por estar paralisado, obviamente não viu.
- Simon! – gritei na esperança de que ele acordasse e fugisse daquele lugar.
Ao invés disso, ele olhou pra mim. Idiota.
O monstro investiu contra ele com aquelas garras e jogou-o contra a parede. Desacordado.
Ótimo, agora quem seria o alvo? O que fiz a seguir foi um ato estúpido que me jogaria em direção a morte.
Corri até aquela criatura, nesse momento com todos os sentimentos confusos. Ódio, tristeza, medo. Pulei em suas costas, mas infelizmente meus planos não estavam completos. Eu não esperava que a amiga dela viesse atrás de mim. Fiquei encurralada.
Dizem que quando você está prestes a morrer você vê a sua vida inteira passar pela sua frente. Eu não vi. Eu não iria morrer! Não agora. Uns dois minutos mais tarde talvez.
E tudo conseguiu ficar ainda mais surreal. Outra parede explodiu. Minha sorte foi que de lá saíram duas pessoas (aparentemente normais). Um garoto, com minha idade mais ou menos, com cabelos castanhos e olhos esverdeados como o mar e, uma garota de cabelos loiros e cacheados, com os olhos cinza como um dia de chuva. Formariam um lindo casal.
Não tive muito tempo de ficar pensando naquilo, porque os dois atacaram os monstros, como se fosse totalmente comum para eles. Em questão de minutos, tudo o que sobrou foi um monte de areia.
- Bom trabalho Percy! – a menina exclamou ofegante.
- Você também. – o garoto respondeu e virou para mim – Hum... oi?
Ele derrotou um monstro que estava quase me matando. Eu poderia agradecer e me apresentar, perguntar como foi tudo aquilo, mas preferi o silêncio.
- Eu sou Annabeth – disse a menina – E esse aqui é meu namorado, Percy.
- Alice – foi tudo o que consegui dizer depois de muitos resmungos.
- Precisamos sair daqui. Pegue a sua mochila ou o que tiver em mãos – o garoto me falou e depois apontou com a cabeça para Simon – E ele vem com a gente.
- O quê? – gritei. Acabara de conhecer eles, agora estava saindo da escola em direção a algum lugar que eu não fazia ideia de onde era. Eles eram sequestradores ou o que?
- Calma. – Annabeth disso com um ar tranquilizador – Já passamos pelo o que você acabou de vivenciar. Sabemos o que está sentindo. Só queremos te ajudar e nada mais. Por favor, confie em nós que vocês dois terão a maior segurança.
Com aquele tom, que todo adulto usa, quando uma criança está com medo, foi impossível recusar a oferta. Sem muitas escolhas, fui ajudar Percy a levantar Simon.


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